Você está na página 1de 9

Capítulo 1: Se perde alguém

que ama
1
A vista pela janela fria afetada pelo clima montanhoso dava um ar mais melancólico pra
atmosfera local, Saygo já estava acostumado com o mundo sem cores então pra ele não
era surpresa uma paisagem vazia como aquela. Os pensamentos navegavam
tranquilamente em sua cabeça, diversas coisas sobre aquela localidade era bem
interessantes mas o fato de ser uma área isolada em Tóquio era muito assustador se
parar pra pensar por um tempo. O monte Fuji, um passeio um tanto diferente para
aquele colégio simples, parecia ser divertido para todos os alunos, Saygo planejava ficar
em casa no dia do passei mas acabou sendo convencido a ir e perdido em seus
pensamentos acabou sendo surpreendido por um toque de mãos gélidas em seu rosto,
dedos frios que incomodavam sua viagem nos pensamentos. —Saku?— surpreendido
pelo chamar de um apelido que ele não possuía afeição, Saygo olhou para o rosto da
jovem menina ao seu lado, transpondo um enorme sorriso contagiante e bochechas
coradas, os cabelos longos e negros como a noite faziam Saygo se questionar sobre seu
tom ser natural, visto que a dona deles já eram conhecida por utilizar lentes de contato
da cor azul não só por uma questão de estética. —Eu já pedi pra você não usar “Saku”
em público...— Saygo respondia em tom melancólico. —Hã? Pensei que você gostasse.
— a jovem respondeu ele enquanto tirava a boina da cabeça dele e colocava em sua
própria. —Eu não desgosto, mas é vergonhoso ser chamado assim em público, eu não
quero me tornar popular por ter um apelido vergonhoso.— Desviando o olhar da
menina Saygo retrucou, ele olhava para o chão escondendo o desconforto embaraçado
por ter esbarrado o olhar no busto farto da jovem, que mesmo coberto pelo casaco
transparecia seu tamanho avantajado. —Tá bom então, vamos logo!— contagiante, a
jovem se levantou e correu de braços abertos até a saída do ônibus. Saygo se perguntou
o porque daquela garota ainda ser sua amiga, ou porque ela começou uma amizade com
ele. 

Já fora do ônibus, contemplava-se uma paisagem gélida, um estacionamento vazio


coberto por neve apenas possibilitando a entrada direto na floresta que ficava aí pé da
montanha, um passeio um tanto interessante organizado pela escola. Por ser um passeio
um pouco inusitado, acabou que além de Saygo e sua amiga só tinham mais alguns
poucos estudantes. Algo na quela floresta assustava o jovem Saygo, ele não sabia o
porque mas só de olhar para as árvores secas de folhas e cobertas de neve ele sentia um
aperto em seu peito, seu coração pulsava em alta velocidade e seu ouvido zumbia, o que
o deixa desconfortável, a sensação de perigo era constante e por conta disso Saygo
sentiu suas pernas tremerem. —Saku? Terra chamando Saku! Hoy oy oy Darling!—
como uma tomada puxada com força, desligando um eletrônico, assim foi a chamada da
jovem que despertou Saygo de seu pequeno transe. —O-oi! Eu e-estou aqui! Pera aí, do
que você me chamou mesmo?— Indagou Saygo. —Era só uma brincadeira, mas acho
que você gostou quando eu te chamei de Darling...— retrucou a jovem. Saygo apenas
abaixou a cabeça corando, dando. 
Pouco depois, o professor responsável tinha terminado as formalidades e já tinha falado
sobre os cuidados que a turma deveria tomar, então floresta a dentro eles entraram. A
caminhada era um pouco difícil pela quantidade de neve na estrada, o que deixava o
corpo pouco atlético de Saygo cada vez mais fadigado, tentando se sustentar entre suas
cansadas pernas, o tempo que passara caminhando não parecia estar mais sendo
considerado, assim Saygo se via sem noção do tempo que ficou andando na floresta
com sua turma. Ele estava muito mais atrás que todos e já sentiu a sua luta contra o
cansaço se intensificar, pernas trêmulas, boca seca, olhos gélidos e igualmente secos por
conta do frio, sua respiração se tornava pesada e seu corpo já não conseguia mais fazê-la
automaticamente, piscar havia se tornado uma batalha, e para piorar a situação de Saygo
uma nevasca começou. —Hã? Por que isso está acontecendo?— Pensou o jovem
desesperado, sentiu sua perna esquerda sucumbir e em seguida guiar o resto de seu
corpo ao chão. Caído sobre a neve o garoto tentou se manter acordado, mas seus olhos
pesavam toneladas naquela hora, em questão de segundos tudo ao seu redor se tornou a
imensidão do vazio negro da vasta escuridão por de trás de suas pálpebras. 1 2 3... 1 2
3... 1 2 3... 1 2 3... —Papai o que está fazendo?— —Estou construindo nossa cabana na
selva!— —Que demais! Poderemos brincar a tarde toda! E a noite também!— —Sim
meu raposinho, poderemos nos divertir bastante, o papai vai poder te ensinar também
sobre o tempo que eu passei no exército, como nós vivíamos na natureza e
sobrevivíamos a encontros com feras poderosas!— —Parece chato.— —O que!?
— .......................Sa.............Sa......ku.......... —Saku! Saku! Acorda Saku! Acorda!—
Rapidamente seus olhos se abriram, depois de segundos voltaram a se acostumar com a
luz e sua visão turva pode se realinhar, o zumbido em seus ouvidos se tornaram gritos
desesperados que chamavam pelo apelido que ele menos gostava. —Saygo! Saygo!
Acorda por favor!— Saygo estava caído de bruços, aos poucos retomou controle de seu
corpo e girou-o e olhou para o rosto da menina que chorava em prantos. —Say... Saku...
— com a emoção desse encontro de olhares ela se lançou aos braços do garoto. —O que
houve?— perguntou Saygo confuso, soluçando a menina respondeu —A nevasca
começou do nada e eu percebi que você tinha sumido, quando perguntei ao professor ele
nem sabia que você tinha vindo, então eu vim te procurar preocupada, mas logo depois
eu escutei gritos e percebi que estava perdida, eu estava muito assustada e então te
encontrei!— Saygo estava processando ainda a informação, mas ele sabia de uma coisa,
aquela nevasca não era pra existir, não tinha nada sobre risco de nevasca nas previsões
meteorológicas, ele havia checado-as antes de ir. Então prontamente ele se levantou
com calma e junto com a garota que ainda o agarrava, ele respirou fundo e tentou
entender tudo o que estava acontecendo, Saygo sabia muito bem agir sobre pressão,
então ele analisou as redondezas calmamente, após ele secou as lágrimas nos olhos da
garota e disse. —Pode acreditar, vai ficar tudo bem, só precisamos voltar por onde
viemos.— a jovem sorriu pra ele, mas inesperadamente os olhos de Saygo foram
atingidos por sangue, as mãos frias da garota que ele segurava, foram ficando mais
gélidas e sem tato, ele então limpou o sangue dos seus olhos e viu a garota a sua frente,
sua única amiga, com uma flecha que atravessava a traqueia dela, fazendo-a inspirar seu
sangue, este que vazava por suas narinas, boca e pelo ferimento em seu pescoço, os
olhos dela novamente se enchiam de lágrima, ela tentava falar mas se engasgava com
seu sangue, ao olhar para o Saygo ela conseguiu emitir seus últimos sons enquanto
projetava um olhar amedrontado. —S...Sak...— ela fazia uma expressão fofa demais
para quem estava se afogando no próprio sangue. Lentamente o corpo dela caiu na neve,
deixando a branquidão, avermelhada, a queda do corpo morto da jovem revelava pro
atônito Saygo, um homem usando uma máscara de demônio negra com olhos verdes
brilhantes, em seu braço direito havia uma grande tatuagem verde de dragões, utilizava
um Hakamashita que deixava apenas seu braço direito exposto, o Hakamashita dotava
uma coloração branca com preta e verde, algo bem incomum, nas mãos do homem
estava um arco e flecha, com toda certeza tinha sido aquele homem que havia disparada
a flecha contra a garota. Olhar para a máscara de demônio fazia o estômago de Saygo
revirar, ele olhou para o corpo da menina em seus pés e sentiu vontade de vomitar todas
suas entranhas, pernas trêmulas de novo, respiração acelerada, não conseguia controlar
o pânico, seu coração palpitava mais rápido do que antes, o medo em seu ser era
genuíno e puro. O homem carregava mais uma flecha, e mesmo com as pernas trêmulas
Saygo saiu correndo na direção contrária ao homem, ele correu enquanto via flechas
passarem perto dele, as flechas era extremamente precisas e o próprio Saygo não sabia
como ele ainda não havia sido acertado, até que sentiu uma pontada na sua coxa, sem
que ele percebesse, sua perna havia sido perfurada por uma flecha brutal, então ele caiu.
Rolou por um longo caminho e se viu de bruço novamente, sentia o cheiro do sangue,
sabia que tinha sido atingido, logo ele virou e olhou pra sua cocha perfurada por uma
flecha de estrutura brutal, feita justamente pra ferir e fazer sangrar, e assim se
encontrava sua perna, jorrando litros de sangue, Saygo sentia o desespero olhando para
aquela ferida, então ele escutou um barulho alto de lâmina rasgando carne e ossos,
trêmulo e desesperado, Saygo conseguiu ficar de quatro como um cão e virou para olhar
o que tinha ao seu redor, foi quando ele viu corpos jogados e ensanguentados, o cheiro
de podre fez o suco gástrico de Saygo sair de seu estômago e vir a tona, assim ele o
expeliu ali no chão mesmo, o gosto amargo ficou em sua boca e somado ao cheiro de
sangue fez com que ele vomitasse novamente. Saygo escutou passos em sua direção,
lentos e fortes, ele pensou em pedir ajuda mas ficou desconfiado, com certeza não era
coisa boa, foi quando em sua frente se revelou o mesmo homem de antes, na verdade
não, este homem diferentemente do outro utilizava duas katanas e sua máscara negra
possuía olhos vermelhos e assim seguia a coloração de suas vestes. O encontro de
olhares fazia novamente com que Saygo quisesse expulsar seu intestino de seu corpo, o
homem levantava a katana pronto pra acabar com a vida do jovem Saygo, quando
repentinamente um barulho estrondoso, um tiro de uma arma de alto calibre, de fato foi
oque atravessou o peito da criatura e desintegrou seu peito e braço. 

2
Noah coçava os olhos que passavam pelas linhas daquele papel, o cigarro que estava em
sua boca deixava um gosto amargo, enquanto girava o volante com suas mãos ele
pensava sobre o conteúdo daquele laudo, Noah dobrou o papel e guardou dentro de seu
sobretudo, depois disso olhou para seu cigarro, abriu o vidro do carro e jogou ele fora.
Depois de poucas horas dirigindo ele finalmente chegou ao local, entrada pra uma
floresta densa ao pé de uma conhecido monte no Japão, a neve cobria toda a floresta e o
frio é a temperatura ideal para uma caça. Ao sair do carro e bater à porta, Noah se
dirigiu a parte traseira do veículo e abriu a mala, lá ele tirou uma grande maleta pesada,
logo ele fechou a mala e o carro, colocou a maleta no chão e tirou um telefone celular
do bolso para fazer uma ligação. —Oi bebê.— tais foram suas palavras para a pessoa na
outra linha, o tom meio sedutor enfadonho utilizado, fez com que a pessoa já outra linha
se revoltasse. —Haha! Não fica assim não, eu sei que você adora quando eu te chamo
de bebê, principalmente em público.— Noah conversava enquanto abria a mala preta e
montava algo que tinha dentro dela. —Sim eu já cheguei no local, agora eu só não
entendi porque você me mandou fazer isso sozinho, talvez eu seja o mais apto da
unidade mas com certeza esse trabalho precisaria de pelo menos mais um né? Ta
querendo que eu morra?— Noah terminava de montar um rifle de precisão silenciado,
ao fechar a maleta ele tirou de seu bolso uma cápsula de bala e engatilhou no rifle. —Ah
eu sabia que você não deixaria seu bebê morrer assim... Porra desligou na minha cara.—
Noah desligou o telefone e pós de volta no bolso, acoplou no rifle uma bandoleira,
atravessou o rifle no peito e entrou na floresta.

Caminhou por bastante tempo, até começar a sentir cheiro de sangue, um cheiro forte e
metálico, ao se aproximar cada vez mais do cheiro Noah pode avistar um corpo caído,
se aproximou lentamente e chegou ao corpo de uma menina que tinha uma flecha
atravessando sua traqueia, ele abaixou e a pegou no colo, a menina era jovem e bonita,
ela estava totalmente fria, boca roxa e inchada, olhos revirados, Noah cerrou o olhar
para o jovem rosto da garota, tinha tanto a viver ainda, ele checou o pulso dela só pra ter
certeza. —Ainda está viva... porém não dura mais que 3 minutos— pensou enquanto
colocava o corpo da menina de volta ao chão. Sem que ele pudesse pensar mais, uma
flecha veio em sua direção, Noah conseguiu se jogar pra trás e a flecha passou perto de
sua cabeça, Noah não conseguiu identificar de onde veio a flecha mas mesmo assim
mais uma foi disparada e acertou o chão no meio das pernas dele. —Caralho você tá
querendo me deixar sem pinto filha da puta!— Gritou Noah, sem nenhuma forma de
reagir, ele tentava procurar por dentre as árvores quem era o autor do disparo da flecha
quando mais uma flecha foi disparada, está que acertou o ombro de Noah. —Puta que
pariu! Desgraçado esse terno é caro!— ele tentou se levantar rapidamente e tomou mais
uma flechada, dessa vez atravessou o joelho da perna esquerda, o impossibilitando de
andar —Cacete, aí tu me fode vai demorar um tempo até esse merda ficar boa de novo...
era só mamãe tá viva que um beijinho dela dava um jeito.— Noah estava ajoelhado
enquanto tentava remover a flecha de seu joelho, quando mais um disparo foi efetuado,
ele conseguiu se esquivar se lançando pra frente e caindo na neve, a queda quebrou a
flecha no joelho de Noah, ele conseguiria força-la pra fora tranquilamente depois disso.
—Vai doer vai doer vai doer vai doer pra caralho, ok se acalma Sir Willard, se acalma!
— enquanto ele tentava tomar coragem ele foi atingido por mais uma flecha, que pegou
em seu peito. —Ai caralho! Isso não é justo!— Noah não tinha muito o que fazer, se ele
demorasse demais ele com certeza seria alvejado até a morte. —Pensa em coisas boas,
ok isso com certeza vai funcionar, pensar em coisas boas... 1 2 3 Peitoooooooos!— foi
com este constrangedor grito de guerra que Noah removeu a flecha de seu joelho, mas
ao pensar que poderia descansar, mais uma flecha veio em sua direção, com a mão
direita que estava agarrando a neve no chão, Noah juntou um montinho neve e levou sua
mão direita a frente de seu rosto, a flecha acertou a neve e perdeu o impacto caído no
chão, enquanto Noah esperava seu joelho se regenerar, ele aproveitou e tirou a flecha
em seu peito, o que fez com que ele soltasse um grito de dor pois a flechada tinha sido
muito profunda, depois ele foi arrancar a que estava em seu ombro, que foi
relativamente mais fácil pela flechada não ter sido tão funda quanto a anterior, o que fez
Noah imaginar que pela precisão e profundidade do impacto das flechas o atirador
estaria se aproximando ao longo do tempo. O joelho de Noah ainda se recuperava e ele
já tinha sua teoria, e por sorte ele recebeu mais uma flechada na direção de sua cabeça,
o movimento muscular de Noah foi muito rápido, seu reflexo foi impressionante e
graças a isso ele pegou a flecha antes que acertasse seu olho, ele estava ofegante e um
pouco atônito, mas nada o impediu de esboçar um sorriso malicioso enquanto olhava
para dentro das árvores. —Te achei seu filho da putinha... Hahaha.— ele podia
encharcar bem dois pontos verdes na direção de seus olhos, com aquele simples brilho
ele pode ter certeza do que ele estava enfrentando naquele momento, Noah sabia que ele
enfrentava um oni, sem delongar mais ele colocou a mão no bolso de sua calça e tirou
um saco plástico pequeno, o saco continha uma substância vermelha meio pastosa, o
saco estava amarrado com um laço, foi então que Noah removeu o laço, tapou o nariz e
arremessou o saco. —Vamos ver se você resiste a entranhas de Salamandra— os pontos
verdes foram se aproximando cada vez mais, até revelarem ser os olhos de um oni em
sua hakamashita e usando a notória máscara utilizadas por onis, a criatura se
aproximava do saquinho e a medida que ia chegando perto ia se curvando mais ainda e
tomando uma Atitude mais animalesca até se colocar em quatro apoios e torcer seu
pescoço, invertendo sua cabeça começando a cheirar o saco loucamente e grunhir feito
um porco. —Hehehehe! agora eu te peguei arrombado.— Noah mirava seu rifle na
cabeça do bicho enquanto ele se contorcia, levou o dedo ao gatilho calmamente, quando
a luneta estava apontada pra máscara do oni, Noah atirou, o impacto da bala fez a
cabeça do oni se desintegrar, a mascara despedaçou e o one se tornou apenas uma
grande chama verde que queimou por um tempo até apagar.

Noah venceu o oni, ele estava calmo e um pouco fadigado depois da luta, não demorou
a pegar seu telefone no bolso e fazer uma ligação. —Comandante, confirmado que era
um oni, já foi abatido, tem um corpo, uma jovem, aparentemente 16 ou 17 anos,
flechada na traqueia, bom espero que faça seu trabalho Ya.— Noah escutava as palavras
se sua comandante enquanto analisava a área, foi quando barulhos estranhos chamaram
sua atenção. —Tá bom tá bom Ya, são apenas formalidades das normas, seu bebê vai
desligar agora.— Noah desligou a ligação e prestou mais atenção aos barulhos e passou
a segui-los, atento com seu rifle aposto, ele liberou a cápsula do último disparo e
engatilhou mais uma no rifle, conforme ele ia se aproximando os barulhos iam
aumentando e parecia ser de cortes rápidos, até que uma hora os barulhos pararam, o
cheiro de sangue subiu, ele caminhou mais um pouco até chegar nos primeiros corpos
ensanguentados e esquartejados. —Que merda é essa?— ele pensou enquanto passava
pelos cadáveres, eram muitas pessoas, mais de 10 que ele contou, todos com uniformes
escolares e alguns com roupas um pouco formais, professores talvez. —Foi um
massacre.— Noah comentou parada onde aparentava ser o meio dos corpos, ao olhar
pra frente ele observou uma silhueta de costas usado um Hakamashita, de fato era um
oni, o Hakamashita deixava seu braço exposto e podia-se observar as tatuagens de
dragão. Automaticamente Noah mirou no oni de costas e disparou atingindo seu braço e
desintegrando, Noah liberou a cápsula e engatilhou outra bala e quando o oni olhou, ele
já havia sido transformado em chamas vermelhas que se dissiparam logo em seguida. O
abate do oni levou Noah a visão de um jovem caído, ele estava vivo e olhando para
Noah, o rosto do jovem mostrava medo e seu cabelo longo e negro estava sujo pela
neve, era mais uma vítima do acaso, o jovem olhou para Noah e desmaiou.
3
—Senhor Willard! Senhor, esta tudo bem!?— Um soldado chamava por Noah que
estava olhando para o jovem desmaiado. —Huum! Tô bem.— A tropa de apoio que a
pessoa ao telefone havia prometido a Noah mais cedo havia chegado, todos os soldados
coletavam os corpos mortos que estavam jogados por toda região. Noah tirava o rifle
que estava atravessado em seu peito e jogou ao chão, ele olhava todos os trejeitos do
moleque caído, algo naquele moleque o fazia nutrir um sentimento confuso que já
sentira por antigas entidades passageiras muito tempo atrás, algo que fazia ele se
preocupar com o jovem, aquilo denominado empatia. Esta empatia fez Noah ir até o
jovem caído e ver se estava bem, ao se aproximar, a equipe que estava removendo os
corpos foi até o jovem para pega-lo. —Pera ae Pera ae seus precoce. Vê se o moleque tá
vivo.— disse Noah aos integrantes da equipe de limpeza. —Ok! Sentimos muito pelo
descuido senhor Willard— após uma breve análise a equipe veio com a resposta —Ele
está vivo.— demonstrando o semblante de quem já sabia tal resposta, Noah acendeu um
cigarro, ele olhava pro jovem que ali estava, no meio de um massacre aquele único
sobrevivente iria viver um verdadeiro inferno principalmente de dependesse do... —Ora,
parece que temos nosso “culpado”.— a voz que ecoava por trás de Noah fazia ele ranger
os dentes e cerrar os olhos, os passos curtos dados lentamente na neve foram parando
até a figura se colocar ao seu lado. —Não entendo o que você quer dizer com isso
capitão Regis.— Regis Ignácio Vonvollen V, capitão das forças de ataque e contenção,
um homem estranhamente pálido e magro de estatura fora do comum, mesmo sendo
magro, estranhamente Regis dotava de uma força incomum para um ser humano,
somado ao fato de não se saber muito sobre o passado do mesmo, gerou diversas lendas
urbanas dentro da unidade, Regis era uma pedra no sapato de Noah, alguém que sempre
dava nos nervos dele. —Talvez você esteja sugerindo que devêssemos culpar um
inocente novamente? Estragar outra vida capitão?— A revolta e ironia eram claros na
fala de Willard, porém Regis se manteve calmo como se estivesse no controle da
discussão e acrescentou com um tom sério e rouco antecedido por uma risada de
intensão duvidosa —Senhor Willard, heróis não tomam decisões egoístas por algo
maior? Lembro-me de ouvi-lo uma vez dizer “As vezes o caminho certo não é fácil de
ser seguido, sendo um verdadeiro herói, a quele o qual sempre vaga sozinho e bla bla
bla” finalizando com a frase “heróis tomam atitudes egoístas em pro de algo maior...—
toda essa ladainha fez com que Noah ficasse cada vez mais revoltado, porém um vão de
ideia abriu em sua cabeça, uma ideia ótima que fez Willard mal conseguir esconder seu
sorriso malevolente. —Tudo bem então, mas deixe-me ligar pra toda poderosa pra
avisar qual vai ser as manchetes dos jornais de amanhã.— Ele pegou em ponto que
sabia que deixaria Regis sem escapatória, fazendo o mesmo revoltar-se. —Então você
vai usar o recurso de chamar pela namoradinha, que fútil de sua parte.— A raiva de
Regis era visível, então Noah tirou o cigarro de sua boca enquanto soltava a fumaça na
direção da cara de Regis e ao fim jogando a bituca nos pés do capitão, ele deu uma
risadinha e colocou a mão no bolso e logo em seguida disse —Vamos resolver isso aqui
no cara ou coroa então, eu sou o cara e você coroa sacou? Alguma objeção?— Regis
sorriu apesar de demonstrar claramente seu semblante de revolta e disse —Nenhuma.—
Noah então se virou e foi andando na direção do corpo do jovem que estava caído, ele
então tirou do seu bolso uma moeda e travou ela entre seu dedo indicado e dedão, após
isso ele pressionou ela, atirando-a em rotação na direção de Regis que pegou a moeda
enquanto Noah pegava o corpo do garoto e colocava nas costas. —O que deu aí hein
capitão pouca pica?— Noah já caminhava em direção contrária a Regis, que estava
abismado ao olhar pra moeda. Apenas olhando pra Regis Noah sabia qual tinha sido o
resultado do jogo, então ele seguiu seu caminho deixando o capitão pra trás. Regis ficou
olhando pro resultado do jogo atônito e nervoso. —Não é possível, como esse...— Ao
virar a moeda, Regis observou algo curioso, então ele virou-a mais uma vez então ele
pode ter certeza, era uma moeda de duas caras —Noah Willard seu filho da puta!

4
Dor dor dor dor dor dor dor dor dor dor dor, dói? Mas é claro que dói! Frio, sim veio o
frio, um formigueiro parece estar caminhando sobre o peito. Os músculos tremem e a
boca seca, água, água, a consciência se mantém longe e o corpo balança mais, dor, sim a
coxa é o que dói, o sangue, parece que é ele que está saindo, dor muita dor dor dor de
mais, alguém puxou forte algo da coxa, agora os sentidos se recolheram aos poucos, o
teto, o cheiro de mofo entra pelas narinas, o sangue não jorra mais, o corpo não treme o
peito não formiga mais, a consciência volta e vagarosamente Saygo sente que está
encostando em algo confortável, seu corpo parece fraco e ar quente aquecia seus dedos
semi congelados. Saygo abria seus olhos pela... terceira vez? Bom, o fato é que ele
abrira seus olhos mais uma vez e se deparava com um pára-brisa limpando um vidro, ele
estava dentro de um carro, quem estava dirigindo? Ao olhar para o lado o garoto viu um
homem de meia idade no voltante, cabelo bem aparado, barba feita, uma aparência
agradável porém uma postura despojada, o homen dirigia com uma mão no volante a
outra na marcha, a velocidade do carro era acima do normal e isso incomodava Saygo.
—S-senhor?— Saygo chamou pelo homem. —Hm? Ah tu acordou moleque, pensei que
tu fosse dormir mais.— —Senhor... quem é...— Quando Saygo puxou ar para falar, pela
sua boca entrou um gosto pútrido de mofo que evadiu pelas suas narinas, trazendo do
estômago sensível do recém despertado garoto toda sua bile que sai de sua boca em
forma de jato e sujou todo o pára-brisa pela parte de dentro do carro. —Caralho
moleque você tá sujando todo o estofado da Michele!— gritou o homem enquanto
pisava fundo no freio, fazendo o jovem ser arremessado pra frente abruptamente, e pela
força da freada, vinha do estômago de Saygo mais um pouco de suco estomacal, porém
rapidamente o homem agarrou o pescoço de Saygo e impediu que a bile fosse
derramada. —Seu filha da putinha, eu vou abrir a caralha da porta da Michele e você vai
vomitar toda essa merda lá fora, me ouviu? Eu vou abrir a desgraça da porra da porta e
você vai vomitar la fora sua puta!—

Noah terminou de secar toda a parte interna de seu carro, enquanto o jovem que ele
levou terminava de se matar de vomitar, eles estavam sendo iluminados apenas pelas
luzes do farol do carro que apontados pra frente, faziam a iluminação ser muito baixa.
—Já acabou aí oh puta?— Noah chamou pelo jovem —S-senhor eu... eu não consigo
me mover direito...— o jovem respondeu Noah, ele tentava se levantar mas não
conseguia. —Olha aqui pivete, eu sei que cê deve ter uma porrada de pergunta, mas tá
tranquilo, meu nome é Noah Willard, eu vou te dar uma moral, e tenta não se mexer
muito porque você perdeu muito sangue— Noah suspirou após sua breve motivação e o
jovem se deixou cair deitado e olhou para as estrelas, ele tinha muito o que processar
mas cada vez que seu cérebro parava pra pensar, mais coisa acontecia. —Senhor... vai
ficar tudo bem?— perguntou de forma sofrida o jovem, Noah sorriu pra ele. —Vai, bem
pior, hahahahahahah!— as palavras de Noah preocuparam o jovem que estava com a
cabeça no incidente da floresta ainda, na sua cabeça veio a cena da flecha atravessando
a traqueia dela, sem que pudesse sofrer mais por tal, Noah o chamou —Aí garoto, tu tá
todo escaralhado, bora logo.— O menino, que ainda mantinha seus olhos no céu,
retrucou. —E-ei N-Noah, senhor Noah... é Saygo— Saygo tirou os olhos do céu
estrelado e os levou ao rosto do homen que se apresentara como Noah Willard, este que
olhava de volta pra Saygo e perguntava. —O que?— o garoto juntou ar e respondeu —
Meu nome, Kiritsune Saygo.— Saygo olhou para o homem que o encarava, o silêncio
perdurou por um tempo até ser quebrado. —Não te perguntei porra nenhuma, agora
vamos logo Kiritsune boiola.— o garoto sentiu as cruéis palavras vindas do homen se
terceira idade, apesar de terem doido, Saygo se recompôs e voltou a falar. —Eu não vou
entrar nesse carro fedido de novo.— Noah olhou torto para o moleque —Não fala assim
da Michele seu aleijado, ela é nossa única carona.— Noah estava certo, ambos estavam
na beira de uma estrada deserta e rodeados por bosques nevados, não tinha outro
transporte além daquele. —Senhor Noah, você dorme nesse carro?— a pergunta de
Saygo irritou Noah que fez com que ele retrucasse em tom agressivo —E se eu dormir?
Meu irmão, a Michele é multifuncional tendeu? Por isso eu tenho um tesão do caralho
nela— Noah dormia no carro sim, era praticamente o único lugar que ele tinha. —
Senhor Noah o senhor é maluco. Mas agora, eu não posso entrar no carro, se eu sentir
esse cheiro de mofo eu vou vomitar de novo.— Noah sorriu para o jovem, aquele
sorriso era carregado de maldade e más intenções. —Eu posso resolver isso rapidinho.
— Saygo ficou meio assustado com a aproximação de Noah, porém ele não teve tempo
pra pensar pois logo já foi golpeado fortemente em seu pescoço. —Golpe na traqueia!—
Noah acertou fortemente a traqueia do garoto e o fez apagar imediatamente, então não
foi um problema colocá-lo de volta ao carro.

Você também pode gostar