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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO I – ECO122


TRABALHO 1
Prof. Daniel do Val Cosentino

Questões acerca do Valor e Economia Política do mercantilismo a


partir de cinco referenciais teóricos

Arthur Alves Martins – 20.2.3062


Graduando em Economia pela Universidade Federal de Ouro Preto
arthur.am@aluno.ufop.edu.br

Em base do que a disciplina de “História do Pensamento Econômico” já discursou


acerca do tema mercantilismo, este trabalho tem a finalidade de fazer uma análise do tema
a partir de cinco referenciais teóricos da área econômica. Esse período de transição,
conhecido como mercantilismo, é fulcral para o curso do pensamento econômico. O
pensamento mercantilista tem como suas principais incrementações no período, o volume
de metais preciosos, o comércio exterior, setor comercial e industrial, balança comercial
e estoque de riquezas. Esses temas servirão de propulsão para as questões vigentes do
período no qual serão apresentadas as visões dos pensadores David Hume, William Petty,
François Quesnay, Adam Smith e David Ricardo respectivamente.
David Hume era um filósofo e historiador escocês que viveu durante o século
XVIII. Hume era bastante conhecido pelo seu ceticismo filosófico e empirismo científico.
O historiador valorizava a ciência acima de qualquer feito do senso comum, Hume era
bem radical nesse quesito. Assim, ao se tratar de práticas mercantilistas, David Hume
apresenta uma crítica ao período por acreditar que este era dotado do senso comum. Suas
teorias Monetária e do Comercio Exterior foram as principais a questionar o modo
econômico do mercantilismo, assim, descrevo-as abaixo apresentando tais divergências.
David Hume, em sua teoria monetária, buscou romper com paradigmas
mercantilistas sobre seu sistema quantitativo de moeda. Para Hume, diferentemente do
mercantilismo, o dinheiro e a moeda deixam de ser vistos como determinantes de riqueza
de uma nação e passam a ser caracterizados como a representação do trabalho e das
mercadorias. Em suma, o filósofo diz que a moeda não é a riqueza em si, mas a representa.
Sustentar essa teoria no momento em que a Europa estava sendo imergida por metais
preciosos da América, que serviriam de moeda, era uma tarefa difícil. Porém, essa
variação na quantidade de moeda serviu de base para Hume observar um efeito
correspondente, a variação só poderia resultar em uma outra variação, a dos preços dos
produtos e de mão-de-obra.
Ao contrário do que os mercantilistas pensavam, Hume percebe que o aumento de
moeda não é o fator determinante para a geração de riqueza de uma nação, pois ele só
gera uma variação nos preços. Essa lógica inflacionária que o filósofo percebe é bem
correlata ao que seguimos atualmente, em que a proporção entre moeda circulante e
produtos disponíveis é a determinante dos preços. A partir dessa lógica, surge a seguinte
indagação: O aumento da quantidade circulante de moeda pode ser favorável a indústria?
Para Hume, ele pode resultar em um pequeno incentivo, mas que este, é temporário. O
modo descrito por Hume para aumentar a produção e riquezas reais seria com uma boa
política, como descreve o filósofo:
“De todo este raciocínio podemos concluir que, para a felicidade interna de um
Estado, de modo algum tem consequências a maior ou menor quantidade de
moeda. A boa política do magistrado consiste em mantê-la, se possível, sempre
crescendo, porque desse modo mantém vivo na nação o espírito da indústria, e
aumenta a reserva de mão-de-obra, na qual consiste em toda riqueza e poder
real.” (HUME, 1983, p.204).
Com base nos seus princípios monetários, Hume também discursa sobre o
comércio internacional. Para os mercantilistas, a balança comercial favorável era um fator
determinante para o desenvolvimento de uma nação, em que, ao um país obter sucesso,
outro deveria estar no fracasso, assim, resultando em um jogo de soma zero. Já o filósofo
acredita que a balança comercial não necessita de intervenção do Estado, ela tende a se
equilibrar automaticamente. Utilizando bases da teoria monetária de Hume, esse
equilíbrio entre as nações se dá pela troca de moeda entre diferentes nações com preços
diferentes. Ou seja, se há uma nação com preços mais baixos que outra, a tendência é que
se compre dessa nação fazendo os preços aumentarem, assim gerando um equilíbrio na
balança comercial. O que se concluir a partir da teoria de Hume, é que o comércio
internacional não é um jogo de soma zero, todos podem haver vantagem mútua.
Em jus ao que foi dito no início do texto, foi a partir do mercantilismo que
começaram os vestígios do pensamento econômico. Durante esse período, o médico
William Petty, discute e afronta alguns comportamentos da época. Como um
mercantilista em transição, Petty, viveu no século XVII, e mesmo sendo médico, discutiu
acerca de temas econômicos e estatísticos servindo de inspiração para outros pensadores
posteriormente. Com a lógica absolutista vigente no sistema mercantil, Petty aponta
alguns efeitos sobre a taxação exuberante e discute algumas modalidades de tributação
para o desenvolvimento da Inglaterra no período, como o trecho abaixo descreve:
“Outra causa que agrava os impostos é a obrigação de pagá-los em dinheiro,
em um momento certo, e não em artigos, mas épocas mais convenientes. Em
terceiro lugar, obscuridades e dúvidas relativas ao direito de impor. Em quarto
lugar, a escassez do dinheiro e a confusão entre moedas. [...]. Em sexto lugar,
a ignorância dos números referentes ao povo, de sua riqueza e negócios...”
(PETTY, 1983, p.17).
Para Petty o dinheiro era um importante componente do meio político, assim como
a riqueza. A partir dessa ideia Petty começa a se divergir da ideia mercantilista de que a
riqueza é proveniente do acumulo de metais e tesouro, semelhante a Hume. Petty acredita
que a riqueza é resultado do trabalho, é resultado da produção, contudo, dinheiro é
riqueza, mas bens provenientes do trabalho e produção também são. Destarte, William
Petty é um dos pensadores da época que vai usar uma abordagem mais teórica, deixando
de lado a abordagem normativa do mercantilismo.
Seguindo essa abordagem teórica, Petty começa a olhar para a questão do preço e
valor proveniente das relações mercantilistas. Na abordagem do pensador, a relação entre
valor e preço é uma variante que sempre estará ligada ao sistema econômico. Ou seja, em
um bem, há um valor natural que é despendido pelo trabalho intrínseco ali, mas há
também relações extrínsecas que podem variar o preço. Petty aborda que o conceito da
variação de oferta e demanda podem levar a um preço corrente, assim como a
interferência do reinado pode levar a um preço político, mas estes, sempre tendem ao
valor natural do bem.
Ao fim do período mercantilista, com suas ideias sendo deixadas de lado como o
protecionismo estatal e a teoria da moeda mercantilista, começa a caminhada para a
abolição desse sistema. Baseado no crescimento do comércio e da indústria, a ciência
capitalista começa a vigorar na Europa e o local mais adequado a este desenvolvimento
foi a Inglaterra. Como já observamos as ideias de Hume e Petty, pensadores desse período
de transição, abordaremos agora as ideias de um grupo no qual o contexto se torna um
pouco diferente, os fisiocratas. Os fisiocratas se compõem de um grupo que vão
questionar e buscar reformar a economia francesa na época, que, ademais, passava por
uma realidade bem diferente da Inglaterra.
Mesmo com o fim das ideias mercantilistas, a França ainda tinha um sistema
econômico bem atrasado com princípios absolutistas e uma agricultura com traços
feudais. A fisiocracia, reconhecida com uma das primeiras escolas do pensamento, visava
mudar esse contexto apontado mudanças no quadro econômico francês. Seu sistema de
reforma era puramente teórico e refletia como uma resposta peculiar ao atraso econômico
na França. Esse sistema abordava temas como renda, preços, tributação, e mesmo que
serviu de inspiração para os pensadores posteriores ao período, não foi muito bem
aplicado na prática, pois feria diretamente as atitudes da aristocracia francesa.
Um dos principais nomes da fisiocracia, que é o próximo referencial do texto, é o
François Quesnay. Em sua obra, Quadro Econômico dos Fisiocratas, ele expressa bem as
ideias do grupo as quais serão apresentadas abaixo. Para os Fisiocratas a França se
encontrava em uma desordem econômica e social. Suas ideias que inspiraram essa
mudança necessária para o país, tinha como esqueleto a noção de leis naturais, uma ordem
natural, que era proveniente do liberalismo e pensado para realidade francesa.
Tendo a Inglaterra desenvolvida como inspiração, os fisiocratas acreditavam que
o livre comércio era um bom ponto para a época. Para eles, esse sistema seria um gancho
para otimizar os preços provenientes da agricultura, que, por sua vez, eram muito baixos
a fim de fortalecer a indústria manufatureira. Essa característica é de suma importância,
pois os fisiocratas acreditavam que a agricultura era o único setor capaz de gerar riqueza
na França. Se tratando de tributação, a fisiocracia acreditava que a taxação sobre o
produto – sistema adotado na época - gerava desincentivo e corrupção, então essa
minimização e correção do imposto aconteceria se ele incidisse sobre a renda. A ideia de
desenvolvimento infra estrutural também tinha uma grande relevância para o grupo, pois,
tinham em base que esse avanço na infraestrutura seria de suma importância para o
desenvolvimento da nação.
Em referência as ideias fisiocratas, mais se aprofundando na obra de Quesnay, o
autor aborda também dois pontos que seriam recorrentes à reforma francesa no período,
o excedente como natural e a noção de classes sociais. A noção de excedente, para
François Quesnay, pode ser traduzida como riqueza, em que essa se dava de modo natural.
O autor acreditava que a geração dessa riqueza se dava por meio natural, pela produção
agrícola, e não pela manufatura que era estimulada pelos aristocratas franceses. Em
decorrência dessa ideia, o excedente natural foi fruto para uma noção de classes sociais,
que serviriam para interpretar os problemas econômicos da época. Quesnay as descreve
abaixo:
“A nação se reduz a três classes de cidadãos: a classe produtiva, a classe dos
proprietários e a classe estéril. A classe produtiva é a que faz renascer, pelo
cultivo do território, as riquezas anuais da nação, efetua os adiantamentos das
despesas com os trabalhos da agricultura e paga anualmente as rendas dos
proprietários das terras. [...]. A classe dos proprietários compreende o
soberano, os possuidores de terras e os dizimeiros. [...]. A classe estéril é
formada por todos os cidadãos ocupados em outros serviços e trabalhos que
não a agricultura, e cujas despesas são pagas pelas classes produtivas e pela
classe dos proprietários...” (QUESNAY, 1983, p.257).
Essas três classes, para os fisiocratas, compunham um fluxo de cooperação que gerava
uma lógica para os mesmos. Segundo o grupo, as rendas dos proprietários de terra são
gastas em manufatura e na própria terra. Se gastam muito na manufatura (provenientes
dos altos preços), deixam de gastar na terra que é o principal gerador de excedente, assim,
gerando menos riqueza. Essa tese geral da fisiocracia era uma das principais formas em
que o grupo de pensadores buscava mostrar que o excedente se dava pela força de
trabalho, e quanto mais excedente uma nação gerava, mais ela se desenvolveria.
Voltando ao contexto inglês, abordaremos agora o quarto referencial teórico deste
trabalho, Adam Smith. Esse filósofo, de origem escocesa, foi um importante contribuinte
para a economia política clássica com suas obras. O momento da revolução burguesa e
industrial na Inglaterra ajudaram Smith a compreender o sistema capitalista como um
todo e formular um sistema abstrato para a época. Tudo que foi apresentado por Hume,
Petty e Quesnay, foram de suma importância para Smith formular suas bases teóricas e
consolidar sua obra, A Riqueza das Nações. Smith foi uma figura essencial para o
pensamento econômico pois, com sua obra, conseguiu identificar a economia política
como disciplina.
O primeiro livro de sua obra, A Riqueza das Nações: Investigação Sobre sua
Natureza e suas Causas, oferece um panorama geral acerca do sistema econômico que
Smith propunha e tinha de inspiração as ciências naturais dos fisiocratas e a noção de
riqueza já apresentada por Petty e Hume. Uma onda contra as ideias mercantilistas e
protecionistas também são explícitas por Adam Smith a fim de evidenciar uma ideologia
liberalista nascente.
Para compreender o primeiro tópico a ser destacado do Riqueza das Nações, é
importante retomar ao conceito de riqueza segundo Smith que está associado a produção.
Partindo deste ponto, o filósofo comenta sobre o conceito de trabalho que é a força
produtiva do sistema, assim, o trabalho gera riqueza, que está na produção excedente ou
trabalho excedente. Com trabalho excedente, há necessidade de realizar a troca desse
trabalho no comercio, assim há uma forma genuína de riqueza. Mas afinal, como gerar
mais riqueza? Smith resolve essa problemática se tratando de dois pontos: com mais
trabalho exercido pela nação e através da divisão do trabalho.
A divisão do trabalho é um ponto fundamental na teoria de Smith, e ele a define a
partir de três argumentos:
“Em primeiro lugar, vejamos como o aprimoramento da destreza do operário
necessariamente aumenta a quantidade de serviço que ele pode realizar. [...].
Em segundo lugar, a vantagem que se aufere economizando o tempo que
geralmente se perderia no passar de um tipo de trabalho para o outro é muito
maior do que à primeira vista poderíamos imaginar. [...]. Em terceiro — e
último lugar — precisamos todos tomar consciência de quanto o trabalho é
facilitado e abreviado pela utilização de máquinas adequadas... (SMITH, 1983,
p.65).
Essa divisão exposta por Adam Smith é uma divisão técnica, que como o nome já diz,
envolve questões técnicas para otimizar o trabalho. Ademais, Smith também cita uma
divisão social, que engloba a lógica de um produtor produzir apenas uma mercadoria,
otimizando a produção e depois adquirindo outras através da troca. Na ótica do pensador,
o indivíduo tem uma propensão natural a troca, tende a produzir mais para trocar mais.
Mesmo que essa visão de produção seja individual, Smith acredita que esses interesses
promovem o bem comum, sendo guiados por uma “mão invisível”, como ele diz. Logo,
a divisão do trabalho é limitada pela extensão do poder de troca, pela extensão do
mercado. Ou seja, quanto maior o mercado, maior a divisão do trabalho. Daí, surge uma
nova questão, por que o indivíduo troca? Pra Smith é uma natureza humana, está
intrínseco no ser humano; para trocar uma coisa por outra. E, a referência da troca é o
valor, dando origem a teoria do valor de Smith.
A Teoria do Valor de Adam Smith apresenta que o valor, referente as mercadorias,
é o modo em que o produtor tem para tomar suas decisões. Smith diz que as mercadorias
têm dois tipos de valor: o valor de uso e o valor de troca. O valor de uso é o valor que a
mercadoria tem para se tornar útil a alguém, e já o valor de troca é o valor real da
mercadoria. Então, para Smith, o valor de uso não explica o valor de um produto, mas a
utilidade é um especulador daquela mercadoria. Destarte, o valor de troca, torna-se o
determinante do valor do produto, e ele diz que a determinante do valor da mercadoria
será a quantidade de trabalho gasto na produção. O modo que Smith mede o valor de
trabalho de uma mercadoria e pelo trabalho comandado. Como as pessoas, ao trocar,
trocam trabalho, a quantidade de trabalho comandado naquela mercadoria expressa o
valor. Em síntese, a teoria do valor busca realçar ainda mais o trabalho como medida de
riqueza e o caráter cooperativo da sociedade apoiada na divisão do trabalho.
Essas ideias de Smith são a base do sistema econômico que ele idealiza para época,
fim do mercantilismo e ascensão da Revolução Industrial. Após a consolidação destes
eventos, o contexto britânico muda gerando preocupações ao fim do século XVIII. Em
decorrência de uma crescente onda populacional e a mudança de habito no âmbito
trabalhista, o rumo da economia política se torna diferente da apresentada por Smith. A
pobreza dos trabalhadores, a preocupação com, a população, pressão com o aumento dos
preços e entre outros motivos, motivaram os novos pensadores a obterem novas ideias.
David Ricardo foi um economista que viveu do fim do século XVIII ao início do
século XIX. Ele foi um dos pensadores da época que, através da economia política, passou
a se preocupar com os efeitos sociais da Grã Bretanha, com isso, o objeto central da
economia deixa de ser a riqueza e passa a ser sobre a superação aos obstáculos que
tormenta a expansão econômica. Seus escritos sobre economia política eram bem
diferentes dos antecessores, pois se dava por um modo mais abstrato e rigoroso.
Ricardo, em sua obra principal, Princípios de Economia Política e Tributação,
tenta lidar com o problema de, como a riqueza se distribui entre as classes sociais por
meio de renda da terra, lucros, salários. Reconhece que as obras dos pensadores anteriores
foram significativas para a economia política, contudo, não visavam esse campo do saber.
Ele deixa de se preocupar com a riqueza e se preocupa com a sua distribuição. Assim, ele
separa a riqueza de valor, o modo em que a riqueza se distribui através do valor e sobre a
acumulação da mesma. Com isso, se forma duas principais teorias, a do valor e da
distribuição.
A Teoria do Valor para Ricardo se dá por meio da separação entre valor de uso e
de troca. O valor de uso, para ele é qualquer coisa que seja útil a alguém, como Smith
dizia também. Já sobre o valor de troca, acredita que se dá pelo valor de mercado,
determinado pelas variações de oferta e demanda; e pelo valor natural, que pode ser
análogo à questão da “raridade” do trabalho. Diferentemente de Smith, Ricardo não crê
que o valor se dá pelo trabalho comandado, e sim, pelo trabalho contínuo da mercadoria,
que era levado em consideração o trabalho gasto na mercadoria e até os custos da
produção como maquinários, etc.
Sobre a Teoria da Distribuição, Ricardo tenta entender como a riqueza se dilui
entre as três classes socias do sistema vigente através de salários, lucros e renda da terra,
explicando cada um deles. A renda da terra se dá pela prioridade entre a capacidade
produtiva das mesmas. Ou seja, se a população sobe e leva consigo a produtividade, as
terras mais férteis se valorizam, gerando mais renda, como Ricardo cita em sua obra,
Princípios de Economia Política e Tributação:
“As terras mais férteis e mais favoravelmente localizadas serão cultivadas
primeiro, e o valor de troca de seus produtos será ajustado da mesma forma
que o de todas as demais mercadorias, isto é, pela quantidade total de trabalho
necessário, sob várias formas, da primeira à última, para produzi-los e colocá-
los no mercado. Quando a terra de qualidade inferior começa a ser cultivada,
o valor de troca dos produtos agrícolas aumenta, pois torna-se necessário mais
trabalho para produzi-los.” (RICARDO, 1983, p.56).
Sobre os salários, ele defende que o trabalhador deve ser remunerado conforme o que
necessita para sua sobrevivência (Lei de Ferro dos Salários). Por fim, sobre os lucros,
David Ricardo não teve uma explicação direcionada, porém, percebia que a elevação dos
salários, faziam os lucros subirem gerando uma relação inversamente proporcional.
Assim, concatenando ao contexto da época, alta dos preços, Ricardo defendia o livre
comércio internacional, a fim de pressionar os preços para baixo internamente,
aumentando os lucros. É importante salientar que as divergências entre Ricardo e as ideias
de Smith se dão pelo contexto em que as obras são escritas, assim, cada um se preocupava
com teorias que atenderiam as necessidades de cada época.
Sintetizando o conteúdo apresentado no texto, pode-se concluir que as ideias
inversas à politica mercantilista foram de suma contribuição para Smith formular sua
grande obra da economia política. Hume, Petty e Quesnay, foram fundamentais para esse
arcabouço teórico. Com as ideias de Smith sobre riqueza e produção consolidadas, o
contexto britânico muda e a economia política se preocupa com uma outra questão, o
modo social proveniente das crises e da revolução industrial, bem como David Ricardo
apresenta suas ideias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HUME, D. Escritos sobre economia. (Os Economistas), São Paulo: Abril Cultural, 1983.
(Ensaios I, III, IV e V).

PETTY, W. Tratado dos impostos e contribuições. (Os Economistas), São Paulo: Abril
Cultural, 1983.

QUESNAY, François. Quadro econômico dos fisiocratas. (Os Economistas), São


Paulo: Abril Cultural, 1983.
SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas.
(Os Economistas), São Paulo: Abril Cultural, 1983.

RICARDO, David. Princípios de economia política e tributação. (Os Economistas),


São Paulo: Abril Cultural, 1983.

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