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NOME: MICHELLE LAPRISSE OLIVEIRA MACHADO DA SILVA

TÉCNICO DE SERVIÇO PUBLICO – NORTUNO “D”


PROFESSOR MARCUS PALOMO
PROVA DE RECUPERAÇÃO

LICITAÇÃO PÚBLICA

BRASILIA
2018
1. INTRODUÇÃO

“Compete privativamente à União legislar sobre normais gerais de licitação e


contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de
economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III (redação determinada pela EC n°
19/1998)

 Assegure igualdade de condições a todos os concorrentes


 Incumbe ao Poder Público, na forma de lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de
serviços públicos.

2. CONCEITO, FINALIDADE E OBJETO DA LICITAÇÃO

Procedimento administrativo, de observância obrigatória pelas entidades


governamentais, em que, observada a igualdade entre os participantes, deve ser
selecionada a melhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados em com
elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial.

Isonômica: estado dos que são governados pelas mesmas leis.


Princípio geral do direito segundo o qual todos são iguais perante a lei.
 Mais vantajosa aos interesses da Administração com vistas à celebração
de um contato administrativo, para realização de obras, serviços,
concessões, permissões, compras, alienações ou locações.

3. PRINCÍPIOS DE LICITAÇÃO

Isonomia – a proposta mais vantajosa para Administração


a) Legalidade;
b) Impessoalidade;
c) Moralidade;
d) Igualdade;
e) Publicidade;
f) Probidade administrativa;
g) Vinculação ao instrumento convocatório;
h) Julgamento objetivo;
Princípios da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo, da
competividade, e do procedimento formal, o do sigilo as propostas e o adjudicação
compulsória.

 Legalidade: o processo de licitação deve ser conduzido dentro do que é


estabelecido pela Lei, objetivando selecionar a proposta mais vantajosa
para a Administração, assegurando oportunidade igual a todos interessados
e possibilitando a participação do maior número possível de concorrentes.
 Isonomia (Igualdade): o processo de licitação deve dar tratamento e
oportunidades iguais a todos os interessados, como condição essencial
para garantir competitividade.
 Impessoalidade: a Administração Pública deve observar, nas suas
decisões, critérios objetivos e previamente estabelecidos, afastando a
discricionariedade (preferências) e o subjetivismo na condução dos
procedimentos das licitações.
 Moralidade e Probidade administrativa: a conduta dos licitantes e dos
agentes públicos tem de ser, além de lícita, compatível com a moral, a
ética, os bons costumes e as regras da boa administração.
 Publicidade: os processos de licitação devem ter divulgação suficiente, que
garanta que qualquer interessado tenha acesso ao processo e seu controle,
mediante comunicação dos atos praticados pelos administradores em todas
as fases da licitação. Tal princípio assegura a todos os interessados a
possibilidade de fiscalizar a legalidade dos atos.
 Vinculação ao Instrumento Convocatório: O Edital/Convite (ou Instrumento
Convocatório) é mandatório no processo de licitação. Isso significa que todo
o processo e procedimentos da licitação devem se guiar pelos termos e
regras previstos no Instrumento Convocatório.
 Julgamento Objetivo: As propostas apresentadas em um processo de
licitação devem ser julgadas por critérios objetivos, definidos no ato
convocatório e expressos no Edital, de modo a afastar a possibilidade do
administrador utilizar-se de fatores subjetivos ou de critérios não previstos
no ato convocatório, mesmo que em benefício da própria Administração
(conforme o princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório).
 Celeridade: Este princípio busca simplificar procedimentos, de rigorismos
excessivos e de formalidades desnecessárias. As decisões, sempre que
possível, devem ser tomadas no momento da sessão.
3.1 FORMALISMO

Procedimento formal – caracteriza pelo ato administrativo formal

3.2 PUBLICIDADE DOS ATOS

A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
a) O direto de petição (CF, art. 5°, XXXIV, “a”)
b) Mandado de segurança (CF, art. 5°, LXIX)

3.3 IGUALDADE ENTRE OS LICITANTES

O princípio da isonomia: igualdade entre os licitantes


Esse § 1° do art. 3°:
Proíbe tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista,
previdenciária ou qualquer outra entre as empresas brasileiras estrangeiras.

Preferência: Aos bens e serviços


1°) produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional;
2°) produzidos no País;
3°) produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
4°) produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País;

A Lei veda: sem similaridade ou de marcas, caraterísticas e especificações


exclusivas.

3.4 SIGILIO NA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS

Declara “públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento”


A observância do sigilo: constitui crime sua violação (detenção, de 2 a 3 anos, e
multa.
A violação do sigilo das propostas deixa em posição vantajosa o concorrente que
disponha da informação relativa a seu conteúdo, uma vez que pode, conhecendo,
por exemplo, o preço oferecido por seus adversários para a realização de uma
obra pública, oferecer um preço um pouco menor e vencer o certame em evidente
fraude à competitividade do procedimento.
3.5 VINCULAÇÃO AO EDITAL

Impugnar o edital de licitação por motivo de ilegalidade

3.6 JULGAMENTO OBJETIVO

Afastar o discricionaríssimo: livre de condições, de restrições; arbitrário


discricional, ilimitado.
1) Menor preço;
2) Melhor técnica; Predominantemente intelectual;
3) Técnica e preço; Serviços de informática;
4) Maior lance ou oferta;

3.7 PROBIDADE E MORALIDADE ADMINISTRATIVA

Os atos improbidade administrativa importarão a suspensão aos diretos públicos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
(Lei n° 8.429/1992)

3.8 ADJUDICAÇÃO OBRIGATÓRIA AO VENCEDOR

A homologação da adjudicação encerra o procedimento licitatório.


Por outro lado, não convocação para contratação, pela Administração decorridos
60 dias da data da entrega das propostas, libera os licitantes dos compromissos
assumidos (art. 64, § 3°)

3.9 COMPETITIVIDADE

Somente o procedimento em que preços, será capaz de assegurar à


Administração a obtenção da proposta mais vantajosa para consecução dos seus
fins.
Comete crime, tipificado no art. 90 da Lei, quem frustrar, mediante fraude, ajuste,
combinação ou qualquer coisa outro expediente, o caráter competitivo do
decorrente da adjudicação do objeto da licitação. A pena cominada para esse
crime é de detenção, de 2 a 4 anos, e multa.
4. INEXIGILIDADE

Disputa entre interessados em estabelecer determinada relação patrimonial com a


Administração, na qual está selecionará a proposta que lhe seja mais vantajosa.

Obs.: mais de uma pessoa (física ou jurídica)

A existência de uma pluralidade de objetos e de uma pluralidade de ofertantes.

Âmbito da licitação e do valor de seu objeto, pois não há como cogitar de disputa
ou de melhor oferta nesse caso - aplica à aquisição de bens singulares.

Notória especialização – parecer por um renomado jurista


Impossibilidade jurídica de competição decorre da natureza especifica do negócio
ou dos objetivos visados pela Administração.

Lei n° 8.666 art. 25


a) Fornecedor exclusivo, vedada a preferência da marca;
b) Contratação de serviços técnicos profissionais especializados, de natureza
singular, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade;
c) Contratação de artistas consagrados pela crítica ou pelo público.

II – Vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação

Art. 13
Técnicos especializados não se incluem os de publicidade
1) Estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
2) Pareceres, perícias e avaliações em geral;
3) Assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
4) Fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras e serviços;
5) Patrimônio ou defesa de causas jurídicas ou administrativas;
6) Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
7) Restauração de obras de arte e bens de valor histórico;

Preocupação legislador – publicidade

O governante acabava premiando as agências de publicidade com quem havia


trabalhando durante a campanha eleitoral.
5. DISPENSA DE LICITAÇÃO
São hipóteses de dispensa de licitação todas as situações em que, embora
exista viabilidade jurídica de competição, a Lei autoriza a celebração direta do
contrato ou mesmo determina a não realização do procedimento licitatório.

Licitação dispensável X Licitação dispensada

– Dispensável – a lei autoriza a não realização da licitação. A licitação é possível,


mas a Lei autoriza a Administração a, segundo critério seu de oportunidade e
conveniência, a dispensar sua realização.

–Dispensada– a lei dispensa a realização da licitação. Não existe


discricionariedade da Administração, e lei afirmou que, embora fosse juridicamente
possível, está a situação dispensada.

6. LICITAÇÃO DISPENSÁVEL

Licitação dispensada – licitação juridicamente possível, mas não será realizada


porque a própria Lei diretamente, dispensa sua realização, ou seja, não há
discricionariedade da Administração, a licitação não poderá ser realizada pelo
administrador.
Em se tratando se obras e serviços de engenharia, a Administração pode
dispensar o procedimento licitatório se o valor da contratação for de até
R$15.000,00, bem como poderá deixar de licitar para a contratação de outros
serviços e compras até o limite de R$8.000,00.

III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada


urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou
comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros
bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao
atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de
obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e
oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V – Quando não acudirem interessados à licitação anterior¹ e esta,
justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração,
mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

*¹ conhecida como licitação deserta.

#NÃO CONFUNDA Licitação deserta X Licitação fracassada

– Licitação fracassada é quando aparecem interessados, mas nenhum é


selecionado, em decorrência de inabilitação ou desclassificação das propostas.

VI – Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular


preços ou normalizar o abastecimento;

VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente


superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os
fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o
parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a
adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do
registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)

VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a
Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em
data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado;

IX – Quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional,


nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o
Conselho de Defesa Nacional;

X – Para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das


finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e
localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível
com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em


consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de
classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas
pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no
tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes,
realizadas diretamente com base no preço do dia;

XIII – na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou


estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional,
ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a
contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins
lucrativos;

XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional


específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas
forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;

XV – Para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de


autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do
órgão ou entidade.

XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso


da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de
serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos
ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim
específico;

XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou


estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal
condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;

XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de


navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de
deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos,
aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de
movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos
prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações
e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do
art. 23 desta Lei:
XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção
de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de
manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios
navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por
decreto;

XX – Na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem


fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da
Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-
de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado.

XXI – Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa


científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq
ou outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para
esse fim específico.

XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás


natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas
da legislação específica;

XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de


economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou
alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado.

XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as


organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de
governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

XXV – na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica – ICT


ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o
licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com


entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos
de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público
ou em convênio de cooperação.
XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização de
resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de
coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas
exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder
público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no


País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa
nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela
autoridade máxima do órgão.

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos


contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em
operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e
à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da
Força.

XXX – na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou


sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e
extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei
federal.

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste


artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados
por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

A lei 9.074/95 também trata de dispensa de licitação:

Art. 32. A empresa estatal que participe, na qualidade de licitante, de


concorrência para concessão e permissão de serviço público, poderá, para
compor sua proposta, colher preços de bens ou serviços fornecidos por
terceiros e assinar pré-contratos com dispensa de licitação.

Licitação dispensada – licitação juridicamente possível, mas não será realizada


porque a própria Lei diretamente, dispensa sua realização, ou seja, não há
discricionariedade da Administração, a licitação não poderá ser realizada pelo
administrador.
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à
existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de
avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I – Quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da


administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de
licitação na modalidade de concorrência, DISPENSADA NOS SEGUINTES
CASOS:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da


administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto
nas alíneas f, h e i;

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X
do art. 24 desta Lei;

d) investidura;

e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer


esfera de governo;

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,


locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos,
destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou
de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou
entidades da administração pública;

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no


6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos
da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,


locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local
com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e inseridos
no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social
desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras
públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o
limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares),
para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais;

II – Quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada


está nos seguintes casos:
a) Doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após
avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica,
relativamente à escolha de outra forma de alienação;

b) Permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da


Administração Pública;

c) Venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a


legislação específica;

d) Venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) Venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da


Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

f) Venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da


Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe

7. MOTIVAÇÃO DOS ATOS DE DECLARAÇÃO DE INEXIGIBILIDADE E DE


DISPENSA DE LICITAÇÃO

Condição obrigatória para a eficácia do ato de dispensa ou inexigibilidade


Ratificação – três dias
Publicação na impressa oficial, no prazo de cinco dias.

Tratando-se de licitação dispensada:


1) Concessão de direito real de uso de bens imóveis quando o uso se
destina a outro órgão ou entidade na Administração Pública.

2) Razão de interesse público, na hipótese de doação com encargo (prazo


de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do
Tratando-se de licitação dispensável:
1) Para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 15.000,00
Para obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia
mista ou empresas públicas, bem como por autarquia ou fundação qualificadas
como agências executivas, os limites são o dobro, ou seja, até R$ 30.000,00
2) Outros serviços e compras até 8.000,00
Para serviços, compras e alienações contratados por consórcios públicos,
sociedades de economia mista ou empresas públicas, bem como por autarquia
ou fundação qualificadas como agências executivas, os limites são o dobro, ou
seja, até R$ 16.000,00
8. PROCEDIMENTOS: FASES DA LICITAÇÃO
A maioria dos textos e normas de Licitação considera que este processo se divide
em duas fases distintas, Interna e Externa. No entanto, se considerarmos o
disposto na Lei 8.666 e o processo lógico de atividades envolvidas, podemos
incluir uma outra fase, Pré-Licitação, que agrupa as atividades prévias
necessárias à realização da Licitação.
FASE INTERNA
A Fase Interna ou Preparatória se inicia após a aprovação da licitação pela
Administração Pública.
Delimita e determina as condições do ato convocatório antes de trazê-las ao
conhecimento público.
Durante a fase interna, a Administração tem a oportunidade de corrigir falhas que
porventura forem verificadas no procedimento, sem precisar anular atos
praticados. Exemplos: inobservância de dispositivos legais, estabelecimento de
condições restritivas, ausência de informações necessárias, entre outras faltas.
A fase interna é conduzida pela Área de Licitações do Órgão, com o apoio das
áreas Técnica e Jurídica, quando estas são departamentos independentes. Para
evitar confusões, é bom destacar que a Área de Licitações e a Comissão de
Licitação são entidades distintas e com diferentes responsabilidades.
À Área ou Departamento de Licitações compete a condução do de todos os
procedimentos licitatórios do Órgão, como definição da modalidade e tipo de cada
Licitação, elaboração de Editais, divulgação das Licitações, prestação de
esclarecimentos aos licitantes, organização das sessões de abertura,
encaminhamento de recursos e da contratação, gestão dos processos em
andamento e contratos, etc.
Já a Comissão de Licitação tem caráter julgador – sua função é receber, examinar
e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao
cadastramento de licitantes, atuando como o “juiz” da licitação. Pode ser
permanente, o que é mais usual, encarregando-se de todos os processos de
licitação do Órgão Público, ou temporária, formada por um time multidisplinar
encarregado de um processo específico. Suas responsabilidades incluem:

 Receber todos os documentos pertinentes ao objeto que está sendo


licitado, sejam aqueles referentes à habilitação dos interessados, sejam
aqueles referentes às suas propostas;
 Examinar os referidos documentos à luz da Lei e das exigências contidas
no edital, habilitando e classificando os que estiverem condizentes e
inabilitando ou desclassificando aqueles que não atenderem às regras ou
exigências previamente estabelecidas;
 Julgar todos os documentos pertinentes às propostas apresentadas, em
conformidade com o conteúdo do edital, classificando-os em conformidade
com o que foi ali estabelecido.
Os membros da Comissão respondem, de forma solidária, pelos atos praticados
pela comissão, o que significa que todos serão responsabilizados individualmente
por eventuais fraudes e atos contrários aos princípios licitatórios cometidos pela
Comissão, a não ser que tenham manifestado posição contrária, registrada em
ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.
FASE EXTERNA
A Fase Externa ou Executória inicia-se com a publicação do edital ou com a
entrega do convite, passa pelas etapas de abertura, habilitação, classificação ou
julgamento das propostas, homologação, adjudicação e termina com a
contratação do fornecimento do bem, da execução da obra ou da prestação do
serviço.
Ao contrário da fase interna, onde são possíveis correções, na fase externa, após
a publicação do edital, qualquer falha ou irregularidade constatada, que não
possa ser sanada, levará a anulação do procedimento.
8.1 AUDIÊNCIA PÚBLICA
Em licitações de valores muito elevados (acima de cento e cinquenta milhões
de reais), a Lei de licitações em seu artigo 39, estabelece a obrigatoriedade
de realização de uma audiência pública prévia à publicação do Edital. A
audiência terá antecedência de 15 dias úteis da data de publicação do edital e
divulgação de no mínimo 10 dias úteis antes de sua realização.

Na audiência pública os interessados têm acesso as informações que dizem


respeito ao objeto da licitação e oportunidade de manifestação a respeito.

As Licitações Simultâneas são aquelas que têm objetos similares e com


realização prevista para intervalos inferiores a 30 (trinta) dias. Serão
consideradas sucessivas duas ou mais licitações quando, sendo similares
seus objetos, o edital da segunda for publicado antes de 120 (cento e vinte)
dias após o término do contrato resultante da primeira licitação.

EDITAL

O instrumento pelo qual a administração torna pública a realização de uma


licitação é o Edital. Seria o meio usado por todas as modalidades de licitação,
exceto o tipo convite. Neste tipo de modalidade, o meio para convocação
seria a carta-convite.

A publicação de aviso com o resumo de edital é divulgada nos termos do art.


21 da lei de licitações:

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das
tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local
da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no
mínimo, por uma vez:

I - No Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou


entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de
obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas
por instituições federais;

II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,


respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração
Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em
jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra,
prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a
Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de
divulgação para ampliar a área de competição.

§ 1 O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados


poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a
licitação.

O edital será nulo sempre que for omisso em pontos importantes ou que
contenha disposições discricionárias ou preferenciais, e isto ocorre quando o
objeto da licitação é descrito de forma tendenciosa, sob a aparência de uma
convocação igualitária.

A divulgação do edital será obrigatoriamente feita pela imprensa oficial e


particular, sendo exigido por lei a notícia de abertura da licitação, ou seja, o
aviso resumido do edital e não o seu texto completo.

Em se tratando da modalidade Pregão, determina a lei a divulgação por meio


de aviso que seja publicado em diário oficial do ente federado ou em jornal de
circulação local. É facultativa ainda a divulgação feita por meios eletrônicos.

A forma e informações obrigatórias contidas no edital estão no art. 40:

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o


nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de
execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o
local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como
para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o
seguinte:

I - Objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos


instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e
para entrega do objeto da licitação;

III - sanções para o caso de inadimplemento;


IV - Local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

V - Se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de


licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;

VI - Propostas;

VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;

VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à


distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos
relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações
necessárias ao cumprimento de seu objeto;

IX - Condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e


estrangeiras, no caso de licitações internacionais;

X - O critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso,


permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços
mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de
referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48;

XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de


produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data
prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela;

XIV - condições de pagamento, prevendo:

a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data


final do período de adimplemento de cada parcela;

b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a


disponibilidade de recursos financeiros;

c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data


final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo
pagamento;
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e
descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;

e) exigência de seguros, quando for o caso;

XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;

XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;

XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

ANTECEDÊNCIA MÍNIMA DO EDITAL

Os licitantes precisam de um prazo para elaborar as propostas e analisar as


condições da licitação, um tempo mínimo para se preparar.

Os prazos variam de acordo com o tipo da licitação, sendo maior para as mais
complexas e menos para as mais simples. Os prazos estabelecidos em lei
(Art. 21 da lei de licitações e art. 4º da lei 10.520/2002 pregões) são prazos
mínimos, o que não impede que a administração adote prazos maiores se
assim julgar necessário.

IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA DO EDITAL

Segundo Hely Lopes, se o edital for discriminatório ou omisso em pontos


essenciais poderá ser impugnado por qualquer cidadão, e com maior razão,
por qualquer interessado em particular do certame.

Deverá ser impugnada em até 5 (cinco) dias úteis antes da data da abertura
dos envelopes de habilitação quando for efetuada por qualquer cidadão e em
até 2 (dois) dias úteis, quando apresentada por licitante. A Impugnação
administrativa deverá ser feita mediante petição autônoma ao subscritor do
edital.

Além de ser possível impugnar o edital, qualquer licitante poderá representar


ao tribunal e contas ou órgãos integrantes do sistema de controle interno,
contra irregularidades na aplicação da lei de licitações, com o fim de controle
das despesas dos contratos.

CARTA-CONVITE
É o instrumento de convocação dos interessados a participar da licitação quando a
modalidade for convite.
A carta é enviada aos interessados e não será necessariamente publicada, porém
deverá ser fixada em local apropriado.

COMISSÃO DE LICITAÇÃO
A comissão julgadora efetiva as etapas de habilitação dos licitantes e julgamento
das propostas. Tais comissões poderão ser permanentes ou especiais e serão
integradas por no mínimo 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 servidores
pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da administração responsáveis
pela licitação. (art. 51).
Os membros respondem de forma solidária pelos atos praticados pela comissão, a
não ser que a posição individual seja divergente e esteja fundamentada e
registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão (art. 51).
HABILITAÇÃO DOS LICITANTES
A habilitação dos licitantes consiste basicamente na verificação da documentação
e requisitos pessoais dos licitantes.
Tem como finalidade a garantia de que o licitante, sendo o vencedor do certame,
tenha condições técnicas e financeiras para cumprir o contrato de forma adequada.
Para garantir uma maior competividade a disputa, a lei 8.666/93 proíbe qualquer
exigência que seja supérflua, pois exigências desnecessárias indicariam
direcionamento da licitação em favor de alguém ou de algum grupo.
O licitante não habilitado não poderá participar dos atos subsequentes da licitação,
sendo assim excluído do certame.
Em todas as modalidades de licitação, a habilitação consistirá no reconhecimento
da habilitação jurídica, da regularidade fiscal, da qualificação técnica e da
qualificação econômico-financeira, considerando-se ainda a real disponibilidade
financeira e a real capacidade operativa dos proponentes.

JULGAMENTO DAS PROPOSTAS


Seria o confronto das propostas e ofertas e determinação do vencedor, que deverá
ser objeto da licitação. Sempre deverá ser observado o critério de julgamento do
edital. Em regra, o julgamento é efetuado pela comissão de licitação.
As fases do julgamento são duas. Após a verificação de não conformidade as
propostas poderão ser desclassificadas. Só após essa fase, é que se pode
estabelecer a classificação das propostas.
O Julgamento considerará os critérios objetivos definidos no edital/Convite.

HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO AO VENCEDOR

Após o julgamento pela comissão, está remeterá o processo a autoridade


competente para que o procedimento seja homologado e adjudicado o objeto da
licitação ao vencedor, previsto no art. 43 da lei 8.666/93.
Nesta etapa exerce-se um controle de legalidade no procedimento licitatório, e se
houver irregularidade no julgamento, ou em qualquer outra fase anterior, o
procedimento não será homologado pela autoridade competente.
Adjudicação é o ato onde se atribui ao vencedor o objeto da licitação e não deve
se confundir com a celebração de contrato.
A Adjudicação é o ato final do procedimento da licitação.

ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DA LICITAÇÃO


ANULAÇÃO:

A anulação da licitação baseia-se na ilegalidade do seu procedimento e pode


ser feita em qualquer fase e a qualquer tempo, antes da assinatura do
contrato administrativo, desde que a Administração ou o Judiciário aponte a
irregularidade à lei ou ao edital.

O essencial é que seja claramente demonstrada a ilegalidade, pois a


anulação sem justa causa é inválida.

Compete à autoridade superior anular o ato que autorizou ou determinou a


licitação, mas cabe à Comissão responsável pela licitação a anulação quando
a ilegalidade atinge o seu julgamento.

Antes da decisão sobre a anulação ou não da licitação, deve-se assegurar o


direito de defesa.
A anulação retroage às origens do ato anulado, porque, se era ilegal, não
produziu consequências jurídicas válidas, nem gerou direitos e obrigações
entre as partes. Por isso mesmo, não obriga a Administração a qualquer
indenização, com exceção dos direitos de terceiros que deverão ser
indenizados caso haja prejuízos decorrentes da anulação.

Observa-se que a anulação da licitação acarreta a nulidade do contrato


administrativo caso este seja firmado.

REVOGAÇÃO:

A revogação da licitação se baseia em motivos de oportunidade e


conveniência administrativa.

Por essa razão, ao contrário da anulação, que pode ser decretada pelo
judiciário, a revogação é ato da administração.

A revogação da licitação opera efeitos a partir da decisão revocatória, porque,


até então, o ato ou procedimento revogado era válido. Por isso a revogação
resulta para o Poder Público a obrigação de indenizar o prejudicado.

A lei exige que a revogação seja motivada, obrigando a autoridade


competente a apontar e comprovar a ocorrência de fato superveniente que a
motivaram.

O licitante vencedor não pode impedir a revogação da licitação, mas pode


exigir a indicação dos motivos pela Administração e, não havendo, poderá
obter judicialmente a anulação da revogação.

A revogação da licitação só pode ser feita pela Administração interessada e


não pelo órgão julgador das propostas.

Veja, abaixo, uma tabela resumida com a diferença dos dois atos:
MODALIDADES
A lei nº 8.666/93 prevê 5 modalidades de licitação em seu artigo 22: concorrência,
tomada de preços, convite, concurso e leilão; (...) no § 8º, é vedado a criação de
outras modalidades de licitação ou até mesmo a combinação das referidas nesse
artigo.
Cabe dizer que apesar do ordenamento jurídico brasileiro ter referendado a
licitação como regra para a contratação, por parte da Administração Pública, este
prevê exceções nas quais a contratação pode ser realizada de forma direta.
As modalidades de licitação são determinadas em função dos limites de valores
estabelecidos na Lei, em moeda corrente, que poderão ser anualmente revistos
pelo Poder Executivo Federal e publicados no Diário Oficial da União.
Atualmente os limites (valores em R$) para licitar obras e serviços de engenharia
são:
Dispensa de licitação: até R$ 15.000,00
Convite: até R$ 150.000,00
Tomada de Preços: R$ até R$ 1.500.000,00
Concorrência: acima de R$ 1.500.000,00.
Os limites (valores em R$) para licitar compras e serviços são:
Dispensa de licitação: até R$ 8.000,00
Convite: até R$ 80.000,00
Tomada de Preços: até R$ 650.000,00
Concorrência: acima de R$ 650.000,00
As modalidades Concurso, Leilão e Pregão têm procedimentos diversos e não
estão vinculadas a tabelas de valores.
Além de prever as modalidades de licitação, a Lei 8.666/93 estabelece em ser art.
45, os tipos de julgamento das propostas, que devem ser previamente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele
referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de
controle. Desta forma, os critérios podem ser por menor preço; melhor técnica;
técnica e preço ou maior lance ou oferta.
1.1.1.CONCORRÊNCIA
Está prevista no inciso I do art 22 da lei nº 8666/93 e definida no § 1º no mesmo
artigo: “é a modalidade de licitação, em tese, obrigatória para as alienações
imobiliárias, as concessões de uso, serviços e obras públicas, o registro de preço e
para os contratos de grande vulto, aberta com publicidade, que admite qualquer
licitante cuja habilitação será apurada no início do procedimento”.

Tem como requisitos ou características básicas:


a) UNIVERSALIDADE, que é a possibilidade que se oferece à participação de
quaisquer interessados na concorrência, independente de registro cadastral na
Administração que a realiza ou em qualquer outro órgão público, (...) ou ainda,
admite qualquer licitante através de convocação da maior amplitude.
Está disposta no artigo 22 da lei nº 8.666/93.
b) AMPLA PUBLICIDADE: disposto no artigo 21 da referida lei é assegurada pela
publicação do aviso do edital, no mínimo uma vez, com indicação do local em que
os interessados poderão ler e obter o texto integral e todas as informações sobre a
licitação; a publicação deve ser feita no Diário Oficial da União, ou do Estado, ou
do Distrito Federal, e ainda, em jornal de grande circulação em se tratando de
Municípios.
c) HABILITAÇÃO PRELIMINAR. 
d) JULGAMENTO POR COMISSÃO: é o julgamento dos requisitos pessoais dos
interessados, sob aspecto da capacidade jurídica, da
Regularidade fiscal, da qualificação técnica e da idoneidade econômico –
financeira.

1.1.2. TOMADA DE PREÇOS


Está prevista no inciso II do artigo 22 da lei nº 8.666/93, que estabelece que é a
modalidade de licitação realizada pelos interessados previamente registrados (no
registro cadastral), observada a necessária habilitação, convocados com a
antecedência mínima prevista em lei, por aviso publicado na imprensa oficializem
jornal particular, contendo as informações essenciais a licitação e o local onde
pode ser obtido o edital.
Caracteriza-se por:
a) destinar-se a contrato de vulto médio;
b) permitir unicamente a participação de interessado previamente cadastrados ou
habilitados;
c) exigir publicidade;
d) requerer prévia qualificação dos interessados. Por contrato de médio vulto
entende-se, nos termos dos incisos I e II do artigo 23 da lei nº 8.666/93, o de valor
situado entre R$ 150.000,00 e R$ 1.500.000,00, se objetivar obras ou serviços de
engenharia, e o valor situado entre R$ 80.000,00 e R$ 650.000,00, se visar a
realização de compras e serviços diversos dos de engenharia.
A pessoa cadastrada recebe um “certificado de registro cadastral”, com validade
de um ano, no máximo, e do qual consta a categoria em que se inclui (...); esse
certificado pode ser aceito em qualquer modalidade de licitação, mesmo na
concorrência, desde que, nesta, seja observada a restrição contida no artigo 32
§2º.
1.1.3. CONVITE
É a modalidade de licitação conforme o artigo 22, § 3º da lei nº 8.666/93, que
ocorre entre, no mínimo, três interessados do ramo pertinente a seu objeto,
cadastrados ou não, escolhidos e convidados pela unidade administrativa, através
da carta-convite,  e da qual podem participar também aqueles que, não sendo
convidados, estiverem cadastrados na correspondente especialidade e
manifestarem seu interesse com antecedência de 24 horas da apresentação das
propostas.
Interessante ressaltar que o convite, é a única modalidade de licitação que não
exige publicação de edital, pelo fato da convocação ocorrer por escrito e com
antecedência de 5 dias úteis, conforme artigo 21, §2º, V da lei já citada.
O convite é admissível nas contratações de obras, serviços e compras dentro dos
limites de valor fixados pelo ato competente.
Importante também salientar, o fato de que essa modalidade de licitação pode ser
substituída pela concorrência e pela tomada de preços, sempre que a autoridade
competente julgar conveniente, conforme se infere do artigo 23 §4º, da lei nº
8.666/93.
1.1.4. CONCURSO
É a modalidade de licitação destinada à escolha de trabalho técnico ou artístico,
predominantemente de criação intelectual, mediante atribuição de prêmio ou
remuneração aos vencedores, conforme artigo 22, §4º da lei nº 8.666/93.
Trata-se de um tipo especial de licitação que, embora sujeita aos princípios da
publicidade e da igualdade entre os participantes, objetivando a escolha do melhor
trabalho, dispensa as formalidades especificas da concorrência.
Dá-se conhecimento aos interessados por meio da divulgação do edital, observado
o artigo 21 da lei nº 8.666/93.
1.1.5. LEILÃO
Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de
bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis previstas no
artigo 19, a quem possa oferecer o maior lance, igual ou superior ao da avaliação
(art. 22. § 5°).
Pode ocorrer via leilão comum, ou obviamente leilão administrativo.
Quando se tratar de bens imóveis, a modalidade de licitação obrigatória é o da
concorrência (art. 17, I, e art. 23, § 3º), com ressalva para as hipóteses do artigo
19.
1.1.6. PREGÃO
Por essa modalidade adquirem-se bens e serviços comuns, qualquer que seja o
valor estimado da contratação, em que se disputa pelo fornecimento é feita por
meio de propostas e lances em sessão pública.
 O pregão foi criado para possibilitar à Administração Pública (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, XXI, da Constituição Federal)
adquirir bens e serviços comuns de maneira mais simplificada do que as existentes
até então.

A Lei n. 10.520 define bens e serviços comuns, conforme dispõe o seu art. 1.º,
parágrafo único: “consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos
deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de
mercado”.

Podem se valer do pregão, aos Órgãos da Administração Pública Federal direta,


aos fundos especiais, às autarquias, às fundações, às empresas públicas, às
sociedades mistas e as entidades controladas direta ou indiretamente pela União
(art. 1º lei nº 8.666/93).
Há dois tipos de pregão, o presencial e o eletrônico.
Definindo o pregão eletrônico, segundo Hely Lopes Meireles: “é aquele efetuado
por meio de utilização de recursos de tecnologia da informação, ou seja, por meio
de comunicação pela Internet; está previsto no artigo § 1º do art. 2º da lei
10.520/2002”.
1.2.PROCEDIMENTOS
São uma série de atos que objetiva a Administração. Geralmente seguem a
seguinte ordem: audiência pública; edital ou convite de convocação dos
interessados; recebimento da documentação e propostas; habilitação dos
licitantes; julgamento das provas; adjudicação e homologação.
Essa série de atos vem regulamentada na lei nº 8.666/93, onde dispõe “da
necessidade de aferir a qualificação dos participantes para, em seguida, examinar
as propostas daqueles que tiverem demonstrado condições de execução do
objeto, avaliando-se e classificando-se, nesse instante, as propostas que foram por
eles formuladas.
O vencedor do certame será, desse modo, o licitante que vier a ofertar a melhor
fórmula econômica para a execução do objeto contratual, passando ele, a partir do
momento da proclamação do resultado à condição de adjudicatário, a quem se
reserva a garantia esculpida no art. 50 da Lei 8.666/93.”
E ainda, habilitação é uma das fases do procedimento licitatório em que se avaliam
as condições legais dos interessados para se habilitarem à execução,
fornecimento ou alienação do objeto desejado pela Administração (art. 27 da lei nº
8.666/93).
Os requisitos da habilitação, conforme o disposto no art. 27 da Lei nº. 8.666/93
são: a habilitação jurídica, a qualificação técnica, a qualificação econômico-
financeira, a regularidade fiscal e o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do
art. 7º da Constituição Federal (dispõe sobre a proibição de trabalho noturno,
perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a
menores de dezesseis, salvo na condição de aprendiz ).
O art. 29 da lei nº 8.666/93, trata dos documentos necessários para se
comprovar a regularidade fiscal:
“Art. 29. A documentação relativa à relatividade fiscal, conforme o caso,
consistirá em:
I – prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no cadastro
Geral de Contribuintes (CGC);
II – prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se
houver relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de
atividade e compatível com o objeto contratual;
 III – prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e
Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da
lei;
 IV – Prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no
cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. ”“.
As exigências do Art. 29 da Lei nº. 8.666/93, representam uma forma indireta
de cobrança de dívidas fiscais das empresas. Desta forma, torna-se
questionável a constitucionalidade do referido artigo.

1.3. ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO


Previstos no artigo 49 da lei nº 8.666/93. Revogação da licitação por interesse
público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e
suficiente para justificar tal conduta, bem como a obrigatoriedade de sua anulação
por ilegalidade, neste último caso podendo agir de oficio ou provocado por
terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
Revogação segundo Diógenes Gasparini “é o desfazimento da licitação acabada
por motivos de conveniência e oportunidade (interesse público) superveniente –
art. 49 da lei nº 8.666/93”
Trata-se de um ato administrativo vinculado, embora assentada em motivos de
conveniência e oportunidade; e ainda, a lei referida, prevê que no caso de
desfazimento da licitação ficam assegurados o contraditório e a ampla defesa,
garantia essa que é dada somente ao vencedor, o único com efeitos interesses na
permanência desse ato, pois através dele pode chegar a contrato.
Hely Lopes Meireles conceitua anulação como “é a invalidação da licitação ou do
julgamento por motivo de ilegalidade, pode ser feita a qualquer fase e tempo antes
da assinatura do contrato, desde que a Administração ou o Judiciário verifique e
aponte a infringência à lei ou ao edital.
Cabe ainda ressaltar que a anulação da licitação acarreta a nulidade do contrato
(art. 49, § 2º). No mesmo sentido “a anulação poderá ocorrer tanto pela Via
Judicante como pela Via Administrativa”.

1.4. RECURSOS ADMINISTRATIVOS


Previstos no artigo 109 da lei nº 8.666/93:
- Habilitação ou inabilitação;
- Julgamento das propostas;
- Anulação ou revogação da licitação;
- Indeferimento do pedido de inscrição em registro-cadastral, sua alteração ou
cancelamento;
- Rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do artigo 79;
- Aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa.
O recurso deve ser interposto no prazo de 5 dias úteis a contar da intimação
do ato ou da lavratura da ata nos casos acima expostos.
Diógenes Gasparini esclarece que, recursos administrativos são todos os
meios jurídicos que instauram o processo de reexame interno de ato, decisão
ou comportamento da entidade licitante por motivo de ilegalidade.
 E completando, tem esse objetivo os recursos hierárquicos, os recursos de
representação e os pedidos de reconsideração. Qualquer desses recursos, quando
providos, retroagem nos seus efeitos, à data do ato, decisão ou comportamento
recorrido.
E em se tratando de prazos do recurso, o artigo 110, § único da lei nº 8.666/93
estabelece: “Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-
á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias
consecutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário”.

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