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Importancia Da Calibracao de Espectrofotometros Uv-Vis - Id 135 1513879007
Importancia Da Calibracao de Espectrofotometros Uv-Vis - Id 135 1513879007
ANÁLISES QUÍMICAS
1. INTRODUÇÃO
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Figura 1 – Funcionamento de um espectrofotômetro
( )
( ) ( )
A lei de Lambert Beer é uma relação empírica que relaciona a absorção da luz com
as propriedades do material no qual a luz atravessa, cuja equação é dada por (3).
A=a.b.c (3)
onde a é a absortividade molar de um dado composto, em L mol-1 cm-1, b é o comprimento do
caminho óptico que a luz tem que atravessar na cubeta, em cm, e c é a concentração do
composto absorvente na solução, em mol L-1[2]. Essa equação é muito utilizada, porque a
absorbância é diretamente proporcional aos outros parâmetros da equação, permitindo
relacionar, para um mesmo analito, a concentração dele com sua absorbância e, assim,
possibilitando determinar quantitativamente substâncias em amostras desconhecidas.
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Quando uma solução contendo um analito específico é submetida a leituras de
absorbância (ou transmitância) ao longo de um intervalo de comprimentos de onda
eletromagnética, obtêm-se informações referentes à capacidade do analito em absorver a
radiação emitida pela fonte do equipamento. A representação gráfica dos valores de
comprimento de onda () versus absorbância é denominada espectro de absorção (ou espectro
de transmitância – %T). Um exemplo de espectro de absorção está exemplificado na Figura
2. A interação da radiação com a matéria depende da estrutura química dos compostos
químicos, assim, o espectro de absorção é um modo de caracterização que permite conferir
qual o comprimento de onda (ou a faixa dele) que uma dada substância absorve de forma mais
eficaz.
Figura 2 – Espectro de absorção do óxido de hólmio em ácido perclórico
2. OBJETIVO
3. MÉTODOS E MATERIAIS
De acordo com as normas ASTM E275[4], ASTM E925[6] e ASTM E958[7], para a
calibração da escala de comprimento de onda na região do UV-VIS, podem ser utilizados os
seguintes materiais:
- MRC de óxido de hólmio em ácido perclórico
- MRC de filtro sólido de hólmio
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- MRC de filtro sólido de didímio
- Cubeta com vapor de benzeno
- Lâmpadas de descarga de baixa pressão contendo mercúrio, cadmio, deutério ou zinco.
Para a calibração da escala fotométrica (transmitância/absorbância) na região do
visível, podem ser utilizados os seguintes materiais:
- MRC de filtro de vidro de densidade neutra (conjunto)
- Sulfato de cobre em ácido sulfúrico
Para a calibração da escala fotométrica (transmitância/absorbância) na região do UV,
podem ser utilizados os seguintes materiais:
- MRC de dicromato de potássio (conjunto)
- MRC de ácido nicotínico (conjunto)
- MRC de filtro de quartzo metalizado
Para a verificação das cubetas, utilizam-se:
- Cubeta de vidro
- Cubeta de quartzo
Na verificação da luz espalhada, os seguintes materiais podem ser utilizados:
- Solução de KCl, NaBr, NaI, KI e Acetona para a região do UV
- Solução de NaNO2 e os filtros sólidos de VG10, OG570, RG610 ou RG780 para a região do
visível
4. RESULTADO E DISCUSSÕES
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Existem alguns fatores que influenciam nos resultados de medição deste parâmetro,
que devem ser considerados pelos usuários para determinar a especificação do equipamento
mais adequado para suas medições, por exemplo, a largura da banda espectral e a velocidade
de varredura[3]. O aumento da banda espectral pode comprometer a quantidade de picos
identificados no espectro, já que o alargamento da banda espectral tem influência nos pico
individuais, dificultando a localização do mesmo. Pode também atrapalhar na identificação de
picos de absorção próximos no espectro, pois podem acabar se sobrepondo, dificultando a
visualização. Um exemplo de dificuldade de identificação do número de picos no espetro
pode ser observado na Figura 3.
Figura 3 – Comparação dos espectros de transmitância do óxido de hólmio em diferentes larguras de banda
Tabela 1 – Pico de transmitância da solução de óxido de hólmio em 536 nm obtido com diferentes velocidades
de varredura
Valor certificado do SRM 2034 do NIST 536,42 nm
20 nm/min 536,47 nm
Velocidade
varredura
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encontrar o melhor desempenho do equipamento. Também é importante verificar com o
usuário qual a largura de banda e a velocidade de varredura que ele utiliza em sua rotina para
suas medições, para que a calibração contemple os parâmetros do usuário.
Dentre os diferentes MRC utilizados para calibração do parâmetro de comprimento
de onda, destacam-se os filtros de vidro de didímio e de óxido de hólmio (Figura 4). O filtro
de didímio (uma mistura de praseodímio e neodímio) apresenta um grande número de bandas
de absorção nas regiões espectrais do visível e do infravermelho próximo. Já o filtro sólido de
óxido de hólmio, apresenta picos de absorção mais estreitos na região do UV e do visível.
Figura 4 – Espectro de transmitância do filtro de vidro de didímio (A) e filtro de vidro de óxido de hólmio (B)
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Tabela 2 – Linhas de emissão do zinco, cádmio, mercúrio e deutério
Comprimento de Comprimento de
Elemento Elemento
Onda (nm) Onda (nm)
Mercúrio 185,0 Cádmio 467,8
Zinco 213,9 Deutério 486,0
Cádmio 228,8 Mercúrio 579,1
Mercúrio 365,0 Cádmio 643,8
Mercúrio 404,7 Deutério 656,1
Fonte: Elaboração própria com dados da ASTM E958[7]
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diferentes concentrações em 1% de ácido sulfúrico.
Filtros sólidos de quartzo metalizado podem ser utilizados como uma opção para a
calibração da escala fotométrica na região do UV, porém eles funcionam de forma diferente
dos demais filtros. Os filtros de quartzo metalizado refletem a radiação ao invés de absorver,
as camadas finamente depositadas das ligas metalizadas são utilizadas como superfície
refletora. Sendo assim, alguns cuidados particulares devem ser tomados referentes à luz
espalhada isocromática, já que há uma probabilidade desses filtros ocasionarem luz espalhada,
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especialmente nos instrumentos utilizados em análise de rotina. Esses filtros também podem
ocasionar reflexões múltiplas entre o filtro e os outros componentes, além de serem mais
vulneráveis de arranhões e às vezes terem problemas a respeito da não homogeneidade
espacial. Apesar disso, os filtros têm demonstrado estabilidade e aplicabilidade na faixa do
UV[11].
Além da calibração com MRC, é necessário realizar verificações de alguns fatores
que influenciam significativamente nessa escala, como, por exemplo, a luz espalhada (que
será abordada no item 4.4), o ruído, a estabilidade e a linearidade fotométrica[3]. Caso não
sejam verificadas e consideradas, essas influências podem alterar os valores medidos de
absorbância, gerando resultados incorretos. A norma ASTM E1866[8] prevê os testes para
verificação da estabilidade, linearidade e ruído fotométrico.
A estabilidade fotométrica é um parâmetro que indica quão estável um
espectrofotômetro é em um determinado tempo. A estabilidade a curto e longo prazo é
determinada, principalmente, pelos elementos na construção do equipamento.
A linearidade fotométrica determina a precisão dos instrumentos na medição de
absorção a partir do aumento da concentração. Problemas na linearidade do espectrofotômetro
podem produzir resultados incorretos. Ela pode ser expressa como um coeficiente de
correlação gerado a partir de dados experimentais, ou seja, é a relação linear entre a potência
radiante incidente no detector do instrumento e outra quantidade medida do sistema.
O ruído fotométrico é causado pelas flutuações na velocidade que os fótons da
radiação das lâmpadas incidem no detector. O sinal de saída de um instrumento analítico
flutua de uma forma aleatória, essas flutuações limitam a precisão do instrumento e
representam o resultado de um grande número de variáveis incontroláveis do instrumento e do
sistema químico em estudo. O termo ruído é empregado para descrever essas flutuações e
cada variável não-controlada é uma fonte de ruído. Fontes comuns de ruído incluem:
vibrações, interferência da rede elétrica, variações de temperatura, flutuação de frequência ou
voltagem nas fontes de alimentação e incidência aleatória de fótons no detector. O ruído
fotométrico é a medida da relação sinal/ruído do instrumento. O teste é realizado em função
do tempo, determinando a variação da absorção em para um comprimento de onda fixo.
Erros de medição podem ser gerados pelas mais diversas fontes. No caso da
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espectrofotometria, uma delas pode ser a cubeta de medição utilizada para as análises. Caso
haja algum problema nesse item, haverá erros de medição na escala fotométrica. Desvios nas
medidas de absorbância podem ocorrer caso as cubetas estejam sujas ou riscadas. Os erros
podem aumentar se os comprimentos das cubetas (caminho óptico) forem diferente do
especificado, se as paredes das cubetas não forem paralelas, ou ainda se houver diferenças na
espessura das paredes.
É importante que haja cuidado no manuseio das cubetas, para sempre mantê-las
limpas e adequadas ao uso. Durante a limpeza das mesmas, é importante retirar todo o resíduo
de amostras anteriores, utilizando solventes adequados e evitando o uso de agentes corrosivos.
Cuidados para não riscar nem arranhar as paredes devem ser empregados e elas devem ser
manuseadas corretamente: existe local adequado para segurá-las (lateral) e não deixar
impressões digitais nem gordura das mãos. Quando é necessário utilizar-se de uma cubeta de
referência com o branco de medição, é importante que sejam escolhidas cubetas com valores
próximos de absorção para compensar perdas de potência da radiação incidente por reflexão e
espalhamento.
O material da qual a cubeta é feita também poderá ter um impacto nas medições
dependendo da região do espectro UV-Vis de interesse. O vidro absorve a radiação com mais
alta em energia a partir de cerca de 300 nm; portanto, se a amostra absorver no UV, uma
cubeta de quartzo deverá ser empregada (e não a de vidro), pois o corte de absorbância é de
cerca de 160 nm para o quartzo (Figura 8).
Fonte: http://www.ufrgs.br/leo/site_espec/cubetas.html
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verificadas regularmente e uma verificação usual é medir a transmitância das cubetas
preenchidas com água, tendo como referência o ar. As medições devem ser realizadas
- para cubetas de vidro, em 356 nm e 650 nm
- para cubetas de quartzo, em 220 nm e 240 nm
e a transmitância medida deve ser maior que 0,85 no menor comprimento de onda e maior que
0,88 no maior comprimento de onda[10].
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sendo uma das razões para ser medida periodicamente. O valor da quantidade de luz
espalhada heterocromática pode ser avaliado usando filtros de corte, exemplificados na
Tabela 3.
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Tabela 4 – Planilha de estimativa da incerteza de medição na calibração da escala de comprimento de onda do
espectrofotômetro UV-Vis
Tipo da Distribuição de Unidade de Coeficiente de Unidade Graus de
Fonte de Incerteza
Incerteza Probabilidade Entrada Sensibilidade de Saída Liberdade
Largura da Banda
A Normal nm 1,00 nm *n – 1
Espectral
Velocidade de
A Normal nm 1,00 nm *n – 1
Varredura
Lâmpada de
A Normal nm 1,00 nm *n – 1
Deutério
Reprodutibilidade B Retangular nm 1,00 nm Infinito
Rastreabilidade Veff
B Normal nm k (certificado) nm
do MRC (certificado)
Resolução do
B Retangular nm 1,00 nm Infinito
Equipamento
Legenda: * n = número de medições
Fonte: Elaboração própria
5. CONCLUSÕES
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Referências Bibliográficas:
[1] Galo, A.L e Colombo, M.F. “Espectrofotometria de longo caminho óptico em
espectrofotômetro de duplo-feixe convencional”. Química Nova, V.32, Nº2, 2009
[2] http://plato.if.usp.br/1-2004/fap0181d/Lei%20de%20Beer.htm Acessado em 10/07/2017.
[3] Gomes, J.F.S., et. al. “Desempenho de Espectrofotômetros UV/Vis/IVP: Emprego dos
Materiais de Referência”. ENQUALAB – Congresso da Qualidade em Metrologia, 2008
[4] ASTM E275 “Standard Practice for Describing and Measuring Performance of
Ultraviolet, Visible and Near Infrared Spectrophotometers”, 2001
[5] ASTM E387 “Standard Test Method for Estimating Stray Radiant Power of
Spectrophotometers by the Opaque Filter Method”, 2004
[6] ASTM E925 “Standard Practice for Periodic Calibration of Narrow Band-pass
Spectrophotometers”; 2002
[7] ASTM E958 “Standard Practice for Measuring Practical Spectral Bandwidth of
Ultraviolet-Visible Spectrophotometers”; 1993
[8] ASTM E1866 “Standard Guide for Establishing Spectrophotometer Performance Tests”,
1997
[9] EPA Method 350.2 “Nitrogen, Ammonia (Colorimetric, Titrimetric, Potentiometric
Distillation Procedure)”, 1974.
[10] Clare, J.F. “Calibration of UV–vis spectrophotometers for chemical analysis”.
Accreditation and Quality Assurance , V.10, 2005
[11] NBS Special Publication 260-68 “Metal-On-Quartz Filter as a Standard Reference
Material for Spectrophotometry – SRM 2031”, 1980
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