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INFORMATIVOS IMPORTANTES STJ

DIREITO CONSTITUCIONAL

Informativo 710

É incabível o ajuizamento de reclamação contra decisão que defere ou indefere o


sobrestamento do feito em razão de processamento de pedido de uniformização ou
recurso especial repetitivo.

Decisão judicial que determina a apresentação do contrato de serviços advocatícios, com


a finalidade de verificação do endereço do cliente/executado, fere o direito à
inviolabilidade e sigilo profissional da advocacia.

Informativo 706

O princípio da reparação integral do dano, por si só, não justifica a imposição do ônus
de publicar o inteiro teor da sentença condenatória

Não é cabível a condenação de empresa jornalística à publicação do resultado da demanda


quando o ofendido não tenha pleiteado administrativamente o direito de resposta ou
retificação de matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social
no prazo decadencial estabelecido no art. 3º da Lei nº 13.188/2015, bem ainda, à adequação
do montante indenizatório fixado. Publicação da decisão judicial condenatória não é mesmo
que direito de resposta.
Inicialmente, é importante esclarecer que o pedido para que o ofensor publique integralmente
a decisão judicial condenatória proferida em seu desfavor não é o mesmo que direito de
resposta. São institutos distintos. O direito de resposta, disciplinado pela Lei nº 13.188/2015,
tem contornos específicos, constituindo um direito conferido ao ofendido de esclarecer, de
mão própria, no mesmo veículo de imprensa, os fatos divulgados a seu respeito na
reportagem questionada, apresentando a sua versão da notícia ao público. A publicação da
sentença, de sua vez, é instituto diverso. Nessa, não se objetiva assegurar à parte o direito de
divulgar a sua versão dos fatos, mas, em vez disso, dá-se ao público o conhecimento da
existência e do teor de uma decisão judicial a respeito da questão.
Para o exercício do direito de respostas em juízo, afigura-se necessária e imprescindível a
instauração de procedimento extrajudicial/administrativo prévio, no prazo decadencial de 60
dias.
Informativo 691

Procuradores de contas podem requerer informações e documentos diretamente aos


órgãos, entidades e agentes submetidos ao controle externo

É assegurada, aos membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, a prerrogativa


de requerer informações diretamente aos jurisdicionados do respectivo Tribunal, sem
subordinação ao Presidente da Corte.
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas não dispõe de fisionomia institucional
própria, não integrando o conceito de Ministério Público enquanto ente despersonalizado de
função essencial à Justiça.
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas possui atuação funcional exclusiva perante
as Cortes de Contas.
Nos termos do art. 128 da CF/88, o Ministério Público junto aos Tribunais de Contas não
compõe a estrutura do Ministério Público comum da União e dos Estados, sendo apenas
atribuídas aos membros daquele as mesmas prerrogativas funcionais deste (art. 130). As
atribuições do Ministério Público comum, entre as quais se inclui sua legitimidade processual
extraordinária e autônoma, não se estendem ao Ministério Público junto aos Tribunais de
Contas, cuja atuação está limitada ao controle externo a que se refere o art. 71 da CF/88.
A despeito disso, não faz sentido negar aos membros do MPTC a possibilidade de requerer
informações diretamente aos órgãos, entidades e agentes submetidos ao controle externo.
Negar a essa Instituição tal faculdade seria subverter a ordem jurídica constitucional que a
consagra, porquanto não se está diante de cláusulas de reserva jurisdicional, tampouco de
questões que interfiram diretamente nas liberdades fundamentais individuais, estas sim,
blindadas ao exercício direto dos órgãos ministeriais, por força de determinação
constitucional.
Informativo 682

Jornal poderá acessar dados sobre mortes registradas em ocorrências policiais

Caso concreto: o jornal Folha de São Paulo pediu para que o Governo do Estado fornecesse
informações relacionadas a mortes registradas pela polícia em boletins de ocorrência. O
pedido foi negado sob o fundamento de que, apesar de terem natureza pública, esses dados
deveriam ser divulgados com cautela e não seriam indispensáveis para o trabalho jornalístico.
O STJ não concordou e afirmou que não cabe à administração pública ou ao Poder Judiciário
discutir o uso que se pretende dar à informação de natureza pública. A informação, por ser
pública, deve estar disponível ao público, independentemente de justificações ou
considerações quanto aos interesses a que se destina. Não se pode vedar o exercício de um
direito – acessar a informação pública – pelo mero receio do abuso no exercício de um outro
e distinto direito – o de livre comunicar. Em suma: veículo de imprensa jornalística possui
direito líquido e certo de obter dados públicos sobre óbitos relacionados a ocorrências
policiais.
Informativo 678

A determinação judicial para identificação dos usuários que operaram em determinada


área geográfica, suficientemente fundamentada, não ofende a proteção à privacidade e à
intimidade

A quebra do sigilo de dados armazenados não obriga a autoridade judiciária a indicar


previamente as pessoas que estão sendo investigadas, até porque o objetivo precípuo dessa
medida é justamente de proporcionar a identificação do usuário do serviço ou do terminal
utilizado. Logo, a ordem judicial para quebra do sigilo dos registros, delimitada por
parâmetros de pesquisa em determinada região e por período de tempo, não se mostra medida
desproporcional, porquanto, tendo como norte a apuração de gravíssimos crimes, não impõe
risco desmedido à privacidade e à intimidade dos usuários possivelmente atingidos por tal
diligência.
Não é necessário que o magistrado fundamente a requisição com indicação da pessoa alvo da
investigação, tampouco que justifique a indispensabilidade da medida, ou seja, que a prova da
infração não pode ser realizada por outros meios. Logo, a quebra do sigilo de dados
armazenados não obriga a autoridade judiciária a indicar previamente as pessoas que estão
sendo investigadas, até porque o objetivo precípuo dessa medida é justamente o de tentar
identificar o usuário do serviço ou do terminal utilizado.
Informativo 674

O Tribunal de Contas do Distrito Federal tem competência para fiscalizar a aplicação


de recursos federais repassados ao Distrito Federal

O TCU, por força do art. 71, VI, da CF/88, tem competência para fiscalizar o uso dos
recursos federais repassados a outros entes federados, como no caso de verbas federais
repassadas ao Distrito Federal. Vale ressaltar, contudo, que, diante da autonomia própria dos
entes federados, a fiscalização, pelo TCU, dos recursos federais repassados ao Distrito
Federal não impede que o TCDF também faça a fiscalização da aplicação desses mesmos
recursos, até porque ele tem pleno e legítimo interesse na regular prestação dos serviços de
saúde no seu território. Assim, por força dos arts. 71 e 75 da Constituição Federal e do art. 78
da Lei Orgânica do Distrito Federal, o Tribunal de Contas do Distrito Federal tem
competência para fiscalizar a aplicação de recursos federais repassados ao Distrito Federal.

NÃO CONFUNDIR COM ESTE OUTRO ENTENDIMENTO O TCU (e não o TCDF) é o


órgão competente para fiscalizar os recursos decorrentes do Fundo Constitucional do Distrito
Federal
Informativo 673

Havendo convênio entre a Defensoria e a OAB possibilitando a atuação dos causídicos


quando não houver defensor público para a causa, os honorários podem ser executados
nos próprios autos, mesmo se o Estado não tiver participado da ação de conhecimento

Se for exigido que os advogados promovam uma ação específica contra a Fazenda Pública
para poderem receber seus honorários, isso fará com que eles sejam muito resistentes em
aceitar a função de advogado dativo, porque terão de trabalhar não só na ação para a qual
foram designados, mas também em outra ação que terão de propor contra a Fazenda Pública.
O fato de o Estado não ter participado da lide na ação de conhecimento não impede que ele
seja intimado a pagar os honorários, que são de sua responsabilidade em razão de convênio
celebrado entre a Defensoria Pública e a Ordem dos Advogados do Brasil, em cumprimento
de sentença.
Informativo 670

O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade para atuar no âmbito do


Superior Tribunal de Justiça na condição de parte

Os Ministérios Públicos dos Estados podem atuar, diretamente, na condição de partes,


perante os Tribunais Superiores, em razão da não existência de vinculação ou subordinação
entre o Parquet Estadual e o Ministério Público da União. Tal conclusão, entretanto, não pode
ser aplicada ao Ministério Público do Trabalho, considerando que o MPT é sim órgão
vinculado ao Ministério Público da União, conforme dispõe o art. 128, I, “b”, da Constituição
Federal. O MPT integra a estrutura do MPU, atuando perante o Tribunal Superior do
Trabalho, não tendo legitimidade para funcionar no âmbito do STJ, tendo em vista que esta
atribuição é reservada aos Subprocuradores-gerais da República integrantes do quadro do
Ministério Público Federal
Informativo 667

Inexiste ilegalidade em portaria editada pelo Juiz Diretor do Foro que restringiu o
ingresso de pessoas portando arma de fogo nas dependências do Fórum
Informativo 666

A omissão injustificada da Administração em providenciar a disponibilização de banho


quente nos estabelecimentos prisionais fere a dignidade de presos sob sua custódia
A readmissão na carreira da Magistratura não encontra amparo na Lei Orgânica da
Magistratura Nacional nem na Constituição Federal de 1988

Assim, o magistrado que pediu exoneração não tem direito de readmissão no cargo mesmo
que essa possibilidade esteja prevista em lei estadual.
Informativo 664

É inviável o acolhimento do requerimento formulado pela DPU para assistir parte em


processo que tramita no STJ nas hipóteses em que a Defensoria Pública Estadual
atuante possui representação em Brasília ou aderiu ao portal de intimações eletrônicas

O STJ indeferiu pedido da DPU para, em substituição à Defensoria Pública de Alagoas, atuar
em recurso especial sob o argumento de que a Defensoria Estadual não possui representação
em Brasília. Isso porque, embora a DPE/AL não possua espaço físico em Brasília, ela aderiu
ao Portal de Intimações Eletrônicas do STJ e, portanto, pode atuar normalmente no processo
a partir de sua sede local. A DPU só pode atuar nos processos das Defensorias Públicas
estaduais se a respectiva Defensoria Pública estadual: • não tiver representação em Brasília; e
• não tiver aderido ao Portal de Intimações Eletrônicas do STJ.
Informativo 662

Ação de improbidade administrativa proposta contra Promotor de Justiça (podendo


resultar na perda do cargo): julgada em 1ª instância; ação civil de perda de cargo de
Promotor não envolvendo improbidade administrativa: julgada pelo TJ

Ação Civil de perda de cargo de Promotor de Justiça cuja causa de pedir não esteja vinculada
a ilícito capitulado na Lei nº 8.429/92 deve ser julgada pelo Tribunal de Justiça.
Neste PAD, o Promotor poderia ter sido demitido? Se um membro do Ministério Público
pratica uma infração disciplinar grave, ele poderá ser condenado, em processo administrativo,
à pena de demissão? NÃO. Os membros do MP gozam de vitaliciedade e somente podem
perder o cargo por sentença judicial transitada em julgado. Essas leis preveem que é
necessária a propositura de uma ação civil para a decretação da perda do cargo contra o
membro do Ministério Público que tiver praticado uma infração disciplinar grave. Assim,
para que possa ocorrer a perda do cargo do membro do Ministério Público, são necessárias
duas decisões. A primeira, condenando-o pela prática do crime e a segunda, em ação
promovida pelo Procurador-Geral de Justiça, reconhecendo que o referido crime é
incompatível com o exercício de suas funções, ou seja, deve existir condenação criminal
transitada em julgado, para que possa ser promovida a ação civil para a decretação da perda
do cargo.
Informativo 658

Se o indivíduo possui contra si uma condenação criminal transitada em julgado, ele não
poderá ser vigilante, mesmo que já tenha cumprido a pena há mais de 5 anos

Viola o princípio da presunção de inocência o impedimento de participação ou registro de


curso de formação ou reciclagem de vigilante, por ter sido verificada a existência de
inquérito ou ação penal não transitada em julgado. Assim, não havendo sentença
condenatória transitada em julgado, o simples fato de existir um processo penal em
andamento não pode ser considerada antecedente criminal para o fim de impedir que o
vigilante se matricule no curso de reciclagem.
A existência de condenação criminal transitada em julgado impede o exercício da atividade
profissional de vigilante por ausência de idoneidade moral.
Informativo 657
Admite-se a intervenção da DPU no feito como custos vulnerabilis nas hipóteses em que
há formação de precedentes em favor dos vulneráveis e dos direitos humanos
Informativo 648

Poder Judiciário não pode impor a nomeação de Defensores Públicos para atuar em
processos da Justiça Militar em discordância dos critérios de alocação de pessoal do órgão
Informativo 642

É possível que o magistrado condene o autor da ofensa a divulgar a sentença


condenatória nos mesmos veículos de comunicação em que foi cometida a ofensa à honra
Informativo 641

A reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a
2 (dois) salários-mínimos, prevista no art. 40, I, do Estatuto do Idoso, não se limita ao
valor das passagens, abrangendo eventuais custos relacionados diretamente com o
transporte, em que se incluem as tarifas de pedágio e de utilização dos terminais.
Informativo 640

O STJ não pode determinar que as companhias aéreas ofereçam transporte gratuito para
pessoas com deficiência com base em um exercício hermenêutico da Lei nº 8.899/94

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