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UFF - EEIMVR

Comportamento Mecânico de Materiais Cerâmicos e Poliméricos

Turma V1
Isabelle Lima –020046084
Lucas Terra – 218046098

Volta Redonda – 2021


Introdução

O estudo dos comportamentos mecânicos dos materiais para a engenharia é um dos mais
importantes para a área. Atualmente os materiais cerâmicos e poliméricos tem tido grande
destaque na aplicação de novas inovações, incluindo substituindo os materiais metálicos
em algumas praticabilidades, assim o estudo dos mesmos se torna um assunto de grande
valia, pois além de ser parâmetros que os diferenciam, podem definir as aplicações práticas
de acordo com cada particularidade, pois para engenharia selecionar o material correto
envolve usar detodas suas características para determinado fim.

Desenvolvimento

As principais características mecânicas associadas aos materiais são: elasticidade,


plasticidade, ductilidade, tenacidade e resiliência. Para que essas propriedades sejam
definidas e quantificadas existe para cada uma delas ensaios que visam determinar cada
uma delas. Vale ressaltar que hoje existem normas que definem todos os parâmetros para
realizar esses ensaios (figura 1), a fim de padronização essa obtenção de valor. A seguir,
serão abordadas essas características:

Elasticidade: Quando o material é submetido a forças externas tem a capacidade dese


deformar e voltar para sua forma inicial;
Plasticidade: Quando o material sobre forças externas e deforma de modo definitivo;
Ductilidade: É a capacidade do material ser deformar antes de romper e sofrerrupturas;
Tenacidade: É a capacidade que um material tem em absorver energia até a suaruptura,
como impacto;
Resiliência: É a capacidade que o material tem em absorver energia no regimeelástico
(quando é deformado elasticamente).

Figura 1: Ensaio de Flexão para determinação de propriedades.


1. Materiais Cerâmicos

Segundo Padilha, materiais cerâmicos são combinações de metais e não metais, tendo
como principais tipos óxidos, nitretos e carbonetos onde pertencem aos argilo minerais,
vidros e cimento. As suas ligações químicas podem ser em sua maioria iônicas ou também
covalentes. São tipicamente duros, frágeis, resistentes a alta temperatura e isolantes
elétricos com algumas exceções, essas exceções que abordaremos neste trabalho. A
estrutura cristalina dos cerâmicos segundo Callister, são mais complexas comparadas aos
dos metais, visto que são compostos por pelo menos dois elementos onde seus átomos
ocupam posições específicas, figura 1.

Figura 2: Titanato de Bário.

As suas aplicações podem ser desde de refratários e fundição de metais até a construção
de obras. A figura 2 esquematiza de forma simples a aplicação dos cerâmicos.

Figura 3: Classificação de aplicabilidade dos Materiais Cerâmicos.


1.1. Propriedades mecânicas dos cerâmicos

A microestrutura dos materiais cerâmicos tem grande influências nas suas propriedades.
Poros são muito comuns em cerâmicos e agem como concentradores de tensão, figura 4.

Figura 4: Porosidade em materiais cerâmicos.

Não só a porosidade interfere nas propriedades, os tamanhos de grãos também afetam a


sua resistência agindo como defeitos concentrados.

Figura 5: Efeito do tamanho de grãos na resistência da BeO denso.

Em condições normais de temperatura e pressão, os materiais cerâmicos geralmente


sofrem fratura antes de qualquer tipo de deformação plástica o que põe em evidência a
grande fragilidade essa classe de materiais.
No caso dos cerâmicos a Tensão x Deformação elástica ocorre de forma linear. Como
mostra a figura 6:

Figura 6: Gráfico Tensão x Deformação de cerâmicos.

No geral os materiais cerâmicos tendem a ter pouca ou nenhuma ductilidade e são pouco
tenazes e tem baixa resiliência. Demonstram que durante a fratura não há absorção de
energia, ou seja, tem ausência de deformação plástica.
A sua resistência a fratura é muito inferior aos da literatura pois existem dentro dos
materiais cerâmicos os “amplificadores de tensão” que são defeitos críticos nos materiais
que interferem na sua integridade, que podem ser trincas de superfícies, poros, arestas e
micro trincas. O nível da diminuição da resistência depende do comprimento da trinca e de
sua ponta, segue um exemplo na figura 7.

Figura 7: Tensão de ruptura X tamanho da trinca para vidros.


2. Materiais Poliméricos

Os polímeros são materiais que possuem em sua formação química agrupamentos de


pequenas moléculas denominadas monômeros que ao se ligarem formam
macromoléculas, figura 8. Recebem esse nome do grego: poli = muitos + meros = partes.
De acordo com Padilha, existem alguns tipos de macromoléculas: sintéticas orgânicas;
naturais orgânicos; naturais inorgânicos; sintéticas inorgânicas. A maioria desses materiais
são a base de átomos de hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, flúor e em outros elementos não
metálicos. A ligação química entre átomos da cadeia é covalente, enquanto a ligação
intercadeias é fraca, secundária, geralmente dipolar.
Os materiais poliméricos são geralmente leves, isolantes elétricos e térmicos, flexíveis e
apresentam boa resistência à corrosão e baixa resistência ao calor.

Figura 8: Demonstração e definição das regiões dos polímeros.

Ainda de acordo com Padilha, os polímeros podem ser classificados em três grupos
principais:
Termoplásticos: Podem ser repetidamente conformados mecanicamente desde que
reaquecidos. Muitos termoplásticos são parcialmente cristalinos e alguns são totalmente
amorfos. Exemplos típicos de termoplásticos são: polietileno, policloreto de vinila (PVC),
polipropileno e poliestireno.
Termorígidos: São conformáveis plasticamente apenas em um estágio intermediário de sua
fabricação. O produto final é duro e não amolece mais com o aumento da temperatura.
Uma conformação plástica posterior não é, portanto, possível. Os termorígidos são
completamente amorfos, isto é, não apresentam estrutura cristalina. Exemplos típicos de
termorígidos são: baquelite, resinas epoxídicas, poliésteres e poliuretanos.
Elastômeros (borrachas): São também materiais conformáveis plasticamente, que se
alongam elasticamente de maneira acentuada até a temperatura de decomposição e
mantém estas características em baixas temperaturas. Os elastômeros são estruturalmente
similares aos termoplásticos, isto é, eles são parcialmente cristalinos. Exemplos típicos de
elastômeros são: borracha natural, neopreno, borracha de estireno, borracha de butila e
borracha de nitrila.

2.2. Propriedades mecânicas dos polímeros

Os polímeros tendem a ter diferentes comportamento mecânicos de acordo com as suas


variações de produção e microestruturas, figura 9.

Figura 9: Diferentes gráficos Tensão x Deformação para polímeros.

Os materiais poliméricos são geralmente maleáveis, podendo ser moldados em diversas


formas.
Os termoplásticos amolecem quando são aquecidos e endurecem quando são resfriados.
Esta característica permite que sejam utilizados em processos que utilizam aquecimento e
resfriamentoporque eles não sofrem modificações permanentes ao serem aquecidos. Esses
materiais são utilizados em processos de fabricação onde se utiliza a aplicação simultânea
de calor e pressão. Segue um exemplo de ensaio de poliestireno de alto impacto, figura 10.
Figura 10: Curva tensão x deformação HIPS.

Os termorrígidos são materiais que apresentam uma estrutura macromolecular linear,


adquirindo ligações cruzadas permanentes entre as cadeias lineares, quando submetidos à
aplicação de calor e pressão, criam uma estrutura rígida, impedindo o movimento das
moléculas e, consequentemente não amolecem com novos aquecimentos. Devido a essa
característica não são deformáveis quando reaquecidos. São geralmente mais rígidos e mais
frágeis do que os polímeros termoplásticos. A soldagem de polímeros por aplicação de calor
é realizada apenas em termoplásticos.
Os elastômeros é a classe intermediária, são amplamente utilizados com rezinas
termoplásticos tendo maior resistência mecânica ao material se comparado as propriedades
originais, há a presença de ligações cruzadas, figura 11. São incapazes de fundir e não obtém
reciclagem. Quando submetido a tensão deforma-se elasticamente até 10 vezes o
comprimento original, assim tendo baixo módulo de Young.

Figura 11: Ligações cruzadas dos elastômeros.


Conclusão

Os materiais possuem propriedades que os diferenciam tendo cada um deles um


comportamento distinto diante aos esforços sofridos em diferentes situações. Para isso, o
estudo mostra como os materiais cerâmicos e poliméricos reagem aos parâmetros em
questão e a importância de se conhecer tais comportamentos para a aplicabilidade e
usabilidade desses componentes em diversas áreas da engenharia.
Bibliografia
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<https://www.ctborracha.com/materiais-de-
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Curitiba: Editora HEMUS, 1997
• CALLISTER, W. D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução, 7ªed.,
2008, LTC.

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