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Marcelo Affonso
A tabela abaixo apresenta os parâmetros da forma física e das habilidades motoras, sugerida
por Dantas (2003):
Força Dinâmica: Tipo de qualidade na qual a força muscular se diferencia da resistência produzindo
movimento.
Força Estática: Ocorre quando a força muscular se igulaa à resistência não havendo, portanto,
moviemento.
Força Explosiva (ou Potência): É a conjugação da força com a velocidade; pode-se apresentar com
predominância de força (exemplo: levantamentos olímpicos) ou com preponderância de velocidade
(exemplo: arremesso de dardo). Não é classificada como qualidade física derivada, por apresentar
especificidade na metodologia de treinamento. Tem uma participação tão importante nos desportos
que a habilita a ser considerada dentre as qualidades da forma física.
Resistência Aeróbia: É aquela cuja principal caracterísitica é apresentar uma intensidade pequena e um
volume grande, ou seja, um longo tempo de execução da atividade. É de manifestação global do
organismo.
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Resistência Muscular Localizada (RML): Observa-se ao nível muscular ou de grupo muscular e refere-se
à capacidade deste grupo ou músculo de suportar repetidas contrações.
Flexibilidade: Qualidade Física expressa pela maior amplitude possível do movimento voluntário de uma
articulação ou combinações de articulações num determinado sentido, dentro dos limites morfológicos
e sem provocar lesão.
Agilidade: Valência Física que possibilita mudar a posição do corpo ou a direção do movimento no
menor tempo possível.
Velocidade de Reação: Observada entre um estímulo e uma respota correspondente (exemplo: tiro e
partida).
Equilíbrio Recuperado: É o que se situa no ponto em que ocorre a transição entre o repouso e
movimento, ou o movimento e o repouso.
Obs.: Pode-se denominar de qualidades físicas derivadas, oriundas da combinação de mais de uma
qualidade, como por exemplo:
Oriundo de uma literatura mais atual, Barbanti (2010), seguindo o estudo do alemão Gundlach
(1968), utiliza o termo “Capacidades Motoras”, para substituir a universalmente usada “Qualidades
Físicas” e para definir didaticamente os conceitos básicos do movimento na Educação Física e no
Esporte. O mesmo define “Capacidades” como elementos essenciais para o rendimento motor,
indicando uma medida de potencial, ou seja, qualquer atleta nasce com uma certa quantidade
determinada geneticamente, que irá influenciar diretamente no desempenho individual, mas ainda um
valor modelável e treinável. Quando vemos um movimento, como por exemplo o ataque no voleibol,
observamos mudanças de posição no espaço e no tempo produzidas pela aplicação de forças, mas não
vemos força nem velocidade; o que observamos é o aspecto exterior do movimento.
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Porém a “Habilidade”, é uma forma de movimento específico, como tocar piano, dançar, sendo
dependente de experiências anteriores e da automotização com a repetição do gesto, ela precisa ser
aprendida e desenvolvida. Magill (1989) definiu habilidade motora como um “ato ou tarefa que requer
movimento e deve ser aprendido a fim de ser executado corretamente”. Uma Técnica Esportiva é uma
habilidade motora! Singer (1977) definiu habilidade motora como um “ ato específico, um movimento
preterminado”. Ou seja, a habilidade é desenvolvida por meio da prática e depende de capacidades
subjacentes. Para que qualquer atividade motora possa ser executada com êxito, necessita-se das
capacidades motoras, e, no esporte, o desenvolvimento do rendimento está intimamente ligado ao
desenvolvimento das diferentes capacidades motoras. Em 1968, Gundlach propôs uma classificação que
as divide em 2 grupos fundamentais: as capacidades condicionais e as capacidades coordenativas.
CAPACIDADES MOTORAS
CAPACIDADES CAPACIDADES
CONDICIONAIS COORDENATIVAS
Diferenciação Sensorial
RESISTÊNCIA:
SCOORDENATIVAS
- Aeróbia
Observação
- Anaeróbia
Representação
FORÇA:
- Máxima Antecipação
- Rápida
Ritmo
- Resistência
Coordenação Motora
VELOCIDADE:
- Reação
Controle Motor
- Locomoção ou Cíclica
- Dinâmica
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CAPACIDADES CONDICIONAIS
São fundamentadas na eficiência do metabolismo energético. Elas são determinadas pelos
processos que conduzem à obtenção e à transformação de energia, isto é, pelos processos metabólicos
nos músculos e sistemas orgânicos. Elas são basicamente três: a capacidade de força, a capacidade de
resistência e a capacidade de velocidade.
A flexibilidade também foi classificada como uma capacidade motora condicional, apesar de
não seguir corretamente as regras desta classificação, mas isto ainda é motivo de discussão. O mesmo
acontece com a capacidade de velocidade, que é classificada como capacidade motora condicional, mas
que também depende fundamentalmente dos processos do sistema nervoso central, sendo portanto,
para alguns autores, uma capacidade intermediária entre condicional e coordenativa.
FORÇA MOTORA
Quando se usa o conceito de força na educação física e no esporte, precisa-se distinguir a força
como grandeza física e a força como capacidade de executar movimentos.
Segundo a lei de Newton (F=m.a), tendo como unidade de medida da força, o Newton(N), que
equivale a uma força constante que produz a aceleração de 1kg de massa em 1 segundo, desde o estado
de repouso até a velocidade de 1m/s.
“Força é a característica humana com a qual se move uma massa (o próprio corpo, ou um implemento
esportivo), sua capacidade de dominar ou reagir a uma resistência (oposição) pela ação muscular”
(Meusel,1969).
Existem vários conceitos, definições para a força motora, porém, há pelo menos o consenso de que ela
é conseqüência de uma interação complicada entre elementos neuromusculares, Enoka,1988
caracterizou estes elementos como Fatores Neurais, Musculares e Mecânicos.
Fatores Neurais: Ativação Seletiva de Unidades Motoras, Sincronização, Ativação Seletivas dos
Músculos, Freqüência aumentada de descarga dos impulsos nervosos, aumento do reflexo potencial,
recrutamento aumentado de unidades motoras e aumento da co-contração dos antagonistas.
Fatores Musculares: Tamanho dos músculos, representado pela área transversal e pelo comprimento
do músculo.
Fatores Mecânicos: A força exercida sobre uma sobrecarga depende do torque que atua no sistema,
especialmente o torque muscular, os fatores mecânicos incluem os momentos e as alavancas associadas
com as diferentes forças.
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A literatura recomenda a subdivisão da força motora em Força Máxima, Força Rápida e Força
Resistente (ou Resistência de Força). Todas elas dependem, em grande medida, do potencial de força
disponível, ou seja, da Força Máxima. Por exemplo, as pessoas “normais” (não submetidas a
treinamento) só são capazes de ativar voluntariamente cerca de 70% do potencial de força disponível,
que é chamada de Força Absoluta. A força que não é ativada voluntariamente chama-se reserva
autônoma, e o limite de força alcançável voluntariamente denomina-se limiar de mobilização. Estas
reservas de força podem ser ativadas mediante fatores emocionais (medo, hipnose) ou por
eletroestimulação. Assim a Força Absoluta é a força que desenvolve um músculo submetido à máxima
estimulação elétrica e m condições isométricas.
FORÇA MÁXIMA
A teoria do treinamento estabelece distinções dentro da Força Máxima de acordo com os tipos
de trabalho (o de superar, manter ou ceder a uma oposição) e com os tipos de ações musculares que
acompanham esses trabalhos (concêntrica, isométrica e excêntrica).
Os valores de Força Máxima Concêntrica (Dinâmica) situam-se entre 5 e 20% abaixo dos
valores de Força Máxima Isométrica (Estática). Quanto maior o estado de treinamento e do nível de
força, menor a diferença entre a Força Máxima Concêntrica e a Isométrica.
Em resumo, pode-se afirmar que, mediante uma ação voluntária, só é possível mobilizar uma
parte do total de força disponível, e, com isso, a Força Máxima está condicionada pela parte
voluntariamente ativável da Força Absoluta.
Sabe-se que a máxima força que um músculo pode desempenhar é diretamente relacionada à
sua área transversal, porém há uma correlação muito baixa entre a melhora da força e o tamanho
muscular. Esta dissociação entre a melhora da força e o tamanho ocorre porque a força não é somente
uma propriedade do músculo; ao contrário, ela é considerada uma propriedade do sistema motor.
FORÇA RÁPIDA
A Força Rápida é a capacidade de produzir força com velocidade ótima. Matin et AL (2001)
equiparam a Força Rápida com a velocidade de produção de força e sugerem que os rendimentos de
Força Rápida nos esportes objetivam, acima de tudo, alcançar uma velocidade final máxima sobre uma
trajetória dada de aceleração.
Assim, aquisição de Força Máxima com o objetivo de aplicá-la nos esportes não pode ser como
no treinamento dos fisioculturistas, mas sim da maneira como treinam os levantadores de peso ou os
praticantes do levantamento básico.
A maioria dos esportistas não depende tanto de altas expressões da força, mas de força que
seja produzida com elevada rapidez. Em que pese sua importância, a Força Rápida apresenta muitas
discrepâncias e isso, em parte, é devido aos diferentes modelos de explicação que lhe servem de base.
Inúmeros autores consideram a Força Rápida como capacidade de desenvolver valores elevados de
força por unidade de tempo, pela qual ela é definida como o quociente obtido pelo valor da força
máxima e o tempo necessário para atingir esse valor. Esta capacidade também foi chamada de FORÇA
EXPLOSIVA por Verkhoshanski(1996), Buhrle(1989) e outros que a consideram um componente da força
rápida. A terminologia americana chama de TAXA DE PRODUÇÃO DE FORÇA, o que significa taxa,
proporção de desenvolvimento ou produção de força em relação ao tempo. Enquanto a Força Máxima
aumenta com o aumento da sobrecarga (tensão), a Força Rápida é o produto da força pela velocidade,
portanto, certa combinação dessas variáveis traz seu melhor rendimento.
Durante uma atividade motora, a energia bioquímica obtida pelos sistemas corpóreos, é
transformada através dos músculos em energia mec ânica e conseqüentemente em energia térmica
(calor...). A quantidade de trabalho produzido na unidade de tempo somada à quantidade de calor
desenvolvida corresponde ao RENDIMENTO MUSCULAR FISIOLÓGICO (Martin et al., 2001). Do ponto de
vista mecânico, TRABALHO é igual ao produto da força aplicada a um corpo pela distância que percorre
na direção de sua aplicação.
Como distância(espaço) sobre tempo (d/t) equivale a velocidade, então o rendimento mecânico
(POTÊNCIA) pode ser definido também como produto da força pela velocidade. A potência se expressa
em Watts ou Joules/segundo.
Força
1 1 – Curva Força-Velocidade
2 – Curva Força Rápida-Velocidade
Velocidade
Buhrle (1989) denomina Índice de Força Rápida o coeficiente ente o valor máximo da força e o
tempo máximo necessário para o valor da Força Máxima ser atingido (IFR=Fmáx/tmáx).
A Força Máxima exige muito tempo para ser atingida (mais de 700 milésimos de segundo),
então ela quase nunca é atingida na maioria das ações esportivas, nas quais o tempo disponível, em
geral, é por volta de 250 milésimos de segundo. É neste período muito curto que se manifestam as
maiores expressões da Força Explosiva. Aqui, a Força Explosiva (ou taxa de produção de força) é máxima
(FE=∆F/∆t).
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Schmidtbleicher (1992) descreve outra manifestação da força com base no critério de tempo,
chamada Força Inicial. Ela é definida pela capacidade de desenvolver a mais alta expressão da força nos
momentos iniciais (30 ms) da tensão muscular. A Força Inicial é avaliada pelo maior valor da força que é
alcançada nos primeiros 30 milissegundos.
Quando a resistência externa a ser vencida é muito pequena (inferior a 25% da força) e o
movimento a ser realizado é balístico, o fator predominante é a Força Inicial. Ela é importante para os
esportes em que as ações motoras são de grande velocidade inicial, como esgrima, boxe ou karatê, em
que o sistema neuromuscular tem de acelerar o mais rapidamente possível, a partir de zero (FI=F30).
O termo “Balístico” refere-se à técnica na qual a sobrecarga (p.ex, um peso ou o próprio corpo)
é projetada ou solta no final da fase concêntrica. “Balístico implica aceleração em alta velocidade com
projeção no espaço livre.” A palavra é pertinente ao movimento de projéteis, que é acelerado e depois
atua somente por forças gravitacionais e pelas forças do meio ambiente por meio do qual eles passam.
Exercícios balísticos parecem um estímulo ideal para o desenvolvimento da Força Rápida.
CURVA FORÇA-TEMPO DA CAPACIDADE DE FORÇA RÁPIDA., RETIRADO DE BARBANTI, 2010, ADAPTADO DE BUHRLE,1989
Força
F30
tmáx
30 ms
FORÇA RESISTENTE
Força
A FORÇA
C RESISTÊNCIA DE FORÇA
B RESISTÊNCIA
Resistência
FORÇA ATIVA
A força ativa é o efeito da força produzida por um ciclo simples de trabalho muscular, ou seja,
aquele do encurtamento da parte contrátil. O encurtamento é realizado com o músculo em perfeito
estado de inércia (parado). Por exemplo, ao segurar um peso com uma mão e arremessá-lo de uma
posição parada por uma ação de encurtamento do tríceps braquial e músculos sinergistas. O
encurtamento do tríceps braquial provoca a extensão do cotovelo. Também uma extensão dos joelhos
(como num salto), saindo de uma posição imóvel de semiagachamento, a cargos dos músculos
extensores. A força ativa se expressa por:
FORÇA REATIVA
Buhrle (1989) define a Força Reativa como a capacidade de desenvolver um impulso elevado
dentro do ciclo muscular alongamento-encurtamento (CMAE) de uma cadeia muscular. O CMAE
compreende a combinação de uma ação excêntrica e uma concêntrica. A capacidade de força reativa
depende da força máxima e da capacidade de contração rápida (velocidade de produção da força) dos
músculos envolvidos no movimento, além da capacidade de tensão reativa, que é a capacidade de
manter a tensão muscular frente a sobrecargas de alongamento no ciclo de alongamento-
encurtamento.
A utilização do CMAE é muito importante para o desenvolvimento da força reativa. Dado que o
pré-alongamento é um aspecto inerente a muitas atividades esportivas que usam corridas, saltos e
lançamentos, o uso de exercícios que incluem o CMAE é fundamental para a melhora do rendimento.
Primeiro, porque o uso do CMAE permite obter maiores valores de força rápida e, segundo, a velocidade
e a aceleração dos movimentos do CMAE simulam de forma mais próxima os movimentos que ocorrem
durante as ações esportivas (longos períodos de aceleração e altas velocidades) e também em muitas
atividades do dia a dia. Toda vez que a força rápida precisa se desenvolver de modo explosivo (como é
obrigada nas formas de movimentos reativos), a força reativa é uma “capacidade motora autônoma”
com importância numa perspectiva metodológica do treinamento, ou seja, que precisa ser treinada
separadamente.
FORÇA EXPLOSIVA
VELOCIDADE MOTORA
A capacidade de velocidade é requisito para um grande número de modalidades esportivas,
como os jogos coletivos e as lutas, incluindo as disciplinas de resistência, em que o sucesso pode
frequentemente depender dela. A maior parte dos autores da Teoria do Treinamento classifica a
velocidade como uma capacidade motora condicional, embora várias pesquisas, sobretudo nas corridas
de velocidade de atletismo, demonstrem uma estreita relação entre a velocidade e as capacidades
coordenativas. Essa relação é devida ao fato de que a capacidade de velocidade é determinada pelos
processos de controle e regulação da execução motora.
O conceito de velocidade é bastante difícil por causa das várias fontes, tanto esportivas como
científicas, utilizarem conceitos diversos com um mesmo conteúdo ou um mesmo conceito com
conteúdos diversos.
Para Zatsiorsky (1972), velocidade é a capacidade “capacidade de efetuar uma ação motora no
tempo mínimo e em determinadas condições”. Esta premissa subentende que a realização dure pouco
tempo e que não se produza fadiga.
Há autores que afirmam que a capacidade de velocidade não existe e nem pode ser treinada
isoladamente, mas que ela forma uma “liga” com outras capacidades motoras. Outros dizem que ela é
uma capacidade complexa e uma expressão rápida da força ou, quando máxima, é um caso limite da
contração muscular.
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Grosser (1991) diz que a velocidade no esporte “é a capacidade de atingir a maior RAPIDEZ de
reação e de movimento de acordo com os movimentos específicos, baseados no processo cognitivo, na
força máxima da vontade e no bom funcionamento do sistema neuromuscular”. Ele distingue “formas
puras de velocidade” (velocidade de reação, velocidade de ação e velocidade de frequência) e “formas
complexas de velocidade” (força-velocidade, resistência à força explosiva e resistência máxima de
velocidade).
Uma velocidade motora elevada e uma frequência máxima de movimentos só podem ser
alcançadas se houver mudanças rápidas da excitação para a inibição (e vice-versa) nas regulações
correspondentes do sistema neuromuscular (Harre,1975). Quanto mais coordenado for o movimento,
mais rapidamente a inibição e a excitação serão alternadas no sistema nervoso e mais rápido poderá ser
executado o movimento.
Numa ação motora cíclica rápida, é importante até o relaxamento muscular (ou velocidade de
relaxamento). Músculos que se relaxam de modo rápido e completo são mais preparados para a
contração sucessiva. A velocidade de relaxamento é determinada pelo sistema nervoso central.
Consequentemente, a massa do corpo e seus segmentos devem ser considerados. Isto se torna
mais evidente quando considera-se que os músculos, que são geradores de força, atuam sobre as
articulações produzindo torque e momento de força.
Por outro lado, a velocidade linear é proporcional ao raio em qualquer ponto do movimento de
rotação. Consequentemente, para se obter uma velocidade linear elevada para qualquer velocidade de
rotação, o raio deve ser o maior possível, por exemplo, no saque do tênis, no lançamento do disco ou no
saque do voleibol.
- um rendimento mais rápido nos movimentos simples, e junto com boa precisão, mais
eficiência nos eventos de lutas e maior velocidade de ações nos jogos coletivos;
TIPOS DE VELOCIDADES
VELOCIDADE DE REAÇÃO
A velocidade de reação é expressa pelo tempo de reação, que é “o tempo entre um sinal até
um movimento muscular solicitado” (Steinbach,1966). O indicador para o nível da velocidade de reação
é o tempo de reação, ou seja, o tempo necessário para os músculos responderem a um estímulo. Com
relação ao tipo de informação e seus analisadores apropriados, podem ser feitas as seguintes distinções:
1. Velocidade de reação à informação visual, por exemplo, nos jogos esportivos, na esgrima
no boxe, no tênis, etc.;
2. Velocidade de reação à informação auditiva, como nas saídas do atletismo, da
natação,etc.;
3. Velocidade de reação à informação tátil, como no judô, nas lutas, etc.;
4. Velocidade de reação à informação cinestésica, por exemplo, na ginástica olímpica.
A grande maioria das reações nos esportes coletivos é o tipo complexa, isto é, reações a um
objeto em movimento. Na reação complexa, para cada estímulo provocado por uma situação que se
apresenta ao esportista, este tem que escolher uma resposta, dentre várias possíveis, que ao seu
entender, mais se ajusta à resolução conveniente da situação. Se analisarmos as ações de um goleiro de
futebol durante um chute a gol do adversário, ele precisa, inicialmente, ver a bola, calcular a direção e a
velocidade do voo, escolher a ação e realizar o plano de interceptação. Outro tipo de reação complexa é
a reação por escolha, que está ligada à escolha de uma reação de movimento necessária a possíveis
ações que resultam do comportamento dos adversários, dos parceiros ou da situação. A dificuldade
desse tipo de reação reside no fato das numerosas mudanças de situação do jogo e no comportamento
dos adversários.
VELOCIDADE DE LOCOMOÇÃO
A velocidade máxima é alcançada após a fase de aceleração (próximo dos 3” após a Velocidade
de Reação...), nos 100m rasos essa etapa inicia apartir dos 30 metros, chegando até os 60m a 70m, onde
inicia uma fase de desaceleração (aceleração negativa), ocorrendo uma perda próxima de 0,9 a 7%
Moravec et al., 1988).
Vê-se claramente que a velocidade máxima só é atingida após os 50m de corrida, algo próximo
de 11,6 a 11,9 m/s e que essa velocidade é impossível de ser mantida até o final da corrida. Depois desta
etapa a frequencia das passadas diminui, mas amplitude das passadas aumenta levemente, tanto o
tempo de contato (apoio) como o tempo de voo aumentam no final da corrida, assim como aumenta a
distância do amortecimento (breque), contribuindo para a perda da velocidade. Surgindo então a
necessidade da Resistência de Sprint, definida como a capacidade de manter a mais alta porcentagem
possível da velocidade máxima até a linha de chegada, altamente relacionada com ótima técnica de
corrida, assim como, do ponto de vista fisiológico, a uma capacidade anaeróbia alática (100m) e à
capacidade anaeróbia lática (200 e 400m), representando 10% no tempo final dos 100m rasos
(Ballreich,1965), apesar de que no primeiro trecho dos 100m ser mais lento que o segundo trecho da
prova.
Na prova de 200m rasos, a tendência é a mesma, ou seja, a segunda parte da prova (100m) é
mais rápida que a primeira. Tanto nos 100m como nos 200m rasos, a segunda parte é “lançada”, ou
seja, o atleta já está em velocidade, daí resultar em um tempo menor.
VELOCIDADE DE FORÇA
A aceleração é uma medida das mudanças de velocidade nos movimentos. É definida como
variação da velocidade na unidade de tempo. Sua unidade de medida é o metro por segundo (m/s).
A segunda lei de Newton (força = massa x aceleração) indica que existe uma correlação entre
força e aceleração. A aceleração é diretamente proporcional à magnitude da força empregada e
inversamente proporcional à massa (inércia) do corpo a ser acelerado. Consequentemente, a massa do
corpo e seus segmentos devem ser levados em conta. Isso é mais evidente, quando se considera que os
músculos, que são os geradores da força, atuam sobre as articulações produzindo torques, ou
momentos de força.
Quando o esportista precisam ser mais rápido para alcançar uma bola a certa distância, além da
reação ele precisa “ganhar momento” e colocar o corpo numa posição que favoreça a aceleração, a mais
rápida possível.
A força necessária para a aceleração é regulada pelo músculo e pela coordenação intra e
intermuscular. A coordenação intramuscular é responsável pela ativação simultânea do número máximo
possível de unidades motoras com o objetivo de contrair a maior quantidade de fibras musculares
disponíveis. Isto significa uma melhora da coesão nervosa e muscular.
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RESISTÊNCIA MOTORA
Tal qual a força, a resistência motora dispõe de ampla fundamentação científica pelo grande
volume de investigações efetuadas tanto pela fisiologia do exercício como pela bioquímica do exercício.
Resistência de Base:
Tem como objetivo prioritário adquirir as condições necessárias para realizar adiante
os treinamentos mais intensos e por conseguinte, a obtenção do rendimento e para as
competições mais importantes.
BASE 1:
BASE 2:
Resistência Específica:
ESPECÍFICA 1:
ESPECÍFICO 2:
A RESISTÊNCIA MOTORA no esporte apresenta uma classificação bastante interessante quando são
levadas em consideração a duração e a intensidade do esforço. Cada uma delas apresenta poucas
diferenças quando são comparadas com as que são próximas, mas à medida que a duração do esforço
se torna mais prolongada, as diferenças vão sendo maiores quanto aos perfis funcional e metabólico.
Essa resistência foi classificada em cura
Portanto, uma forma pura de resistência não existe, mas sim formas mistas e específicas da
modalidades esportivas e/ou de situações de esforço físico e mental.
Os critérios que mais aparecem nas conceituações são: capacidade de executar trabalho físico
de longa duração e capacidade de suportar fadiga. A palavra resistência vem de resistir à fadiga.
A fadiga deve ser vista como um fenômeno de proteção que previne uma crise metabólica e
preserva a integridade das fibras musculares. Em outras palavras, a fadiga deve ser considerada como o
resultado da manifestação de um ou de vários mecanismos de segurança no organismo, que solicita
uma moderação antes que um dano ocorra.
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A fadiga, ou seja, a diminuição da resistência, evidencia-se por tornar cada vez mais difícil, e
finalmente impraticável, continuar a atividade com a mesma intensidade. Na primeira etapa, a fadiga
pode ser igualada por um elevado esforço da vontade, e a atividade pode ser executada com a mesma
intensidade (fadiga compensada); numa segunda etapa, a intensidade é diminuída, embora a força de
vontade seja elevada (fadiga não compensada).
Martin et al. (2001) sugerem que ela é a capacidade de manter um determinado rendimento
durante o maior tempo possível.
1. Fatores Psiclógicos: que estão relacionados com a motivação do esportista, com sua
constância, perseverança, motivação, firmeza e outras capacidades da vontade;
2. Fatores Energéticos: ou seja, os recursos energéticos do organismo e a potência funcional
dos sistemas que asseguram as trocas e transformação de energia.
3. Fatores de Estabilidade Funcional: que permitem conservar o nível necessário de atividade
funcional do organismo à medida que o esgotamento vai surgindo;
4. Fatores de Economia Funcional: que se manifestam na diminuição do gasto de energia na
unidade de tempo, do aperfeiçoamento da coordenação e da distribuição racional das
forças na competição.
Velocidade
A VELOCIDADE
C RESISTÊNCIA DE VELOCIDADE
B RESISTÊNCIA
Resistência
RESISTÊNCIA RESISTÊNCIA
GERAL ESPECIAL
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Força
Velocidade Resistência
RESISTÊNCIA DE VELOCIDADE
CAPACIDADES COORDENATIVAS
Embora as capacidades coordenativas possam ser desenvolvidas ao longo de toda a vida, existe
um período ótimo no qual se verifica o seu maior desenvolvimento. Hirtz e Schielke (1986) consideram o
período entre 7 e os 10 anos de idade como uma fase em que as possibilidades de desenvolvimento das
capacidades coordenativas fundamentais se mostram mais favoráveis. É com base na motricidade
adquirida nesta fase que se processa a execução das ações motoras mais maduras ao longo da vida. Isso
acentua a importância de se adquirir e estabilizar grande variedade de experiências motoras, sobretudo
durante a idade escolar, particularmente nas quatro primeiras séries do ensino fundamental. Durante
este período, verifica-se rápida maturação do sistema nervoso central, facilitando a aprendizagem de
habilidades motoras cada vez mais complexas. Há um consenso entre a maioria dos autores de que a
faixa etária dos 10 aos 12 anos é o período de melhor capacidade de aprendizagem da técnica esportiva,
mas isso pressupõe que, nos anos anteriores, tenha sido fornecida às crianças uma grande variedade de
experiências motoras. A aprendizagem e o aperfeiçoamento das técnicas esportivas são tanto mais
rápidos e mais eficientes quanto mais desenvolvidas estiverem as diferentes capacidades coordenativas.
O treino das capacidades coordenativas não deve ser executado no final do treino, em condição de
fadiga, uma vez que, neste estado, os processos de condução do sistema nervoso central não são feitos
de forma ótima.
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CAPACIDADE DE OBSERVAÇÃO
CAPACIDADE DE REPRESENTAÇÃO
CAPACIDADE DE ANTECIPAÇÃO
CAPACIDADE DE RITMO
guia para o desenrolar do movimento. Em alguns esportes o ritmo é fundamental, e aprender com um
ritmo é vantajoso não só na aquisição, mas também na automatização dos movimentos.
CAPACIDADES MOTORAS IM IP S NP
Força Estática
Força Máxima
CAPACIDADES CONDICIONAIS
Ritmo
Coordenação Motora
Controle Motor
Reação Motora
Expressão Motora
Descontração Total
Descontração Diferencial
Equilíbrio Estático
Equilíbrio Dinâmico
Equilíbrio Recuperado
Agilidade
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
1. Dantas, Estélio H.M. – A prática da preparação física – 5ª Ed. – RJ, Shape, 2003
2. Barbanti, Valdir J. – Treinamento desportivo: as capacidades motoras – SP, Manole, 2010