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MODENESI 1/6/2022
Marcelo Abreu
Sinopse
1) Crise cambial: i) 3º Funding Loan (1931); ii) controles (1931-4 e 1937-9)
2) Controvérsia: impacto anti-cíclico da valorização do café
3) Endossa Furtado: i)impacto reduzido da Crise; ii)rápida recuperação; iii)ISI:
desenvolvimento voltado para dentro
4) Projeto industrializante: embrião da intervenção estatal
Revolução de 1930: Washington Luís (SP) rompe “Pacto Café com Leite”
Governo Provisório.
Disputa eleitoral: (1) Júlio Prestes (SP): candidato oficial e vence eleições; (2)
Oposição: i) Aliança Liberal (“cabeça de chapa”), Partido Republicano de SP,
militares, PA, MG, RS; ii) Vargas (Presidente do RS) e João Pessoa (PA).
1. Crise cambial: [i) demanda café colapso preço café receita exportação
saldo comercial; ii)paralisação entrada de capitais conta de capitais;
iii)elevadas remessas: a)governo (serviço da dívida); b)capitais particulares;
c)emigrantes; iv)manutenção das importações essenciais] deterioração saldo
BP [iii)desvalorização encargos dívida externa] impossibilidade de
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“A crise cambial que atingiu o Brasil a partir de 1929-30 tornou inviável a continuação
do pagamento integral da dívida pois tal pagamento envolveria uma proporção excessiva
do saldo comercial. Além disso, a depreciação do mil réis aumentou a carga do serviço
da dívida pública sobre os orçamentos nos três níveis de governo(...). Os reajustes dos
pagamentos efetivos à capacidade de pagar foi gradual, sendo um Funding Loan parcial
‘negociado’ em 1931 por três anos(...)” (p. 75-6).
“(...)em setembro de 1931, o controle do mercado cambial; foi dado ao Banco do Brail o
monopólio da compra e venda de cambiais, que seria exercido pelo banco durante os três
anos seguintes. Pelo sistema então introduzido, as exportações só eram permitidas quando
as cambiais resultantes fossem previamente vendidas ao Banco. De posse destas o
Banco passaria a atender às dificuldades do mercado à taxa oficial e segundo a seguinte
ordem de prioridade: 1)compras do Governo e dívida externa; 2)importações
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“O programa de ajuda ao setor cafeeiro pelo Governo Federal, após a Revolução de 1930,
teve desde o início o apoio do Banco do Brasil. Em Dezembro de 1931, a Carteira de
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“Pelaez procura opor-se a esta tese [de Furtado] com o argumento de que o governo de
Vargas teria prejudicado a retomada do nível de atividade econômica porque as políticas
fiscais e cafeeiras teriam sidos ortodoxas(...). (...)ele sugere que as despesas com a
aquisição da produção excedente foram financiadas com impostos à exportação e não pela
via de expansão do crédito doméstico. Contudo, Fishlow (1972),(...) mostra que um terço
das despesas com a compra do café entre meados de 1931 e início de 1933, e uma
proporção ainda maior em 1933 e 1934, foram financiadas com expansão do crédito
doméstico. (...). Mas o ponto mais importante de Fishlow (1972) é que, em vista da
inelasticidade da demanda externa do café, os impostos de exportação são tipicamente
pagos pelos consumidores através de preços mais altos. Desse modo, quando o governo o
governo taxa as exportações de café, está de fato aumentando os preços de exportação sem
reduzir muito a quantidade vendida no exterior, assim aumentando a renda nacional em
comparação com uma situação em que os impostos não são aumentados e todo o café
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Abreu critica Peláez: i)se baseou, em parte, nas intenções dos gestores;
ii)multiplicador do orçamento equilibrado: gastos mesmo finanaciado por
impostos tem efeito expansionista sobre a renda.
“A revisão proposta por Peláez baseia-se, em parte no estudo das intenções dos gestores
da política econômica e não, como deveria ser, na análise das características da política
econômica efetivamente implementada e de seus resultados concretos” (Abreu, p. 80).
“O maior nível de gastos do governo, mesmo que financiado por taxação, tem influência
benéfica sobre o nível de atividade dadas as hipóteses mais usuais do ‘teorema’ do
orçamento equilibrado (Silber, 1977)” (Abreu, p. 79).
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“(...) Vargas adotou políticas econômicas que tenderam a favorecer a indústria” (p. 78).
Tabela III.4 – Taxa de Variação (%) da Produção Industrial e do PIB – Diversos Países: 1929-32
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Tabela III.5 – Taxa de Variação (%) da Produção Industrial e do PIB – Brasil: 1929-
39
Ano Produção Industrial PIB
1928 7,0 11,5
1929 -2,2 1,1
1930 -6,7 -2,1
1931 1,2 -3,3
1932 1,4 4,3
1933 11,7 8,9
1934 11,1 9,2
1935 11,9 3,0
1936 17,2 12,1
1937 5,4 4,6
1938 3,7 4,5
1939 9,3 2,5
Fonte: Abreu (1990)
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10
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1928-29 1930-34 1935-39 1940-45
“Os dados disponíveis mostram que o impacto da depressão sobre o produto real foram
modesto, sua queda não excedendo 5,3% em 1931(...). A recuperação do nível de
atividade da economia foi singularmente rápida se comparada à experiência de outros
países, especialmente os desenvolvidos” (p. 78).
“(...)o produto industrial cresceu 10% ao ano entre 1932 e 1939. A participação das
importações na oferta total (a preços de 1939) caiu de 45% em 1928 para 25% em 1931 e
20% em 1939. Exceto no caso de bens de capital, consumo durável e intermediários do
gênero elétrico, a produção doméstica correspondia, em 1939, a mais da metade da oferta;
no caso de bens de consumo não duráveis, a mais de 90% da oferta (Fishlow, 1972). Esta
evidência quanto ao crescimento industrial na década de 1930 torna inconsistente a
revisão proposta por Dean, excessivamente entusiasmado com sua tese – correta na
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“Em fins de 1937, a escassez de divisas, fruto da substancial elevação das importações,
que cresceram cerca de 40% em valor em 1936 e 1937, forçou a adoção, após o golpe de
novembro, do monopólio cambial do governo, com base em uma taxa única
desvalorizada, introduzindo um sistema de controle cambial similar ao vigente entre 1931
e 1934”
“Quando em 1937, o saldo da balança comercial, por força de um aumento de quase 20%
das importações, ficou reduzido(...) foi o governo obrigado a decretar volta do monopólio
de todas as operações cambiais através do Banco do Brasil, a partir de dezembro de 1937.
Os exportadores voltaram a ser obrigados a vender ao Banco toda a receita de exportação à
taxa oficial e as solicitações de cambiais passaram a ser atendidas dentro da seguinte ordem
de prioridades(...)” (Villela e Suzigan, p. 311).
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BB); iii)livre especial: cambiais de turistas destinadas para operações privadas não-
comercias].
“Esse sistema vigorou até princípios de 1947. Embora tenha ocorrido nos anos de guerra
retorno à liberdade cambial, as condições de guerra funcionaram de maneira
semelhante a um controle de câmbio, dando ocasião a que se formasse no país uma
procura reprimida por importações e remessas que, no pós-guerra, consumiram em
apenas alguns meses todas as divisas acumuladas em vários anos, trazendo a volta do
sistema de controle de cambial e restrições quantitativas às importações” (Villela e
Suzigan, p. 313).
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“(...) [Em 1942] pela primeira vez desde a década de 20 começaram a acumular-se reservas
cambiais” (p. 95).
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“Embora seja difícil encontrar substância nas atividades dos inúmeros conselhos e
autarquias que pululavam no período, a construção da primeira indústria siderúrgica
integrada brasileira utilizando coque mineral marcou clara mudança na forma de ação
do Estado. A despeito de si mesmo, como se verá adiante, o Estado transitou da arena
normativa da atividade econômica para a provisão de bens e serviços” (p. 91).
“Neste caso [da CSN], a exemplo do que ocorreria no caso da Cia. Vale do Rio Doce, a
decisão não resultou de qualquer fricção com interesses privados nacionais ou estrangeiros.
Pelo contrário, o governo brasileiro viu-se obrigado a participar diretamente do projeto
em vista da impossibilidade de convencer – mesmo com o apoio claro do governo dos
Estados Unidos – qualquer dos grandes produtores de aço norte-americanos a participar
do projeto” (p. 98).
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“No plano mais geral, no entanto, estes investimentos estatais, somados às ações de
coordenação e planejamento antes indicadas, revelam o comprometimento do Estado
brasileiro com um projeto industrializante” (Saes, p. 154).
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