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//para começar

A
família de Jacó chegou com 70 pessoas para morar
na região fértil do Delta do Nilo e reaparece com
milhares de pessoas que enchem o Egito e provocam
o medo de levante nos dirigentes egípcios.
É nesse cenário que entra um judeu com nome egípcio, Moisés.
A GÊNESE DE UMA NAÇÃO

Será esse homem que coordenará o maior evento da história do


povo de Deus no Antigo Testamento: o êxodo do Egito.
A experiência histórica será lembrada, desse momento em diante,
como a grande intervenção de Deus na história do seu povo. Com
o êxodo, a promessa, que antes fora feita aos patriarcas, agora é feita
ao povo. De promessa, transforma-­se numa aliança, num pacto.
Javé será o Deus de Israel e Israel será o povo de Javé.
Três meses depois de sair do Egito, o povo chega no Monte Sinai
(Horebe). Nesse lugar, eles acampam por quase um ano. Ali surge
a lei, e com ela um passo a mais é dado no discipulado do povo.
Ele percebe que Deus não é apenas poderoso, mas, também, le-
gislador. Sua legislação, predominantemente, ética e relacional.
Ao pé desse morro, o povo recebe os Dez Mandamentos e diversas
leis que objetivam nortear os relacionamentos interpessoais e in-
ternacionais do povo. Eles precisam de preceitos para se relacionar
entre si, entre as famílias, entre as tribos e com os outros povos.
O livro de Êxodo poderia ser chamado de narrativa da criação de
Israel. Nele percebemos o nascimento daquela que seria a nação
escolhida para trazer ao mundo o próprio Filho de Deus.

Um bom estudo.

//PROFESSOR .1
//sumário

Para começar...................................................... 1
ISSN 1984-­8382
Literatura Batista
Pauta musical...................................................... 3
Ano CXVI – NO 461
Conversa de professor....................................... 4
Atitude professor é uma revista de orientações
didáticas para professores de jovens na Escola Tema da EBD.......................................................7
Bíblica Dominical seguindo a matriz curricular
da edição do aluno Lição 1 – Escravidão e terror no Egito.......... 10
Copyright © Convicção Editora
Todos os direitos reservados Lição 2 – Deus levanta um libertador............ 13
Proibida a reprodução deste texto total ou parcial
por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos, Lição 3 – Moisés enfrenta o faraó do Egito... 16
fotográficos, gravação, estocagem em banco de
dados etc.), a não ser em breves citações, com Lição 4 – As pragas e a instituição
explícita informação da fonte
da Páscoa......................................... 19
Publicado com autorização
por Convicção Editora
CNPJ (MF): 08.714.454/0001-­36 Lição 5 – A saída do Egito............................... 22
Endereços
Caixa Postal, 13333 – CEP: 20270-­972 Lição 6 – O concerto de Deus no Sinai......... 25
Rio de Janeiro, RJ
Telegráfico – BATISTAS Lição 7 – Os Dez Mandamentos.................... 28
Editor
Sócrates Oliveira de Souza Lição 8 – A dádiva da lei e a construção do
Coordenação Editorial tabernáculo..................................... 31
Solange Cardoso de Abreu d’Almeida (RP/16897)
Redação Lição 9 – A instituição do sacerdócio............ 34
Valtair Afonso Miranda
Lição 10 – Um interlúdio espiritual............... 37
Produção Editorial
Oliverartelucas
Lição 11 – O sentido de equipe do povo de
Produção e Distribuição
Convicção Editora Deus............................................... 40
Tel.: (21) 2157-­5567
Rua José Higino, 416 – Prédio 16 – Sala 2 Lição 12 – Uma grande obra em construção... 43
10 Andar – Tijuca – Rio de Janeiro, RJ
CEP 20510-­412
conviccao@conviccaoeditora.com.br Lição 13 – A festa da dedicação..................... 46

2. //PROFESSOR
//pauta musical

DEUS DOS ANTIGOS

HCC, nº 34 NATIONAL HYMN


LETRA: Daniel Crane Roberts, 1876 10.10.10.10.
Port. João Wilson Faustini, 1958
Música: George William Warren, 1887
//PROFESSOR .3
//CONVERSA DE PROFESSOR

DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO
Valtair Miranda
Rio de Janeiro, RJ

Várias definições de educação têm sido de aula. Essa definição de educação vê


sugeridas que podem ser colocadas em toda a vida e experiência como educa-
um contínuo cujos polos são educação ção. Considera que as interações infor-
formal e informal. A educação formal é mais e não intencionais proporcionam
convencional, de forma ordenada, lógi- ocasiões em que a aprendizagem pode
ca, planejada e sistemática. A educação ocorrer. Essa definição talvez seja mui-
formal está associada mais diretamente to ampla, na qual toda experiência não
à instituição da escola e à experiência seja educação, mas pode ser, de fato,
em sala de aula. Geralmente, um en- má educação se considerarmos ques-
tendimento formal limita a educação tões de valores.
às experiências das pessoas dentro da Uma cautela em relação a essa definição
sala de aula com pouca referência às é que experiência não é suficiente para a
experiências incidentais e variadas dos educação. Tendo reconhecido esse aler-
alunos fora da sala de aula. Trata-­se de ta em relação à experiência sem opor-
uma definição limitada de educação em tunidades de reflexão séria nas escolas
comparação com os diversos ministé- ou em outros ambientes, o educador
rios do ensino descritos nas Escrituras, cristão pode afirmar a realidade de que
que não vislumbraram o local primário Deus, como professor, pode usar todas
da escola na transmissão da fé. as experiências da vida para instruir as
Na outra ponta do polo está a educa- pessoas. Mas, em termos de definição,
ção informal que define a educação em a educação que inclui toda a vida e ex-
termos de vida. A educação informal periência deve ser distinta em alguns
ocorre por meio de identidade e expe- aspectos de outras atividades na vida.
riência compartilhadas. Ela se dá em Dadas essas duas definições extremas,
outros cenários além da escola e da sala uma muito estreita e outra muito am-
4. //PROFESSOR
pla, alternativas devem ser exploradas. planejada intencionalmente. O dilema
Em função disso, um pesquisador da novamente é a questão: o que torna a
área preferiu definir a educação como educação distinta ou única? Um pro-
todo processo pelo qual uma cultura se blema adicional surge se a educação for
transmite através das gerações. Isso pro- equiparada à socialização. Isso implica
põe quatro grandes agências da socie- a limitação da reforma ou renovação na
dade envolvidas na educação: a família, comunidade, pois não só uma comuni-
a igreja, a comunidade e a sociedade. dade forma ou educa um indivíduo, mas
A Bíblia revela o impacto dessas agên- um indivíduo também pode moldar ou
cias na formação de pessoas ao trans- educar uma comunidade. Além disso, a
mitir a fé bíblica e a cultura judaica. fé bíblica inclui o processo de educação
Muitas responsabilidades educacionais profética, no qual uma norma cultural é
descritas nas Escrituras são dirigidas seriamente questionada à luz dos valo-
aos pais como representantes da co- res de Deus. A realização desses valores
munidade religiosa. Eles devem passar muitas vezes transcende os processos
a fé em Deus para a próxima geração de socialização.
(Dt 6.4-9). Socialização é o processo Isso indica que educação inclui esco-
que permite que as pessoas se tornem laridade formal, experiências de vida e
responsáveis e contribuam com mem- socialização. Com isso, a educação se
bros de uma comunidade. Para Israel e torna um esforço deliberado, sistemáti-
a igreja do Novo Testamento, a socia- co e sustentado para transmitir, evocar
lização permitiu que as pessoas se tor- ou adquirir conhecimentos, atitudes,
nassem membros responsáveis da co- valores, habilidades ou sensibilidades,
munidade religiosa. Nessa perspectiva, incluindo agências educacionais além
a educação é equiparada à socialização. da escola, mantendo o caráter delibe-
Mas, como foi o caso da definição de rado, sistemático e sustentado da edu-
educação como vida, esse foco ainda cação. A educação é deliberada no sen-
pode ser muito amplo para identificar tido de ser intencional e planejada. É
os elementos distintos da educação em sistemática em termos de exposição
comparação com os processos contí- sequencial e sensibilidade à prontidão
nuos de formação. dos participantes. A educação também
À medida que as pessoas crescem den- é sustentada ao longo do tempo, impli-
tro de uma comunidade ou família, cando uma continuidade de exposição
algumas, ou talvez, a maioria de suas e interação, juntamente com uma rela-
experiências de aprendizagem não é ção contínua entre alunos e professo-
//PROFESSOR .5
res. Essa definição inclui transmissão, blia, apoiado pelo Espírito Santo, cen-
descoberta e autoeducação e amplia o trado em Cristo, que busca orientar os
foco limitado no conhecimento que indivíduos em todos os níveis de cres-
tem caracterizado alguns esforços de cimento por meio do ensino para que
escolaridade. eles venham a conhecer e experimen-
Ainda falta nesta definição espaço para tar o propósito de Deus em suas vidas;
as dimensões normativas da educação. • A educação cristã é o processo, cen-
Não há como distinguir a educação erra- trado na Bíblia, de comunicar a Palavra
da da educação que é adequada e útil pa- escrita de Deus pelo poder do Espírito
ra os alunos. Ao lidar com a educação, os Santo com o propósito de levar os ou-
educadores devem abordar julgamentos tros a Cristo e construí-­los em Cristo;
de valor fundamental. Para o educador • A educação cristã é o processo di-
cristão, o que está de acordo com uma
vinamente instigado e humanamente
visão cristã de mundo é a educação ade-
cooperativo pelo qual as pessoas cres-
quada, e o que não está de acordo com
cem e se desenvolvem na vida, ou seja,
essas fundações é a educação errada.
no conhecimento divino, na fé, na es-
Assim, levando estes elementos em con- perança e no amor por meio de Cristo.
ta, podemos apontar a educação como o
• A educação cristã é o esforço deli-
processo de compartilhamento de con-
berado, sistemático e sustentado para
teúdo com pessoas no contexto de sua
compartilhar ou se apropriar dos conhe-
sociedade e comunidade. O conteúdo
cimentos, valores, atitudes, habilidades,
neste caso inclui questões para a mente,
sensibilidades e comportamentos que
o coração e o corpo em termos de vida
compõem ou são consistentes com a fé
individual e coletiva.
cristã. Promove a mudança, a renovação
e a reforma de pessoas, grupos e estru-
DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
turas pelo poder do Espírito Santo de
Dada a importância das dimensões nor- se adequar à vontade revelada de Deus
mativas para a definição da educação, expressa nas Escrituras e presente na
os cristãos são chamados a propor uma pessoa de Jesus Cristo.
definição de educação cristã que possa De qualquer forma, independentemen-
guiar seus esforços. Assim, surgem al- te da definição escolhida, a educação
gumas sugestões de definição: cristã é muito mais do que a educação
• A educação cristã é um processo de de domingo ou da igreja – é educação
ensino-­aprendizagem baseado na Bí- para a vida.
6. //PROFESSOR
//TEMA DA EBD

NAS BARBAS DE FARAÓ


Valtair Miranda
Rio de Janeiro, RJ

Mais de 300 anos se passam. Um grande O êxodo será lembrado, desse momen-
silêncio textual denuncia que uma enor- to em diante, como a grande interven-
me obra acontece sub-­repticiamente. ção de Deus na história do seu povo.
Como uma larva, que gera no seu in- Os números ajudam a demonstrar isso.
terior uma borboleta, o silêncio enclau- Quase quatro quintos dos cinco pri-
surador de quatro séculos concebe uma meiros livros da Bíblia são usados para
grande nação bem no seio do adversá- descrevê-­lo, e mais de um sexto de todo
rio, nas barbas do faraó do Egito. o Antigo Testamento é dedicado a re-
Quando as luzes da narrativa voltam a contar esse período proporcionalmente
se acender, tudo é diferente. A família curto da história.
de Jacó chegou com 70 pessoas para Com o êxodo, a promessa, que antes
morar na região fértil do Delta do Nilo fora feita aos patriarcas, agora é feita ao
e reaparece com milhares de pessoas que povo. De promessa, transforma-­se em
enchem o Egito e provocam o medo de aliança, em pacto. Javé será o Deus de
levante nos dirigentes egípcios. Israel e Israel será o povo de Javé.
Eles entraram no Egito livres, com di- É verdade que antes o compromisso era
nheiro e de cabeça erguida. Agora, são unilateral: apenas Deus se comprometia
um bando de escravos, debaixo dos chi- com os patriarcas. Agora, é bidirecional.
cotes dos capatazes, que trabalham na Se o povo for fiel, a aliança será mantida.
fabricação de tijolos para as enormes Se o povo for infiel, ele pagará um alto
construções de faraó. preço por isso.
É nesse cenário que entra um judeu com Uma pergunta precisa ser respondida:
nome egípcio, Moisés. Seu nome signi- por que os hebreus (é assim que eles são
fica algo como “filho de”. Será esse ho- chamados nesse período) são tratados
mem que coordenará o maior evento como escravos pelos egípcios, se eles
da história do povo de Deus no Antigo chegaram como convidados na terra?
Testamento: o êxodo do Egito. A resposta está na sucessão egípcia, que
//PROFESSOR .7
coloca no trono um imperador que não para que ele seja o grande líder do povo
se lembra de José, ou dava importância de Deus. Ele precisa ainda passar por um
ao que ele fora para o Egito. estágio sufocante nas areias desérticas.
Esse imperador, além de não ter inte- Depois de uma tentativa frustrada de
resse pessoal nos hebreus, por não te- libertar o povo por conta própria, com
rem vínculo sanguíneo com os egípcios, medo de faraó, Moisés foge para a terra
ainda os teme pelo crescimento – eles se de Midiã, onde é acolhido por Jetro, um
multiplicam como coelhos. Sua taxa de líder religioso. Além de casa, esse simpá-
crescimento é superior à dos egípcios. tico religioso ainda fornece uma esposa
O medo do monarca é que esse povo, para Moisés, Zípora. Casado, chefe de
de tão numeroso, organize um levante família, Moisés é treinado agora como
e domine a nação. Sua estratégia, então, pai, pastor de ovelhas e guia no deserto.
é introduzir regras para oprimi-­los e, Ele se torna profundo conhecedor das
consequentemente, reduzir a taxa de dinâmicas do deserto em torno do Sinai.
crescimento. O faraó aumenta o tra- Debaixo do sol e das estrelas, ele adqui-
balho e ordena o massacre dos filhos re paciência, perseverança, perspicácia
dos hebreus. e resistência. Dura é a pele de um pas-
Sua tática dará resultado? Talvez, se os tor de ovelhas no deserto, bem diferen-
hebreus fossem uma outra nação. Mas te, certamente, de um príncipe egípcio
eles são os escolhidos de Deus, mesmo acostumado a leite e sombra fresca.
que nesse momento ainda não tenham Deus matricula Moisés nessa escola do
noção do que isso significa. deserto, e as aptidões então apreendidas
Pela providência divina, um garoto, serão de grande utilidade para conduzir
Moisés, é salvo da morte e é criado na o povo, posteriormente, por esse mes-
própria corte egípcia. mo lugar.
A origem de Moisés, certamente, lhe É no deserto que Deus aparece a Moi-
dá uma educação principesca. Ele é sés e o vocaciona pessoalmente para
educado em todos os conhecimentos libertar o seu povo. Por causa da arro-
de uma das maiores culturas de toda a gância natural da corte egípcia, não é
história antiga. Artes, ciência, adminis- difícil imaginar o susto que faraó leva
tração, liderança, regras internacionais. quando o ex-­príncipe surge do deserto
Os egípcios treinam aquele que será o exigindo a soltura dos escravos hebreus.
seu próprio algoz. É um desafio para o monarca.
A corte egípcia, entretanto, não fornece Muito mais do que isso, pela forma como
para Moisés as características necessárias Moisés se dirige, o desafio é lançado às
8. //PROFESSOR
divindades egípcias. O Deus de Abraão, Deus demonstra seu enorme poder em
de Isaque e Jacó, agora também o Deus favor do seu povo. Depois da última
de Moisés, deseja seu povo livre para o praga, os hebreus finalmente percebem
adorar. Esse Deus tem nome: Javé. que ele é onipotente, e após comemo-
Faraó percebe a afronta às suas divinda- rar a Páscoa, 600 mil homens, além de
des e aceita o desafio. O que se sucede, mulheres, crianças e estrangeiros saem
então, é um ataque paulatino e constante atrás de Moisés.
de Javé às divindades egípcias. Uma por Se os hebreus fizessem o caminho tradi-
uma, nenhuma delas consegue resistir cional para Canaã, a viagem não levaria
ao poderio do Deus dos deuses, o Deus mais do que 15 dias. Esse é o prazo regu-
de Moisés e do seu povo. lar de um comerciante ou uma caravana
Os egípcios veem o mundo repleto de do Egito para a Palestina.
deuses meio divino e meio animal. São Deus, porém, tem outros planos para
deuses em forma de gatos, cães, ser- aquela viagem que durará 40 anos pelo
pentes, crocodilos e outros animais. As deserto. O bando de ex-­escravos precisa
forças da natureza (o sol, a lua, os rios ser discipulado, como Moisés já fora. A
etc.) também são objeto de adoração. nação inteira precisa ser diplomada por
O episódio das pragas no Egito ilustra essa escola de vida antes de organizar-­se
isso. Cada praga, muito mais do que em tribos em Canaã.
um simples milagre da natureza, é uma
Três meses depois de sair do Egito, o
afronta a um deus egípcio. O Nilo, o Sol,
povo chega no Monte Sinai (Horebe).
a Lua, a Terra, divindades egípcias, não
Nesse lugar, eles acampam por quase um
podem mais protegê-­los diante do poder
ano. A promessa de Deus se transfor-
soberano de Javé.
ma finalmente numa aliança nacional.
A fraqueza dos deuses dos egípcios fica
Para a Bíblia, Deus fez uma aliança com
evidente e nenhuma força da nature-
za pode enfrentar o Deus dos hebreus. Abraão. Seria melhor dizer que ele faz
A conversão da água em sangue é um uma promessa, já que só Deus se com-
golpe contra Hapi, o deus das inun- promete. No Sinai, entretanto, uma nova
dações do Nilo; a terra com rãs é um dimensão é acrescentada: a contrapar-
golpe contra os deuses Hapi e Ecte; os tida do povo. Este precisa ser obediente
piolhos, contra o pó da terra, sagrado para receber as bênçãos prometidas.
para os egípcios; a morte do gado, con- Neste cenário surge a lei, entregue a
tra Amom, o deus-­carneiro; as trevas, Moisés no Sinai. Com a lei, um passo
contra Rá, o deus-­sol. a mais é dado no discipulado do povo.
//PROFESSOR .9
//SUGESTÕES DIDÁTICAS
ebd

L I Ç Ã O

TEXTO BÍBLICO
1 ESCRAVIDÃO
E TERROR
NO EGITO
ÊXODO 1.1-­22

TEXTO ÁUREO
ÊXODO 1.22

I. PREPARO para atingir toda a turma, ou de forma


voluntária, para atingir apenas aqueles
OBJETIVOS
que desejam participar;
• Destacar que Deus controla todos os • Atividade individual.
acontecimentos para o bem dos seus
filhos, quaisquer que sejam os efeitos RECURSOS DE ENSINO
imediatos.
• Identificar a prosperidade que Deus • Revista do aluno.
sempre quer nos dar e a desgraça que o • Papel, lápis ou caneta.
mundo está sempre a nos infligir.
II – DESENVOLVIMENTO DA AULA
METODOLOGIA DE ENSINO
APRESENTAÇÃO
• Expositiva, acompanhada de pergun-
tas interativas. O método expositivo Dar boas-­vindas aos alunos e pedir a
pode ser enriquecido com perguntas todos que façam uma breve oração por
feitas aos alunos de forma interativa. As alguma tribulação que estejam vivendo
perguntas podem ser de forma circular, nesse momento em sua vida.

10. //PROFESSOR
DESENVOLVIMENTO Aflição... para separação. Deus permi-
tiu e usou a opressão de Israel a fim de
Pedir a um aluno para orar. Sugerir que separar os israelitas da idolatria e das
a oração seja de gratidão ao Senhor pela práticas imorais do Egito, de prepará-­los
sua fidelidade e pelo seu invencível po- para seu livramento miraculoso do Egi-
der sobre a história sem arbitrariedade e to e para seu relacionamento com ele
nem despropósito. Lembrar aos jovens mediante a fé. A aflição pode nos servir
que só precisamos descobrir o que Deus de alerta para “deitar fora os deuses” (Js
tem para nós. 24.14) da nossa vida que nos impedem
Apresentar os tópicos da lição a partir de servir ao Senhor com sinceridade.
da revista do aluno, fazendo comentá-
rios com base nos textos bíblicos, que Tirados do Egito por Deus. No livro de
poderão ser lidos pelos alunos. Destacar Êxodo, os filhos de Israel foram tirados
os seguintes aspectos: da opressão egípcia; no livro de Atos (o
livro mais ou menos correspondente do
NT) os filhos de Deus (crentes) são tira-
Inspiração e historicidade. Moisés, cujo
dos da religião daqueles dias, o judaísmo.
nome significa “tirado das águas”, é a
“Êxodo” significa “saída”. Deus sempre
figura central de Êxodo. Ele é o pro-
leva para fora antes de levar para den-
feta hebreu que liderou os israelitas
tro. Um crente não pode cometer erro
em sua saída do Egito. O livro de Êxo- maior do que achar que pode entender
do é tradicionalmente atribuído a ele, os pensamentos de Deus com sua mente
baseado principalmente em algumas natural. Devemos colocar para fora de
passagens do próprio livro (Ex 17.14; nossa vida as coisas que sabemos que
24.4,7; 34.27). No Novo Testamento, Je- não agradam a Deus, como nos diz Isaías
sus chama Êxodo de “o livro de Moisés” 1.16,17: “Lavai-­vos, purificai-­vos; tirai de
(Mc 12.26; 7.10), confirmando assim a diante dos meus olhos a maldade dos vos-
sua inspiração e a sua autoridade. Por sos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a
meio de eventos variados e de encontros fazer o bem; buscai a justiça, acabai com
face a face com Deus, Moisés recebeu a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei
a revelação daquelas coisas que Deus a causa da viúva”.
desejava que ele soubesse e comuni-
cou pela inspiração do Espírito Santo O inimigo dos filhos de Israel é o rei do
ao povo hebreu, tanto na forma oral Egito. O inimigo de nossas almas são
como na escrita. Satanás e aqueles que ele usa. As tribula-
//PROFESSOR .11
ções fizeram o povo entender que estava alguém. Um freguês notou duas coisas
em terreno inimigo. Assim fazem nossas que pareciam muito usadas e que pou-
tribulações. Este não é o lugar para nos co chamavam a atenção. Curioso, quis
estabelecermos. Na verdade, as lutas, as saber a razão: “Elas estão gastas porque
provações e os impedimentos não eram são as que eu mais uso. Se chamassem
obstáculos para o crescimento do povo a atenção, as pessoas saberiam como se
de Deus, muito pelo contrário, quanto proteger. Uma é a dúvida, a outra é o
maior eram os problemas mais eles cres- complexo de inferioridade. Outras ten-
ciam “Porque quando estou fraco, então tações sempre podem falhar, mas estas
é que sou forte” (2Co 12.10). duas sempre funcionam”.
Após a leitura, fazer as seguintes ques-
O homicídio está no coração de faraó. tões: alguma vez eu duvidei da fidelida-
A situação de Israel enquanto estava no de de Deus para comigo? Alguma vez eu
Egito é uma figura do crente – a sen- me senti inferior a alguém? Dar tempo
tença de morte estava sobre nós – mas aos alunos para pensarem e disponibi-
fomos libertados por Deus. Foi Deus lizar oportunidades para aqueles que
quem conservou em vida os bebês, em- quiserem dar o seu testemunho.
bora aquelas parteiras que ele usou não
se comportaram como deviam no que AVALIAÇÃO
se refere à honestidade (2Co 4.7). A
pessoa que o Senhor pode usar nunca 8. Distribuir papel e lápis para cada alu-
é perfeita. Apenas Cristo é perfeito. O no pedindo que escrevam pelo menos
Espírito Santo mantém a glória de Cris- três atitudes da “liquidação” de Satanás
to coletivamente e o senhorio de Cristo que devem ser mudadas em suas vidas,
individualmente. preparando-­os para vencer as astutas
Fazer a leitura do texto “Liquidação”: ciladas do Maligno, para deixar Deus
Para se adaptar aos novos tempos, Satã em cena nas suas vidas. E desafiar os
fez uma liquidação de suas tentações. jovens a orarem especificamente por
Colocou anúncio no jornal e atendeu aos elas no decorrer da semana.
fregueses em sua oficina. Era um estoque 9. Terminar o encontro orando pela ne-
enorme: pedras para virtuosos tropeça- cessidade que temos de vencer a dúvida
rem, espelhos que aumentavam a própria e a incapacidade, sentimentos que nos
importância. Alguns objetos chamavam afligem de modo a impedir a nossa co-
muita atenção, como um punhal de lâ- munhão com o Senhor e que dão chan-
mina curva para ser usado nas costas de ces para o inimigo dominar a nossa vida.
12. //PROFESSOR
//SUGESTÕES DIDÁTICAS
ebd

DEUS LEVANTA
L I Ç Ã O
2
UM LIBERTADOR
TEXTO BÍBLICO
ÊXODO 2.1-4.17

TEXTO ÁUREO
ÊXODO 4.2

I. PREPARO • Atividade em grupo com a apresenta-


ção dos itens destacados e a participação
OBJETIVOS
orientadora do professor.
• Destacar a necessidade de compreen-
der e ajustar ao propósito de Deus, de RECURSOS DE ENSINO
modo que ele dirija a nossa vida, ações
e atitudes para o nosso próprio bem. • Revista do aluno;
• Destacar que a fidelidade de Deus é • Papel, lápis ou canetas;
inviolável para conosco, pois Deus vê, • Quadro-negro e giz.
escuta, se importa, cumpre o que pro-
mete e tem consideração pelo ser huma- II – DESENVOLVIMENTO DA AULA
no, independentemente do que pensa de
si mesmo e dos caminhos que percorre. APRESENTAÇÃO
Dar boas-­vindas aos alunos, orar pelo
METODOLOGIA DE ENSINO
estudo, por algum pedido de oração ou
• Exposição pelo professor; agradecimento.

//PROFESSOR .13
Interpelar os alunos quanto a alguma ra nos levar ao sucesso de sua vontade”
diferença em relação às propostas elen- e vincular esta frase ao que a revista do
cadas na aula anterior. aluno apresenta como A lição em foco.
Explicar o tema, os objetivos do estudo Explicar que, em todos os acontecimen-
de hoje e sua importância para a vida tos na vida de Moisés, podemos tirar
espiritual e de comunhão do cristão. grandes lições para o nosso relaciona-
mento com Deus.
DESENVOLVIMENTO Resumir os tópicos apresentados na re-
vista do aluno:
Dividir a classe em dois grupos e eleger
um representante para cada um deles. • Um menino que lembra o outro;
Escrever no quadro-­negro conforme as • Fuga inevitável;
sugestões dos quadros abaixo e pedir • O chamado;
aos alunos que destaquem: • Desculpas indesculpáveis.
Grupo 1:
AVALIAÇÃO
Atitudes e respectivos resultados do
agir do homem, com base em Êxodo 1) Ler o texto abaixo e pedir aos alunos
2.11-­14: que reflitam sobre ele:
Ação do homem Resultado Largue o cesto
Você estagnou, esperando Deus agir?
Deus não nos quer parados. Ele quer de
nós uma pequena, porém, difícil atitude.
Grupo 2:
Aquela mãe não podia mais esconder a
Dificuldades do homem e as respec- criança, pois seu choro e demais expres-
tivas soluções de Deus com base em sões começavam a ficar mais evidentes
Êxodo 4.1: a cada dia (Ex 2.3). Era preciso que ela
Dificuldades Soluções deixasse o seu bebê. Ela precisava abrir
mão do que tanto amava, para que os
planos de Deus pudessem se realizar.
Em seguida, pedir aos representantes Pensemos naquela mãe ajoelhada, dian-
dos grupos que apresentem para a classe te do Rio Nilo, com seu filho no cesto,
o que destacaram. Ao final das apresen- com medo da separação, chorando e se
tações, o professor poderá escrever no derramando diante de Deus: “Deus, eu
quadro: “Deus usa o nosso fracasso pa- fiz tudo o que podia; não consigo mais
14. //PROFESSOR
escondê-­lo. Eu o amo tanto”. A dor da- planos terão destino certo, preparado
quela mãe é evidente. Mas, com ousa- pelo Senhor.
dia e confiança em seu Deus, ela olha
para o seu filho mais uma vez e diz a 2) Terminar o momento concedendo
Deus: “Senhor, aqui terminam minhas uns minutos para a oração reflexiva in-
ações. Eu largo o cesto para que tu, Se- dividual, quebrando o silêncio com uma
nhor, cumpras o teu plano”. oração em voz alta.
Já experimentou largar o “cesto”? Mui-
tas vezes estamos tão agarrados com III – INFORMAÇÕES
nossos sonhos e projetos que Deus não COMPLEMENTARES
pode continuar sua obra em nossa vida.
O fracasso do libertador. Fracassar não
Não nos damos conta de que largar o foi uma experiência somente de Moisés;
“cesto” é ordenança de Deus. A ação que é algo que acontece com muitos de nós;
Deus quer é esta: largar nossos planos e “Todos nós tropeçamos de muitas ma-
sonhos nas mãos Dele. neiras” (Tg 3.2). George Washington
Não podemos pensar em nós mesmos, perdeu 2/3 das batalhas que lutou, mas
mas sim nos propósitos de Deus para ganhou a guerra e tornou-­se presidente
nossos ministérios, trabalhos, relacio- dos EUA. R.P. Macy, fundador da rede
namentos e tudo mais que precise do de lojas Macy´s nos EUA, uma das lo-
controle do Senhor, porque “assim co- jas mais finas no mundo, experimentou
mo os céus são mais altos do que a terra, sete vezes a falência antes de abrir sua
assim são os meus caminhos mais altos primeira loja de sucesso. Napoleão Bo-
do que os vossos caminhos, e os meus naparte formou-­se no colegial em 42o
pensamentos, mais altos do que os vossos lugar, numa classe de 43 alunos e depois
pensamentos” (Is 55.9). É característica acabou conquistando a Europa.
nossa sermos controladores e tentarmos Nosso primeiro fracasso vem quando
dirigir tudo pelo nosso próprio enten- decidimos parar de tentar. Falhar não
dimento. Mas, como filhos de Deus, é fatal (Ec 7.20). Falha-­se e precisa-­se
precisamos confiar na promessa de que ver por quê; se falhamos porque agi-
os propósitos de Deus jamais se frustra- mos em nossa carne e sem os recursos
rão (Jó 42.2). de Deus ou, então, se foi por causa de
A Palavra de Deus para nós é “largue circunstâncias normais da vida. Se agi-
o cesto”. Não com desesperança, não mos antes do tempo do Senhor, ou em
com desistência, mas com a certeza de nossa própria força, colocamos em risco
que lá embaixo, no final do rio, nossos os planos de Deus para nós.
//PROFESSOR .15

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