Você está na página 1de 2

EE JOÃO PEDRO FERRAZ

TRABALHO BIMESTRAL DE CIÊNCIAS HUMANAS ( FILOSOFIA, GEOGRAFIA, SOCIOLOGIA


E HISTÓRIA).

NOME________________________________________________Nº__________SÉRIE_____________

COVID – 19: O Vírus da Globalização


A covid-19 poderia ser chamado o Vírus da Globalização. As regiões
predominantemente afetadas são aquelas mais globalizadas, marcadas por
intenso contato com o âmbito externo, como o eixo Ásia-EUA-Europa. Dentre estes,
alguns países conseguiram controlar o avanço do contágio mais do que outros.

Por atingir o centro da economia global, a covid-19 recebeu significativa atenção. O


G-20, clube das economias avançadas, se reuniu para decidir a injeção de cerca de
5 trilhões de dólares devido aos efeitos econômicos do lockdown da economia
global. Entretanto, é importante frisar que a política internacional já vinha
experimentando maior tensionamento do que há duas décadas. Fazem dois anos e
meio que uma guerra comercial entre EUA e China se desenvolve. Em 2020, houve
também a concretização do Brexit, saída do Reino Unido da União Europeia,
processo iniciado em 2016.

Os conflitos vêm sendo intensificados no Oriente Médio desde a Primavera Árabe,


em 2010. Instabilidade política e institucional, seguida de manifestações sociais,
também é registrada na América Latina, desde 2013. Momentos antes da
quarentena nos atingir, presenciamos queda global das bolsas com a
desvalorização do petróleo. 

A covid-19 seria, então, a consolidação do fim do mundo globalizado, tal como


conhecemos desde o fim da Guerra Fria no início dos anos 1990? Ainda é cedo
para afirmar. Como em 1929, é um momento de crise profunda e estrutural. Nas
crises, as fragilidades são expostas e as potencialidades testadas. É assim com
um indivíduo, uma família, uma empresa e com um país. Há disputa pelas

melhores soluções para superá-las. Surge espaço para reacomodação de novas


lideranças.  A crise pandêmica que vivemos não se resume à própria
contaminação, mas à forma de como se equilibra a balança de poder global. 

A pandemia acentuou um problema de saturação econômica que tinha duas


correntes em disputa para superá-la.  A primeira, liderada por Trump, é uma
perspectiva mais conservadora e isolacionista. Os EUA se retiram da posição de
avalista de organizações internacionais como a OMC e a própria ONU, em
coerência ao slogan do presidente, “América Primeiro”. A outra linha, mais próxima
aos Democratas estadunidenses e à União Europeia, seria mais liberal em prol da
integração e interdependência econômica, ou seja, da globalização.

Estas são linhas que polarizam hoje o Ocidente, onde o consenso da era de ouro
da globalização já não existe mais. A China, com a maior população do mundo e
de cultura milenar regida por um governo de único partido, surfou na onda liberal
dos anos 1990. Aproveitou da melhor forma a integração econômica e vem
reduzindo, relativamente, o poder tanto dos EUA quanto da Europa. A linha que os
EUA adotarão para os próximos quatro anos será definida nas eleições em
novembro. Daqui até lá, o mundo está de quarentena.
Henrique Campos de Oliveira é professor dos cursos de Relações Internacionais

ATIVIDADES:

1. De acordo com o texto, por que a COVID-19 pode ser considerado o


vírus da globalização? 
2. Por outro lado, por que a COVID-19 também pode representar o fim da
globalização? Como isso se relaciona com as tensões políticas das
atuais lideranças econômicas mundiais? 
3. Qual é o papel do Estado nas ações de combate a COVID-19? Discuta
sobre as políticas adotadas por pelo menos dois países. 
4. De que forma, os meios de transportes estão associados à rápida
expansão dessa doença?  
5. Relacionado aos pontos acima, como essa doença chegou e se propagou
pelo Brasil. Quais foram as regiões inicialmente mais afetadas? Por
quê?
6. Quais os possíveis caminhos para reduzir os impactos a médio e longo
prazo da COVID-19, sobretudo para as regiões e populações mais
pobres? 

Você também pode gostar