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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS


FACULDADE DE MATEMÁTICA
LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA

Alana Brenda Pinheiro Ribeiro

RELATÓRIO CRÍTICO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III

Professor Orientador:
Paulo Vilhena

Belém, Junho de 2019


UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
FACULDADE DE MATEMÁTICA
LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA

Alana Brenda Pinheiro Ribeiro

RELATÓRIO CRÍTICO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III

Trabalho apresentado ao Curso


de Graduação em Matemática da
Universidade Federal de Pará,
como requisito parcial para a
obtenção do título de
Licenciada em Matemática.

Professor Orientador:
Paulo Vilhena

Belém, Junho de 2019


Sumário
1. Introdução:...........................................................................................................................4
2. Relatório da fase de Observação:.........................................................................................5
3. Relatório da fase de Planejamento:.......................................................................................7
4. Avaliação da disciplina e auto – avaliação:..........................................................................7
1. Introdução:

O estágio supervisionado I foi realizado no período de 02 de abril a 11 de junho


de 2019, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Frei Daniel, situada na
cidade de Belém, estado do Pará.

As atividades foram desenvolvidas nas turmas de 7º, 8º e 9º ano, dos turnos


manhã e tarde, com a supervisão dos professores Ana Valéria Nascimento, Giovanna
Costa e Sílvio Miranda, responsáveis pelas turmas.

Com relação à infraestrutura da Escola é possível relatar que atualmente, a mesma


apresenta um espaço físico amplo, distribuindo-se em 18 salas de aula, uma cozinha,
uma secretaria, uma coordenação, uma biblioteca, um laboratório de informática (que
está desativado e a sala permanece fechada, sem nenhuma utilidade), uma sala de
professores, um depósito para livros, um refeitório, banheiros e uma sala de educação
inclusiva. Porém, precisa de reparos e uma revitalização, principalmente no sistema de
água e fiações elétricas.

A escola dispõe das seguintes modalidades de ensino: Ensino Fundamental II,


Ensino Médio, Mundiar e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Com turnos da
manhã, tarde e noite.

As turmas são numerosas e barulhentas no geral. Os alunos eram desinteressados


e não se preocupavam em exercitar e estudar o conteúdo em casa, dificultando assim o
processo de ensino-aprendizagem. Alguns deles estavam ali para estudar e outros iam
apenas para conversar e bagunçar.

A presença de estagiários na escola é bastante importante para a escola,


principalmente pelo fato da existência do projeto de residência pedagógica que existe o
pelo menos um ano em vigência nas salas de aula. Os alunos já sentem a liberdade de
perguntar, sente-se também que são responsabilidades do estagiário quando estão
atuando sobre a turma e de certo modo entendem e deixam serem dominados pelos
estagiários. De algum modo isso é muito bom, pois nos sentimos apoiados pelos
professores que atuam junto conosco, porém em algumas situações acho que a direção
da escola não deixam tanta responsabilidade para os estagiários como a de ministrar
aulas sem a presença de um professor da escola.

2. Relatório da fase de Observação:

Nas turmas da professora Ana Valéria (7º anos – tarde), são caracterizadas por
alunos, que na maioria das vezes estavam na escola por obrigação, muita desordem é
encontrada e a falta de interesse quase não existe, fazendo assim não existir quase
nenhum progresso dos conteúdos.

Mesmo assim, percebi a preocupação da professora em relação à aprendizagem


das turmas, a utilização do livro didático promovendo gincanas entre eles a fim de
motiva-los a exercitar as atividades e também a preparação de atividades extras valendo
pontos para as avaliações, sendo uma forma de reforço para a fixação dos conteúdos já
trabalhados.

Sobre a professora é fácil de perceber a agilidade com que ela conceitua,


desenvolve e aplica o conteúdo. Foi usada uma linguagem casual, obedecendo aos
termos matemáticos e ficou de maneira clara e objetiva como se desenvolve cada
método matemático.

A Ana Valéria se esforça e tenta transmitir ao máximo o seu conhecimento e


métodos de construção de recursos aos alunos. As turmas sabem que estão com uma
professora que se interessa por eles, alguns alunos fogem muito do foco e conversam e
brincam, mas ao final todos querem que a professora reconheça o esforço deles.

Algo que aconteceu na escola por umas duas semanas seguidas e contribuíram
muito para que as aulas da tarde fossem mais prejudicadas foi à falta de água na escola,
pela agitação dos alunos, barulho, o clima quente da tarde e a falta de ventilação nas
salas, muitos alunos sentiam muita sede e vontade de ir embora. Na maioria das vezes a
direção teve que liberar todas as turmas da escola depois do intervalo para tentar não
prejudicar a saúde dos alunos enquanto não era resolvido o problema na escola.

Nas turmas do professor Sílvio (8º e 9º anos – manhã), observasse um pouco mais
de concentração e interesse por parte dos alunos no momento da explicação, foram
turmas mais fácies de trabalhar na minha visão. Todos os alunos tinham em média uma
mesma faixa etária de idade. As turmas eram mais participativas e apresentava um bom
comportamento. O único aborrecimento aconteceu devido a um aluno. Em várias
ocasiões, o aluno foi chamado à atenção devido ao mau comportamento, uso do celular,
falta de comprometimento nas aulas e do desrespeito atribuído com palavras. Foi
necessário numa aula o professor pedir para o aluno se retirar da sala de aula, na saída
do aluno que estava quase a porta, ele disse em forma de sussurro alto: “seu trabalho
aqui na escola é dar aulas e não ficar olhando pra vida dos alunos”. O professor muito
indignado e com toda razão fez uma ocorrência da situação.

De modo geral, os exercícios que o professor aplicava sempre eram bem


elaborados, e fazia de fato que os alunos além de praticarem, exercitavam, e fixavam as
propriedades, fórmulas formando um processo de ensino pela prática.

As turmas da professora Gilvanna (7º anos – manhã), também são notórias um


pouco mais de atenção, mas muito se ver que é mais uma questão de autoridade por
parte da professora do que por respeito e admiração dos alunos.

Contudo, podemos descrever que a escola é situada numa zona de periferia da


cidade, com alunos de famílias de baixa renda ou quase sem renda alguma. A situação
de vulnerabilidade cria nos alunos alguns tipos de comportamentos que podem até ser
espantosos de modo ilustrativo, mas nas turmas observadas.

As turmas tiveram algumas dificuldades, pois de um lado tinha que avançar nos
conteúdos, devido aos inúmeros feriados e dias sem aula que tivemos nesse período,
para que assim mais na frente o aluno não se sentisse prejudicado. Por outro lado,
muitas vezes havia a necessidade de recuar, explicar várias vezes o mesmo conteúdo e
rever assuntos que eles não lembravam mais, porque muitos não estavam entendendo
nada.
O que mais me deixou intrigada sobre todas as turmas e professores citados
acima, é como cada um deles conseguem fazer com que as aulas sejam diferentes, como
conseguem usar de forma simples e sem muitos recursos, a diferenciação de trabalhar os
conteúdos de forma diferente, ou então, a parte de se reinventar como professores. E os
alunos reagem de forma diferente quando é apresentado algo novo e que chama a sua
atenção.
3. Relatório da fase de Planejamento:

O planejamento foi elaborado a partir dos conteúdos a serem abordados que no


caso foram números inteiros (1ª bimestre) e números racionais e expressões algébricas
(2º bimestre). O conteúdo de regência foi igualdades e equações, sendo usado como
fonte de referência o livro didático da turma. O planejamento começou pela observação
da turma desde com o ano letivo da escola, o que facilitou a organização do plano de
aula e a preparação das aulas atividades que continham o plano de aula.

O procedimento metodológico na regência foi à aula expositiva e dialogada, não


muito distante do que os alunos já estavam habituados a terem.

Foi trabalhado o conteúdo e exercícios conforme o plano de aula na turma 702 da


professora Ana Valéria no turno da tarde, no dia 11 de junho de 2019.

Minha maior dificuldade encontrada foi o tempo, é difícil avançar conteúdos, lidar
com alunos difíceis, turma grande, situações de estruturas precárias da escola que ao
invés de facilitar, faz com que o sentimento de insegurança ao ministrar a aula domine e
a impressão de que a qualquer momento alguma coisa pode dar errado.

4. Avaliação da disciplina e auto – avaliação:

A disciplina de estágio supervisionado III é coerente de acordo com a ementa do


curso, mesmo sendo uma disciplina de observação é importante que o discente interaja
com a turma e os alunos na escola onde está sendo observado o estágio. Isso facilita na
questão da prática de ensino e também ao domínio e controle da turma ou que qualquer
situação que venha surgir no dia da regência.

Pelo fato de ser residente na escola, já venho atuando com essas turmas por algum
tempo e conhecendo as dificuldades e limitações encontradas, então se torna um pouco
mais acessível à identificação, observação e domínio da turma e dos conteúdos
abordados nas aulas. De modo que estimula uma busca de respostas e soluções para
cada situação encontrada na escola.
Alguns pontos são necessários frisar para ajudar a escola como um todo em se
tornar um espaço educativo como soluções para problemas como a falta de entusiasmos
dos professores, seriam: Reduzir o número de alunos nas salas de aulas, assim melhoraria o
processo de ensino-aprendizagem e o docente teria maior facilidade de atender a cada um
individualmente; Dispor de recursos didáticos e de um ambiente adequado para utilizá-los;
Melhoria do salário, para que o professor na precisasse trabalhar em mais de uma escola,
assim, utilizando seu tempo vago para planejar e preparar as aulas, corrigir as atividades e
se qualificar.

Essa experiência foi muito importante para a minha formação como docente. Não
tive dificuldades com os conteúdos, nem com a interação professor-aluno. Pude
perceber a grande dificuldade que a maioria dos alunos tem com a Matemática e como
eles acham que é algo muito difícil. Muitas vezes a culpa está no professor, que
apresenta ao aluno uma disciplina apenas abstrata, esquecendo-se de mostrar sua
importância e as aplicações no cotidiano. Portanto, é importante trabalhar essa
disciplina de forma contextualizada, no que diz respeito às práticas sociais e a outras
áreas do conhecimento.
Aprendi que o professor como mediador do conhecimento tem que se impor em
sala de aula, dominar bem o conteúdo, respeitar os alunos, ser interativo, comunicativo
e dinâmico. Aprendi também que o professor tem que respeitar o ritmo da turma, e não
só jogar conteúdos sem nem se importar se os alunos estão aprendendo ou não. O
professor tem que ser paciente, pois o que é fácil para um, pode ser difícil para o outro.
Acredito que alcancei meus objetivos que foi de aprender a trabalhar com turmas
de Ensino Fundamental II.

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