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Clã: Malkaviano
Mentor: Rose Sinclair (Rose, a Cartola)
Natureza: Arquiteto
Comportamento: Filantropo
Geração: 10ª
Nascimento: 1953 – Kiev, Ucrânia
Abraço: 1980 – Nova Iorque
Idade Aparente: 27
Nasci como qualquer ser humano. E morri cedo. Apesar de estar vivo. É um paradoxo.
Só mais um.
Nasci no ano de 1953 em Kiev, Ucrânia, onde morei durante grande parte da
minha vida. Passei os primeiros anos da minha vida normalmente com a minha família,
mas logo no começo de meus estudos percebi que não era normal. Não conseguia
interagir bem com as outras crianças, e ficava a maior parte do tempo isolado.
Conversava mais com os empregados da escola do que com os outros alunos, e não
entendia porque as outras crianças não me acolhiam, estando sempre contra mim.
Finalmente consegui fazer um amigo, com quem passava a maior parte do tempo na
escola. Só ele me entendia.
Me mudei para Nova Iorque e trabalhei por alguns anos como investigador,
tendo certo sucesso no trabalho, mas pequeno com os meus colegas. Como investigador
solucionei alguns crimes, e obtive o um bom índice de aproveitamento. Entretanto,
insatisfeito com o salário, larguei esse emprego e decidi abrir minha própria empresa de
tecnologia.
Meu principal trabalho era fornecer protocolos de segurança para órgãos do
governo e empresas privadas e nas horas vagas, utilizando as habilidades adquiridas nos
anos como investigador, espionar maridos infiéis, algo que não exigia muito de mim,
mas os pagamentos eram recompensadores. Até que um dia recebi um caso diferente,
que me chamou atenção.
— Me chamo John.
— Jason Browning.
— Avisei, mas eles não fizeram nada. Nem foram ao apartamento dele.
— Isso é bom, então quer dizer que seu apartamento nem foi mexido?
— Tenho.
— Sim, fui à casa de alguns deles. Também liguei para alguns contatos de
sua agenda, mas não obtive nenhuma informação.
— Deixou.
Fui até o apartamento de Jason, que ficava num bairro residencial de classe
média, composto principalmente por casas e alguns poucos prédios. Falei com o
porteiro, e expliquei que tinha sido mandado pelo pai de Jason para investigar seu
desaparecimento, e que estava com a chave do apartamento. Ele pareceu hesitante, mas
me deixou entrar. Ao entrar notei que haviam câmeras no prédio, que me ajudariam
muito.
Não havia mais nada de relevante no quarto, então fui falar com o porteiro.
— Veja bem, só estou investigando para descobrir onde foi parar Jason, a
mando de seu pai. Não tem porque você me impedir de ver as gravações.
Logo chegou na entrada do prédio um homem velho, com uns sessenta anos,
vestindo calças de moletom e camisa.
— Boa tarde.
— Tudo bem, vou mostrar para você. Mas você não deve falar pra ninguém,
tudo bem?
Acompanhei o síndico até uma sala no andar térreo do prédio, e ele ligou a
tela do DVR. Havia muitas horas de gravações, com pessoas entrando e saindo do
prédio o tempo todo, então foi difícil encontrar Jason em meio a todas as outras pessoas.
Depois de duas horas procurando, finalmente encontrei a gravação da última saída de
Jason. Ele saía do prédio junto com uma mulher vestindo um sobretudo preto e com
uma tatuagem no braço. Jason usava calças jeans e uma camisa branca. Ambos estavam
notavelmente pálidos. Entretanto, pela baixa qualidade da gravação não dava para
reconhecê-los com precisão. Copiei a parte da gravação que interessava e levei num HD
externo. Anotei a hora em que eles tinham saído para falar com o porteiro que tinha
aberto o portão para eles.
— Eu fiquei sabendo que você estava trabalhando como porteiro no dia que
o Jason desapareceu.
— Não foi?
— Não.
— Ah tá.
— Ela não disse. Ela só pediu para eu abrir o portão e deixar ela passar e
eu deixei.
— Por que?
— Sim.
— Então vou falar com uma pessoa que conheço que faz e marcar um
horário com ele. Mais uma pergunta, você viu se a mulher carregava alguma coisa
quando entrou?
Alguns dias se passaram, e o único retorno que tive dos cartazes eram de
pessoas que tinham visto Jason antes dele desaparecer. Até que recebi uma ligação, de
uma moça que era secretária do departamento de matemática, e que dizia ter visto a
mulher misteriosa no departamento, antes de Jason sumir. Então quer dizer que eles
mantinham contato antes de Jason desaparecer? Será que ele havia sumido
propositalmente, e não sido sequestrado? Mas e a mancha de sangue no sofá, o que
significaria nesse caso? Estava me fazendo essas perguntas, quando a moça disse algo
que praticamente resolveu o caso – a mulher misteriosa tinha feito um cadastro para
entrar no departamento e tinha deixado um endereço. Seu nome era Rose Sinclair.
Quando entrei na sala tomei um susto – me deparei não apenas com Rose
Sinclair e Jason, mas também com John.
— Sim.
— A verdade é que toda sua busca por Jason não passou de um teste, para
decidir se você é apto a se tornar um de nós.
— Você logo vai entender. – Rose se aproximou de mim e não esperei que
fosse tarde demais. Saquei minha pistola e atirei nela duas vezes no peito e uma na
cabeça, o chamado Mozambique drill, projeto para neutralizar qualquer ameaça
imediatamente, mas ela continuou se aproximando, com os olhos refletindo uma espécie
de loucura. Me agarrou e me mordeu no pescoço. Assim que ela me mordeu perdi
totalmente a vontade de lutar, aquilo era ao mesmo tempo dolorido e muito prazeroso.
Subitamente tudo ficou escuro, devido à perda de pressão, e desmaiei.
...
Acordei não muito tempo depois deitado no sofá. Sentia uma sede intensa.
Me levantei e olhei em volta. Estavam todos lá, sentados na mesa de jantar.
— Ah, vejo que você acordou. Agora posso responder suas perguntas, mas
primeiro acredito que você vai querer um pouco disso. – Ela se levantou e foi até a
geladeira, de onde tirou duas bolsas de sangue. Não entendia porque ela achava que eu
ia querer beber sangue, mas assim que ela se aproximou, perdi o controle de meu corpo
e agarrei as bolsas de sangue que bebi avidamente. Mas aquilo era ainda muito pouco
para mim. Precisava de muito mais. Olhei faminto para John e Rose disse:
— Nem pense nisso. Ele é meu carniçal. Logo te levarei para caçar, mas
por enquanto você vai ter que aguentar com o que te dei.
Vampiro? Seria isso possível? Não podia negar que tinha sede de sangue.
Além disso, agora as dúvidas que tinha sobre o caso se esclareceram. A mancha de
sangue no sofá só podia ter sido causada por Rose bebendo o sangue de Jason e as
bolsas de sangue tinham sido usadas como sua primeira alimentação.
— E o desaparecimento de Jason?
— Sim.
— Tudo bem, agora chega desses joguinhos. Você vai me levar pra caçar?