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Zygmunt Bauman, sociólogo e escritor polonês faleceu em janeiro de 2017, aos 91 anos. É
considerado um dos maiores intelectuais do século XXI, influenciando estudos em sociologia,
filosofia e psicologia. Com cerca de 50 obras e artigos da sua autoria abordava temas como o
consumismo, a globalização, as transformações nas relações humanas e as redes sociais.
Zygmund Bauman observa que o século XX sofreu uma grande alteração de sociedade
de produção para a sociedade de consumo. Com isso, também passamos pelo
processo de fragmentação da vida humana e deixamos de pensar em termos de
comunidade. A identidade pessoal, após essa transformação, alterou o significado do
propósito e da felicidade da vida, a tudo aquilo que acontece com cada pessoa
individualmente.
Zygmunt Bauman analisou o mundo contemporâneo de uma forma bastante rígida. Como foi
possível observar anteriormente um dos temas que ocupou seus os pensamentos mais
recentes foram a Internet e as redes sociais.
O sociólogo não via grandes virtudes naquele que é caracterizada como sendo uma das
maiores invenções da sociedade atual. Pelo contrário, define as como sendo armadilhas
contemporâneas, nas quais as pessoas caem e se sentem satisfeitas.
Relativamente às redes sociais este filosofo destaca que, “O fundador do Facebook, Mark
Zuckerberg, ganhou biliões com uma empresa focada no medo da solidão. Isto é o Facebook”.
Na verdade, Bauman não se refere apenas ao Facebook, mas a todas as redes sociais.
Enfatizou também que o mérito de Mark Zuckerberg foi perceber até onde chega o desejo
humano de não estar sozinho, pois numa rede social, a solidão aparentemente não existe. Nas
24 horas do dia e nos 7 dias da semana há alguém “lá”, disposto a ler qualquer uma das nossas
preocupações, compartilhando-a ou dando um “like” solitário.
As pessoas estão dispostas a fazer parte de conversas totalmente desnecessárias, tudo para
ficarem conectadas. No seu dia a dia, o parceiro é um computador ou um smartphone.
Parte da obra Bauman fala das novas dependências tecnológicas. Para ele, estas são forças
devastadoras às quais quase ninguém pode resistir, pois têm um impressionante poder de
congregação.
No entanto, Zygmunt conclui também que antigamente não havia tanta comunicação e que a
mesma não conduzia a diálogo, ou seja, não dava frutos.
O sociólogo diz que nas redes sociais, o que as pessoas fazem é uma espécie de eco, ouve-se
apenas o que se quer ouvir e que apenas se fala para aqueles que pensam o mesmo. As redes
são como uma imensa casa de espelhos, permitem encontro, mas não diálogo.
Estabelecer ou eliminar um contato numa rede social é extremamente fácil. Na vida real,
acontece exatamente o contrário, pois temos que enfrentar e tomar responsabilidade por
cada um dos nossos atos. Na Internet não, existe troca de mensagens, mas não diálogo.
Diferenças, mas não debate construtivo.
O “Eu” ocupa um lugar decisivo nas redes sociais. Sem percebermos, tornamo-nos
dependentes dessa exposição pública nas redes. Queremos ser identificados e reconhecidos
de certa forma, ficando frustrados se não conseguirmos.
Zygmunt Bauman vê nas redes sociais uma armadilha para o ser humano, isto é acha que esse
tipo de espaço tem um impacto decisivo no que ele chama de “cultura líquida”. Nela
prevalecem os vínculos humanos precários, amores sem rosto e sem compromisso, ondas de
sentimentos e ideias de hoje que amanhã desaparecem e pessoas que continuam entretidas,
enquanto o poder, político e econômico, as controla cada vez mais.