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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

DOCENTE: Alessandra Barbosa

DISCIPLINA: língua portuguesa e linguística textual

Resenha

Fávero, Leonor Lopes “Coesão e Coerências Textuais” São Paulo, Ática,

Resenhado por Yasmine Monica Sousa Martins

O livro de Leonor Lopes Fávero “Coesão e Coerência textuais” tem como finalidade
examinar com mais exatidão a coesão e coerência dos enunciados para que tenham
sentidos e facilitar ao leitor uma melhor estruturação e compreensão do texto. Sendo de
fundamental importância para análise e constituição de textos. Ao longo da leitura do
livro observa-se que os autores relatam que a coesão e coerência são fenômenos
linguísticos diferentes.

A coesão textual é um conceito semântico que estabelece sentido aos enunciados


que estão nos textos. Assim o sistema linguístico esta classificado em três níveis:
significado, forma e expressão. A diferença entre elas se encontram no fato de que a
coesão não é condição suficiente pra forma um texto e podem ser que textos não tenham
muita coesão mais para a textualidade ao nível de coerência tenha sentido .

Para que um texto tenha relações coesas ele passa por cinco procedimentos:
referência, substituição, elipse, conjunção e léxico. Em 1983, Marcuschi baseando nas
propostas de Beaugrande e Dressler apresentou quatro fatores para conexão sequencial
que são repetidores, substituidores, sequenciadores e moduladores.

Em 1985, Favaro e Koch resolvem fazer uma nova proposta na reconstrução da


classificação da coesão, que para eles seriam coesão referencial, coesão recorrencial e
coesão sequencial que melhoraria a construção dos textos. A coesão referencial tinha
como objetivo de estabelecer referencia a alguma interpretação. Na coesão referencial
pode ser obtida por substituição e por reiteração. A substituição ocorre quando uma
palavra é precedida ou retomada por outro elemento e a reiteração ocorre quando
expressões tornam-se repetitivas no texto.
A coesão recorrencial tem por função levar o discurso a diante mesmo com
mudanças na estrutura do texto. Não confundir referencial com reiteração a primeira
tem o objetivo de informar que a informação seque a diante e reiteração apenas afirma
que a informação já é conhecida e a mantem. São casos de coesão recorrencial
recorrência de termos, paralelismo, paráfrase e recursos fonológicos.

A coesão sequencial tem por sua vez a função de fazer progredir o texto, faze-lo
caminhar direto para a informação, diferem da coesão de reiteração por não retomar
itens e estruturas ao longo dos textos. A coesão sequencial pode obtida de duas formas
coesão sequencial temporal e coesão sequencial de conexão. A primeira serve para
indicar o tempo real, assim ela pode ser obtida pela ordenação linear dos elementos,
continuação de sequencias temporal, partículas temporais e correlação de tempos
verbais. Já a segunda a coesão sequencial de conexão diz que todo enunciado esta
subordinado a outro, na medida em que ajuda a compreender os demais. Essa
interpendência semântica funciona com a ajuda de operadores do tipo lógico e
operadores discursivos e passivos.

Para completar a aprendizagem o autor coloca textos de Joao Cabral de Melo Neto,
Carlos Drummond de Andrade entre outros para fixar a área de coesão textual
explicando cada texto.

A coerência tem por função o processamento relativo ao conhecimento do texto e


permitindo uma analise mais profunda. Para Beaugrande e Dressler o texto é coerente é
aquele onde existe relação entre os sentidos das expressões, levando em conta esse
sentido a forma mais adequada para tratar a coerência seria através da semântica
procedimental, onde a coerência possui dois níveis de aquisição de conhecimentos: a
razão e a experiência, e dentro desses níveis há dois tipos de conhecimento o declarativo
e o procedimental. O conhecimento declarativo é aquele em que as sentenças se
organizam e estabelecem relações logicas de especificação ou casualidade. O
conhecimento procedimental é o conhecimento afirmado pelos fatos para uso
determinado, esse conhecimento é adquirido pelas experiências e armazenados na
memoria, é trazido à tona no momento de interação do texto.

O autor comenta sobre os modelos cognitivos globais que são partes do processo de
comunicação que fica acumulado na memoria. Os mais conhecidos são os frames
(conhecimento comum ), esquemas, planos, scripts(planos estabilizados) e cenários.
A coerência depende antes de tudo um conhecimento prévio ou conhecimento de
mundo, a compreensão de um texto é um procedimento que ativa a memória e busca
informações guardadas a partir de elementos presentes. Existem vários níveis de
conhecimento: linguístico, textual e de mundo. É devido a esses recursos que o leitor
dar sentido ao texto.

Conhecimento Linguístico um conhecimento subtendido que faz do individuo um


falante ativo permitindo consumir novas palavras e saber diferencia-las nas
concordâncias entre o sujeito e o objeto. Conhecimento textual esta voltado mais para o
texto como estrutura e interação entre autor-leitor, quanto mais leituras fizer um leitor /
ouvinte melhor ele compreenderá o texto. Conhecimento de mundo é aquele
conhecimento tanto formal quanto informal, aprendido tanto em casa quanto na escola,
é o conhecimento de mundo entre o escritor e o falante.

Fávero deixa bem claro que para chegar a um texto bem coerente é preciso trabalhar
tanto as relações coesivas quanto as relações coerentes cognitivas , pois através dessas
relações o leitor consegui desenvolver habilidades que o permitem revisar seus textos e
conserta-los da maneira correta. Como conseguinte o autor retoma analises de textos de
grandes escritores para salientar mais os termos de coerência dando uma melhor analise
e facilitando uma boa aprendizagem.

A coesão e coerência são de fundamental importância para os enunciados produzindo


uma relação mutua entre a ordem das palavras e seus significados. Embora ao analisar a
coerência numa conversação é mais difícil do que encontrar a analise na coesão ,
devido ao texto conversacional ser coerente o grande problema se encontra nas marcas
linguísticas e discursivas da coerência . Daí a importância de se estudar os tópicos de
conversação que são centração, organicidade e delimitação local.

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