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A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS E O VULCANISMO NOS AÇORES

JOSÉ MADEIRA

Madeira, J. (2007), A erupção dos Capelinhos e o vulcanismo nos Açores.


Boletim do Núcleo Cultural da Horta, 16: 29-44.

Sumário: As ilhas dos Açores formaram-se por efeito da actividade eruptiva que ocorre desde
há cerca de 10 milhões de anos naquela região do Atlântico. A erupção dos Capelinhos, há 50
anos, é um exemplo do modo como a actividade vulcânica contribui para o crescimento das
ilhas. Aquele evento vulcânico constitui, todavia, apenas um dos vários tipos de manifestações
eruptivas reconhecidas no arquipélago, quer através das descrições coevas das 26 erupções
históricas documentadas, quer pelo estudo do vulcanismo anterior ao povoamento preservado
no registo geológico.
No presente trabalho apresenta-se o enquadramento dos Açores no contexto da tectónica global.
Descrevem-se, também, as características do vulcanismo que ocorre no arquipélago, os pro-
cessos que controlam o estilo das erupções e a sua localização.

Madeira, J. (2007), The Capelinhos eruption and the volcanism in Azores.


Boletim do Núcleo Cultural da Horta, 16: 29-44.

Summary: The Azores islands were formed by the eruptive activity that occurs in that region of
the Atlantic since 10 millon years ago. The archipelago is located in a segment of the Azores-
-Gibraltar plate boundary, oblique to the Mid Atlantic rift. The transtensional regime is probably
responsible for the magmatism, although the contribution of a mantle plume is also invoked.
The Capelinhos eruption, whose 50th anniversary is commemorated in this issue of the Buletin,
provides an example of how volcanism periodically contributes to the growth of the islands.
However, the event constitutes just one type of eruptive manifestation among the many that
have been documented in the archipelago either in contemporary accounts of the 26 docu-
mented post-settlement eruptions, or in the geological record.
Two major groups of magmatic events derive from the nature of the magmas. Basalts are related
to smaller and mainly effusive eruptions. Hawaiian and strombolian eruptions characterize
sub-aerial extrusions. However, the presence of water may increase the volcanic explosivity,
with phreato-magmatic manifestations occurring when subterranean water tables intervene, or
surtseyan events when the eruptions occur at shallow depths near the islands’ littoral. Trachyte
magmas are related to larger eruptive events, with a predominantly explosive nature. Sub-plinian
and Plinian magnitude events occur on active central volcanoes. These produce pumice and
ash, often associated with or followed by lahars. Sometimes the presence of water generates
phreato-plinian phases. Frequently the acidic events end with the formation of domes and thick
trachyte coulées.
30 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

José Madeira – Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de


Lisboa e LATTEX – Laboratório de Tectonofísica e Tectónica Experimental. Edifício C6,
Campo Grande, 1749-016 Lisboa.

Palavras-Chave: Tectónica Global, Açores, estilos eruptivos, erupções históricas.

Key-words: Plate Tectonics, Azores, eruptive styles, historic eruptions.

INTRODUÇÃO

Há cinquenta anos teve início ao largo ções do Capelo e Praia do Norte par-
do farol dos Capelinhos, a pouca dis- cialmente atingidas pelos produtos
tância da costa, uma erupção subma- vulcânicos. Outra consequência do
rina. Tratou-se da segunda erupção evento vulcânico foi um surto de emi-
a atingir a ilha do Faial em tempos gração de parte da população afecta-
históricos (neste contexto, conside- da para o Brasil com o consequente
ram-se eventos históricos os que ocor- despovoamento daquela região da
reram após o povoamento). Anterior- ilha. Esta não era, contudo, a pri-
mente, em 1672 e 1673, uma erupção meira erupção no arquipélago após o
em terra havia já afectado a região povoamento, nem seria a última.
ocidental do Faial. Como marcas des- No presente trabalho trataremos da
se evento ficaram os cones edificados caracterização destes eventos geoló-
(Cabeço do Fogo e Picarito), os der- gicos e do modo como eles se enqua-
rames lávicos então emitidos (Misté- dram nos processos da dinâmica geo-
rios da Praia do Norte e do Capelo), e lógica que criou e modifica continua-
a mudança de localização das povoa- mente o arquipélago dos Açores.

ENQUADRAMENTO GEOTECTÓNICO DOS AÇORES

O arquipélago dos Açores localiza-se As placas tectónicas encontram-se


numa situação geotectónica designa- limitadas por grandes estruturas geo-
da Junção Tripla. Nesta região encon- lógicas chamadas Fronteiras de Placa.
tram-se três das cerca de 15 placas Estas podem ser de três tipos: os
tectónicas em que a camada superfi- Riftes e zonas axiais das Dorsais
cial da Terra se encontra dividida: as Oceânicas, as Falhas Transformantes
placas Norte-Americana, Eurasiática e Transcorrentes, as Zonas de Sub-
e Africana. ducção e as Zonas de Colisão. No pri-
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meiro caso (riftes e dorsais oceâni- nhas. É este o caso da cordilheira dos
cas) as placas separadas por esse tipo Himalaias resultante da colisão das
de fronteira afastam-se uma da outra placas Indiana e Eurasiática. Final-
em resultado da injecção de material mente, o terceiro tipo de fronteira
magmático na sua zona axial. Forma- de placas é constituído pelas Falhas
-se, assim, nova crosta terrestre – a Transformantes e Transcorrentes, em
Expansão dos Fundos Oceânicos – que não existe criação nem destruição
naquelas que são chamadas Frontei- de litosfera. Ao longo destas estru-
ras de Placa Construtivas ou Diver- turas as duas placas deslizam lateral-
gentes. Nas zonas de expansão mais mente uma pela outra (movimento
lenta, como as que geram os fundos designado desligamento); exemplo
do Atlântico, as velocidades de expan- de uma estrutura deste tipo é a Falha
são são da ordem de 2 a 3 cm por ano, de Santo André na Califórnia.
enquanto que no Oceano Pacífico As principais manifestações geológi-
existem dorsais onde é criado fundo cas associadas às fronteiras de placas
oceânico a taxas de cerca de 22 cm são sismos e erupções. Nos riftes e
por ano. No entanto, ao criar nova dorsais oceânicas nova crosta terres-
crosta terrestre no eixo das dorsais tre é criada por processos vulcânicos
e riftes, é necessário destruir área e sub-vulcânicos. Nestes locais a
equivalente de superfície terrestre, maior parte das erupções ocorre no
ou o nosso planeta teria que expandir. fundo do mar e, consequentemente,
A destruição ocorre nas chamadas não é observada. Contudo, esporadi-
Fronteiras de Placas Destrutivas ou camente, como na Islândia, as dorsais
Convergentes, onde o fundo oceânico emergem e o vulcanismo associado
(mais propriamente a camada externa pode ser visto. Outro caso em que isto
da Terra, com comportamento rígido, acontece é dos riftes intra-continen-
a que se chama Litosfera) mergulha tais, estruturas que poderão evoluir
sob a placa adjacente e é reciclado no para um novo oceano. Tal é a situação
interior do Manto Terrestre. As estru- do Rifte Oeste-Africano (região dos
turas onde este mergulho se processa Grandes Lagos da África Oriental),
são as Zonas de Subducção. Quando com todos os seus vulcões activos.
as duas placas em confronto contêm Esta estrutura entronca a norte no
crosta continental, menos densa e mais Mar Vermelho e Golfo de Adén (onde
espessa que a oceânica, a subducção existe já fundo oceânico formado),
deixa de ser possível e as duas placas constituindo, portanto uma junção tri-
deformam-se, enrugando e elevando- pla. Nas zonas de subducção, existe
-se para formar cadeias de monta- também importante actividade vulcâ-
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nica. São exemplo deste facto as ca- rifte. Até há cerca de 10 Ma (milhões
deias de vulcões da costa oeste ameri- de anos) o troço açoriano da fronteira
cana (nas cordilheiras dos Andes e de placas entre a Eurásia e a África
das Cascades), ou os arquipélagos da situava-se a sul da posição actual do
Indonésia, Filipinas, Marianas, Japão, arquipélago. As ilhas não existiam
etc.. De facto, a maioria dos mais peri- então. Por essa altura o ponto triplo
gosos vulcões da Terra situa-se neste começou a migrar para norte, e a
contexto geotectónico. Nas fronteiras fronteira entre a Eurásia e a África
transformantes não existe vulcanismo. tornou-se oblíqua à crista média e à
As manifestações sísmicas ocorrem direcção de expansão dos fundos
nos três tipos de fronteira de placa, oceânicos (LUÍS et al., 1998). Esta
com sismos superficiais nas fron- obliquidade e a diferença das taxas de
teiras construtivas e transformantes expansão a norte e a sul do ponto tri-
e sismos superficiais, intermédios e plo (ligeiramente superior a norte)
profundos associados às zonas de originam um regime tectónico trans-
subducção e colisão. tensivo neste segmento da fronteira
Na junção tripla dos Açores estão en- de placas. A placa Eurasiática deslo-
volvidas fronteiras de placa constru- ca-se para Este, tal como a Africana,
tivas e transformantes. A placa Ame- mas um pouco mais rapidamente
ricana situa-se a oeste do Rifte Médio (o movimento diferencial é de cerca
Atlântico, que a separa das placas de 0,3 a 0,5 cm/ano; MADEIRA, 1998).
Eurasiática e Africana. Estas estão, A transtensão manifesta-se por uma
por sua vez, divididas por uma im- componente de abertura (associada a
portante falha transcorrente – a Falha desligamento) que permite a ascen-
Açores-Gibraltar. O local onde esta são magmática e consequente activi-
estrutura encontra o rifte é o Ponto dade vulcânica no sector açoriano da
Triplo dos Açores. Falha Transcorrente Açores-Gibraltar.
Poderia, então, pensar-se que a acti- Alguns autores consideram que a este
vidade vulcânica no arquipélago se quadro tectónico se junta a acção de
relaciona com o Rifte Médio Atlân- uma pluma mantélica (estrutura con-
tico. No entanto não parece ser este o vectiva sub-litosférica que transporta
caso pois as ilhas não se situam sobre material do manto a elevada tempera-
esta estrutura (cuja orientação no tura até zonas pouco profundas onde
sector dos Açores é próxima de Nor- sofre fusão parcial) que justifica a
te-Sul), definindo, antes, um alinha- elevada actividade magmática que
mento oblíquo ONO-ESE que cruza o aqui se observa.
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MAGMAS, VULCANISMO E ESTILOS ERUPTIVOS

Em ambiente intra placa oceânica e que o líquido ascende para a super-


nas dorsais oceânicas os magmas são fície em resultado do decréscimo de
geralmente de natureza basáltica. pressão. Contudo, as bolhas de gás
Estes magmas caracterizam-se por que se formam têm maior dificuldade
teores em sílica baixos (40-50%) em libertar-se quanto mais viscoso
relativamente a outras composições for o líquido em que estão contidas.
magmáticas (designadas intermédias Além disso, quanto mais viscoso for
e ácidas). O teor em sílica está tam- o magma maior o teor em voláteis.
bém relacionado com o volume de A dificuldade em libertar os gases
voláteis (água e gases) dissolvidos no torna as erupções mais violentas pois
magma. As lavas mais básicas (basal- a pressão dos gases é o principal
tos) são mais pobres em sílica e em mecanismo propulsor do processo
fluidos, enquanto que as lavas inter- eruptivo.
médias e ácidas apresentam teores Os magmas primários básicos po-
progressivamente mais elevados de dem, contudo, dar origem a líquidos
sílica e de voláteis. Ambos os aspec- magmáticos mais ricos em sílica por
tos constituem os factores intrínsecos um processo chamado Cristalização
ao magma mais importantes para as Fraccionada. Este mecanismo resulta
características das erupções. Quanto do facto de as rochas vulcânicas serem
menor o teor em sílica, menos longas formadas por minerais com composi-
e complexas são as moléculas que se ções variadas e que cristalizam a tem-
formam no líquido magmático em peraturas diferentes. Os minerais que
processo de cristalização. Este factor se formam primeiro, a temperaturas
torna os magmas básicos mais flui- mais elevadas, são os que incluem
dos. Pelo contrário, à medida que o quantidades menores de sílica na sua
teor em sílica aumenta mais comple- composição e maior quantidade de
xas e longas são as moléculas de sili- elementos como magnésio e ferro
catos (a maioria dos minerais que (olivina e piroxena, por exemplo).
constituem as rochas magmáticas são Deste modo, ao cristalizar uma dada
silicatos) que se formam no líquido quantidade desses minerais, que vão
magmático. Por esta razão, os magmas sendo extraídos por decantação gra-
intermédios e ácidos são tanto mais vítica, o líquido remanescente adqui-
viscosos quanto maior for o teor em re composição diferente da original,
sílica. Os voláteis dissolvidos no aumentando a concentração dos com-
magma sofrem exsolução à medida postos e elementos que não são utili-
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zados ou que entram em menor pro- pela acumulação dos produtos vulcâ-
porção na composição dos primeiros nicos de sucessivas erupções.
minerais que se formam. Assim, a Os sistemas fissurais caracterizam-se
partir de um líquido inicial de com- pela erupção de magmas básicos. Os
posição basáltica podem produzir-se vulcões centrais, contudo, apresentam
volumes significativos de líquidos uma evolução das composições dos
enriquecidos em sílica. Este processo magmas ao longo do tempo, desde
ocorre em câmaras magmáticas e bol- magmas básicos numa fase inicial,
sadas onde os magmas estacionam passando a líquidos magmáticos pro-
antes de atingir a superfície. Nos Aço- gressivamente mais evoluídos até
res este processo é comum nos edifí- atingir composição traquítica. Duran-
cios vulcânicos que atingiram um te a fase de erupção de magmas áci-
certo grau de desenvolvimento. Estes dos formam-se caldeiras no topo dos
vulcões, formados por numerosas vulcões centrais. Este processo resul-
erupções (vulcões poligénicos), de- ta do esvaziamento parcial de bolsa-
senvolvem bolsadas pouco profundas das magmáticas superficiais e do aba-
onde se acumulam progressivamente timento da parte central do vulcão,
líquidos mais evoluídos, que atingem criando uma depressão no cume do
a composição traquítica (um magma edifício. De todos os edifícios cen-
ácido). trais dos Açores, apenas o vulcão do
Outros mecanismos, extrínsecos à Pico não atingiu ainda este estádio.
composição do magma, podem igual- Quase todas as ilhas do arquipélago
mente contribuir para as caracterís- apresentam os dois tipos de sistemas
ticas eruptivas. Tal é o caso da pre- vulcânicos. Em S. Miguel existem
sença de água em contacto com o quatro vulcões centrais (o conjunto
magma. Determinadas proporções Povoação/Nordeste, inactivo, e os
magma/água provocam significativo vulcões activos de Furnas, Fogo e
acréscimo de explosividade para uma Sete Cidades) e um sistema fissural
mesma composição magmática. activo a ligar os maciços do Fogo ao
Nas ilhas açorianas encontram-se das Sete Cidades. Na Terceira há o
dois grandes tipos de sistemas vulcâ- mesmo número de sistemas vulcâ-
nicos: os sistemas fissurais, constituí- nicos: os vulcões centrais da Serra do
dos por pequenos edifícios vulcâ- Cume, Guilherme Moniz (inactivos),
nicos monogenéticos (formados por Pico Alto e Santa Bárbara (activos),
uma só erupção) alinhados sobre atravessados por um sistema fissural
fracturas ou falhas, e os vulcões do activo. A ilha Graciosa é constituída
tipo central, poligénicos, construídos pelo vulcão central da Caldeira, a
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sueste, e por um sistema fissural a um cone. A forma e o número de cra-


noroeste, ambos activos. S. Jorge é a teras dependem do número de bocas
única ilha onde não existe um vulcão com actividade explosiva. Destas
central, sendo formada apenas por bocas elevam-se jactos de lava geral-
um sistema fissural a todo o seu mente com algumas dezenas a cente-
comprimento. O Pico possui o vulcão nas de metros de altura (estilo havaia-
central activo da Montanha do Pico a no), ou colunas eruptivas mais desen-
oeste, o vulcão central inactivo do volvidas que podem atingir 3-4 km de
Topo na região central, e um sistema altura (estilo estromboliano).
fissural activo a oriente. No Faial Os derrames lávicos são geralmente
reconheceram-se dois edifícios cen- emitidos por bocas laterais junto à
trais, o vulcão da Ribeirinha, inactivo, base do cone e raramente pela cratera.
e o vulcão da Caldeira ainda activo, e Dada a dimensão das ilhas, os decli-
dois sistemas fissurais, um na região ves geralmente fortes e as elevadas
da Horta, provavelmente activo, e taxas iniciais de efusão da lava, os
outro activo na Península do Capelo. derrames atingem frequentemente a
A ilha das Flores é um grande maciço costa, na maioria das vezes em pou-
vulcânico poligénico com alguma cas horas.
actividade vulcânica pré-histórica, Contudo, estas características alteram-
enquanto que a do Corvo é formada -se quanto existe água disponível para
por um único vulcão central prova- interagir com o magma. As erupções
velmente inactivo. em que isto sucede são chamadas
A erupção de lava de composição hidromagmáticas. Estas condições
basáltica, em ambiente sub-aéreo, ocorrem quer com corpos de água
caracteriza-se por apresentar baixa livre (lagos, mar), quer com água
explosividade, sendo o volume prin- subterrânea (aquíferos), ou mesmo
cipal dos produtos extruídos consti- sob calotes glaciares (como na Islân-
tuído por derrames lávicos. Os estilos dia ou na Antártida). Em qualquer dos
eruptivos característicos destes even- casos a explosividade aumenta. A va-
tos são os que se designam como porização da água em contacto com a
havaiano e estromboliano. As erup- lava, associada à fragmentação da
ções iniciam-se por fissuras mais ou lava cuja superfície é arrefecida pelo
menos longas, fixando-se, ao fim de contacto com a água, produzem uma
algum tempo, num sector restrito. mistura de vapor sob pressão e frag-
A acumulação, em torno do centro mentos de lava ou de rocha preexis-
eruptivo, dos produtos fragmentados tente, que origina colunas eruptivas
(piroclastos) mais grosseiros edifica características. Estas são marcadas
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pela existência de nuvens convolutas A emissão de magmas de composição


de vapor branco e jactos negros de mais evoluída (mugearitos, traquitos)
fragmentos rochosos. No caso de origina, geralmente, erupções alta-
ocorrer interacção com água subter- mente explosivas. Formam-se colunas
rânea, a rocha que separa a zona de eruptivas que atingem altitudes da
contacto da superfície pode ser frag- ordem das dezenas de quilómetros, a
mentada e os fragmentos projectados, partir das quais «chove» cinza e lapili
criando uma cratera no chão e um (normalmente de pedra-pomes). Estes
anel de fragmentos rochosos acumu- produtos de queda podem atapetar
lados em torno desta. Estes centros áreas extensas com espessuras consi-
eruptivos são designados «maares» e deráveis de depósitos. Estas são as
contêm geralmente lagos. As erupções erupções designadas como plinianas.
com estas características são chama- Frequentemente ocorrem, em asso-
das freato-magmáticas. Quando ocor- ciação, episódios de fluxo piroclás-
rem a profundidades inferiores a cerca tico em que materiais piroclásticos e
de 400 m, as erupções subaquáticas gases a elevada temperatura se deslo-
(nos Açores predominantemente sub- cam rente ao solo a grande velocida-
marinas) apresentam manifestações à de. A interferência com água (subter-
superfície. A coluna eruptiva chega à rânea ou superficial) incrementa tam-
superfície e frequentemente a acumu- bém a explosividade. São comuns os
lação de material piroclástico, mais episódios hidromagmáticos neste tipo
abundante que nas erupções sub- de erupção, gerando depósitos de ma-
-aéreas, forma um cone que pode teriais piroclásticos mais finos e ricos
emergir originando uma ilha. Este em fragmentos de rochas preexisten-
estilo eruptivo foi consagrado na lite- tes (fragmentos líticos). Na sequência
ratura científica com a designação de de chuvas intensas, potenciadas pela
erupção surtsiana (do vulcão Surtsey, condensação em torno das partículas
na Islândia). A erupção dos Capeli- finas que ficam em suspensão na
nhos foi deste tipo; Victor Hugo atmosfera, durante e/ou após estas
Forjaz defende que deveria ter dado erupções e em resultado da destruição
origem à designação de «erupção da cobertura vegetal e presença dos
capeliniana» pois antecedeu a do produtos piroclásticos disponíveis à
Surtsey e foi estudada por cientistas superfície, são desencadeadas enxur-
portugueses e estrangeiros (RIBEIRO radas com elevada viscosidade e capa-
& BRITO, 1957/58; TAZIEFF, 1959; cidade de transporte (lahares). Na fase
ZBYSZEWKI & VEIGA-FERREIRA, 1959, terminal, quando a maior parte dos
1962). gases foi consumida, a lava já bastan-
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te desgaseificada perde a sua explo- esféricos resultantes da acumulação


sividade e origina derrames. Estes, de lava sobre a conduta) ou escoadas
dada a elevada viscosidade destas la- espessas e curtas (coulées).
vas, constituem domas (relevos hemi-

ERUPÇÕES HISTÓRICAS E PRÉ-HISTÓRICAS NOS AÇORES

Desde que se iniciou o povoamento Das TABELA I e FIGURA 1, verifica-se


do arquipélago no século XV, regista- que 15 daquelas erupções ocorreram
ram-se numerosas erupções nas ilhas no mar e apenas 11 em terra.
e na região imersa em torno delas. Algumas erupções submarinas são
Foram referenciadas erupções nas pouco profundas e idênticas à dos
ilhas de S. Miguel, Terceira, S. Jorge, Capelinhos. Podem incluir-se neste
Pico e Faial e no mar junto ao litoral grupo as de 1638, 1682, 1720, 1800,
destas ilhas ou sobre relevos submari- 1811, 1867 e 1957/58. Estes eventos
nos pouco profundos (bancos subma- ocorreram junto ao litoral ou no cume
rinos) na área dos grupos central e de bancos submarinos pouco profun-
oriental. O número de eventos con- dos. Tratam-se de erupções surtsianas,
siderados tem variado de autor para caracterizadas pela emissão de jactos
autor de acordo com a interpretação de piroclastos e nuvens de vapor, com
que é feita dos documentos coevos, edificação rápida de cones submari-
conforme os critérios utilizados na nos que, ao emergirem, constituem
contabilização e à medida que ocor- ilhas. Estas ilhas são frequentemente
rem novas erupções ou são adquiri- efémeras, como sucedeu com as que
dos novos dados. se formaram em 1638, na erupção de
As primeiras publicações indicam en- 1720 no Banco D. João de Castro, ou
tre 18 (MACHADO, 1958; ZBYSZEWSKI, a que deu origem ao episódio da ilha
1963) e 32 eventos (WESTON, 1963/ Sabrina em 1811. Muitas vezes a ero-
64). As análises mais recentes são marinha arrasa a ilha rapidamente.
(MADEIRA, 1998; 2005) apontam para Note-se que o topo do Banco D. João
a ocorrência registada de 26 erupções de Castro se encontra actualmente a
(TABELA I). Na realidade muitas ou- cerca de 10 m de profundidade, o que
tras deverão ter ocorrido, mas as corresponde aproximadamente ao
grandes profundidades existentes em limite inferior da acção da ondulação
áreas significativas da região dos mais forte. Noutros casos, o novo edi-
Açores impedem que as manifesta- fício resiste e origina uma ilha que
ções atinjam a superfície. permanece durante alguns milhares
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TABELA I
ERUPÇÕES HISTÓRICAS NOS AÇORES

n.º Ano Localização Estrutura


01 1439/43 S. Miguel Pico do Gaspar – Furnas
02 1562/63 Pico Pico do Cavaleiro (actualmente Cabeços do Fogo)
03 1563/64 S. Miguel Lagoa do Fogo e Pico do Sapateiro (Pico Queimado)
04 1580 S. Jorge Ribeira do Almeida, Queimada e Ribeira do Nabo
05 1630 S. Miguel Lagoa Seca – Furnas
06 1638 no mar Ao largo da Ponta da Candelária (S. Miguel)
07 1652 S. Miguel Picos de João Ramos e do Paio (Pico do Fogo)
08 1672/73 Faial Cabeço do Rilha Boi (Cabeço do Fogo) e Pincarito
09 1682 no mar Ao largo de Mosteiros (S. Miguel)
10 1718 Pico Lomba de Fogo, Cabeço de Cima e Cabeço de Baixo
11 1720 Pico Cabeço do Soldão (actualmente Cabeços do Fogo)
12 1720 no mar Formou uma ilha no Banco D. João de Castro
13 1761 Terceira Pico das Caldeirinhas e Mistério Negro
14 1800 no mar Ao largo da Ponta do Topo (S. Jorge)
15 1808 S. Jorge Pico do Pedro, Entre Ribeiras e Areias de Santo Amaro
16 1811 no mar Ao largo da Ponta da Ferraria (S. Miguel), Ilha Sabrina
17 1867 no mar Ao largo da Ponta da Serreta (Terceira)
18 1902 no mar Ao largo da Ponta do Topo (S. Jorge)
19 1904 no mar A sul da Ponta da Ferraria (S. Miguel)
20 1907 no mar Junto à costa sul de S. Miguel
21 1911 no mar Banco do Mónaco
22 1957/58 Faial Capelinhos e explosões freáticas na Caldeira
23 1963 no mar Ao largo do Cachorro (Pico)
24 1964 no mar Ao largo a Oeste das Velas (S. Jorge)
25 1981 no mar Banco do Mónaco
26 1998/01 no mar A WNW da Ponta da Serreta (Terceira)

Retirado de MADEIRA (2005): baseado em MACHADO (1958), ZBYSZEWSKI (1963), WESTON


(1963/64), FORJAZ (1992), QUEIROZ et al. (1995), e relatos coevos (ARAÚJO, 1801; AVELLAR,
1902; CANTO, 2001; CORDEIRO, 1981 [1717]; DIAS, 1936; DRUMMOND, 1981 [1846-1864];
MACEDO, 1871; MALDONADO, 1989 [1711]; MONTE ALVERNE, 1988 [ca. 1700]; FRUTUOSO, 1978
[1583?]; 1981[1583?]; 1987[1583?], 1991 [1583?]).
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FIGURA 1 – Localização das erupções históricas no arquipélago dos Açores


(numeração de acordo com a da TABELA I); modificado de MADEIRA, 2005.

de anos; exemplos pré-históricos são (em torno dos 400 m) as manifes-


os cones surtsianos do Ilhéu de Vila tações que atingem a superfície são
Franca do Campo, Ilhéu das Cabras muito menos evidentes, podendo facil-
ou Ilhéus da Madalena. Sucede tam- mente passar despercebidas. Tal foi o
bém a erupção ocorrer tão perto da caso da erupção da Serreta em 1998.
costa que o cone recém-formado Neste evento chegaram à superfície
acaba por encostar à ilha principal. numerosos blocos ocos de basalto
Exemplos desta situação são os cones que flutuavam durante alguns minu-
dos Capelinhos e Monte da Guia tos, originando plumas de vapor com
(Faial), Monte Brasil (Terceira), alguns metros de altura (GASPAR et
Morro Grande das Velas e Morro al., 2000; MADEIRA, 2000). Por vezes,
do Lemos (S. Jorge) ou o Morro de em períodos de maior intensidade, a
Capelas (S. Miguel). pluma eruptiva submarina, constituí-
Nalgumas situações, como sucedeu da por minúsculas partículas de vidro
nos eventos de 1867, 1911 e 1964, vulcânico e bolhas de gás, aflorava
apesar de ocorrerem a profundidades dando origem a manchas e descolo-
reduzidas (~200 m), as erupções ma- rações à superfície do mar. Relatos
nifestam-se apenas por jactos de água de erupções anteriores (ZBYSZEWSKI,
e/ou cheiros sulfurosos. 1963; WESTON, 1963/64; FORJAZ,
Se as erupções submarinas têm lugar 1992) são similares às observações
a profundidades um pouco superiores feitas na Serreta o que sugere ter-se
40 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

tratado de eventos do mesmo tipo. na Terceira. Tratam-se de eventos que


Nestes incluem-se as manifestações raramente provocam vítimas, embora
de 1800, 1963 e 1981. existam registos de mortes na erup-
Quando a profundidade é superior, ção de 1672/73 no Faial, onde pelo
apenas por métodos indirectos se menos três pessoas pereceram por
pode inferir a ocorrência de uma terem ficado encurraladas pelos der-
erupção. No caso dos Açores existem rames lávicos; há também relatos de
três relatos de cortes de cabos subma- mortes causadas por asfixia por dió-
rinos em 1902, 1904 e 1907; nos três xido de carbono em zonas deprimidas
casos a recuperação dos cabos para (depressões naturais ou poços) onde
reparação revelou que estes se encon- aquele gás, mais denso que o ar, se
travam queimados, com a borracha acumula; casos destes ocorreram nas
do isolamento derretida ou com mate- erupções de 1718 (2 vítimas) e 1808
rial piroclástico colado, confirmando (3 vítimas).
as manifestações eruptivas. Segundo No entanto, existem situações em que
o Coronel Afonso Chaves (in ZBYS- mesmo as erupções basálticas sub-
ZEWSKI, 1963), nenhuma sismicidade -aéreas podem gerar manifestações
foi registada durante o evento de muito perigosas. É o caso de vários
1902. Situação parecida ocorreu em eventos que estão documentados
1998, quando a rede sísmica, muito na ilha de S. Jorge, com a formação
mais sensível e numerosa, registou de escoadas piroclásticas basálticas.
apenas micro-sismicidade ligeira na Eventos deste tipo ocorreram nas
área da erupção da Serreta. erupções de 1580 e 1808, tendo pro-
As erupções basálticas sub-aéreas ca- vocado mais de duas dezenas de mor-
racterizam-se por manifestações que tos. Também se encontram na ilha
se enquadram nos estilos havaiano e depósitos de fluxos piroclásticos de
estromboliano. Normalmente formam- erupções pré-históricas, mostrando
-se fontes de lava ou pequenas plumas que estas são manifestações recorren-
eruptivas, e derrame de lava. Erup- tes na ilha. Uma parte destes eventos
ções deste tipo constituem a maioria deve-se a actividade freato-magmá-
dos eventos associados aos sistemas tica (nuvens de surge) ou a colapso
fissurais basálticos nas áreas emersas gravítico de cones em crescimento
das ilhas. Em tempos históricos ocor- ou de escoadas lávicas espessas nas
reram erupções com estas caracterís- íngremes vertentes da ilha (nuvens
ticas em 1562/63, 1718 e 1720 no ardentes).
Pico, 1564 em S. Miguel, 1580 e 1808 Outro tipo de manifestações está re-
em S. Jorge, 1672/73 no Faial, e 1761 presentado por eventos pré-históricos
José Madeira 41

que ainda não ocorreram após o A primeira, reconhecida com base em


povoamento. Trata-se de erupções trabalho de campo (QUEIROZ et al.,
basálticas freato-magmáticas que ori- 1995), deu origem ao Pico do Gaspar,
ginaram crateras do tipo «maar», fre- localizado entre a lagoa e a povoação
quentes na ilha das Flores e em das Furnas. Este evento coincidiu com
S. Miguel. o início do povoamento de S. Miguel
As erupções associadas a magmas de e apenas foi observado na sua fase
composição intermédia encontram-se final, durante a qual se formou o
geralmente associadas a vulcões do doma localizado no interior do cone
tipo central. Em tempos históricos de pedra-pomes. Em 1563 aconteceu
apenas uma erupção envolvendo outra erupção traquítica, desta vez no
magmas intermédios foi registada em Vulcão do Fogo. A erupção originou
S. Miguel, mas curiosamente na zona uma coluna eruptiva de grande dimen-
fissural dos Picos. Trata-se do evento são e, por acção de ventos de oeste,
de 1652 nos Picos do Paio e João cobriu de cinzas e pedra-pomes toda
Ramos onde uma erupção de curta a região oriental da ilha. Durante seis
duração emitiu bombas, lapili e cin- dias toda a área ficou imersa em
zas e edificou dois domas de lava vis- escuridão. Registaram-se espessuras
cosa (FERREIRA, 2000). Numerosas de depósitos de 5 m nas áreas mais
erupções deste tipo ocorreram na ilha próximas do centro eruptivo. A erup-
Terceira, originando os numerosos ção formou uma cratera com 2 km de
domas que cobrem as vertentes e in- perímetro e 400 m de profundidade
terior das caldeiras dos vulcões de que se pensa corresponder à enseada
Santa Bárbara e Pico Alto. leste da Lagoa do Fogo. As manifes-
As erupções envolvendo magmas tações eruptivas apresentaram carac-
ácidos são menos frequentes mas de terísticas plinianas e freato-plinianas.
magnitude muito superior. Para além Em 1630 deu-se a erupção da Lagoa
dos eventos reconhecidos no registo Seca, a sul da Lagoa das Furnas.
geológico (nos vulcões centrais das Sismicidade intensa precedeu em seis
Furnas, Fogo, Sete Cidades, Santa horas o início da erupção. A explosão
Bárbara, Pico Alto, Guilherme Moniz, inicial despoletou um escorregamen-
Graciosa, Faial e Flores), ocorreram to nas arribas de Ponta Garça (COLE
já três eventos em período histórico. et al., 1995). A emissão de cinzas
Destas erupções, duas tiveram lugar causou escuridão nos dias que se
no interior da Caldeira das Furnas seguiram ao início da erupção. Os
(1439/43 e 1630) e outra no vulcão depósitos de pedra-pomes e cinzas
do Fogo (1563) em S. Miguel. cobriram os terrenos com espessuras
42 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

superiores a meio metro para leste de em Ponta Garça. Tratou-se da erupção


Vila Franca. Na região mais próxima mais mortífera nos Açores; contudo,
do centro eruptivo acumularam-se o número elevado de vítimas advém
cinco a seis metros de espessura. do facto de haver muita gente acam-
Existem relatos de queda de cinzas pada em torno da Lagoa das Furnas
desde Santa Maria às Flores e Corvo. por se tratar da época de colher a baga
Tal como na primeira erupção, o de loureiro.
evento terminou com a edificação de Todavia, erupções muito maiores
um doma traquítico. As explosões ocorreram nas ilhas em tempos pré-
iniciais, os escorregamentos nas arri- -históricos e são essas que devem ser
bas litorais da costa sul e algumas es- consideradas na avaliação do risco
coadas piroclásticas causaram 150 a vulcânico associado aos vulcões cen-
300 vítimas na Caldeira das Furnas e trais dos Açores.

SÍNTESE

A erupção dos Capelinhos correspon- Estas apresentam a potencialidade de


deu a um dos vários tipos de erupções afectar toda uma ilha como se verifi-
que se conhecem nos Açores. Esse cou em algumas das erupções histó-
conhecimento advém das descrições ricas de S. Miguel, mas também em
coevas dos eventos registados desde erupções pré-históricas no Faial ou na
o povoamento do arquipélago, mas ilha Terceira. As manifestações basál-
também de erupções recentes pré- ticas, para além de prejuízos mate-
-povoamento que deixaram o seu tes- riais e da perturbação temporária das
temunho no registo geológico. Verifi- actividades socioeconómicas, apre-
ca-se que as manifestações de maior sentam menor perigosidade, embora
magnitude e perigosidade são as que possam gerar perigosas e mortíferas
estão associadas aos vulcões centrais escoadas piroclásticas como está do-
com emissão de magmas traquíticos. cumentado em erupções de S. Jorge.

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