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Neuromuscular function and training adaptations and its implications for elders health View project
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CURRÍCULO
METODOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE FUTEBOL
DIVISÃO DE BASE
EDIÇÃO 03
DIRETORIA
Eurico Ângelo de Oliveira Miranda
Presidente
Dr. Egas Manoel Batista dos Santos Fonseca
Vice‐Presidente do Departamento Médico
José Mourão Gonçalves
Vice‐Presidente Infanto Juvenil
Prof. Isaías Tinoco
Superintendente de Futebol
Prof. Nilson Gonçalves
Supervisor de Futebol de Base
ELABORAÇÃO
Álvaro Ângelo Miranda
Diretor Geral de Futebol de Base
EQUIPE DE PRODUÇÃO
André Gustavo Araújo
Assessor Jurídico
Carlos Vinicius Herdy
Coordenador Científico
Fabrício Vasconcellos
Consultor Técnico e Tático
Paulo Cavalcanti
Nutricionista
Rafael Teixeira
Assistente de Fisiologia
Rodrigo Silva Pinheiro
Treinador de Goleiros
Roberto Simão
Consultor em Treinamento de Força
Carlos Gregório Junior
Assessor de Imprensa
Sarah Ramos
Assistente de Fisiologia
Rafael Carpenter
Acadêmico em Educação Física
E‐mail do elaborador: carlos.herdy@crvascodagama.com
Telefone: (21) 2176‐7373
2
AGRADECIMENTOS
Ao Presidente Eurico Ângelo de Oliveira Miranda,
Por oferecer um suporte incondicional as Categorias de Base
facilitando o desenvolvimento de formação do jovem atleta, mesmo
sabendo que poucos jovens se tornarão atletas profissionais, o clube
sempre ofereceu uma estrutura para sua formação enquanto cidadão.
Por aprimorar as condições e por permitir o pioneirismo científico
relacionado às bases de treinamento em jovens estimulando a busca
constante pela excelência dos profissionais do futebol de base.
E pela liderança e estímulos dados diariamente para que todos
entendam que o Vasco sempre será protagonista, principalmente no
processo de formação de atletas.
Somos todos Gratos
3
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 5
CAPÍTULO 1. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ......................................... 8
CAPÍTULO 2. METODOLOGIA DE TREINAMENTO .................................... 20
CAPÍTULO 3. ESTILO E PRINCÍPIOS DE JOGO ............................................ 24
CAPÍTULO 4. COMPONENTE NUTRICIONAL ............................................. 39
CAPÍTULO 5. COMPONENTE PSICOLÓGICO ............................................. 43
CAPÍTULO 6. TREINAMENTO DE FORÇA E PREPARAÇÃO FÍSICA ............. 45
CAPÍTULO 7.TREINAMENTO DE GOLEIROS .............................................. 51
CAPÍTULO 8. FISIOLOGIA .......................................................................... 58
CAPÍTULO 9. ROTINA MÉDICA .................................................................. 66
CAPÍTULO 10. RECUPERAÇÃO FÍSICA ....................................................... 70
CAPÍTULO 11. PROGRAMA DE PROMOÇÃO DE TALENTOS ..................... 72
REFERÊNCIAS METODOLÓGICAS .............................................................. 76
4
APRESENTAÇÃO
Prezados Vascaínos, Pais, Professores e Sócios,
O Club de Regatas Vasco da Gama é reconhecido no futebol
mundial como um dos clubes que mais e melhor investe na
formação de jogadores de futebol. Este fato se torna muito
evidente quando buscamos na sua extensa história desportiva
e verificamos a gama de atletas consagrados que iniciaram as
suas carreiras no clube de São Januário e trilharam um
caminho de glórias no futebol mundial. Dezenas de atletas formam esta galeria de
craques formados na colina, como exemplos mais recentes podemos citar: Alex
Teixeira, Philippe Coutinho, Souza, Alan Marques e Douglas Luiz.
Todos vislumbram o sucesso e a riqueza graças ao poder midiático e a forte
impregnação de que o futebol é o caminho mais curto para a resolução de todos
os problemas sociais e financeiros encontrados nas famílias humildes e de classe
média do Brasil. O principal problema verificado é que nem todos chegarão ao
cume do sucesso e ao brilhantismo de suas carreiras por nem sempre encontrarem
nas instituições desportivas o principal legado que um clube sério pode oferecer
aos seus jovens, que é um processo de formação educacional desportiva que lhe
permita entender a magnitude e as dificuldades que todos podem passar até se
tornar um atleta profissional de futebol.
A Formação Educacional Desportiva certamente fará com que os jovens
atletas passem a enxergar o processo de formação futebolística como um
investimento na sua formação como cidadão. Muitas vezes processos que
deveriam ser naturais, tais como: bom sono, boa alimentação, estudo, disciplina e
apoio especializado de profissionais multidisciplinares, não recebem a atenção e
nem o planejamento devido, prejudicando a formação profissional e pessoal do
atleta. Faz‐se extremamente necessário todo esse acompanhamento, pois para se
alcançar o sucesso almejado, mesmo com enorme talento, é preciso abrir mão de
desejos infantis e deixar de desfrutar de muitas coisas que são rotineiras para
5
aqueles que levam uma vida dita como “normal”, e o jovem atleta precisa de todo
o suporte e apoio para entender e saber lidar com essa situação.
A Formação Educacional Desportiva prevalecerá e terá o alcance desejado
para aqueles que persistirem na evolução dos seus dons, buscarem a preparação
dos seus corpos e planejarem de forma eficaz o processo de maturação da sua
carreira desportiva. Desse modo, o presente projeto procura incidir sobre a
importância da boa formação no futebol, ilustrando concepções e práticas de um
clube de referência, onde em todos os anos, temporada após temporada,
conseguimos apreciar uma infinidade de jovens talentos desfilarem suas
habilidades nos campos, construindo vagarosamente o sonho de se tornar um
atleta profissional de futebol. Este é o modelo que o Departamento de Futebol de
Base do Club de Regatas Vasco da Gama difunde e executa com seus atletas,
demonstrando o quão é essencial à construção de um modelo sólido de formação
desportiva, em que a dimensão educativa tenha um destaque impar e
protagonista na vida de todos os atletas dos seus quadros.
Prof. Álvaro Miranda
Diretor do Departamento de Futebol de Base
6
"ENQUANTO HOUVER UM CORAÇÃO
INFANTIL O VASCO SERÁ IMORTAL"
CYRO ARANHA
7
CAPÍTULO 1
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
8
ADMINISTRAÇÃO
Cada instituição desportiva tem a sua metodologia para desenvolver o seu
planejamento e a sua filosofia de trabalho no processo de formação dos jovens
atletas. A formação de um atleta de Futebol é um processo longo e complexo,
principalmente porque lidamos com a individualidade humana. Pensando nisto, o
Departamento de Futebol de Base do Club de Regatas Vasco da Gama criou um
projeto de formação baseado de forma global, no ensino e desenvolvimento
desportivo capaz de dar subsídios consistentes para que todos os integrantes
deste processo sigam rigorosamente o planejamento estabelecido pelo grupo de
profissionais que ministrarão os trabalhos, onde não só os aspectos desportivos
façam parte do projeto, mas sim todos os aspectos funcionais e educacionais,
promovendo a formação do cidadão do futuro como um todo.
O grupo multidisciplinar que planeja, orienta e executa cada atividade
ministrada para os nossos jovens atletas buscam modelos de treinamentos,
avaliações, mensurações, pesquisas e atividades onde se alcance o alto
desempenho de formação atlética destes meninos. É primordial que estes
trabalhos tenham a sua execução de forma planejada e extremamente embasada
com dados científicos para que com isso possamos promover a motivação e o
compromisso dos jovens atletas no seguimento do processo de formação. O
sucesso individual dos atletas passa pela credibilidade do que é oferecido para os
mesmos. Devemos entender que o processo de educação desportiva não pode
existir se não existe um modelo definido e bem executado de treinamentos
capazes de sustentar todo o processo de formação.
OBJETIVOS GERAIS
Ilustrar a importância do processo de formação no desenvolvimento de
jogadores de sucesso no futebol atual;
Identificar e verificar através de observação e analise do processo de
formação do CRVG, quais variáveis orientam o Modelo de Formação adotado;
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar os objetivos da formação dos atletas do CRVG;
Indagar as vantagens que o CRVG oferece aos seus jovens atletas;
Averiguar a importância que a formação esportiva e pessoal destes jovens
atletas tem para os responsáveis pela formação de todo o projeto do CRVG;
Demarcar a percepção dos responsáveis pelo projeto de formação em
relação à eficácia do trabalho e a maneira como os atletas serão inseridos no
modelo de futebol de alto nível.
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FASES DO PROCESSO DE FORMAÇÃO
EDUCACIONAL DESPORTIVA
1.1 FORMAÇÃO: CONCEITO
Apesar do conceito “Formação” ser alvo de inúmeras reflexões, o seu
significado é difícil de delimitar. De fato, a palavra “Formação” não tem apenas
um sentido, podendo ser aplicada em vários contextos e momentos da existência
do ser humano. Como efeito, tanto se pode encontrar a palavra formação
associada aos conhecimentos recebidos durante o percurso escolar, como
também durante a transmissão de valores relativos a um determinado assunto.
No que concerne à transmissão e recepção de conhecimentos, a formação é
essencial em qualquer atividade humana e social nos dias de hoje. O ato de
“Formar” é definido pela língua portuguesa como a ação de dar origem a, fazer,
existir, conceber algo, transmitir algo a alguém ou educar. Assim, podemos
concluir que o ser humano nasce para formar a sua identidade e desenvolver suas
qualidades e talentos. Cabe a nós criarmos condições apropriadas para ajuda‐lo a
alcançar todos os seus objetivos e metas.
1.2 FORMAÇÃO DESPORTIVA
A prática desportiva é fundamental na formação do indivíduo, enquanto
atleta e pessoa. Não obstante não basta praticar esporte para ter a garantia de que
o processo de formação deste jovem promova também o seu desenvolvimento
capaz de leva‐lo ao caminho do sucesso.
A Formação Desportiva de crianças e jovens atletas tem uma enorme
responsabilidade de se opor à simples reprodução do desporto adulto e seus
treinamentos e atividades. Todo o seu planejamento deverá seguir uma
metodologia, onde o processo contribua para a sua formação global, através de
atividades físicas e desportivas que sejam favoráveis ao desenvolvimento das
capacidades e qualidades físicas, como fator necessário à realização individual do
ser humano.
O trabalho de formação não é somente uma tarefa centrada na
aprendizagem das habilidades técnicas do Futebol, mas também no
desenvolvimento das condições físico‐desportivas que permitam aos jovens, na
idade adulta, a expressão máxima de rendimento no domínio dessas técnicas.Em
suma, fica claro que a Formação Desportiva dos jovens atletas constitui um aspecto
fundamental na globalidade da sua preparação desportiva, revelando‐se muito
importante a definição de objetivos de cada fase ou etapas do processo de
formação, para que seu desenvolvimento ocorra assim de forma harmoniosa.
10
1.3 FASES DA FORMAÇÃO DESPORTIVA
O Programa de Formação Desportiva de um atleta de base consiste em
três fases distintas, onde temos três objetivos previamente definidos: objetivo de
formação, período de treinamentos e período de competição. Quando nos
referimos aos objetivos de formação, estamos nos referindo ao que nós
entendemos como educação desportiva. Devemos nesta fase avaliar todos os
nuances do processo de formação dos atletas, formar o jogador de futebol como
um todo, e ajuda‐lo a desenvolver suas habilidades técnicas, físicas e psicológicas.
Devemos entender que o processo de formação de um atleta é infinito e o êxito
dependerá da interação e confiança depositada no grupo multidisciplinar que
executará o trabalho e a dedicação dos atletas envolvidos. Os objetivos do
processo de formação dos jovens atletas devem ser formatados no início das
temporadas, com a intenção de ensinar um conjunto de aspectos relacionados ao
futebol, tendo em conta vários seguimentos, entre os quais: o contexto e a
filosofia do clube, a concepção do sistema tático adotado no clube, a idade do
grupo de atletas, a sua maturação física e a habilidade dos mesmos.
O período de treinamento está relacionado não só ao treinamento físico,
mas também aos aspectos afetivos, sociais, psicológicos, nutricionais, entre
outros, além da sua relação com o período de competição. Todo o planejamento
de treino tem como objetivo potencializar e desenvolver o grupo de modo que
todos os atletas estejam no seu melhor, tanto fisicamente como psicologicamente,
para as competições. Além disso, leva‐se em consideração a periodização
necessária para cada ciclo, inserção de programações multidisciplinares, períodos
de descanso, toda e qualquer atividade que crie o melhor suporte e apoio
necessário para o jovem atleta.
Já os objetivos de competição devem abranger a fase onde se inicia as
disputas das competições, que dura praticamente toda a temporada, e deve ser
encarada como um laboratório prático para se executar tudo aquilo que foi
planejado no início do ano. Apesar de se lutar contra o extremo prazer da
conquista, este período não deve ser marcado pela ânsia de se conquistar títulos,
mas sim em colocar os jovens atletas em praticar o futebol e vivenciar a maior
gama possível de experiências contra infinitos modelos de jogo, sistemas táticos e
condições adversas, para que quando atinja o limite de idade, todos estejam
preparados para atuar profissionalmente num clube de futebol. Em cada
treinamento, em cada partida e em cada período pós‐jogo, deve‐se analisar com
critérios tudo o que foi realizado. Devem‐se trabalhar os erros, analisar os acertos
e criar adaptações de ensino prático para atingir todas as necessidades exigidas
para o desenvolvimento de cada atleta.
Desta forma, chegamos à conclusão que os objetivos que devem reger o
processo de formação devem ser revertidos para a base do esporte de alto
rendimento, ou seja, nossa meta principal será através de estágios básicos
desportivos, onde a concretização do processo de formação das pessoas será o
objetivo principal, uma vez que quanto mais distante é o objetivo final de se tornar
11
um jogador profissional completo (cognitivo, moral e motor), maior deve ser a luta
e a entrega de todos no processo de formação educacional desportiva dos atletas
envolvidos.
1.4 OS OBJETIVOS PROPOSTOS DA FORMAÇÃO DESPORTIVA
Todos os clubes devem planejar um modelo de ações coerentes,
programadas, pesquisadas e exaustivamente testadas, em que as bases do
processo de treinamento desportivo estejam alinhadas cuidadosamente com uma
linha pré‐determinada de trabalho, que deve ser preservada em todas as
categorias. Para executarmos esta programação é necessário definirmos os
objetivos globais que irão determinar a dimensão educativa do processo aludido.
Desta forma, apresentamos a seguir uma série de objetivos que devem fazer parte
deste processo de formação:
1. Fomentar a participação das crianças e jovens com o desenvolvimento da sua
moralidade, a partir da capacitação moral e social, tais como o respeito,
generosidade e os valores de cooperação;
2. Considerar a criança como prioridade e não a atividade a ser ministrada;
3. Fomentar o espírito de fair play (jogo limpo);
4. Reforçar o caráter educativo do futebol, do desenvolvimento da criança nos
aspectos educacionais e desportivos;
5. Envolver a família no projeto do clube. Esta é uma condição primordial para a
socialização das crianças e para a compreensão mútua do trabalho realizado
(pais, responsáveis e treinadores), onde o principal beneficiado será a criança;
6. Considerar e avaliar todos os agentes envolvidos no processo de formação
desportiva: professores/formadores, público, pais, árbitros e etc.;
7. Estabelecer uma filosofia da educação desportiva no seu sentido mais amplo,
relativizando os resultados e promovendo a participação de todos;
8. Promover um clima democrático através do diálogo, a reflexão, as críticas, as
abordagens das questões morais e as discussões em grupos;
9. Criar uma identidade para o trabalho do clube.
Estes objetivos determinam a consistência para a elaboração da
programação e representam o mínimo para se começar o projeto. Eles devem ser
comuns em todas as categorias de base do clube e, portanto conhecido pelos
profissionais formadores e pelas crianças e seus familiares. A consistência das
programações será marcada por objetivos que levem a dimensão educativa do
processo e deve alcançar progressões ao longo do desenvolvimento das
categorias, respeitando todas as metas físicas, técnicas, táticas e psicológicas dos
atletas. Estes objetivos devem variar de acordo com o grau de desenvolvimento
das crianças, permitindo com que a equipe de profissionais formadores possa
direcionar a cada temporada o caminho a ser seguido.
12
EXECUÇÃO DO PROJETO DE FORMAÇÃO
DOS NOSSOS ATLETAS
2.1 COLÉGIO VASCO DA GAMA: UMA ESCOLA DENTRO DO CLUBE
A formação de pessoas sempre acontece em
determinados espaços ou locais, e no caso
específico do Futebol o clube desportivo é um
local clássico onde o processo de formação
acontece de forma mais intensa.
O CRVG, dentro do seu habitual pioneirismo,
aliou o processo de Formação Desportiva com
o processo de formação acadêmica, fundando
o Colégio Vasco da Gama, que é de suma
importância e fundamental para a
globalização da formação dos nossos jovens
atletas. Hoje é reconhecido por inúmeras correntes de pesquisadores
educacionais, que é essencial na formação dos jovens, a união e complementação
das formações acadêmicas e desportivas.
Na Formação Desportiva o cuidado e a atenção atribuídos à formação ética
são na generalidade muito reduzidos. A sociedade aponta para modelos de
sucesso desportivo, onde o resultado final é reverenciado com absoluto e
memorável êxito. Muitas vezes questões importantes e significativas como:
caráter, moral, nível social, etc., ficam relegadas a segundo plano, causando com
isto o aparecimento de atitudes e condutas reprováveis, com consequências
diretas no plano educativo e formativo.
A Formação Desportiva não deve ser encarada como um processo globalizante,
que visa só, o desenvolvimento das capacidades específicas (físicas, técnicas,
táticas e psíquicas) do Futebol. É fundamental para todo jovem a criação de
hábitos desportivos, a melhoria da saúde e a aquisição de um conjunto de valores,
tais quais: responsabilidade, solidariedade, cooperação, contribuindo de forma
direta na formação integral dos atletas.
O Futebol é um esporte extremamente seletivo, muitos jovens que iniciam
a sua formação no clube no início da sua juventude provavelmente nunca irão
jogar profissionalmente no CRVG. Segundo pesquisas existentes, somente de 10 a
15% dos atletas que iniciam um processo de formação num clube de futebol,
chegam ao plantel principal de um clube do porte do CRVG. Devido a isto que o
CRVG investe maciçamente no estudo regular dos nossos jovens atletas, onde
todos são orientados a estudar e complementar a sua vida acadêmica, uma vez
que é responsabilidade do clube enfatizar não só o seu desenvolvimento
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Currículo padrão do Club Componente
Componente Técnico de Regatas Vasco da Vocacional
Gama
Componente Componente
Nutricional Emocional
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2.2 – ORGANOGRAMA DA BASE
Presidente
Diretor de
Coordenador Base Gerente
Ciêntifico
Supervisor Supervisor
Nutrição
Coordenador Coordenador
Fisiologia
Técnico Técnico
Psicologia
Aux. Técnico Aux. Técnico
Medicina
Massagista Massagista
Fisioterapia
Roupeiro Roupeiro
Odontologia
Preparação
Estagiário Estagiário
Física
2.2.1 COMPONENTE ACADÊMICO
Tradicionalmente e durante muitos anos este componente do
desenvolvimento de um jogador foi considerado por muitos como
irrelevante. No entanto, a crescente informação dos benefícios de produzir
jovens mais completos e com várias competências assegurou que a
educação tem que fazer parte de todo o processo de desenvolvimento dos
jovens existentes num clube. O suporte educacional fornecido pelo CRVG
15
através do Colégio Vasco da Gama é planejado de forma com que os atletas
não tenham prejuízos em nenhuma das áreas desenvolvidas, através de um
constante monitoramento das atividades, fazendo com que a integração
entre os componentes seja global.
Em suma e analisando o capítulo destinado a Equipe Multidisciplinar
de Trabalho, percebemos as preocupações existentes por parte do CRVG em
formar jogadores de futebol cada vez mais completos, através de um
processo holístico. Sendo assim, todo o planejamento efetuado, com
minúcias de requinte tecnológico faz com que estes jovens atletas trilhem o
melhor caminho rumo aos seus objetivos.
Além disso, todas as informações para montagem dos planejamentos
dos atletas se baseiam em estudos científicos publicados em revistas de
qualidade. Desta forma, os profissionais da Base produziram diversos
estudos relacionados às lacunas existentes e dúvidas relacionadas ao
processo acadêmico como forma de solucionar tais problemas e contribuir
com o futebol nacional e internacional.
ESTUDOS PRODUZIDOS PELOS PROFISSIONAIS DA BASE
ESTUDO REVISTA PAÍS SITUAÇÃO ANO AUTOR
PERFIL ANTROOMÉTRICO, COMPOSICIÓN CORPORAL COLOMBIA
Educación Física y
Y SOMATOTIPO DE FUTBOLISTAS BRASILEÑO DE PUBLICADO 2015 Herdy et al.
DIFERENTES CATEGORÍAS Y POSICIONES. Desporte
INGLATERRA
Football Medicine
PREVALENCE OF SPORTS INJURIES IN YOUNG Strategies Return to APRESENTADO 2016 Herdy et al.
BRAZILIAN FOOTBALLERS Play
LOW VOLUME OFF STATIC STRETCHING NOT BRASIL
Medical Costa e
MODULATES HEART RATE VARIABILITY IN TRAINED PUBLICADO 2016
MEN Espress Silva et al.
Revista Brasileira de BRASIL
PERIODIZAÇÃO ONDULATORIA SOBRE OS GANHOS
Prescrição e PUBLICADO 2017 Bussi et al.
DE FORCA EM ATLETAS DO FUTEBOL
Fisiologia do Exercício
OCCURRENCE AND TYPE OF SPORTS INJURIES IN
ITÁLIA
ELITE YOUNG BRAZILIAN FOOTBALLERS AND Archivos de Medicina
RELATIONSHIP BETWEEN CHARACTERISTICS OF TNE
PUBLICADO 2017 Herdy et al.
del Deporte
GAME.
ESPANHA
KNEE FLEXORS AND EXTENSORS STRENGTH IN
Apunts. Medicina de
PROFISSIONAL BRAZILIAN FOOTBALL PLAYERS: A PUBLICADO 2017 Herdy et al.
STUDY OF THE EFFECT OF AGE AND POSITION l’esport
Revista Brasileira de BRASIL
RELAÇÃO DE DESEQUILÍBRIOS MUSCULARES EM
JOGADORES DEFUTEBOL: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Prescrição e PUBLICADO 2017 Herdy et al.
Fisiologia do Exercício
ÍNDIA
PERFIL DA MATURAÇÅO ESQUELÉTICA DE JOVENS International Journal
GOLEIROS DE UM CLUBE BRASILEIRO: UM ESTUDO of Sport, Exercise and PUBLICADO 2017 Ramos et al.
TRANSVERSAL
Health Research
16
INVESTIMENTOS
3.1 INVESTIMENTOS EM MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA
O Departamento de Futebol de Base do CRVG tem como missão principal
promover o desenvolvimento dos jovens atletas de Futebol em todos os níveis,
oferecendo oportunidades de alta qualidade de ensino e aprendizagem.
Neste sentido, um grande investimento que o CRVG realiza é o comprometimento
e desenvolvimento dos profissionais que ministram as atividades diárias do
Futebol de Base, expondo‐os à aprendizagem de alta qualidade e ambientes
extremamente propícios, incentivando‐os a pesquisas, a cursos de extensão na
área, a palestras de profissionais de renome, ao cultivo de elaboração de
programas e discussões de assuntos relacionados ao tema.
O processo de Formação Desportiva dos atletas é uma combinação da
perfeita orientação com uma aprendizagem positiva, capaz de provocar nos jovens
o desejo e confiança para absorver o que é passado por nossos treinadores,
facilitando o momento decisivo em que o atleta terá que pensar sozinho e tomar
suas decisões em frações de segundos durante uma partida. O Treinador nada
mais é que um facilitador do ambiente de aprendizagem e suas orientações
quando captadas com seriedade, serão os alimentos necessários para um
desenvolvimento continuo e gradual dos jogadores.
Bons
Treinadores
Excelentes
Atletas
Bons
treinamentos
17
Para ajudar a acelerar o processo de preparação dos nossos profissionais
e melhorar diariamente a dinâmica dos treinamentos ministrados, o CRVG está
criando um processo sem precedentes na sua história, que é a implantação e
desenvolvimento do “Currículo de Formação Desportiva” do Departamento de
Futebol de Base. Com a elaboração de um caderno de metodologia de trabalho,
que inclui também premissas para a contratação de corpo técnico específico,
que se adapte a forma como o trabalho está sendo planejado e atenda todas
as diretrizes para ocupação dos respectivos cargos.
3.2 INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIA
O investimento tecnológico maciço está sendo feito para que a evolução
progressiva da estrutura físico/tecnológica acompanhe o padrão planejado
para os treinamentos ministrados. O objetivo deste investimento é melhorar a
qualidade das informações coletadas através dos equipamentos e com isto
aumentar a frequência de aprendizagem prática e teórica, nos propiciando um
ambiente rico em dados fidedignos dos atletas, com subsídios necessários para
programar uma estrutura que incorpora ciclos de debates, grupos de estudos e
interações específicas sobre todos os jovens atletas.
Se formos somar os investimentos da mão de obra especializada junto
com o investimento em tecnologia, podemos visualizar uma situação clara de
seriedade do trabalho, além de buscar o melhor suporte para atender os jovens
atletas.
Aplicação Experiência
Desenvolvimento Reflexão
18
3.3 INVESTIMENTOS EM ÁREAS FÍSICAS E INSTALAÇÕES
O investimento em áreas físicas e instalações desportivas é um grande
diferencial que o CRVG está oferecendo para os seus atletas. A construção do
CAPRRES‐Base, o arrendamento de campos oficiais, manutenção e recuperação
de áreas desportivas, proporcionam ambientes adequados para o
desenvolvimento de treinamentos de alta qualidade, com aprimoramento dos
fundamentos técnicos do Futebol.
CAPRRES‐Base
19
CAPÍTULO 2
METODOLOGIA DE
TREINAMENTO
20
FILOSOFIA DE TRABALHO
A filosofia de trabalho do Club de Regatas Vasco da Gama tem como objetivo
o desenvolvimento do atleta em sua integralidade, de forma que contemple sua
formação disciplinar, técnica, tática, física, cognitiva, educacional e psicológica. O
clube é reconhecido historicamente como clube formador de atletas e esta
preocupação se caracteriza não só pela formação de atletas profissionais, mas
principalmente pelo caráter educativo, desenvolvendo assim aspectos morais,
éticos e sociais, essenciais na formação de um cidadão. Dentro desta perspectiva,
o clube oferece a todos os atletas a metodologia de treinamento única, escola
própria, apoio psicológico, assistente social, acompanhamento nutricional, aulas de
inglês, intervenção fisioterápica, entre outros.
Neste sentido, o clube conta com profissionais experientes no treinamento
de atletas de alto rendimento e com passagens por clubes internacionais. Este
conhecimento prático dos profissionais encontra alicerce teórico e científico nesta
metodologia, idealizada e baseada nos mais modernos conceitos de treinamento
para o desenvolvimento técnico, tático e físico dos jogadores. No sentido de
garantir a aplicação desta metodologia, o clube tem uma preocupação constante
com formação dos treinadores, preparadores, auxiliares técnicos e treinadores de
goleiros promovendo palestras e grupos de estudos para que os mesmos se
mantenham constantemente atualizados.
Sendo assim, a metodologia de treinamento Vasco da Gama centra‐se no
âmbito individual do desenvolvimento das capacidades físicas determinantes para
o jogo de futebol, bem como na qualidade das ações técnicas realizadas pelos
nossos atletas. Já no âmbito coletivo, temos como foco desenvolver o espírito de
equipe, mas principalmente ensinar as variáveis táticas mais modernas do futebol,
como: tomada de decisão, antecipação, variações de esquema tático, vivência em
diversas posições e desenvolvimento do modelo de jogo. Por estes motivos,
decidimos criar este documento que é exclusivo do Club de Regatas Vasco da Gama
e que tem como finalidade nortear todas as atividades desenvolvidas
internamente.
Missão
Encontrar, atualizar e desenvolver e o talento desportivo no contexto
do futebol, formando atletas e homens.
Visão
Proporcionar aos nossos atletas a melhor e mais moderna experiência em
treinamento de futebol.
21
Princípios e deveres
Para melhor atender nossa filosofia de trabalho bem como nossa
missão e visão devemos nos manter sempre atualizados enquanto profissionais,
mais especificamente como profissionais do futebol. Devem ser respeitados todos
os deveres e direitos inerentes a esta profissão, mas em especial o direito dos
atletas de serem tratados sempre de forma respeitosa e cordial por parte de
qualquer funcionário do Club de Regatas Vasco da Gama. Nosso compromisso é
nos esforçarmos ao máximo para atender os objetivos dos nossos atletas,
tornando‐os aptos para alcançarem seus sonhos no futuro mais próximo possível.
Perfil do Treinador
Todos os nossos treinadores e preparadores físicos são profissionais
graduados em educação física e com larga experiência na formação de jovens
jogadores de futebol. Neste sentido, para nós, o ensino correto do futebol envolve
o uso correto e pedagógico dos conteúdos relacionados ao desporto. Nos treinos,
os exercícios são discutidos previamente em reuniões semanais, onde são
analisados relatórios e imagens de jogos anteriores, a fim de que se estabeleçam
as condições necessárias para um correto entendimento dos princípios de jogo
estabelecidos no presente documento.
Os treinadores e preparadores físicos devem apresentar o seguinte perfil
1. Ser formado como Bacharel em educação física.
2. Ter experiência nacional e internacional no âmbito do treinamento de
futebol para crianças e jovens.
3. Demonstrar atitude crítico‐reflexivo perante a produção de conhecimento
da área, visando obter subsídios para o aprimoramento constante de seu trabalho
no âmbito do treino do futebol.
4. Utilizar linguajar adequado e respeitoso no tratamento dos atletas,
responsáveis e funcionários.
5. Dominar os conhecimentos específicos da Educação Física e suas interfaces
com as demais disciplinas do futebol.
6. Estar atualizado no que se refere aos métodos e meios de treinamento do
futebol moderno.
7. Dominar métodos e procedimentos que permitam adequar as atividades
de ensino às características dos atletas, a fim de desenvolver situações didáticas
que potencializem o enriquecimento da performance de jogo dos indivíduos.
8. Apresentar‐se adequadamente uniformizados nos horários de treino,
assim como, quando ainda estiver presente no local de trabalho utilizar vestimenta
e postura condizente com a sua atribuição e responsabilidade de profissional do
futebol.
9. Ser profundo conhecedor da metodologia de treinamento Club de Regatas
Vasco da Gama, sendo agente ativo no constante desenvolvimento da atual
metodologia, propondo novas ideias e conceitos de treino.
22
Habilidades dos treinadores e preparadores físicos
1. Analisar criticamente as orientações da metodologia do Club de Regatas
Vasco da Gama e sua adequação para o treinamento do futebol.
2. Identificar os elementos relevantes às estratégias de ensino adequadas.
3. Identificar dificuldades e facilidades apresentadas pelos atletas por ocasião
do desenvolvimento de atividades de treino.
4. Reconhecer, nas diferentes teorias e métodos de ensino, as que melhor
permitem a transposição didática de conhecimentos sobre futebol.
5. Reconhecer aspectos biológicos, neurocomportamentais e sociais
aplicáveis em situações didáticas, que permitam trabalhar o futebol na perspectiva
de treinamento.
6. Conhecer os fundamentos teórico‐metodológicos da Educação Física, a fim
de subsidiar a reflexão constante sobre a própria prática pedagógica.
7. Identificar estratégias de ensino que favoreçam a criatividade e a
autonomia do atleta.
8. Identificar instrumentos que possibilitem a coleta de informações sobre o
comportamento dos atletas, visando um diagnóstico da realidade com vistas ao
planejamento metodológico.
9. Reconhecer e valorizar as deficiências técnicas e táticas dos atletas, bem
como o seu desenvolvimento, estabelecendo plano de ações para correções e
melhora de tais deficiências.
10. Analisar criticamente a presença de vícios de aprendizagem que possam
estar interferindo no correto desenvolvimento do atleta.
11. Identificar as diferentes classificações do futebol e os elementos que o
caracterizam.
12. Reconhecer os fundamentos das diversas funções atribuídas a ele (passe,
domínio, finalização e condução).
13. Relacionar as modificações técnicas e táticas do futebol e as
transformações do futebol moderno.
14. Analisar os recursos gestuais utilizados pelos atletas durante as atividades
e compará‐los com os gestos específicos de cada fundamento.
15. Identificar as formas de desenvolvimento, manutenção e avaliação das
capacidades físicas condicionantes.
16. Identificar as variáveis envolvidas na realização de atividades físicas
voltadas para a melhoria do desempenho.
23
CAPÍTULO 3
ESTILO E PRINCÍPIOS DE JOGO
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ABORDAGENS DE TREINAMENTO
O futebol é classificado assim como outras modalidades (basquetebol,
voleibol, handebol, entre outros), como jogos desportivos coletivos. Os jogos
desportivos coletivos caracterizam‐se pelo confronto entre duas equipes,
constituídas por um conjunto de jogadores em interação e através da conjugação
da diversidade de ações permitidas pelas leis do jogo, procurando superiorizar‐se
ao adversário. Trata‐se então de atividades desportivas cujas ações de jogo
ocorrem em contextos diversificados nos quais os elementos que se defrontam
disputam objetivos comuns, competindo para gerir em proveito próprio o tempo
e o espaço, e realizando ações reversíveis de sinal contrário alicerçadas em
relações de oposição versus cooperação. Entretanto, quando comparado com as
demais modalidades também classificadas como jogos desportivos coletivos
(basquetebol, voleibol e handebol), o futebol pode ser considerado como um
esporte de alta complexidade, especialmente pelo tamanho do campo de jogo,
número de jogadores que interagem e pelo fato de ser praticado com os pés.
Outro aspecto determinante do Futebol é o fato de ser multidimensional, ou
seja, a interdependência entre os componentes físicos, técnicos, táticos e
psicológicos. Entretanto, apesar da existência desta interação, o Futebol vem
sendo desenvolvimento de maneira segmentada, através de abordagens
reducionistas e de maneira descontextualizada. Nos métodos reducionistas
(tradicionais) ocorrem poucas restrições das tarefas visando facilitar o
aprendizado dos alunos através de soluções únicas para os objetivos. Em outras
palavras, privilegiam o ensino do jogo pelas suas partes, (por exemplo: treino
técnico, tático e físico), separadamente, pois se acredita que ao serem somadas,
haverá um melhor desempenho do jogador na partida. No entanto, tais métodos
fornecem um alcance limitado para a variedade de ações dos jogadores, uma vez
que, se propõem a diminuir as incertezas das ações/tarefas e racionalizar as
tomadas de decisões. Por esse motivo, a utilização de exercícios tradicionais vem
sendo profundamente criticada, pois negligencia o papel ativo do ambiente na
realização dos movimentos e da tomada de decisão.
Neste sentido é que consideramos mais apropriado para os nossos atletas o
ensino do Futebol através principalmente da abordagem sistêmica. A abordagem
sistêmica considera o Futebol como um sistema adaptativo complexo que
proporciona o surgimento de padrões de comportamentos e tomadas de decisão
entre a equipe, o adversário e o ambiente, ou seja, as tarefas de treinamento no
Futebol devem ser pautadas na especificidade do jogo, assemelhando‐se ao
ambiente competitivo. Na prática, o método de ensino‐aprendizagem do Futebol
no Club de Regatas Vasco da Gama baseia‐se na utilização de jogos reduzidos e
condicionados (JRCs). Esta escolha foi feita com base no que há de mais moderno
em termos de treino e atualmente é utilizado nas principais universidades
americanas e nos mais famosos clubes europeus. O objetivo é desenvolver os
jogadores nas vertentes técnicas, táticas e físicas de maneira holística e
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contextualizada. Sendo assim, quando comparado ao jogo formal, os JRCs
potencializam o desenvolvimento dos jogadores nas habilidades específicas,
tomadas de decisão e em contextos muito similares.
Os JRCs são jogos que oferecem diversas possibilidades de manipulação
como: nº de jogadores, tamanho do campo, nº e tipo de alvos, regras,
superioridade e inferioridade numérica. O objetivo desta manipulação é
potencializar determinados comportamentos táticos através do estímulo à
diferentes soluções para a tarefa escolhida. Isto ocorre porque os jogadores e as
equipes utilizam informações do ambiente (jogo e suas manipulações) para
coordenar seus movimentos e comportamentos visando o desempenho bem‐
sucedido. De acordo com a abordagem sistêmica, o comportamento emerge da
interação dinâmica entre cada indivíduo, ambiente e constrangimentos da tarefa.
Isto ocorre devido ao conteúdo informacional desses constrangimentos que
especificam possibilidades de ação interpretadas pelos jogadores.
De acordo com os constrangimentos, os jogadores interpretam diferentes
possibilidades de ação durante a sua interação com o meio em que estão
inseridos. Desta forma, diferentes constrangimentos podem modelar diversos
comportamentos nos jogadores, uma vez que proporcionarão muitas
possibilidades para ação do jogo. A partir da manipulação dos constrangimentos,
também é possível tornar o JRCs mais ou menos intenso, priorizar força ou
resistência muscular, aumentar a tolerância à fadiga ou melhorar a velocidade de
deslocamento, promovendo assim melhora no desempenho físico dos jogadores.
Além da manipulação dos constrangimentos com características físicas e
fisiológicas, nossa metodologia de treinamento também tem como objetivo
aprimorar nos nossos atletas os diversos momentos do jogo de futebol. O jogo de
futebol, em sua condição tradicional, pode ser entendido em 5 diferentes
momentos que compõem a partida: organização ofensiva, transição defensiva,
organização defensiva, transição ofensiva e bola paradas. Para ser compreendido
como um todo, ou seja, com uma unidade contextualizada, e mais similar ao jogo
formal, os jogos reduzidos e condicionados no futebol devem apresentar todos os
5 momentos descritos anteriormente ou o maior número possível. É neste sentido
que entendemos que nossa metodologia de treinos deve contemplar na maior
parte dos exercícios a relação de oposição entre atacantes e defensores, isto
porque, entendemos que todo e qualquer exercício para ser específico no
desenvolvimento de jogadores de futebol, deve conter ao menos os 4 momentos
principais do jogo, organização ofensiva, transição defensiva, organização
defensiva e transição ofensiva.
Neste contexto, nossa metodologia prioriza não os momentos do jogo
citados anteriormente, mas também as escalas de relação dentro da própria
equipe, ou seja, o jogar é uma totalidade que resulta das interações entre os
jogadores, não sendo interpretado como um somatório de acontecimentos
aleatórios. Para que esta afirmação seja entendida no dia‐a‐dia de treinamento,
os professores devem desenvolver cada um dos momentos do jogo dentro de uma
escala de relações hierarquizada pelo número de jogadores envolvidos da equipe.
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Sendo assim, esta escala de relações também segue uma ordem de complexidade
e começa com as ações relacionadas a todos os setores da equipe, ou seja, onde
todos os jogadores estão envolvidos. Este nível de relações, chamamos de escala
coletiva. Em um nível menos complexo, e consequentemente, com uma
quantidade menor de jogadores, onde as ações estão relacionadas à interação
entre dois setores da equipe como defesa e meio‐campo, meio‐campo e ataque,
entre outros, é chamado de inter‐setorial. Outro nível de escala de relações em
que jogadores de diferentes setores do campo se relacionam, mas sem a presença
de todos os jogadores do mesmo setor, por exemplo, 2 jogadores de defesa com
2 jogadores de meio‐campo e 1 jogador do ataque, é chamado de escala grupal.
Diminuindo ainda mais a escala de complexidade e relações atingimos o nível
setorial. Neste nível as ações estão relacionadas a um mesmo setor da equipe
como, defesa, meio campo ou ataque, é neste setor que devem ser desenvolvidos
os treinos para aprimoramento das capacidades de cada setor em especificidade.
Por último, mas não menos importantes, na escala individual são desenvolvidas as
ações relacionadas às características e deficiências de cada jogador.
Na escala individual, entendendo que para estes momentos a atuação do
professor deve ser feita de forma mais individualizada possível, no intuito de
maximizar os ganhos de performance, lançamos mão de exercícios analíticos. Os
exercícios analíticos caracterizam‐se pela repetição, é centrado na técnica, em
exercícios onde há predominância de repetições dos gestos esportivos do atleta
em cima de algumas técnicas específicas, ajudando assim, a memorizar e a
automatizar o gesto técnico em nosso Sistema Nervoso Central, é o aprendizado
de técnica. As habilidades são treinadas fora do contexto de jogo para que, depois,
possam ser transferidas para as situações de jogo propriamente ditas, ou seja,
consiste em ensinar destrezas motoras por partes, para, posteriormente, uni‐las.
Em resumo, pode‐se treinar somente um tipo de técnica, até que ela esteja bem
desenvolvida e assimilada. Esse método é muito para aperfeiçoar a técnica ou
ainda, para corrigir um possível erro do gesto técnico em uma determinada ação
motora realizada no jogo.
Estrutura das sessões de treino
As sessões de treinamento têm a duração média de 90 minutos, e tem como
objetivo principal o desenvolvimento técnico‐tático e a formação jogadores
inteligentes e versáteis que atendam às exigências do futebol moderno. Cada
sessão de treinamento é elaborada pelos treinadores com exercícios adequados
às necessidades e deficiências de cada atleta e à categoria em que estão inseridos.
Neste contexto, os treinos são escolhidos especificamente para o
desenvolvimento de cada atleta, onde são elaboradas tarefas para um correto
aprendizado dos princípios fundamentais do jogo de futebol. Todos os aspectos
manipulados dentro de cada sessão de treino são discutidos previamente pelos
treinadores, estagiários e coordenador técnico. Os aspectos como, nível de
dificuldade dos exercícios, objetivo da sessão de treino, feedback do professor
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para os alunos e carga fisiológica dos exercícios são cuidadosamente avaliados e
elaborados em especificidade para cada equipe e/ou atleta.
Como características básicas as nossas sessões de treinamento devem
contemplar aspectos principais: intensidade, densidade e dinamismo. Intensidade
refere‐se a como os exercícios devem ser realizados pelos atletas. É exigido que os
atletas executem todas as tarefas com o máximo de dedicação e compromisso, os
treinadores devem cobrar dos seus atletas o máximo de concentração e que os
mesmos realizem o maior número de vezes a ação técnico‐tática necessária na
tarefa no intervalo de tempo pré‐determinado. Densidade é o aproveitamento
máximo do tempo da sessão de treino, significa que o intervalo de tempo entre os
exercícios dentro da mesma sessão de treino deve ser o mínimo possível, fazendo
com que os atletas fiquem o máximo de tempo realizando os exercícios. Sendo
assim, o tempo de atividade deve ser maior do que o tempo de descanso e/ou
intervalo. Dinamismo é deixar a maior parte dos atletas, de preferência todos, em
atividade nos exercícios, reduzindo assim atividade onde o tempo de espera entre
um estímulo e outro seja muito demorado. É importante que todos os atletas se
mantenham em constante aprendizado e consequentemente realizando o maior
número possível de ações técnico‐táticas.
HABILIDADES TÁTICAS TRABALHADAS EM CADA FAIXA ETÁRIA
IDADE HABILIDADES TÁTICAS
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IDADE HABILIDADES TÁTICAS
Organização Transição
Organização defensiva: Transição defensiva:
ofensiva ofensiva
Pressão ao portador da Reação após perda de Aproveitar os Mudança de
bola posse espaços do campo atitude
Valorizar a posse de Retirada da zona
Evitar o passe vertical Ocupação de espaços
12 a 14 bola de pressão
anos Tipos de marcação: Compactação/concent Criar superioridade Valorização da
individual/zona ração numérica posse de bola
Conhecer as zonas de Quantidade de
pressão finalização
Variedade de
Marcação por zona
finalização
Organização Transição
Organização defensiva: Transição defensiva:
ofensiva ofensiva
Pressão ao portador da Reação após perda de Aproveitar os Mudança de
bola posse espaços do campo atitude
Valorizar a posse de Retirada da zona
Evitar o passe vertical Ocupação de espaços
bola de pressão
Variedade de
Marcação por zona
finalização
Criar superioridade
Evitar passe entre linha
numérica
Conseguir alternar as
zonas de marcação
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IDADE HABILIDADES TÁTICAS
Transição Transição
Organização defensiva: Organização ofensiva
defensiva: ofensiva
Pressão ao portador da Reação após perda Aproveitar os espaços Mudança de
bola de posse do campo atitude
Ocupação de Valorizar a posse de Retirada da zona
Evitar o passe vertical
espaços bola de pressão
Tipos de marcação: Compactação/conce Valorização da
Saída de bola
individual/zona ntração posse de bola
17 anos Superioridade
Conhecer as zonas de Quantidade de
em numérica próximo a Objetividade
pressão finalização
diante bola
Variedade de
Marcação por zona
finalização
Criar superioridade
Evitar passe entre linha
numérica
Conseguir alternar as
Equilíbrio ofensivo
zonas de marcação
Pressing
Equilíbrio defensivo
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COMANDOS E CONCEITOS TÁTICOS
COMANDO DEFINIÇÃO
O jogador dominar a bola já a posicionando para a ação futura que irá
Domínio orientado
realizar.
Jogo apoiado Aproximação dos jogadores para troca de passes.
Passe entre linha Passe realizado entre dois marcadores da equipe adversária.
Penetração Progressão do portador da bola em direção ao gol adversário.
Mobilidade Movimento do atacante que rompe a última linha da defesa adversária.
Contenção Ações de oposição do jogador de defesa ao portador da bola.
Apoio defensivo ao jogador que está realizando a contenção do portador
Cobertura defensiva
da bola.
Amplitude Utilização do espaço do campo em relação a sua largura.
Profundidade Utilização do espaço do campo em relação ao seu comprimento.
Compactação Aproximação dos setores da equipe.
Pressionar a equipe que está com a posse da bola no meio‐campo
Marcação bloco alto
ofensivo do marcador.
Marcação bloco médio Pressionar a equipe adversária a partir do meio‐campo.
Marcação bloco baixo Pressionar a equipe adversária atrás da intermediária defensiva.
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CONCEITO DEFINIÇÃO
Pressionar ao jogador adversário que está com a posse da bola. O intuito
da pressão é induzir o adversário ao erro (não necessariamente roubar a
Pressão ao portador da bola posse de bola), ou fazer com que o adversário dê as costas para o seu
campo de ataque; ou quando o atacante já receber a bola nesta posição,
não permitir que ele gire em direção ao campo ofensivo.
Quando não for possível induzir o adversário a ficar de costas para o
campo de ataque, o marcador deverá evitar que o atacante realize um
Evitar o passe vertical
passe vertical (em direção ao gol de ataque), somente permitindo que o
mesmo realize passes para os lados ou para trás.
Tipos de marcação:
Identificar os dois tipos de marcação: individual e zona.
individual/zona
Saber realizar a marcação nas diferentes zonas de pressão: campo
Conhecer as zonas de pressão
adversário, na intermediária adversária e no meio‐campo.
Tem como objetivo a ocupação de espaços considerados importantes
Marcação por zona para a equipe que está atacando, o que dificulta a chegada do adversário
ao gol.
Evitar que o passe adversário seja realizado entre dois jogadores do time
Evitar passe entre linha
que está marcando.
Conseguir alternar as zonas de
A equipe ter capacidade de trocar as zonas de marcação durante um jogo.
marcação
Pressing Marcar pressionando o adversário no campo de defesa adversário.
Manter a posse da bola com o seu time, dificultando o jogo da equipe
Valorizar a posse de bola
adversária.
Os jogadores devem criar linha de passe para o goleiro e conseguir
Saída de bola
progredir para o campo ofensivo através de passes curtos e triangulações.
Quantidade de finalização Criar oportunidades de finalização à baliza adversária.
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Ter a capacidade de finalizar de diferentes maneiras. Seja através de
Variedade de finalização
chute rasteiro, meia altura, no alto, bicicleta, cabeceio.
Ter sempre mais jogadores do seu time do que da equipe adversária
Criar superioridade numérica
próximo a bola.
Quando a equipe está na fase ofensiva, alguns jogadores já esse
Equilíbrio ofensivo posicionam na expectativa de mudar para a fase defensiva, no caso de
ocorrer um contra‐ataque.
Ao perder a bola, o jogador deve buscar recupera‐la imediatamente ou
fechar os espaços para evitar progressão do time adversário. Ao
Mudança de atitude
recuperar a bola, o jogador deve retirar a bola da pressão o mais rápido
possível ou criar espaço para facilitar essa retirada.
Retirar a bola das zonas de maior pressão adversária buscando a
Retirada da zona de pressão
progressão no campo adversário.
Trabalhar a posse de bola com o objetivo de chegar ao gol adversário, de
Objetividade
maneira rápida e eficiente.
ESTILO DO JOGO
2.1 O JOGO
ESTILO OFENSIVO
Todas as equipes serão incentivadas a exibir um estilo de jogo ofensivo baseado
na manutenção da posse de bola com rápida circulação e direcionando seu jogo
sempre para a baliza adversária.
TRANSIÇÕES RÁPIDAS E EFETIVAS
ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA
Defensivamente as equipes deverão realizar marcação por zona, em bloco alto
ou médio, em um posicionamento compacto que dificulte as ações dos
adversários, mas que ao mesmo tempo, facilite as ações ofensivas na retomada
da posse.
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2.2 FORMAÇÕES
FORMAÇÃO ESTRUTURAL
As equipes devem ter como estrutura principal de sua formação, com 4
zagueiros, a estrutura base 1‐4‐3‐3, assim como suas variações: 1‐4‐2‐3‐1 ou 1‐
4‐3‐2‐1. As equipes mais avançadas (SUB‐15 em diante) também poderão
utilizar 1‐4‐4‐2, 1‐4‐1‐4‐1 (com suas variações losango e quadrado). Este
sistema oferece mais espaço nos lados do campo, exigindo mais (fisicamente)
dos laterais para que eles se juntem ao ataque.
LINHA DEFENSIVA
Todas as formações quando tiverem 11 jogadores em campo deverão
preferencialmente formar a primeira linha defensiva com 4 jogadores.
Contudo, não fica em momento algum, excluído o uso de outras formações
como, linha com 3 jogadores ou 5 jogadores. Vale ressaltar que embora o Club
de Regatas Vasco da Gama entenda que para formação de seus atletas a
primeira linha defensiva deve ser formada com 4 jogadores, as variações
também são benéficas para formação dos atletas.
CATEGORIAS SUB‐11, SUB‐12 E SUB‐13
Estas categorias no processo de formação são fortemente encorajadas a jogar
em campo reduzido iniciando nas categorias SUB‐11 com 7 contra 7, no SUB‐
12 9 contra 9 e somente no SUB‐13 11 contra 11. A formação estrutural destes
jogos deverá ser 1‐3‐2‐3. Entende‐se que esta estrutura facilita a aprendizagem
dos princípios expostos neste documento, além de permitir uma melhor
adaptação para o 1‐4‐3‐3 que será exigido nas categorias superiores.
2.3 TÉCNICA
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PASSE E DOMÍNIO
Passes rasteiros rápidos em ritmo constante, assim como a progressão para
passes longos. O domínio deve ser sempre orientado, preparando assim a bola
para próxima jogada.
FINALIZAÇÃO
Encorajar os atletas a finalizarem de diferentes distâncias, e preferencialmente
em condição de jogo.
CONTROLE DE BOLA
Os atletas serão estimulados a manter a bola sempre o mais próximo possível
do corpo, com mudanças rápidas de direção para ludibriar o adversário. É
importante ressaltar que esta condição técnica é a que tem maior estabilidade
ao longo da carreira do atleta, ou seja, atletas que tenham um bom controle de
bola nas categorias mais jovens tendem a manter esta qualidade até o
profissional.
2.4 TÁTICA
POSSE DE BOLA
Todas as equipes devem ter como objetivo a manutenção da posse de bola
jogando preferencialmente com 1 ou 2 toques na bola, estimulando assim a
movimentação constante dos jogadores da equipe com o intuito de sempre
criarem linhas de passe. Uma vez o jogo de posse de bola consolidado, a equipe
deverá ser treinada para ter uma posse efetiva, ou seja, que a posse de bole
busque sempre o terço final do campo com o intuito de buscar a finalização.
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TRANSIÇÕES RÁPIDAS
As transições rápidas devem ser estimuladas, a mudança rápida de uma atitude
ofensiva para uma atitude defensiva quando a equipe perder a posse de bola e
vice‐versa é fundamental para a filosofia do Vasco da Gama de futebol.
2.5 PRINCÍPIOS DE JOGO
ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA
convergentes (em direção ao gol) entre eles. Se o passe tiver que passar entre
as linhas defensivas que seja divergente, ou seja, pelos lados do campo, em
direção aos escanteios.
TRANSIÇÃO DEFENSIVA
1. Reação após perda de posse bola → os atletas deverão reagir o mais
rapidamente possível, seja para pressionar o adversário ou recompor linhas
defensivas, no intuito de impedir a transição ofensiva adversária.
2. Superioridade numérica na pressão no campo adversário →
Imediatamente após a perda da posse de bola, procurar ter mais jogadores do
que adversários próximos da bola, pressionando a equipe adversária no intuito
de recuperar a posse o mais rapidamente possível.
3. Ocupação de espaços → o mais rapidamente possível, aumentar a
concentração e compactação da equipe, fazendo de coordenada à diminuição
dos espaços em amplitude e profundidade.
4. Falta tática → Quando nenhuns dos princípios anteriores forem
realizados, por uma situação emergencial de jogo, auxiliando na tomada de
decisão dos atletas em uma possível escolha pela realização da falta com
objetivo de evitar uma situação desvantajosa. Ressaltando que a realização da
falta é sempre o último recurso.
ORGANIZAÇÃO OFENSIVA
1. Valorização da posse de bola → As equipes deverão manter sempre mais
posse de bola que o adversário. Deve ser estimulada a circulação da bola em
amplitude e profundidade preferencialmente através de passes curtos e
rápidos com o intuito de desequilibrar a equipe adversária. Contudo, o intuito
de manter a posse de bola é sempre procurar o gol, ou seja, a posse de bola
deve ser sempre objetiva.
2. Saída de bola → Priorizar a saída de bola curta em que haja situações de
aproximação dos jogadores criando superioridade numérica próxima à bola,
com intenção de facilitar a chegada ao gol adversário em situação de
finalização.
3. Variedade de finalização → As equipes deverão buscar um maior número
de finalizações que a equipe adversária. Na variedade de finalização também
deve ser prioridade criar situações de finalização de diversas estratégias táticas,
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como: jogadas combinadas, infiltrações, jogadas pelas laterais e bolas paradas.
Assim como, utilizando diferentes recursos técnicos como: cabeceio, chute de
curta, média e longa distância (bate‐pronto, voleio, de primeira) e bola parada
direto para o gol.
4. Equilíbrio defensivo → Mesmo quando es verem com a posse de bola as
nossas equipes devem manter os jogadores em posição de expectativa com a
preocupação com a perda de posse de bola. Isto significa que a linha de
zagueiros deve sempre se manter compacta e próxima aos atacantes
adversários.
TRANSIÇÃO OFENSIVA
1. Objetividade → Após a recuperação da posse de bola, a transição deve
ser feita de maneira rápida, objetiva e em profundidade, ou seja, as equipes
devem buscar chegar ao gol adversário através de passes curtos e verticais. A
transição deve buscar surpreender o adversário sempre do lado menos
compactado da sua defesa.
2. Mudança de atitude → Estímulos diários a tomada de decisão no sentido
de tornar rápida a alteração de uma postura defensiva para uma postura
ofensiva. Neste contexto, criar situação de superioridade numérica em
profundidade no corredor em que a equipe adversária estiver menos
compacta.
3. Retirada da zona de pressão → Imediatamente após a recuperação da
posse de bola, as equipes devem retirar a bola da zona de maior pressão
promovida pelo adversário. Assim, significa buscar a zona do campo de menor
compactação da equipe adversária no intuito de diminuir o risco de perder a
posse de bola e chegar ao gol adversário o mais rapidamente possível.
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CAPÍTULO 4
COMPONENTE NUTRICIONAL
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COMPONENTE NUTRICIONAL
Todo e qualquer atleta do clube deverá conscientizar‐se de que para
atingir suas metas, objetivos e o ápice do rendimento esportivo são primordiais
realizar uma alimentação saudável e adequada as praticas esportivas, além de
realizar adequadamente a ingestão dos suplementos alimentares. A
participação dos familiares nestes processos de incentivo e monitoramento é
fundamental, já que a maior parte das refeições é consumida em casa.
O componente nutricional é extremamente valioso, já que os cálculos de
gasto energético e necessidades de nutrientes dos atletas são feitos baseados
no volume de treinamentos, jogos e demais atividades planejadas pelo grupo
multidisciplinar de trabalho, além das características funcionais e orgânicas de
cada atleta.
Os atletas passam por uma entrevista, onde são levantadas diversas
questões sobre a sua rotina, histórico de doenças na família, histórico de
doenças e lesões dos atletas, preferências alimentares, alergias e intolerâncias
alimentares, além do consumo alimentar habitual. A partir do consumo são
identificadas as possíveis deficiências nutricionais e as intervenções e
orientações para a correção dessas deficiências e a busca de uma vida saudável,
que já são realizadas ao final da entrevista.
A partir do resultado da entrevista e das avaliações físicas feitas pelo
Setor de Fisiologia, são traçadas estratégias nutricionais e de suplementações
individualizadas baseadas em protocolos e estudos científicos com a finalidade
de aprimorar a composição corporal, prevenindo lesões e, consequentemente
proporcionando um melhor do rendimento esportivo dos atletas.
A composição da alimentação antes, durante e após os treinos e jogos
têm interferência direta no desempenho desses indivíduos. A equipe do Setor
de Nutrição planeja a alimentação de jogos e treinos, com fornecimento de
refeições saudáveis e adequadas, oferecendo os nutrientes necessários para
cada momento dos eventos esportivos.
As suplementações de jogos e treinos são feitas nas categorias Sub‐15,
Sub‐17 e Sub‐20 com o objetivo de auxílio na recuperação pós‐treino, aumento
da massa muscular, ganho de força, prevenção de cãibras e aumento do
rendimento esportivo. O coquetel oferecido aos atletas após os treinos são
compostos basicamente por Whey Protein Concentrado, visando à reposição
das proteínas musculares rompidas durante os treinos; Maltodextrina e
Dextrose que são carboidratos para a reposição do glicogênio muscular,
acelerando a recuperação depois do treino e auxiliando no aumento da massa
muscular. Durante as preparações para competições importantes no ano, são
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Durante os jogos é fornecida uma suplementação visando à hidratação
rápida e prevenção de cãibras, e carboidratos em forma de gel para a reposição
imediata de energia. Esses elementos fornecem os nutrientes necessários para
um melhor rendimento nas partidas, principalmente nos minutos finais.
• Palestras para os atletas com orientações nutricionais
para a promoção da alimentação saudável e adequada a
prática esportiva;
• Entrevista nutricional;
• Prescrição nutricional individualizada;
• Alimentação balanceada e adequada para jogos e
treinos;
• Hidratação adequada durante os treinamentos;
• Suplementação de treino adequada à composição
corporal – Whey Protein, Maltodextrina, Dextrose,
Creatina, Glutamina e demais suplementações
especiais;
• Suplementação de jogos – Suplementação
hidroeletrolítica e carboidratos em forma de gel.
• Palestras para os atletas com orientações nutricionais para
a promoção da alimentação saudável e adequada a prática
esportiva;
• Entrevista nutricional;
• Prescrição nutricional individualizada;
• Alimentação balanceada e adequada para jogos e treinos;
• Hidratação adequada durante os treinamentos;
• Suplementação de treino adequada à composição corporal
– Whey Protein, Maltodextrina, Dextrose, Creatina,
Glutamina e demais suplementações especiais;
• Suplementação de jogos – Suplementação
hidroeletrolítica e carboidratos em forma de gel.
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• Palestras para os atletas com orientações nutricionais para
a promoção da alimentação saudável e adequada a prática
esportiva;
• Entrevista nutricional;
• Prescrição nutricional individualizada;
• Alimentação balanceada e adequada para jogos e treinos;
• Hidratação adequada durante os treinamentos;
• Suplementação de treino adequada a composição corporal
– Whey Protein, Maltodextrina, Dextrose, Creatina,
Glutamina e demais suplementações especiais;
• Suplementação de jogos – Suplementação
hidroeletrolítica e carboidratos em forma de gel.
• Palestras para familiares e responsáveis com orientações
nutricionais para a promoção da alimentação saudável e
adequada a prática esportiva;
• Entrevista nutricional;
• Prescrição nutricional individualizada;
• Alimentação balanceada e adequada para jogos e treinos;
• Hidratação adequada durante os treinamentos.
• Palestras para familiares e responsáveis com orientações
nutricionais para a promoção da alimentação saudável e
adequada a prática esportiva;
• Entrevista nutricional;
• Prescrição nutricional individualizada;
• Alimentação balanceada e adequada para jogos e treinos;
• Hidratação adequada durante os treinamentos.
42
CAPÍTULO 5
COMPONENTE PSICOLÓGICO
43
COMPONENTE PSICOLÓGICO
O projeto de Formação Desportiva do CRVG observa que é de extrema
relevância o desenvolvimento psicológico e emocional dos jovens jogadores.
Sabe‐se que o desenvolvimento desta capacidade está muito relacionado com
a ênfase dada à reflexão e a consolidação pelo jovem e por isto, os jovens são
encorajados a ser mais responsáveis com o seu próprio desenvolvimento.
Devido à complexidade existente no desenvolvimento da capacidade
emocional e psicológica, é necessário então, dar‐lhes mais atenção através de
um grupo especializados de profissionais (psicólogos desportivos, assistentes
sociais e pedagogos), capazes de buscar elementos como o estabelecimento e
ajustes de objetivos, bem como o ordenamento da performance desportiva.
A fim de dar o melhor suporte a Base do Vasco da Gama cada comissão
técnica conta com um profissional de psicologia para acompanhar os trabalhos
de preparação e atender as demandas diárias dos atletas em formação.
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CAPÍTULO 6
TREINAMENTO DE FORÇA E
PREPARAÇÃO FÍSICA
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PREPARAÇÃO
TREINAMENTO DE FORÇA
O treinamento de força tem provado ser um método seguro e efetivo de
condicionamento para indivíduos com várias necessidades, metas, e capacidades.
O treinamento de força para crianças e adolescentes tem recebido um aumento
de público e atenção dos profissionais de saúde nos anos recentes. Quando
projetam e avaliam programas de treinamento de força, profissionais de Educação
Física precisam entender diferenças etárias e sexuais na composição corporal,
desempenho muscular, e capacidade de treinamento e suas implicações para cada
indivíduo.
Apesar das preocupações prévias que as crianças e adolescentes não se
beneficiariam com o treinamento de força ou que o risco de lesão fosse muito
grande, os especialistas em treinamento agora concordam que o treinamento de
força pode ser um método seguro e efetivo de condicionamento. Um número
crescente de garotos e garotas está participando desse tipo de atividade, e as
maiores organizações de medicina esportiva agora apoiam a participação de
crianças no treinamento de força, desde que os programas estejam
apropriadamente projetados e competentemente supervisionados. Além disso, os
objetivos da saúde pública corrente têm por meta aumentar o número de crianças
de seis anos ou mais que participam regularmente de atividades físicas que
incrementam e mantêm a força e a resistência musculares.
Ao realizar o treinamento de força em crianças e adolecentes devemos levar
em consideração primeiramente os quesitos abaixo. Esses pontos aplicam‐se a
qualquer faixa etária que trabalhamos no Futebol de Base do Vasco da Gama.
46
Providenciar instrução e supervisão qualificada;
Focar na técnica de execução do exercício;
5 a 10 minutos de aquecimento específico;
1‐3 séries de 6‐15 repetições;
1‐3 séries de 3‐6 repetições (verificar grau de
condicionamento);
Incluir exercícios abdominais e para a região lombar;
Focar no desenvolvimento muscular simétrico e na
musculatura protetora das articulações;
Fazer sempre o volta à calma;
Frequência de 2 a 3 vezes;
Monitorar a evolução das cargas;
Observar a recuperação, hidratação, nutrição e sono.
Nos quadros 1 e 2 logo abaixo seguem as recomendação para ganhos de
força e potência muscular em diferentes atletas de acordo com o grau de
condicionamento no treinamento de força.
Recomendação para progressão no treinamento de força.
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Recomendação para progressão no treinamento de potência muscular.
CONSIDERAÇÕES DO PROGRAMA PARA CRIANÇAS
O treinamento de força deverá ser uma parte de um programa de exercício
bem concatenado para crianças e adolescentes que também endereçam outras
metas de forma física. Embora não haja exigência mínima de idade para
participação em um programa de treinamento de força e potência na juventude,
crianças e adolescentes deverão ter a maturidade emocional para seguir direções
e desejos de tentar esse tipo de atividade. Um exame médico pré–treinamento é
obrigatório para crianças e adolescentes aparentemente saudáveis. A meta dos
programas de treinamento de força não deverá ser limitada à força muscular
aumentada, mas também ensinar crianças sobre seus corpos, promovendo um
interesse na atividade física e ter alegria. Parece provavelmente que desfrutar da
participação em atividades físicas e esportes quando criança influencie esse
indivíduo de modo que seja um adulto ativo posteriormente.
48
Duas áreas importantes de preocupação no desenvolvimento de programas
de treinamento de força são: a qualidade de instrução e taxa de progressão.
Profissionais de saúde devem ter um entendimento por todas as diretrizes de
treinamento e devem falar com crianças e adolescentes a um nível que elas
entendam. O uso de trabalhos diários individualizados pode ajudar cada indivíduo
a se focalizar em seu melhoramento.
Exercícios multiarticulares como agachamentos, puxadas, e supinos podem
ser incorporados em um programa, mas o foco deve permanecer no
desenvolvimento apropriado da forma e da técnica mais do que na quantidade de
peso levantado. A técnica não apurada pode colocar fadiga anormal nos tecidos
músculos esqueléticos e levar a uma lesão. A carga deve ser diminuída se a técnica
apropriada do exercício não puder ser mantida. Quando aprenderem novos
exercícios, as crianças e adolescentes deverão iniciar com um peso leve ou até
mesmo uma vareta de madeira para aprenderem a técnica correta. Profissionais
de Educação Física deverão estar cientes do tempo exigido para ensinar segura e
efetivamente os exercícios. Por causa do risco potencial de lesões no ombro e na
parte da região lombar, exercícios de fortalecimento para o ombro e tronco
deverão ser incorporados ao programa de treinamento. Em outras palavras,
exercícios que seriam prescritos para a reabilitação de lesões no ombro e lombar
deverão ser desempenhados como uma medida preventiva de saúde.
49
PREPARAÇÃO FÍSICA
Os treinamentos devem ser planejados em função da percepção subjetiva de
esforço (PSE), através da Escala de Borg e volume de treino. Desse modo, os
preparados físicos no momento de traçar a intervenção a ser realizada devem escolher
em qual PSE e volume desejam trabalhar com os atletas, gerando assim a minutagem
que deverá ser utilizado nesse treinamento.
VOLUME (%)
40 50 60 70 80 90 100
1 40 50 60 70 80 90 100
2 38 48 57 67 77 86 96
3 35 45 54 64 73 82 91
4 33 44 51 60 70 78 87
MINUTAGEM
5 30 40 48 57 66 74 82
BORG
50
CAPÍTULO 7
TREINAMENTO DE GOLEIROS
51
TREINAMENTO DE GOLEIROS
O programa de treinamento de goleiros do Club de Regatas Vasco da Gama
busca seguir uma linha uniforme de trabalho a ser realizado por seus preparadores
de goleiros, a fim de desenvolver com plenitude as valências técnicas aliadas à
característica de cada categoria, incluindo a especificidade fisiológica, desde o
acompanhamento do desenvolvimento morfológico e maturacional, até a
evolução de valências neurais específicas da posição, gradativamente conforme o
crescimento e desenvolvimento do atleta.
Em uma atividade de alta complexidade de execuções e com demanda de
carga de trabalho diferenciada como encontramos na realidade dos goleiros, se
faz necessária a atenção para o momento correto de iniciarmos a proposição
determinados tipos de estímulos, tais como potência e diferenciados métodos de
treinamento de força. Desta forma, na condição para a realização de profunda
experimentação motora para os atletas a fim de desenvolver da melhor maneira
possível à capacidade técnica inerente a posição em cada indivíduo, há a
distribuição entre as categorias de base:
CAPACIDADES FÍSICAS
Liberação
Flexibilidade Iniciação Desenvolvimento Especialização
Miofascial
Manutenção
Variações
Equilíbrio Iniciação
(lat /ant‐post)
Impulsão Especialização Manutenção
52
Neste formato, existe a relação das capacidades a serem desenvolvidas e o
momento para o início de seu estímulo, o desenvolvimento com as variadas
estratégias adequadas para obtenção de incremento do rendimento e
consequente melhora dos resultados de acordo com testes específicos. Na fase de
especialização haverá a conciliação de uma capacidade previamente estimulada e
desenvolvida, para enfrentar as situações de especialidade que encontramos nas
partidas, aliando capacidades aos gestos motores inerentes à posição,
desenvolvendo a condição de jogo do atleta. Então se entende que o atleta para
ter a ascensão de categoria no final da temporada deve demonstrar aptidão no
que se propôs ser desenvolvido durante a temporada, e da mesma forma, os
atletas em experiência preferencialmente devem demonstrar também este
desenvolvimento que já caracterizará o grupo de goleiros ao qual ele será inserido.
Nas categorias maiores onde atingimos o trabalho já com o lastro motor
adequado, a estimulação deve ser de manutenção destas capacidades,
aglutinando na proposição das atividades as ordens de execução das
determinadas capacidades descritas.
Já muito se sabe quanto dos efeitos negativos da fadiga central e periférica
na performance de gestos motores específicos dos goleiros. Assim, busca‐se a
atuação deste fator durante os ciclos de treinamento a fim de capacitar o melhor
ganho neural nas atividades, e vincular sua atuação com a realidade do jogo. A
planificação da carga dessa maneira evidencia‐se trabalhosa, mas a responsável
pela característica ágil e potente dos nossos atletas. Desta maneira, os
movimentos a serem executados devem ser planejados principalmente quanto à
quantidade de estímulos e recuperação entre eles, e sua idealização distribuída
durante semana de trabalho de forma a privilegiar a atuação com melhor condição
energética em momentos de jogo.
53
Conforme as demandas de evolução da nossa modalidade, a função tática
do goleiro inserido ao jogo também é importante de ser especificada. Como esta
peculiaridade deve atender também aos anseios dos treinadores das categorias,
subdividimos as variáveis a serem estimuladas pela proposição das atividades
pelos treinadores de goleiros e pela orientação nas atividades em trabalhos com
o grupo. Desta forma, esta tabela ainda está em desenvolvimento a ser proposto
pela coordenação técnica geral do futebol a fim de normatizar a progressão
metodologia destes conteúdos e conceitos de jogo:
54
CONCEITOS TÁTICOS
Orientação
Iniciação Desenvolvimento Especialização Manutenção Manutenção
Espacial
Leitura de
Iniciação Desenvolvimento Especialização Manutenção Manutenção
Jogo
Reposição
Iniciação Desenvolvimento Especialização Manutenção Manutenção
mãos
Reposição
Iniciação Desenvolvimento Especialização Manutenção Manutenção
pés
Jogo com pés
Iniciação Desenvolvimento Especialização Manutenção Manutenção
ofensivo
Jogo com pés
Iniciação Desenvolvimento Especialização Manutenção Manutenção
defensivo
A observação prática na implementação tática nesta temporada, se fez
um novo objeto de investigação. No currículo do clube quanto aos jogadores
de linha, os ciclos de treinamento são desenvolvidos a partir de uma valência
física específica para ser respeitada na periodização de todo o grupo de
determinada categoria. Concluiu‐se dificuldade na adequação dos goleiros
nessa realidade, pois a demanda de suas atividades não variava positiva ou
negativamente para alguma valência, conforme alteração proposta em
dimensão da atividade, número de participantes ou estratégia de regras. A
adaptação durante o ano, para não efetivar efeitos negativos, dependeu de
intervenção para o controle de intervalos de execução, recuando o controle
volume‐intensidade oferecido para os atletas. Desta maneira, nova atualização
deverá ser proposta para um novo currículo, onde a organização e ordem das
atividades para cada sessão de treinamento, assim como a adequação de
número de atletas para cada situação proposta para os trabalhos em grupo
serão alvo de investigação para chegar à conclusão com maior concretude
sobre estes termos.
55
CAPÍTULO 8
FISIOLOGIA
56
FISIOLOGIA
O departamento de futebol amador em conjunto com o departamento
médico e o departamento infanto‐juvenil trabalham em conjunto com o
CAPRRES visando à formação dos jovens atletas. Desta forma, o setor de
fisiologia da base oferece uma equipe especializada nas suas mais variadas
linhas de pesquisas com objetivos de soluções científicas aplicadas aos
treinamentos desses jovens. Abaixo os testes físicos aplicados nas diversas
categorias de base do clube:
Antropometria, Composição Corporal e Somatotipo – Massa
corporal, estatura, dobras cutâneas, circunferências, diâmetros
ósseos, bioimpedância (InBody).
Força e Potência Muscular –Salto Vertical (MyJump App).
Flexibilidade – Sentar e alcançar.
Resistência Cardiovascular – YOYO Test Endurance e Hoff Test.
Agilidade – ShuttleRun.
Maturação – Idade Óssea (Greulich e Pyle) e Estatura Prevista
(Bone Expert).
Antropometria, Composição Corporal e Somatotipo – Massa
corporal, estatura, dobras cutâneas, circunferências, diâmetros
ósseos, bioimpedância (InBody).
Força e Potência Muscular –Salto Vertical (MyJump App).
Flexibilidade – Sentar e alcançar.
Resistência Cardiovascular – YOYO Test Endurance e Hoff Test.
Agilidade – Shuttle Run.
Maturação – Idade Óssea (Greulich e Pyle) e Estatura Prevista (Bone
Expert).
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TESTES FÍSICOS
ANTROPOMETRIA, COMPOSIÇÃO CORPORAL E SOMATOTIPO
MEDIDAS REALIZADAS
1) Peso e estatura.
2) Circunferências: Antebraço, braço, tórax, cintura, abdômen, quadril,
coxa medial e panturrilha – ambos os lados.
PROTOCOLOS
1) %G Faulkner (1968) (4D) ‐ Equipes profissionais e SUB‐20
2) %G Yuhasz (1962) (6D) ‐ Jovens atletas (SUB‐20, SUB17 e SUB‐15)
3) %G Lohman (1987) (2D) – Crianças (SUB‐13 e SUB‐11)
4) Somatório de dobras (9 dobras<100mm)
5) Peso ideal (Faulkner = Peso Magro x 1,12)
6) Composição corporal através da técnica de "de Rose e Guimarães“:
Massa gorda ‐ Faulkner e Yuhasz;
Massa óssea ‐ Rocha (1974);
Massa residual ‐ Wurch (1974) ;
Massa muscular ‐ Matiegka (1921);
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Atleta SUB‐20 realizando avaliação morfológica
FORÇA E POTÊNCIA MUSCULAR
Salto Vertical (MyJump App): O atleta realiza três saltos verticais, sem a
utilização dos braços e sem dobrar os joelhos. Onde o avaliador filma através
do aplicativo as três repetições, sendo possível então avaliar o tempo de voo
do individuo e a potência com que o mesmo consegue saltar (Balsalobre‐
Fernández et al., 2015)
Salto Vertical (Optojump): Avalia a força explosiva, força reativa e a capacidade
elástica através dos seguintes dados captados pela plataforma de contato:
tempo de contato, tempo de voo, altura do salto, cadência (ritmo e frequência),
potência específica e área utilizada (Glatthorn et al., 2011).
Rast test (35 metros): O atleta deve realizar 6 corridas em velocidade máxima
no menor tempo possível, em uma distância de 35 metros. Em cada corrida o
indivíduo tem um tempo de 10 segundos para recuperação, e é cronometrado
o tempo de cada corrida. Após, os tempos realizados pelos atletas são utilizados
em fórmulas específicas do teste. Com isso, avaliamos os valores de potência
máxima, média e mínima dos membros inferiores e o índice de fadiga
(Zacharogiannis et al., 2004).
Velocidade (30 metros): Em um espaço demarcado com a distância de 30
metros, o atleta deverá ir do ponto de partida (0) até o ponto de chegada (30
metros) o mais rápido possível. Com o objetivo de medir a velocidade de
aceleração (Strudwick et al., 2002).
60
Atleta SUB‐20 sendo avaliado no FMS
EQUILÍBRIO MUSCULAR
Functional Movement Screen (FMS): É constituído por um sistema de ranking
e pontuação (de 0 até 3) que inclui 7 testes de avaliação dos padrões de
movimento básico. Onde é possível avaliar as limitações e/ou assimetrias
musculares dos atletas (Cook et al., 2006).
Isocinético: Avalia a articulação do joelho, constatando o equilíbrio ou o
desequilibro articular através da mensuração do pico de torque concêntrico,
razão isquiotibiais/ quadríceps e déficit entre perna dominante e não
dominante. São realizadas 5 repetições máximas em cada perna, na velocidade
de 60º/s (Forbes et al., 2009)
Atleta Philippe Coutinho no isocinético
61
Avaliação na célula de carga (GLOBUS): É realizado um agachamento no Smith onde o
atleta está com os pés apoiados na plataforma, sendo possível avaliar as contrações
concêntricas e excêntricas dos membros inferiores, logo, avaliando o equilíbrio
muscular.
Atleta SUB‐20 sendo avaliado no GLOBUS
Y Balance test: Consiste na execução de movimento em base uni podal em três
direções (anterior, posteromedial e posterolateral). Mostra os alcances obtidos
de forma instantânea e normaliza as distâncias pelo comprimento do membro
inferior de cada atleta. Além do alcance obtido é possível comparar assimetrias
entre perna dominante e não dominante ou estado de assimetrias pós‐cirurgia
(método complementar), além de a estabilidade articular do joelho e/ou
tornozelo (Plisky et al., 2009).
FLEXIBILIDADE
Teste sentar e alcançar (TSA): Utilizando o Banco de Wells, o atleta sentado, com
os pés apoiados no mesmo e sem dobrar os joelhos, irá empurrar a marcação até
o seu máximo. São realizadas três tentativas e avaliado o maior valor obtido, em
relação aos padrões tidos como aceitáveis (Wells; Dillon, 1952).
62
Atleta SUB‐13 realizando o TSA
RESISTÊNCIA CARDIOVASCULAR
Yoyo Test Endurance: Tem como objetivo avaliar a capacidade de um jogador
efetuar repetidas vezes um esforço de alta intensidade, possuindo uma
característica de teste contínuo. O atleta irá se deslocar em um espaço demarcado
com 20 metros de distância, acompanhando os sinais sonoros. Não conseguindo
acompanhar os sinais por três vezes, é marcado como seu estágio máximo. Com o
valor do estágio alcançado durante o teste é possível determinar a distância
percorrida, a velocidade alcançada e o VO2 estimado (Bangsbo, 1994).
Yoyo Test Recovery 2: Tem por objetivo avaliar a capacidade do indivíduo de
realizar um esforço depois de períodos curtos de recuperação, tendo como
característica ser um teste intermitente. A velocidade de deslocamento (20
metros de ida/ 20 metros na volta) é controlada através de sinais sonoros, que
aumentam de forma progressiva, com uma paralisação de 10 s para recuperação
(em uma área de 5 metros de comprimento). Quando o atleta não consegue
acompanhar os sinais sonoros é marcado como seu desempenho máximo. Dados
obtidos com o teste: distância percorrida, velocidade alcançada e o VO2 estimado
(Bangsbo, 1994).
63
Atletas SUB‐11 realizando o Yoyo Test
Hoff Test: O teste consiste em um circuito de exercícios com condução de bola
com 290 m e duração de 10 minutos. O circuito é dividido em 3 etapas. Na primeira
os atletas deve correr 10 m com a bola em linha reta, após são 18 m de
deslocamento em ziguezague entre cones, finalizando a etapa com um
deslocamento em linha reta por 29 m e saltando 3 barreiras a cada 7 m. Em um
segundo momento os atletas realizam uma corrida em diagonal até um cone (com
36 m de distância) e após fazem mais 6 deslocamentos em diagonal. Na terceira
etapa é realizado um deslocamento de costas (10 m), após, realizam uma corrida
frontal por 15 m e para finalizar, um trajeto de 30 m (Hoff et al., 2002).
AGILIDADE
Shuttle Run: Possui o objetivo de avaliar o tempo gasto para um atletas realizar
um trajeto de ida e volta. O atleta desloca‐se do ponto de partida (0) até a
primeira bola, que está no ponto de chegada disposto a 9 metros de distância
do ponto inicial, tendo então que conduzi‐la até o ponto de partida. Após,
retorna para buscar a segunda bola e volta, finalizando o teste com as duas
bolas no ponto de partida.(Caicedo et al., 1993).
MATURAÇÃO
Idade Óssea: Avalia o grau de maturação dos ossos de um indivíduo através do
raio‐x do punho e mão. Sendo possível avaliar se as idades cronológica e biológica
do atleta são equivalentes. Os jogadores podem apresentar uma maturação
avançada (idade biológica > cronológica), uma maturação normal (idade biológica
= cronológica) ou uma maturação tardia/atrasada (idade biológica < cronológica)
(Greulich; Pyle, 1959).
64
Atleta SUB‐17 realizando raio‐x do punho para avaliação da idade óssea
Estatura prevista (Bone Expert): É utilizado o software Bone Expert, que se utiliza
da idade e cronológica, sexo (masculino/femino) e grupo étnico. A partir desses
dados, é gerada a estatura prevista do indivíduo na idade adulta (Thodberg et al,.
2009).
BIOQUÍMICO
Creatino Quinase (CK): Essa enzima é utilizada como marcadora indireta do dano
muscular, logo, é possível utilizá‐la para mensurar o desgaste físico do atleta. A
avaliação funciona da seguinte forma: é retirada uma amostra de sangue da polpa
digital dos atletas, em seguida o sangue é colocado em uma tira reativa de CK e
colocado no Refloton Analyser para quantificação da CK (Coelho et al., 2011).
65
CAPÍTULO 9
ROTINA MÉDICA
66
ROTINA MÉDICA
PRÁTICA MÉDICA ORTOPÉDICA
A equipe médica do CAPRRES‐Base tem como rotina de atuação
promover a saúde do atleta nos segmentos de avaliação, prevenção,
intervenção e recuperação dos distúrbios e injúrias aplicados ao aparelho
locomotor. Esse processo segue as diretrizes do Centro de Pesquisa e Avaliação
Médica da FIFA (F‐MARC), permitindo com isso o desenvolvimento de
protocolos e realização de intervenções idealizados nos objetivos acima.
A prática médica se divide nos segmentos de atuação externa (treinos e
jogos) e atuação interna (CAPRRES‐Base). A atuação externa permite o
acompanhamento periódico em treinos e jogos, possibilitando assim
intervenção imediata do médico após o mecanismo de lesão. A atuação interna
no CAPRRES Base estabelece uma rotina diária fundamentada em três etapas:
1) Consulta Médica
Nas consultas, o médico recebe o atleta lesionado que veio encaminhado
do treino ou jogo, realizando sua avaliação e exame físico inicial assim como
prescrevendo medicamentos e solicitando exames complementares nos casos
necessários. Após essa etapa inicial em que o médico diagnosticou a lesão e
prescreveu a terapêutica medicamentosa, o atleta é encaminhado ao serviço
de Fisioterapia para iniciar o protocolo de recuperação funcional.
2) Visita Médica
As visitas são realizadas diariamente no período de tratamento do atleta,
quando o médico reavalia individualmente cada atleta e decide se o mesmo
está apto ou não a avançar na fase do protocolo de recuperação funcional.
3) Protocolo de Recuperação Funcional
O Protocolo de Recuperação Funcional tem como objetivo organizar e
direcionar as etapas de tratamento, recondicionamento, e retorno aos jogos e
treinos dos atletas. São estabelecidas 6 fases no processo: a fase 1 é inicial, as
fases 2 e 3 são intermediárias, 4 e 5 são fases de transição e a fase 6 se
caracteriza pelo retorno integral as atividades do atleta.
Com atuação multidisciplinar contamos com profissionais das seguintes
áreas responsáveis pelo protocolo:
67
Medicina
Fisioterapia
Fisiologia
Treinamento de Força
Preparação Física
As fases 1, 2 e 3 (inicial e intermediária) são restritas a atuação do Médico
e Fisioterapeuta. As fases 4 e 5 (Transição) entram no processo a atuação do
fisiologista, preparador físico e responsável pelo treinamento de força. Na fase
6 o atleta está totalmente apto as suas atividades em campo (jogos e treinos)
tendo atuação todos os membros da comissão técnica e departamento médico.
Recursos Medicamentosos, Terapêuticos e Físicos nas respectivas fases:
Fase 1 – Eletroterapia / Termoterapia / Cinesioterapia / Dose de ataque
medicamentosa
Fase 2 – Eletroterapia / Termoterapia / Cinesioterapia / Hidroterapia /
Mecanoterapia / Dose de manutenção medicamentosa
Fase 3 ‐ Eletroterapia / Termoterapia / Cinesioterapia / Hidroterapia /
Mecanoterapia / Propriocepção
Fase 4‐ Mecanoterapia / Propriocepção / Avaliação Morfológica /
Treinamento de Força.
Fase 5‐ Propriocepção / Avaliação Morfológica / Treinamento de Força.
Fase 6‐ Propriocepção / Treinamento de Força
PRÁTICA MÉDICA ORTOMOLECULAR
A prática Médica Ortomolecular no serviço do CAPRRES‐Base do Club de
Regatas Vasco da Gama tem como objetivo diagnosticar possíveis
desequilíbrios que os atletas possuam em seu metabolismo na prática
esportiva.
Através de exames de sangue, bioquímicos e laboratoriais, o médico
consegue ter parâmetros baseados nas taxas metabólicas basais e relacionar
com isso as necessidades individuais de cada atleta prescrevendo as fórmulas
suplementares com vitaminas, minerais e aminoácidos em sua composição.
Atualmente os atletas que passam por esse processo são submetidos aos
seguintes exames complementares:
Hemograma Completo
Bioquímica Completa
Análise Hormonal pela Saliva
Radiografia do Punho para Idade óssea
68
Com isso, os mesmos são introduzidos no protocolo de avaliação e
seguimento Médico que consiste em três etapas dividias por níveis:
Nível 1 – Básico
O médico realiza a anamnese do atleta e exame físico, solicitando os
exames complementares e prescrevendo uma fórmula inicial para
complementar a sua dieta e rendimento físico.
Nível 2 – Médio
O médico recebe os exames solicitados no nível 1 do protocolo e com os
parâmetros obtidos nos resultados, ajusta a dose das fórmulas de acordo com
as necessidades específicas de cada atleta.
Nível 3 – Avançado
Em conjunto com o serviço de fisiologia do clube, esta etapa destina‐se
ao ganho máximo de rendimento baseado nos parâmetros das avaliações
físicas. Com isso, o médico direciona a sua prescrição para melhorar o ganho de
força, capacidade de recuperação, ou prevenção de lesões dos atletas.
Ao final do processo, o principal objetivo é fornecer as melhores
condições ao atleta para sua prática de alto rendimento, contribuindo para sua
melhor condição metabólica e física assim como sua saúde e bem estar.
69
CAPÍTULO 10
RECUPERAÇÃO FÍSICA
70
RECUPERAÇÃO FÍSICA
A termografia é uma técnica de registro gráfico de imagem que permite
através da gravação de infravermelhos, visualizar a temperatura da superfície
do corpo humano de forma rápida e não invasiva (Bouzas et al., 2010). Esta
tecnologia é utilizada para detectar e localizar anomalias térmicas
caracterizadas por um aumento ou diminuição da temperatura encontrada na
superfície da pele. Muitas vezes, uma lesão está relacionada com variações no
fluxo sanguíneo e por sua vez estes podem afetar a temperatura da pele
(Hildebrandt, Raschner, Ammer, 2010).
A explicação fisiológica do uso da termografia em seres humanos está
relacionada com processos inflamatórios após atividades físicas, derivadas a
partir de um aumento no fluxo sanguíneo em áreas exercitadas e o aumento
da atividade metabólica na região. Todo este processo tem uma influência
direta sobre a temperatura da pele (Arnaiz et al., 2014).
O exame é realizado semanalmente nas categorias SUB‐15, SUB‐17 e SUB‐
20 do Club de Regatas Vasco da Gama. As avaliações são feitas sempre pré‐jogo
e pós‐jogo, dessa forma semanalmente são realizadas de duas a quatro
avaliações termográficas por categoria quando em período de jogos. Em
período de pré‐temporada ou recesso de jogos realizamos pelo menos duas
avaliações semanais nas categorias. Assim, temos o perfil termográfico de
todos os atletas das categorias.
A partir do resultado da termografia são realizadas as intervenções para
tentar prevenir que os atletas sofram alguma lesão por não contato. São
utilizadas a piscina, realizando trabalhos aeróbios com duração de trinta
minutos, crioterapia e/ou liberação miofascial. Os métodos são programados
de acordo com a necessidade individual de cada atleta.
71
CAPÍTULO 11
PROGRAMA DE PROMOÇÃO DE
TALENTOS
72
O Departamento de Futebol Amador em Janeiro de 2008 iniciou uma
proposta inovadora quando organizou e projetou o processo de planejamento
multidisciplinar com o atleta Philippe Coutinho. O projeto visava basicamente
oferecer ao atleta um processo de adaptação e familiarização ao ambiente de
futebol profissional. Essa necessidade ocorreu na época, devido à repercussão
dada mundialmente ao atleta com apenas 15 anos.
Neste caso único, o atleta Philippe Coutinho foi selecionado e teve
tratamento diferenciado no Clube. Esse tratamento especial significava um
investimento em fatores físicos, psicológicos, sociais, técnicos, táticos, escolar,
médicos e nutricionais.
Atleta Philippe Coutinho iniciando o PROMOVE
73
O Projeto PROMOVE, visa acompanhar o atleta na sua vida diária, através de
planejamentos diários, semanais, mensais e anuais, ocorrendo um crescimento,
desenvolvimento e uma adaptação ao atleta à categoria profissional. No caso do
Phillipe, tivemos a interrupção do projeto após a mudança de gestão
administrativa em 2008, entretanto após a promoção definitiva do atleta em 2009
o atleta se tornou um dos destaques do elenco que disputava a série B naquele
momento.
Uma experiência parecida aconteceu com o atleta Alex Teixeira em 2006,
que após sua promoção com 17 anos, o mesmo demonstrou algumas dificuldades
de adaptação ao ambiente profissional. Com Coutinho, a estratégia seria
diferente, nosso trabalho seria de dar condições ao atleta, e quando ele fosse
promovido não retornasse novamente ao departamento amador, ou seja,
conquistasse seu espaço.
Sendo assim, tendo em vista seu sucesso em longo prazo o Club de Regatas
Vasco da Gama se tornou em 2008 o primeiro Clube no país a obter um projeto
para promoção de talentos, criando planejamentos e respeitando as cargas,
intensidades e durações dos treinos para real situação do atleta. Portanto,
iniciamos novamente esse projeto em 2015 para atletas diferenciados que
possuem seus rendimentos técnicos superiores a atletas da mesma idade e pela
tendência do futebol moderno que jovens atletas em destaques da base chegam
à equipe Profissional, vemos a necessidade de introduzir uma familiarização a
esses atletas para que eles possam no período de 6 a 12 meses se adaptarem
completamente a estrutura e filosofia do Futebol Profissional.
Acreditamos que é de extrema importância mostrar aos atletas as
necessidades de se obter um vinculo com a instituição VASCO. Para que possamos
ter atletas completamente identificados com o VASCO, objetivamos oferecer aos
atletas suas melhores condições, estando aptos para dar a equipe profissional
opções e propiciando um sucesso em suas carreiras no Clube.
Com Philippe Coutinho tivemos condições de ajustar alguns detalhes, o que
de fato não aconteceu com jovens talentos que foram promovidos ao
Departamento Profissional precocemente (ex. Alex Teixeira que em entrevista ao
Jornal Lance em 2007, disse que sua ida do juvenil diretamente para o Profissional
o prejudicou), já Philippe Coutinho teve uma passagem pela equipe SUB‐20, fato
que ocorreu com todos os novos atletas envolvidos no projeto.
Em 2008 segundo o mesmo jornal Lance, o Vasco era o clube no Brasil com
mais atletas da base promovidos ao profissional, isso demonstra o quanto nossa
diretoria conhece os caminhos para a promoção e desenvolvimento do jovem
atleta. Desta forma, pretendemos uma vez por semana “ligar” os atletas ao
departamento profissional, ou seja, eles vivenciariam o ambiente profissional com
seus treinos e seus respectivos profissionais, visando assim uma adaptação ao
ambiente. Para que quando ocorram suas respectivas promoções os mesmos
estejam familiarizados.
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RELAÇÃO DE ATLETAS DA BASE NO
PROFISSIONAL EM 10 ANOS
45%
42% 42%
40%
35%
30% 31%
29% 30%
27% 27%
25%
22%
20% 20%
17%
15% 14%
10%
9%
5%
0%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Esta tabela demonstra a relação de atletas promovidos nos últimos 11 anos ao
setor profissional.
PROMOVE – atletas selecionados pelas comissões técnicas nas
categorias SUB‐20, SUB‐17 e SUB‐15.
PROMOVE KIDS – atletas selecionados pelas comissões
técnicas nas categorias SUB‐13 e SUB‐11.
75
REFERÊNCIAS METODOLÓGICAS
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76
______ et al. Princípios Táticos do Jogo de Futebol: conceitos e aplicação. Motriz, Rio
Claro, v. 15, n. 3, p.657-668, jul. 2009.
FORBES, H. et al. Isokinetic Thigh Muscle Ratios in Youth Football: Effect of Age and
Dominance. International Journal Of Sports Medicine, [s.l.], v. 30, n. 08, p.602-606,
19 mar. 2009. Thieme Publishing Group. http://dx.doi.org/10.1055/s-0029-1202337.
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78
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Andaluza de Medicina del Deporte, [s.l.], v. 7, n. 1, p.1-6, mar. 2014. Elsevier BV.
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SEABRA, A.; MAIA, J.a.; GARGANTA, R.. Crescimento, maturação, aptidão física,
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