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“Sem organização, a música seria uma massa amorfa, tão ininteligível quanto um ensaio [ou
texto] sem pontuação, ou tão desconexa quanto um diálogo que saltasse despropositadamente
de um argumento a outro” (SCHOENBERG, Arnold. Fundamentos da Composição Musical,
2008).
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27/07/2020 5 formas estruturais em música popular e erudita – Academia de Composição
Essa frase do grande Arnold Schoenberg resume bem a ideia de estrutura na música.
Praticamente qualquer música profissionalmente produzida que você já ouviu segue algum
tipo de estrutura: é graças a ela que nós conseguimos entender e gostar delas.
(Para aproveitar melhor este conteúdo, é importante que você entenda o conceito de tema. Esse e
outros assuntos são abordados em profundidade no curso Teoria Musical para Compositores.)
1) Forma-canção
Na música popular existe uma forma muito tradicional de se escrever música: a forma-canção.
Ela consiste basicamente de:
Introdução
Verso
Ponte
Refrão
(e repete)
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Muito provavelmente você já está bem acostumado com a estrutura de canção, então vamos a
outras.
Pra música instrumental muita gente também usa a forma-canção, mas existem muitas outras
possibilidades (e nada impede que você use estas próximas em música cantada também!).
2) Forma binária
Tema A (x2)
Tema B (x2)
É comum na música antiga que o tema A seja desenvolvido ao redor da tônica e o tema B, ao
redor da dominante (por exemplo, o tema A em Dó Maior e o tema B em Sol Maior). Você pode
querer ouvir os exemplos mais de uma vez, e acompanhar na partitura, para assimilar as
informações:
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Fonte: Freescore.com
A primeira peça, Minueto I, é em Ré menor. O tema A é tocado do início até 0:15, depois se
repete entre 0:16 e 0:26. O tema B começa em seguida, entre 0:27 e 0:37, e se repete de 0:37 a
0:48. Depois, a música toda começa a se repetir até 1:32. Repare que a harmonia e as
melodias se repetem sempre de forma idêntica nas repetições de cada tema (o que é
característica da forma binária).
No Minueto II, Händel usa novamente a forma binária. A diferença mais interessante aqui é
que 0 arranjo (ou seja, os instrumentos utilizados) e as intensidades (forte ou fraco)
são sempre diferentes em todas as repetições. Caso contrário, a música ficaria muito maçante.
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No exemplo acima ambos os temas têm 8 compassos. Mas existem situações onde o tema B é
mais longo que o tema A para que o compositor explore outras tonalidades. Exemplo:
Bach - March in D major, BWV Anh. 122 (from Notebook for Ann…
Ann…
Aqui, o tema A tem 9 compassos (0:00 a 0:14; repete de 0:14 a 0:28) e o tema B tem 13 (0:28 a
0:48; repetindo de 0:48 ao final do vídeo).
Com algumas liberdades, o tema principal do jogo The Legend of Zelda também segue a forma
binária.
3) Forma ternária
Tema B (contraste)
Tema A 2 (repetição)
Em geral, na forma ternária o tema B é bem diferente do tema A, para gerar um contraste forte
e ser possível manter a forma clara. Ouça e acompanhe a partitura:
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O tema A (0:00 a 0:13, repetido até 0:26) tem um caráter mais “arrastado” e “triste”, enquanto o
tema B (0:27 a 0:36, e 0:37 a 0:47) é bem mais “alegre” e “ágil”. No retorno ao tema A (0:47),
Schumann passou a melodia para a região grave para gerar uma novidade, mas ela continua
sendo a mesma (e seu caráter “melancólico” permanece).
4) Forma Rondó
No rondó temos um tema principal, recorrente, intermediado por várias seções contrastantes
diferentes entre si:
Tema A
Tema A’
Tema A”
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Em "Vídeos"
Thiago Schiefer / 19 de julho de 2019 / Análises, Listas, Tutoriais / binária, canção, compor, composição,
estrutura, forma, instrumental, música, música clássica, rondó, técnica, teoria musical, ternária, variação
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27/07/2020 5 formas estruturais em música popular e erudita – Academia de Composição
Para evitar a monotonia, é importante que o tema A tenha alguma variação a cada repetição.
Exemplo:
A primeira iteração do tema A começa em 0:03 e vai até 0:30 (incluindo duas repetições). O
tema B, primeiro episódio, vai de 0:30 a 0:48. Temos então a segunda iteração do tema A, até
1:02. O tema C, segundo episódio, vai de 1:02 a 1:50. E lá vem outra repetição de A! Mas como
estamos no final da música, ela termina de forma mais intensa.
5) Forma variação
Essa forma consiste em trabalhar um único tema tantas vezes quanto o compositor quiser, mas
sempre fazendo alterações a cada repetição. No curso Teoria Musical para Compositores,
abordamos algumas formas interessantes de variar motivos sem perder a coesão da música
(como variações de ritmo, harmonia, adição de novas melodias, mudanças de tonalidade e
andamento…). As possibilidades são infinitas e só dependem da sua imaginação!
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27/07/2020 5 formas estruturais em música popular e erudita – Academia de Composição
Aqui, o tema é apresentado até 0:49 e depois sofre diversas variações. É comum compositores
eruditos pegarem temas de outros compositores para criar variações (neste caso, Liszt pegou
um tema de J. S. Bach). Na música popular, provavelmente você seria acusad@ de plágio…
Essas e outras formas foram ilustradas de forma super didática com biscoitos algum tempo
atrás, recomendo conferir!
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