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Q

é uem
Quem?
na Indústria Farmacêutica
em Portugal
2023
Ficha técnica

Propriedade
Media9Par, S.A.

Diretor
Filipe Alves

Subdiretores
Ana Cáceres Monteiro,
Lígia Simões e Nuno Vinha

Diretor de arte
Mário Malhão

Redação
Almerinda Romeira, João Santos
Costa, Rita Atalaia e Mariana
Bandeira

Área Comercial
Cláudia Sousa (Diretora),
Ana Catarino, Cristina Marques,
Elsa Soares e Isabel Silva

Fotografia
Cristina Bernardo, Lusa,
Reuters e Unsplash

Tratamento de imagem
Fábio Gomes

Design e Paginação
Gonçalo Sena, José Fonseca
e Rute Marcelino (coordenadora)

Impressão
Jorge Fernandes, Lda

Revista distribuída com


O Jornal Económico nº 2195
de 28 de abril de 2023

Sede e Redação
Edifício Tecnologia, 4.1, 71 a 74,
2740-122 Porto Salvo.

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 3


Editorial

É sempre possível
estragar
uma coisa boa

Nuno Vinha
Subdiretor do Jornal Económico

4 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


Portugal viveu um par de décadas
de florescimento do sector farmacêutico.
Às históricas empresas multinacionais
que já operavam, e fabricavam, no territó-
rio português juntaram-se muitas outras,
mais pequenas, novas, igualmente inova- tantes de mais de 40 empresas do sector
doras. Foram anos de forte investimento, com presença em Portugal, a quem per-
ancorado na confiança que os sucessivos guntamos pelo ambiente de negócios no
governos suscitavam nos acionistas inter- nosso país. A conclusão é clara: as farma-
nacionais e também na fortíssima compo- cêuticas – outrora confiantes – agora dão
nente humana que as empresas encontra- nota negativa. E a frase do diretor-geral da
ram em Portugal, com fornadas e fornadas Jaba Recordati, Nelson Pires, sintetizam o
de técnicos, investigadores, cientistas a pensamento geral. “A confiança é o motor
sair das universidades nacionais. da economia, e apesar do enorme talento
Não demorou muito a que empresas que existe em Portugal, sem previsibilida-
farmacêuticas de cultivo nacional, com de e sem estabilidade legal, fiscal, laboral,
espírito e ideias portuguesas (ainda que, de market access, de regulação, de rápida
muitas vezes, com capital estrangeiro) as- realização de estudos clínicos, de respeito
cendessem a lugares de destaque, ocupan- pelos prazos, de equidade nas decisões, en-
do um lugar na concorrência às grandes tre outros, Portugal nunca será um destino
marcas ou tocando as sinetas de abertura prioritário de investimento para as em-
de mercados como o de Nova Iorque. presas multinacionais”. E num contexto
Mas algo mudou. Algo mudou e con- em que o sector farmacêutico – como o da
tinua a mudar. E não é necessariamente banca e o da energia – estão submetidos a
para melhor. A qualidade nacional con- uma taxa extraordinária sobre os seus lu-
tinua lá, as fornadas de excelente talento cros que já se tornou, de tantos anos que
continuam a sair das universidades, mas o tem, uma espécie de imposto perene.
terreno fértil para investimento já perdeu Eis uma boa lista de encargos para os
parte do seu encanto. ministros da Economia, António Costa
Este Quem é Quem do Jornal Económi- Silva, e do ministro da Saúde, Manuel Pi-
co mostra-o bem, ao dar voz aos represen- zarro, quando (ou se) quiserem elaborar
uma estratégia para a década no sector
farmacêutico em Portugal. Isto se o minis-
tro da Economia der prova de vida ou se o
ministro da Saúde deixar de perder todos
os seus minutos a impedir o fecho forçado
de urgências.

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 5


Índice

04

08

12

18

24

6 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


É sempre possível estragar uma coisa boa
A qualidade nacional do sector farmacêutico continua
intocável, as fornadas de excelente talento continuam a sair
das universidades portuguesas, mas o terreno fértil para
investimento já perdeu parte do seu encanto.

Estabilidade, para que te quero?


Líderes da indústria reclamam por uma maior estabilidade e
simplicidade fiscal e regulatória que seja mais convidativa ao
investimento externo num sector com já forte peso na riqueza
nacional. A saúde e a economia estão de mãos dadas, mas
os pés, dizem, estão atados.

Ambiente de negócios é mau e afasta investimento


Para vir a ser um destino prioritário para as multinacionais, Portugal
precisa melhorar o ambiente de negócios, o que passa por aumentar
a previsibilidade e a estabilidade fiscal, legal e laboral e pela aposta na
realização de ensaios clínicos.

Empresas apoiam mais divisão na regulação


A celeridade na chegada dos fármacos ao mercado continua
a ser o principal apelo dos grupos e laboratórios do sector, que
elogiam, ainda assim, o trabalho do Infarmed a nível europeu.

Forúm
Os responsáveis das empresas da indústria farmacêutica consideram
que há potencial para se assistir a um crescimento do sector
em Portugal. Mas para atrair investimento para o país é preciso
apostar numa política fiscal mais favorável, menores custos
de contexto e menos burocracia.

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 7


Análise

Estabilidade,
para que
te quero?

Líderes da indústria reclamam por uma maior estabilidade e


simplicidade fiscal e regulatória que seja mais convidativa ao
investimento externo num sector com já forte peso na riqueza
nacional. A saúde e a economia estão de mãos dadas, mas
os pés, dizem, estão atados.
TEXTO
JOÃO SANTOS COSTA

8 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


E que condições exige um dos sectores
mais regulados do país e do mundo? Por
um lado, Ana Valente considera “funda-
mental a implementação de políticas, com
É incontornável o peso que a impacto a médio e longo prazo, que ga-
indústria farmacêutica tem na economia rantam a criação de riqueza”, sobretudo,
portuguesa. Dados confirmados pela Api- destaca, no mercado de medicamentos ge-
farma revelam que o sector já represen- néricos e biossimilares. Em causa, diz, está
ta uma fatia de 2,3% do Produto Interno “um défice da balança comercial do me-
Bruto (PIB) nacional. Já no mercado de dicamento”, que devia urgir os decisores
exportações, as visões divergem: a asso- políticos e os players nacionais a fomentar
ciação liderada por João Almeida Lopes “ações diretas de reindustrialização”. Até
estima uma dotação de 1,4 mil milhões de porque, para um sector com um potencial
euros, enquanto que a Apogen, encabeça- claro e determinante nas exportações –
da por Ana Valente, vai mais perto dos 2 que já chegam a 50% do PIB-, há ainda que
mil milhões de euros, mais concretamente reduzir nas importações.
1,9 mil milhões. Mas apesar de os núme- A representante diz ainda ao Jornal
ros parecerem sorridentes, o sector acre- Económico que uma das prioridades se
dita que o país poderia estar muito melhor prende com o “contexto regulatório e
posicionado e os representantes da indús- administrativo eficiente”, do qual depen-
tria deixam um apelo muito claro à tute- de uma política fiscal “simplificada”, mas,
la: para haver investimento, há que haver sector capaz não só de atrair como reter mais do que isso, expectável. Como refe-
condições favoráveis. Os desafios regu- esse talento. rem os convidados da JE Talks associada
latórios são os mais imediatos, mas até a “Mas precisamos de ser mais competi- a esta edição do “Quem é Quem”, os in-
digitalização do sistema de saúde é visto tivos”, garante o responsável, para quem vestidores externos retraem-se perante
como uma prioridade, já que do Plano “nada justifica que Portugal continue afas- quadros fiscais pouco estáveis ou sujeitos
de Recuperação e Resiliência (PRR) vêm tado das médias de investimento em ino- a drásticas e imprevisíveis reformas, o que
mais de 300 milhões para esse efeito. Sem vação da OCDE e dos países europeus”. A fere a atratividade de um país que tem,
esquecer, claro, o valor social e económico saúde, no seu todo, deve ser vista como aparentemente, todas as cartas na mão,
dos medicamentos, que tanto João Almei- um investimento e não como uma despe- mas não sabe que jogada fazer. Ana Va-
da Lopes como Ana Valente enaltecem. A sa, destaca ainda o líder da associação: “só lente diz mesmo que é necessário “garantir
nosso favor, dizem, estão as infraestrutu- assim seremos verdadeiramente competi- a maior sustentabilidade e previsibilidade
ras, o talento e até a capacidade de inovar, tivos e capazes de atrair investimento”. no mercado”, que se quer também rentá-
mas até o mais fértil dos solos precisa de Por sua vez, a diretora executiva da vel, já que dos lucros das farmacêuticas de-
ser lavrado. Apogen, que representa 15 empresas do
“A indústria farmacêutica tem um peso sector que, juntas, controlam 90% do
bastante significativo na economia e na mercado nacional, diz que esta “é uma das
inovação em Portugal”, considera o pre- áreas com maior produtividade por cada
sidente da Apifarma. “É responsável por pessoa empregada, já que é um sector al-
mais de nove mil empregos diretos e mais tamente qualificado e bem remunerado”.
de 40 mil indiretos, a maioria dos quais Só as associadas da entidade liderada por
altamente qualificados”, prossegue João Ana Valente “empregam mais de 3500
Almeida Lopes, que salienta que este é um trabalhadores e integram seis dos maiores
produtores de medicamentos em Portu-
gal, sendo, em parte, responsáveis pelos
1,9 mil milhões de euros de exportações
anuais”. “Somos um segmento estratégico
na saúde, na economia e na sociedade”, sa-
lienta ainda.
Contudo, o potencial vê-se asfixiado
por uma falta de “condições de previsi-
bilidade e de sustentabilidade do sector”,
denuncia Ana Valente. “Existe um enorme
potencial de desenvolvimento para a cria-
ção de riqueza a nível nacional que não é
devidamente aproveitado”, assegura.

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 9


Já João Almeida Lopes, na mesma me-
dida, diz que um dos principais desafios
passa pelo melhoramento do acesso a
medicamentos inovadores – distintos dos
demais disseminados no mercado, mas
não por isso menos relevantes. “Há que
pendem os orçamentos em Investigação e aumentar a realização de ensaios clínicos
Desenvolvimento (I&D). em Portugal, através de uma política de
Ana Valente
E se há quem pense que o desenvolvi- estímulo” que atraia esse investimento, Apogen
mento de novos fármacos é um capricho mas lá está: o investimento tende a ser ca-
dos acionistas, tanto Ana Valente como nalizado para horizontes mais concretos e
João Almeida Lopes ressalvam o impacto tangíveis. A imprevisibilidade parece ser
económico que a saúde geral da população muito pouco amiga da geração de riqueza.
pode representar. “Os medicamentos inovadores represen-
O líder da Apifarma dá dados concre- tam uma revolução contra doenças até
tos, que mostram como o investimento na agora incuráveis. Além dos ganhos diretos
criação de medicamentos se traduz numa
benesse para as contas públicas. E mais
do que investir, dizem ambos, há que ga- Joao Almeida Lopes
rantir acesso a esses medicamentos – todo Presidente da APIFARMA
um outro coelho que sai desta cartola. O
acesso a terapêuticas eficientes permite
“que as pessoas vivam mais e com mais
saúde, tendo acrescentado dois milhões de
anos de vida saudável a Portugal, que po-
dem ser avaliados em até 80 mil milhões
de euros”, destaca Lopes. “Trata-se de um
forte contributo para a sustentabilidade
do sistema de saúde”, e, em última análise,
para a sustentabilidade da folga financeira
do Estado. Afinal de contas, trabalhadores
saudáveis são contribuintes fiáveis, e num
Estado com uma Segurança Social com
falência anunciada várias vezes, todas as
contribuições são parcas.
Para Ana Valente, qualquer proposta
que seja apresentada ao Governo e condu-
zida na lei deve “estar alinhada com a con-
vergência e cooperação entre as estruturas
tutelares e institucionais”. Ou seja, a estra-
tégia nacional – a existir – deve partir dos
ministérios da Saúde e da Economia, com
o contributo do tecido empresarial e com
um forte envolvimento das instituições
de ensino e investigação. “Só assim é que
será possível introduzir valor acrescenta-
do em termos económicos e sociais para a
retenção do investimento em solo nacio-
nal, aumentando a soberania nacional em
termos de produtos disponíveis”, destaca a
diretora executiva da Apogen.

10 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


ciência. Ainda assim, permanece um fosso
entre o querer e o fazer, que os líderes do
sector anexam à inação governamental e
para as pessoas, permitem também pou- ao estrangulamento regulatório.
panças bastante significativas para o siste- Se Ana Valente diz ter já apresentado
ma de saúde. Não podemos permitir que “reiteradamente” um conjunto de soluções
os portugueses não tenham o mesmo aces- à tutela, João Almeida Lopes vai mais lon-
so a estes medicamentos do que outras po- ge e dá exemplos de como o Estado conse-
pulações. O acesso à inovação terapêutica gue, quando quer, melhorar o que precisa
é um direito de qualquer cidadão”, destaca de ser melhorado: “É urgente digitalizar o
o mesmo responsável. sector da Saúde, à semelhança do que se fez
Os alertas não são novos e as reivindi- com a Autoridade Tributária. (…) Tendo
cações certamente também não o serão. A em conta os 300 milhões de euros do PRR
indústria farmacêutica diz querer investir destinados à transição digital, estamos pe-
e diz estarem erguidas as infraestruturas rante a oportunidade de dar início a uma
e reunido o talento necessário para le- revolução digital na Saúde, decisiva para
var esse investimento a bom porto, num tornar o sistema mais sustentável, mas
mundo onde a narrativa global dá cada também para melhorar a qualidade de vida
vez mais lugar a uma lógica de autossufi- das pessoas”, remata.

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Análise

Para vir a ser um destino


prioritário para as
multinacionais, Portugal
precisa melhorar o ambiente
de negócios, o que passa por
aumentar a previsibilidade
e a estabilidade fiscal, legal
e laboral e pela aposta
na realização de ensaios
clínicos.

Ambiente
de negócios
é mau e afasta
investimento

TEXTO
ALMERINDA ROMEIRA

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As farmacêuticas dão nota nega-
tiva ao ambiente de negócios em Portugal.
No grupo das inquiridas que respondem
ao Jornal Económico (JE), apenas uma
minoria diverge da apreciação geral, o que
diz tudo sobre a importância que as em- nosso centro de operações, quer a nível
presas atribuem à existência de um quadro industrial, quer ao nível dos projetos de
de negócios feito de regras claras com um investigação. O nosso compromisso com
mínimo de estabilidade fiscal. o país é para manter”.
Como avalia o ambiente de negócios Mafalda Pimpão, diretora de Marke-
das farmacêuticas em Portugal? — per- ting do Laboratório Edol, alinha pelo dia-
guntou o JE. As palavras de Nelson Pires, pasão da expansão, embora admita que
diretor geral da Jaba Recordati, são preto lança. Não é a única entre os gestores ou- investir na produção e na comercialização
no branco e como que sintetizam o pen- vidos pelo JE. João Norte, senior direc- de medicamentos em Portugal é cada vez
samento geral: “A confiança é o motor tor, corporate affairs & market access da mais desafiante. Esta farmacêutica portu-
da economia, e apesar do enorme talento BIAL insiste na tecla: “É urgente assumir a guesa especializada no desenvolvimento,
que existe em Portugal, sem previsibilida- Saúde como área económica e recuperar a fabrico e comercialização de medicamen-
de e sem estabilidade legal, fiscal, laboral, tutela Económica para o sector farmacêu- tos está prestes a inaugurar uma nova
de market access, de regulação, de rápida tico, afirmando o cluster privado da Saúde unidade fabril, equipada com tecnologia
realização de estudos clínicos, de respei- como um parceiro natural e de referência de ponta. “Com este alargamento, vamos
to pelos prazos, de equidade nas decisões, para a sua sustentabilidade”. poder aumentar o volume de produção,
entre outros, Portugal nunca será um des- ter, finalmente, capacidade para chegar a
tino prioritário de investimento para as Crescimento e mais contratações novos mercados e, não menos importante,
empresas multinacionais”. O Jornal Económico também perguntou introduzir produtos inovadores em todas
Os inúmeros pontos fracos referidos aos responsáveis da indústria farmacêuti- as nossas áreas de negócio”, concretiza.
por Nelson Pires encontram contraponto ca: como veem o crescimento da sua em-
num conjunto de vantagens competitivas presa e do sector? E se estão propensos à Inflação e previsibilidade fiscal
apontadas por Helena Freitas, diretora contratação este ano? Em ambos casos, A falta de previsibilidade do quadro fiscal
geral da Sanofi Portugal: “a nossa posição cerca de metade dos inquiridos que res- a que Portugal habituou as empresas e a
geográfica estratégica, um capital huma- pondem, fazem-no com uma avaliação de mais recente incerteza criada pelos altos
no qualificado e bem preparado, um bom nível quatro, correspondente a bom. Ou níveis de inflação na sequência da invasão
sistema de saúde, excelentes universida- seja, 2023 perspetiva-se como um ano de da Rússia à Ucrânia e da rutura das cadeias
des, um ambiente político relativamente crescimento do negócio e de geração de de abastecimento iniciada com a pande-
estável e o facto de sermos um país rela- emprego para uma boa parte das empresas mia, são dois problemas sinalizados pelos
tivamente seguro”. Filipa Mota e Costa, que vieram a jogo. Apenas uma pequena gestores e diretores da indústria farma-
diretora-geral da Janssen Portugal, com- fatia antevê um mau ano de negócio en- cêutica que respondem ao inquérito do JE.
plementa: “temos recursos humanos, te- quanto cerca de 20% das respondentes diz Neste mano a mano, vence a inflação. O
mos empresas farmacêuticas disponíveis não ter perspetivas de alargar as equipas. aumento dos preços é visto como o maior
para trazer inovação para o país, haja von- Em concreto, João Norte da BIAL, ante-
tade para agilizar processos e desburocra- cipa o que se pode esperar da empresa à
tizar”. Temos também, salienta Maria do luz dos resultados definitivos do Inqué-
Carmo Neves, presidente da APOGEN, rito ao Potencial Científico e Tecnológi-
Associação Portuguesa de Medicamentos co Nacional (IPCTN21), publicados pela
Genéricos e Biossimilares, boas infraes- Direção-Geral de Estatísticas de Educação
truturas de produção do ponto de vista e Ciência: “Pela primeira vez, o ranking
tecnológico e regulamentar competitivas a da despesa em I&D em Portugal é lidera-
nível internacional e estabilidade política do por um grupo do sector da indústria
e social. farmacêutica. Portugal é a nossa base e o
Contas feitas: há todo um elevado po-
tencial que não está a ser aproveitado de-
vido ao ambiente de negócios. Melhorá-lo
implica mexer a fundo na engrenagem. A
responsável da Janssen apela à cooperação
entre os dois pratos da balança: a Saúde e
a Economia. “Sejam vasos comunicantes!”,

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 13


desafio ou problema em 2023, com mais
de três quartos das respondentes a avalia-
ram-na com a nota 2 - mau.
“Assistimos a um aumento acentuado
da inflação para níveis históricos das duas
últimas décadas, uma variação do Índice
Harmonizado de Preços no Consumidor normativa no campo do regime de preços
(IHPC) em Portugal (9,3%) superior ao dos medicamentos e é necessário acomo-
da Zona Euro e uma subida acentuada dar os aumentos de preços para cobrir in-
na energia (eletricidade e gás). Contudo, flação dos inputs da indústria farmacêuti-
houve um decréscimo no Índice Harmo- ca, garantindo a melhor disponibilidade de
nizado de Preços no Consumidor na Saúde medicamentos e a mitigação de ruturas”,
para valor de -3,5% em Portugal”, assinala adianta.
Guilherme Monteiro Ferreira, diretor de Para metade das empresas que respon-
Acesso ao Mercado e Relações Externas da dem, a falta de previsibilidade do quadro
GSK Portugal. O gestor explica que a in- fiscal constitui um obstáculo, sendo um fa-
dústria farmacêutica enfrenta elevados au- tor negativo na captação de investimento.
mentos nos custos de inputs de produção Como contrariar? “Numa ótica de posicio-
de medicamentos, num mercado de preços nar Portugal como um destino favorável
altamente regulado. “Tendo em conta a si- ao investimento das empresas farmacêuti-
tuação atual é recomendável estabilidade cas, o país deveria criar uma política fiscal

14 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


Zeone Consulting, do grupo FHC, assinala
o “caminho de crescimento consistente e
consolidado” da indústria e a ciência, que Da apreciação das empresas também se
se traduz numa “contribuição importan- depreende que esta pirâmide poderá ser
tíssima para o crescimento económico em invertida e até sem grande custo, como ex-
Portugal”, mas reconhece que “este esforço plica a diretora-geral da Janssen Portugal,
pode e deve ser complementado com polí- Filipa Mota e Costa, ao JE. “Portugal deve
ticas económicas e fiscais mais ajustadas e tornar-se um país atrativo para este tipo
promotoras do investimento”. de investimento, onde o Estado não preci-
A Política Fiscal é um sub-indicador do sa de despender um euro, apenas necessita
indicador Eficiência nos Negócios e o que criar condições para que empresas multi-
atrativa, consistente e com previsibilidade em 2022 mais penalizou o desempenho de nacionais e nacionais como nós possam
suficiente que garanta um retorno do in- Portugal no ranking da competitividade ser competitivas e posicionar Portugal de
vestimento a 20/30 anos”, afirma Maria mundial do IMD, escola de negócios suíça outra forma”.
do Carmo Neves, presidente da APOGEN. da qual é parceira a Porto Business School. Os estudos e ensaios clínicos são uma
“Saber aquilo com que se pode contar Na última edição, Portugal ocupou o 42.º oportunidade e uma esperança, mas não só.
é fundamental para quem quer investir lugar na classificação entre 63 países ava-
num país. Portugal será mais favorável ao liados e na Política Fiscal ficou em 56.º.
investimento da indústria farmacêutica Dois outros sub-indicadores — Regime
quanto maior a previsibilidade e atrativi- fiscal competitivo e Ambiente legal efi-
dade do mercado”, justifica. caz — foram ignorados pelos gestores, não
Bruno Rodrigues, diretor financeiro da descolando sequer da base da pirâmide.

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Inquérito

O QUE ESPERAM
AS FARMACÊUTICAS
EM 2023?

Numa conjuntura marcada pela


incerteza, as empresas revelam
preocupação com a inflação e com
a imprevisibilidade do quadro fiscal.
Ainda assim, metade das inquiridas
antecipam crescimento e estão
propensas à contratação. A maior
parte dá nota negativa ao ambiente
de negócios em Portugal.

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Metodologia
Inquérito realizado através de e-mail a 40 empresas da indústria farmacêutica
com presença em Portugal, em abril de 2023. Questionámos as empresas
sobre: ambiente de negócios das farmacêuticas em Portugal; crescimento da
empresa e do sector; previsibilidade fiscal; incerteza da inflação; contratações
este ano. Os valores do gráfico correspondem à média das respostas, numa
escala de 1 (muito mau) a 5 (muito bom).

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Análise

A celeridade na chegada dos fármacos ao mercado continua a ser


o principal apelo dos grupos e laboratórios do sector, que elogiam,
ainda assim, o trabalho do Infarmed a nível europeu.

Empresas apoiam
mais divisão
na regulação

As empresas farmacêuticas por-


tuguesas e internacionais com presença
em Portugal são a favor de uma maior
dispersão na regulação do sector, de acor-
do com uma análise realizada pelo Jornal
Económico (JE). Num inquérito realiza-
do em abril, o JE questionou diretores e
administradores de grupos e laboratórios
sobre se deveria haver uma instituição en-
carregue da aprovação das moléculas e ou-
tra para definição dos preços, além das que
estão encarregues do registo e proteção de
TEXTO marcas/patentes, da divulgação da infor-
MARIANA BANDEIRA mação técnico-científica patenteada e da

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fiscalização da sua atividade económica e
contrafação.
A conclusão não poderia ser mais unâni-
me, neste estudo anónimo: é necessário
haver uma maior distribuição de tarefas.
Há ainda quem “não concorde nem discor-
de” com o modelo atual, o que nos permite
auferir que é adequado para esses opera-
dores. Portugal, prejudicando a atração de inves-
A regulamentação e regulação do sector timento estratégico e qualificado em ciên-
farmacêutico, enquanto indústria, estão cia e inovação (novas tecnologias, ensaios
distribuídas pelas seguintes autoridades clínicos) e, principalmente, a saúde e bem-
reguladoras: a Autoridade Nacional do -estar dos nossos cidadãos”.
Medicamento e Produtos de Saúde (Infar- Nova legislação a caminho
med), o Instituto Nacional da Propriedade A Comissão Europeia deverá apresen-
Industrial (INPI) e a Autoridade da Con- tar esta semana (24 e 28 de abril) uma série
corrência e Direção-Geral das Atividades de medidas sobre o sector farmacêutico,
Económicas. vezes uma referência para outros países”, no âmbito da Estratégia Farmacêutica para
O Infarmed é o número um nesta liga, considera. a Europa implementada em novembro de
porque tem a incumbência de regulamen- Segundo Joaquín Merino, “seja em Por- 2020, em plena pandemia. O intuito das
tar, avaliar, autorizar, disciplinar, fiscali- tugal ou no resto da Europa, a regulação normas é tentar garantir a qualidade e a
zar, verificar analiticamente, como labora- na indústria farmacêutica é fundamental segurança dos medicamentos e, ao mesmo
tório de referência, e assegurar a vigilância como garantia da qualidade de produ- tempo, melhorar a competitividade global
e controlo da investigação, produção, dis- tos e serviços que são disponibilizados à das empresas nesta indústria.
tribuição, comercialização e utilização dos população e aos profissionais de saúde”. Inicialmente previsto para março, este
medicamentos para humanos dos produ- “Cada vez mais os procedimentos regu- pacote de normas para os Estados-mem-
tos de saúde (dispositivos médicos e cos- lamentares orientam os vários atores no bros deverá comtemplar três iniciativas,
mética). sentido da excelência, que é precisamente como enumeram os advogados da Abreu:
Onde estão, então, os obstáculos? Joa- um dos nossos valores centrais”, ressalva a revisão da legislação geral em matéria
quín Merino, responsável da farmacêutica o responsável pelo negócio da Exeltis em de produtos farmacêuticos, uma atualiza-
Exeltis em Portugal, diz ao JE que a em- Portugal. ção das regras europeias para incentivar o
presa espanhola gostaria que “os procedi- “O mercado português é relativamente desenvolvimento de medicamentos para
mentos regulatórios” fossem “tão céleres pequeno em termos de volume e valor, crianças e para pessoas com doenças raras
quanto possível”, sem que essa celeridade quando comparado com outras geogra- e uma recomendação do Conselho sobre
comprometesse “o rigor e exigência ne- fias. Apesar disso, caracteriza-se por uma a intensificação das ações da União Euro-
cessários e fundamentais” para a saúde das enorme imprevisibilidade, instabilidade e peia (UE) para combater a resistência an-
populações. complexidade, o que, sem dúvida, condi- timicrobiana.
“O rigor e exigência da regulação, mais ciona enormemente a captação de inves- No primeiro caso, “os reguladores de-
do que um desafio, são para nós um reco- timento por parte das principais multina- verão poder passar a exigir o acesso aos
nhecimento da nossa forma de atuar. É cionais que aqui desenvolvem atividade”, dados brutos no momento da autorização
claro que, muitas vezes, estamos tão en- adverte, por sua vez, o diretor de Acesso
cantados e entusiasmados com as nossas ao Mercado e Relações Externas da GSK
soluções inovadoras que gostaríamos que Portugal, em declarações ao JE.
chegassem mais rapidamente ao mercado”, Para Guilherme Monteiro Ferreira,
admite o porta-voz da distribuidora da úl- “enquanto as autoridades não assumirem
tima vacina contra a Covid-19 recomen- o desígnio nacional de dar acesso à popu-
dada pelo regulador europeu, a Bimervax lação portuguesa à inovação terapêutica,
dos laboratórios Hipra. neste momento condicionado pelos atra-
“Portugal tem tido, através do Infarmed sos e falta de previsibilidade dos processos
e dos seus elementos, um papel de desta- de reembolso das tecnologias de saúde e
que no seio da EMA (Agência Europeia do pela existência de contratos com limites
Medicamento). Isso demonstra que os ele- de encargos (CAPs), iremos continuar a
vados padrões de exigência que estão em viver com os constrangimentos conheci-
vigor em Portugal estão não só em linha dos”. Constrangimentos esses que, na sua
com o resto da Europa, como são muitas opinião, “imitam a competitividade de

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 19


para apreciar plenamente estes elementos
inovadores do tratamento”, explica a equi-
pa de juristas da Abreu. “A proposta pro-
curará também assegurar a simplificação,
a racionalização dos procedimentos de
aprovação e uma flexibilidade que permita
adaptar em tempo útil os requisitos téc-
nicos à evolução científica e tecnológica,
a fim de superar os desafios relacionados
com a interação dos medicamentos e dis-
positivos e reforçar os elementos favorá-
veis à concorrência”, esclarecem.
Inovação sobressai na UE
Curiosamente, a UE, através do Insti-
tuto Europeu de Inovação e Tecnologia
(EIT), lançou recentemente um estudo -
“InnoStars Assessment of Healthcare In-
novation Ecosystem Maturity” para ava-
liar os ecossistemas de inovação em saúde
de países da Europa Central, Oriental e
Meridional e concluiu que Portugal está
na liderança, entre as regiões em desen-
volvimento da Europa, destacando-se pela
maturidade.
Há ainda uma comparação com a Ásia,
na qual se faz a referência que Israel foi
o único país com um benchmark de 5
(“Expert”) por ser um estado que facilita investigação e desenvolvimento, hospitais
o início de negócios, fornece programas e institutos) é português, a Sword Health,
direcionados e possui diversos cenários que está avaliada em 1,8 mil milhões de
de financiamento com acesso a dinheiro euros. Valor tão elevado que o organismo
e capital de risco especializado. Logo, as criado pela UE optou por excluir do índice
startups da saúde estão avaliadas em 146 a empresa de soluções digitais para o tra-
milhões de euros. tamento de patologias músculo-esqueléti-
Todavia, convém mencionar que o cas, devido ao risco de ocultar tendências
único unicórnio das geografias analisadas, estatísticas e dificultar as comparações.
que está ou esteve envolvido no cluster “Em Portugal, temos investigação de
europeu EIT Health Ecosystem (parceria alta qualidade e inovadores locais talen-
público-privada com aproximadamente tosos. Incentivamos empreendedores a
130 empresas, universidades, centros de iniciar e desenvolver projetos inovadores.
Agora é hora de mover o nosso ecossiste-
ma para que todas as partes interessadas
possam beneficiar de uma forte rede e
colaboração”, comentou Vera Moura, res-
ponsável de Inovação da EIT Health In-

20 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


temporário de alguns locais de produção
e comprometeu a entrega de fármacos.
Falamos de uma empresa com presença
em Portugal, com lucros de quase dois mi-
lhões no último trimestre e uma quota de
mercado no país vizinho superior a 10%.
Já em junho passado a suíça Novartis
havia sofrido uma intrusão de cibercri-
minosos e no ano anterior o grupo de
farmacêutica e cosmética Pierre Fabre. Es-
tes são alguns exemplos de situações que
foram tornadas públicas, embora alegada-
mente não tenha havido roubo de dados
sensíveis. Segundo dados da Mastercard,
divulgados no final de março, os sectores
da saúde e farmacêutica apresentaram uma
maior intensidade de ciberataques entre
julho e dezembro de 2021 e maio de 2022,
sendo que a informação clínica dos utentes
é o isco principal para os hackers.
“Esta área tem um aspeto peculiar que é
noStars. “O estudo reforça a nossa convic- o facto de que assim que estes sistemas são
ção de que Portugal pode contribuir para afetados ou ficam inoperacionais têm um
o desenvolvimento de produtos e serviços impacto direto nas vidas humanos. É por
inovadores nos cuidados de saúde que per- isso que é importante proteger estes for-
mitirão aos cidadãos europeus viver mais necedores de infraestruturas críticas. Por
e com mais saúde”, crê. exemplo, no SNS britânico [NHS - Natio-
Nesta linha, há outro tema sobre o qual nal Health Service], por causa do ataque de
os reguladores terão de reforçar a atuação: ransomware em agosto, tiveram de adiar
a cibersegurança. Há cerca de um mês, a cirurgias porque perderam histórico mé-
farmacêutica Alliance Healthcare - o quar- dico de pacientes”, alertou o especialista
to maior distribuidor de medicamentos turco Cihan Salihoglu, diretor de Ciber-
em Espanha – foi alvo de um ataque in- segurança na Mastercard, num encontro
formático que obrigou ao encerramento com jornalistas em Lisboa.

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 21


Inquérito

22 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


COMO É QUE A INDÚSTRIA
ANALISA O PROCESSO DE
APROVAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS?
As empresas respondentes a este inquérito mostram-se, na generalidade,
unânimes em relação ao atual modelo de supervisão, mas mostram-se
divididas num eventual impacto negativa do atraso na aprovação de novas
substâncias em Portugal quer no mercado das quer na saúde dos doentes,
bem como na demora nos pagamentos sobre as decisões de investimento.

Metodologia
Inquérito realizado através de e-mail a 40 empresas da indústria farmacêutica com presença em Portugal, em abril
de 2023. Confrontámos as empresas com afirmações sobre se: Atraso na aprovação de novas substâncias em Portugal dificulta
o mercado das farmacêuticas e afeta negativamente a saúde dos doentes; Atraso nos pagamentos impacta as decisões
do seu negócio e do seu investimento; Necessidade de mais separação nas funções do regulador; Portugal incentiva
a investigação farmacêutica e a instalação de novas farmacêuticas no país. Os valores do gráfico correspondem à média das
respostas, numa escala de 1 (discordo em absoluto) a 5 (concordo em absoluto).

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 23


Fórum de Líderes

Os responsáveis das empresas da indústria farmacêutica


consideram que há potencial para se assistir a um crescimento
do sector em Portugal. Mas para atrair investimento para o país
é preciso apostar numa política fiscal mais favorável, menores
custos de contexto e menos burocracia.

24 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


Portugal é um
destino favorável
para o investimento
das farmacêuticas,
para a instalação
de novas fábricas
e para a criação
de riqueza
neste sector?

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 25


Fórum

namento geo-estratégico do velho conti-


nente na área da ciência e inovação, com
a Europa a perder influência para outras
geografias.
Apesar do seu legado histórico na desco-
berta de novos medicamentos e vacinas,
a Europa está a ficar para trás nos últimos
anos para outras regiões, com menor inves-
Guilherme Monteiro Ferreira timento em investigação, menos ensaios Nuno Brás
Diretor de Acesso ao Mercado e Relações Diretor Geral
Externas da GSK Portugal
clínicos, deslocalização de centros de pro- da LEO Pharma Ibéria.
dução e tempos de aprovação mais longos.
Portugal é um destino favorável para o in- Globalmente, o investimento em I&D está a Em Portugal existe capacidade instalada,
vestimento das farmacêuticas, para a insta- aumentar, mas fora da Europa. Do total de recursos e know how nas áreas da inves-
lação de novas fábricas e para a criação de investimento em I&D nos EUA, Europa, Chi- tigação científica e da produção, contudo,
riqueza neste sector? na e Japão, apenas 31% foi canalizado para apesar de algum progresso registado, es-
Gostaria de responder que sim, mas a rea- a Europa. tas continuam a ser áreas pouco compe-
lidade sobrepõe-se ao meu otimismo. De Em 2002, os Estados Unidos investiram titivas no nosso país, que convivem com a
qualquer forma, antes de justificar a minha US$ 2 mil milhões de dólares a mais do que falta de investimento e alguma morosidade
resposta, permita-me retratar o impacto a Europa em I&D; hoje, essa diferença au- nos processos. A pandemia tornou mais
que o setor farmacêutico tem em Portugal mentou para 25 mil milhões de dólares. evidente a carência que Portugal regista
(dados da Apifarma): a Indústria represen- Os dados relativos a ensaios clínicos são, em matéria de produção de medicamen-
ta 8 mil postos de trabalho direto e 40 mil também, pouco animadores: a Europa re- tos. Para integrar o mapa da inovação, é es-
postos de trabalho indireto. É um dos prin- presentou uma participação de 19,3% na sencial definir uma estratégia que assente
cipais impulsionadores de investigação em atividade global de ensaios clínicos em num modelo integrado em toda a cadeia,
saúde: investimento em I&D de 85 milhões 2020, uma queda de 6,3%, em compara- sustentado e rentável que permita não só
de euros/ano. Representa 1,1 mil milhões de ção com uma média de 25,6% nos últimos potenciar o investimento nacional, mas, em
euros em exportações e 1,7 mil milhões de dez anos. simultâneo, atrair e reter investimento es-
euros em produção. A Indústria acrescen- Face a este cenário, a revisão da Estratégia trangeiro. Esta valorização é essencial para
ta 4,3 mil milhões de euros ao PIB nacional, Farmacêutica Europeia é uma oportunida- o desenvolvimento e produção de solu-
representando 2,3% do mesmo. É um setor de de ouro para inverter as tendências dos ções inovadoras que beneficiem o doente,
altamento produtivo, com um rácio de input/ últimos 25 anos e voltar a colocar a Europa garantam a sustentabilidade e permitam
output de 2,1x (acima da média de todos os como centro de excelência mundial de ino- avançar na cadeia de valor.
setores). vação e ciência. Para isso, é crítico proteger
Apesar disso, o que assistimos no nosso a Propriedade Inteletual, com um enquadra-
país é que a Indústria é sempre conside- mento robusto e previsível. Adicionalmente,
rada pelo lado da despesa e nunca pelos refletir ponderadamente ao que poderá vir
ganhos que proporciona ao país e aos cida- a ser a definição de “Necessidade Médica
dãos. Aliás, a pandemia veio, precisamente, Não-Satisfeita”.
demonstrar o impacto nas economias de Portugal não pode ficar de fora deste pro-
uma crise de saúde pública global, pelo que cesso e todos os atores nacionais devem
devemos aprender com essa experiência. fazer ouvir a sua voz, junto das autoridades Maria do Carmo Neves
O risco de não proteger o investimento das europeias, para bem do futuro das próxi- Presidente
empresas farmacêuticas é o destas perde- mas gerações. da APOGEN
rem capacidade de investir na investigação A relevância da indústria farmacêutica de
de novas moléculas e de deixarmos de medicamentos genéricos e biossimilares
evoluir no sentido de dar mais e melhores na saúde, na coesão social e na economia
anos de vida à sociedade. deve merecer particular atenção por parte
Naturalmente que esta situação é parti- do Governo de modo a gerar as condições
cularmente sensível no caso de Portugal, que propiciem uma maior criação de rique-
mas não quero perder esta oportunidade za para o país.
de alertar para o que está atualmente em Portugal dispõe de um conjunto de recur-
discussão nas instituições europeias, com sos favoráveis a um maior investimento da
a revisão da estratégia farmacêutica, que indústria farmacêutica, onde destacamos:
pode comprometer ainda mais o posicio- z Os recursos humanos altamente qualifi-

26 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


cados com custos relativamente atrativos e Efetivamente, para que Portugal se afirme
competitivos; como um polo dinamizador nas ciências
z As infraestruturas de produção do ponto da Saúde e no setor farmacêutico, será
de vista tecnológico e regulamentar com- necessário que todos os agentes, incluin-
petitivas a nível internacional. do o Estado, possam assumir um pacto
z E a estabilidade política e social. transversal e de longo prazo sustentado
num conjunto de pilares base. Entre estes
Numa ótica de posicionar Portugal como estão o incentivo à inovação e à indústria
um destino favorável ao investimento das capaz de gerar medicamentos e dispositi- Filipa Mota e Costa
Diretora-geral
empresas farmacêuticas o país deveria vos médicos inovadores. Inclui-se também da Janssen Portugal
criar uma política fiscal atrativa, consistente a promoção de condições de atrativida-
e com previsibilidade suficiente que garanta de para o investimento em Portugal, quer Sendo a conjuntura atual um desafio para
um retorno do investimento a 20/30 anos. ao nível da realização de ensaios clínicos, qualquer setor económico, há que ser ainda
Em termos de política económica e do me- quer de consórcios internacionais para a mais criterioso nas apostas que fazemos.
dicamento estas devem favorecer a atra- investigação e desenvolvimento (I&D) de Há fortes oportunidades de crescimento e
tividade do mercado proporcionando um novos produtos, estimulando uma maior de investimento em Portugal que podem
aumento da riqueza gerada e assegurar o aproximação e transferência de conheci- trazer um grande retorno económico e
equilíbrio da balança comercial. mento entre a indústria e a academia. Será podem contribuir para o ecossistema de
Saber aquilo com que se pode contar é também importante promover uma maior investimento que contribuiriam fortemente
fundamental para quem quer investir num previsibilidade ao nível do quadro legal para o crescimento do pais, sem que para
país. Portugal será mais favorável ao inves- para todos os agentes da Saúde e desen- isso houvesse necessidade de investimen-
timento da indústria farmacêutica quanto volver novos mecanismos de incentivo às to público inicial.
maior a previsibilidade e atratividade do empresas de inovação, contribuindo para Nesta indústria, há mais formas de investi-
mercado. o aumento significativo do investimento mento para além da construção de unida-
em atividades de I&D e da capacidade des de produção, o grande potencial está
produtiva de medicamentos em Portugal. em trazer inovação através dos ensaios clí-
O setor farmacêutico de inovação, de base nicos. Portugal deve tornar-se um país atra-
nacional, contribui decisivamente para o tivo para este tipo de investimento, onde o
reconhecimento do papel estrutural que Estado não precisa de despender um euro,
a Saúde exerce na economia nacional e o apenas necessita criar condições para que
caráter de investimento e não de custo que empresas multinacionais e nacionais como
lhe está associado, para além de ser uma nós possam ser competitivas e posicionar
João Norte importante fonte de atividade económica Portugal de outra forma.
Senior Director, Corporate (direta, indireta e induzida) e de desenvol- Esta é uma área de grande competitivida-
Affairs & Market Access da BIAL vimento tecnológico. É urgente assumir a de, onde as empresas são agnósticas em
Saúde como área económica e recuperar relação aos países, procuram um ambiente
O caminho trilhado nos últimos anos ao a tutela Económica para o setor farmacêu- de rigor cientifico e previsibilidade em ter-
nível do investimento em conhecimento tico, afirmando o cluster privado da Saúde mos de implementação que Portugal ainda
científico em Portugal é bastante relevante. como um parceiro natural e de referência não tem, por questões burocráticas e por
Na Saúde, assistiu-se ao desenvolvimento para a sua sustentabilidade. falta de capacidade para o cumprimento
de centros de investigação, bem como ao Na BIAL temos um forte compromisso com de prazos.
aparecimento de empresas e start-ups que o país. A BIAL foi a empresa com mais des- Os ensaios clínicos são positivos em várias
trouxeram ao mercado novos produtos e pesa em I&D em Portugal, em 2021, de acor- dimensões: bons para a economia, para a
serviços. Hoje, Portugal tem cientistas alta- do com os resultados definitivos do Inquérito indústria do conhecimento e para os doen-
mente qualificados e trabalho académico ao Potencial Científico e Tecnológico Nacio- tes. E não é preciso aumentar a despesa
de referência na área da Saúde. nal (IPCTN21), publicados pela Direção-Geral pública, já que existem infraestruturas (hos-
No entanto, para catapultar Portugal como de Estatísticas de Educação e Ciência. Pela pitais) e investigadores com qualidade. Em
um ecossistema de investigação na Saúde, primeira vez, o ranking da despesa em I&D Portugal não chegamos aos 150 ensaios
gerador de valor e reconhecido além-fron- em Portugal é liderado por um grupo do se- clínicos por ano, número que compara com
teiras, há ainda um longo percurso a per- tor da indústria farmacêutica! Portugal é a os mais de 800 ensaios realizados pela vi-
correr. Criar condições para que Portugal nossa base e o nosso centro de operações, zinha Espanha. Não temos dados recentes,
se possa transformar num centro de exce- quer a nível industrial, quer ao nível dos pro- mas os que existem espelham bem a rea-
lência para a investigação clínica e inovação jetos de investigação. O nosso compromisso lidade. De acordo com o último estudo da
biomédica é uma parte desse percurso. com o país é para manter. PwC, o impacto dos ensaios na economia

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 27


Fórum

portuguesa, em 2017, foi de cerca de 87,3 a tecnologias de saúde inovadoras de for- a inaugurar uma nova unidade fabril, equi-
milhões de euros, isto significa que cada ma mais célere, garantindo maior equidade pada com tecnologia de ponta. Com este
euro investido na atividade de ensaios clíni- a nível europeu; de mecanismos de agiliza- alargamento, vamos poder aumentar o
cos gera um retorno de 1,99 euros, sendo ção do processo de autorização de ensaios volume de produção, ter, finalmente, capa-
esta uma das áreas com maior retorno de clínicos; de rever o sistema de financiamen- cidade para chegar a novos mercados e,
investimento do país. to de medicamentos em Portugal, envol- não menos importante, introduzir produtos
Portugal tem capacidade para aumentar vendo todos os intervenientes na promo- inovadores em todas as nossas áreas de
cerca de 4 vezes o número de ensaios clíni- ção do acesso à inovação em condições de negócio.
cos. Este potencial significaria mais opções equidade para os doentes e para os outros
terapêuticas para os doentes que ainda não stakeholders do sistema.
têm resposta e mais acesso à ciência para Precisamos de um diálogo contínuo, espíri-
os profissionais de saúde. E eu acredito que to de confiança e cooperação.
a indústria farmacêutica pode ser um gran-
de parceiro para ajudar a dinamizar. Segu-
ramente a Janssen está empenhada em
contribuir para a criação de novas oportu-
nidades para o país. Bruno José Lopes Rodrigues
Diretor Financeiro
Zeone Consulting, Lda.
Grupo FHC

Mafalda Pimpão A indústria farmacêutica assume, com or-


Diretora de Marketing gulho, um papel claramente diferenciador
do Laboratório Edol no tecido industrial português, altamente
competitivo, o qual se encontra sustentado
Investir na produção e na comercialização numa estratégia de investimento perma-
Paula Barriga de medicamentos em Portugal é, cada vez nente como forma de assegurar os altos
Diretora Geral mais, um enorme desafio. Os custos fixos, a padrões de qualidade e de sustentabilidade
da Novo Nordisk escassez de incentivos fiscais, os condicio- que lhe são reconhecidos.
namentos na fixação de preços e o próprio A par desta realidade, os dados económi-
Temos assistido em Portugal a um potencial peso e a dimensão da concorrência inter- cos confirmam um crescimento robusto,
adiado para atrair maior investimento por nacional podem determinar sobrevivência mas sustentado, nos últimos anos, atingin-
parte das empresas farmacêuticas. Ape- da indústria no nosso país. do mesmo um desempenho que supera o
sar da existência de fatores promotores da A par da carga administrativa e burocráti- da economia portuguesa.
inovação no país, desde logo a excelência ca em Portugal, pouco ágil e incrivelmente A resposta aos desafios colocados pela
dos nossos profissionais de saúde e equi- densa, o entrave a uma subida justa dos pandemia COVID-19 dissipou qualquer dú-
pas de investigação, existem desafios que preços é um dos principais desafios com vida que pudesse existir sobre a capacida-
persistem e travam o desejável progresso, que nos defrontamos uma vez que contri- de e tenacidade que este setor apresenta
comprometendo a competitividade do país bui, por um lado, para o desinvestimento diariamente.
neste domínio. no desenvolvimento de novos produtos e, Portugal dispõe de um conjunto de van-
O que precisamos para reverter esta situa- por outro, para o desaparecimento de al- tagens competitivas importantes, nomea-
ção? guns medicamentos. Apesar da recente damente ao nível de flexibilidade, posicio-
Precisamos de ser capazes de reduzir os implementação de algumas medidas como namento logístico e comercial, relações
elevados custos de contexto e a burocracia Portaria n.º 35/2023 de 26 de janeiro que externas estáveis e consolidadas, acesso a
que penaliza a necessária e desejável agi- autoriza a revisão de preços em alguns mão de obra qualificada e elevado nível de
lidade; de uma efetiva e transversal transi- produtos, e de os laboratórios portugueses especialização técnica.
ção digital, muito em particular na área da terem sido considerados estratégicos pela Dispomos de um sistema de investigação
saúde; de previsibilidade e de uma visão de Assembleia da República, ainda há um lon- atrativo, reconhecido internacionalmente,
longo prazo das políticas públicas com im- go caminho a percorrer. É tempo de valori- em que o uso de tecnologias de informa-
pacto na atratividade do país. zar o que é nosso e incentivar quem investe ção está acima da média da UE.
Precisamos de ver reconhecido o contri- e trabalha em Portugal. O ambiente académico e de investigação
buto da indústria farmacêutica para a eco- No Edol, não desistimos. Apesar destes de- científica é também altamente potenciador
nomia do país e para a sustentabilidade do safios, continuamos a acreditar e a apostar de novas oportunidades na indústria far-
Serviço Nacional de Saúde; de um acesso na expansão. Prova disso, estamos prestes macêutica, que se começa a afirmar como

28 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


o principal financiador dos projetos de in- de orgânicas integradas para a investigação
vestigação e desenvolvimento, fomentan- clínica e de estimular e apoiar start-ups no
do a criação de condições favoráveis para sector das ciências da vida.
a instalação de indústria de elevado valor Na Sanofi, investimos mais de 7 milhões de
acrescentado. euros em investigação, nos últimos 3 anos.
Uma indústria farmacêutica forte passa Um esforço que representa um crescimen-
pela aposta clara na inovação e investiga- to significativo em número e dimensão de
ção, que tenha capacidade de atrair e reter investigação em ensaios clínicos e inovação
talento, que responda às necessidades da Helena Freitas básica, abrangendo diferentes áreas tera-
Diretora Geral
sociedade em geral e alinhada com a tran- pêuticas (oncologia, imunologia, neurociên-
da Sanofi Portugal
sição verde e digital, a par igualmente de cias, doenças raras entre outras) e Centros
cultura organizacional e liderança sólida. Portugal é um país com um potencial muito de Investigação Clínica ao nível nacional.
Estes desafios foram agudizados pela favorável tanto para o investimento e cres- Participamos num total de 15 ensaios priori-
guerra na Ucrânia, que vieram expor algu- cimento da nossa indústria como para o in- tários para a companhia o (que corresponde
mas das fragilidades da indústria farmacêu- vestimento por parte de outros segmentos a 79% dos Ensaios) e a CSU está neste mo-
tica, tanto a nível nacional como europeu, como por exemplo a logística, energia, ener- mento a conduzir 24 Estudos Clínicos e 4 re-
nomeadamente as ruturas de stock pela gias transformadoras e serviços. gistos envolvendo 15 diferentes moléculas e
quebra da produção industrial, ruturas nas Aliás, de acordo com o Estudo EY European distribuídos pelas várias áreas terapêuticas.
cadeias de abastecimento e o aumento Attractiveness Survey 2022, Portugal é já o Em relação ao investimento em novas ins-
brutal dos fatores de produção (matérias- 8º país que mais capta investimento estran- talações, considero que Portugal apoia de
-primas e utilities) com a consequente per- geiro na Europa. Na base deste investimento diversas formas a indústria, mas a própria in-
da de competitividade. estão fatores como “uma combinação de dústria também apoia o país, com a criação
No atual contexto, é crucial que se apro- imagem, confiança do investidor e perceção de oportunidades de emprego e a atração
veitem as oportunidades que se perfilam da capacidade de um país ou região de ofe- de investimentos estrangeiros.
e que serão parte da solução para tornar o recer os benefícios mais competitivos para o Por outro lado, quando falamos especifica-
setor mais competitivo, desde logo, com a Investimento Direto Estrangeiro”. mente de industrialização ou reindustrializa-
aposta na reindustrialização da Europa e o A verdade é que Portugal possui inúmeras ção, diria que Portugal e a Europa enfrentam
seu papel de liderança ao nível industrial e qualidades apreciadas no momento da de- um grande desafio: ganhar competitividade
com a redefinição das cadeias de abaste- cisão final, face a outros mercados em ascensão (EUA,
cimento. a nossa posição geográfica estratégica, um China, Índia) pelo que terá de ser um tema
Neste sentido, para que se alcance um capital humano qualificado e bem prepara- pensado pela indústria e pelo governo do
reforço da competitividade da indústria do, um bom sistema de saúde, excelentes nosso país. Certo é que a industrialização
farmacêutica portuguesa e a capacidade universidades, um ambiente político relativa- significaria uma boa oportunidade da recu-
de atração de novo investimento, importa mente estável e o facto de sermos um país perarmos autonomia e de alcançar maior
assegurar uma atuação concreta e efi- relativamente seguro. autossuficiência, de criar reservas estraté-
caz também noutros domínios essenciais No entanto, em relação à indústria ainda gicas robustas e de relançar e aumentar as
como sejam, por exemplo, o contexto re- persistem condicionantes que temos de nossas taxas de produtividade.
gulatório e administrativo, política do medi- melhorar: os sistemas de saúde continuam Em resumo, a indústria farmacêutica tem um
camento, patentes, apoios à I&D, inovação, a enfrentar desafios de sustentabilidade face papel crucial na saúde dos cidadãos e na
ao investimento produtivo e a dinâmica da ao aumento de procura de cuidados de saú- construção de uma sociedade mais produ-
internacionalização. de e face à necessidade de garantir acesso tiva e socialmente mais saudável, nomeada-
A indústria e a ciência têm feito um caminho a medicamentos inovadores. mente pelo seu papel de garantir o acesso
de crescimento consistente e consolidado, Cada vez temos ao nosso dispor mais me- célere aos melhores tratamentos e à inova-
que se traduz numa contribuição importan- dicamentos inovadores, que revolucionaram ção mais recente e contribuir para o avanço
tíssima para o crescimento económico em o tratamento de doenças incuráveis e que da prática da medicina.
Portugal. nos permitem diminuir custos associados à Tudo isto cria um impacto positivo no au-
Este esforço pode e deve ser complemen- doença, mas continuamos a ter de diminuir mento da longevidade e qualidade de vida
tado com políticas económicas e fiscais os seus tempos de aprovação em relação à da população e na saúde pública em geral.
mais ajustadas e promotoras do investi- Europa. Acredito, assim, que o nosso país tem to-
mento. Ainda em relação à inovação mas numa fase das as condições para atrair investimento
mais inicial, continua a persistir a necessida- na área da saúde e que esta área tem mui-
de de investir na captação de investigação e to a dar para termos uma economia viva e
ensaios clínicos, na definição de políticas e vibrante.

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 29


Fórum

de Portugal relativamente à nossa Sede e o de vida. E este paradoxo de querer ter lu-
contexto de união entre Portugal e Espanha cros numa atividade tão nobre, é algo que
são fatores que nos tornarão ainda mais “baralha” quem desconhece esta área de
fortes no contexto global. Esta perspetiva negócio. Mas para descobrir um novo me-
apresenta oportunidades de desenvolvi- dicamento, demoramos 13,5 anos, com um
mento em Portugal muito animadoras e po- custo médio de 1,2 mil milhões de euros.
sitivas, pelo que Portugal é efetivamente um Portanto é uma atividade de risco elevado
destino favorável. e que tem de ter lucro para continuar a in-
Joaquín Merino vestir na I&D.
Head da Exeltis
em Portugal
Portugal tem uma oportunidade única na IF
de produção industrial para os países Euro-
A Exeltis - tal como o grupo Insud Pharma, peus tornando-se no único fornecedor Eu-
no qual estamos inseridos - é uma empre- ropeu de alguma moléculas assim como de
sa de origem ibérica, sediada em Madrid, e tecnologia disruptiva (medicamentos bios-
que está em pleno processo de expansão similares, com baixo volume mas elevado
global. Estamos presentes já em mais de valor). Outro segmento de mercado é o dos
40 países e iniciámos atividade em Portu- Nelson Pires estudos clínicos. A Indústria Farmacêutica
gal em setembro de 2019. Neste contexto Diretor Geral é responsável por cerca de 90% dos En-
cada vez mais global, encaramos todos os da Jaba Recordati saios Clínicos realizados em Portugal. São
mercados e contextos geográficos de uma instrumento de crescimento das capacida-
forma muito positiva e com uma visão de Não, não é ! Apesar da indústria farmacêu- des científicas existentes e de promoção da
futuro. Pautamos a nossa atuação numa tica ser uma área da economia que repre- transformação desta em valor económico e
perspetiva de criação de riqueza local e glo- senta em Portugal 8 mil postos de trabalho social, num país que apresenta excelentes
bal e naturalmente que Portugal não é uma directo e 40 mil postos de trabalho indirec- profissionais de saúde e instituições pre-
exceção neste domínio. to; um investimento em I&D de 85 milhões paradas para serem líderes na Europa. Mas
Simultaneamente, porque trabalhamos de euros por ano; mais de 1.5 mil milhões que apenas gera 85 milhões de euros em
nesta área da saúde, que tem uma grande de euros em exportações e 1,7 mil milhões estudos clínicos quando poderia produzir
importância social, o nosso negócio tem de euros em produção. E poderia facilmen- mais de 200 milhões de euros, como a Bél-
a particularidade de não poder ser visto te dobrar este valor. No entanto a IF não é gica. Mas a criação do AICIB (agência para
unicamente sob uma perspetiva financei- estratégica para o estado. Portugal inves- a promoção da I&D) ainda não foi suficiente
ra. Uma vez que oferecemos soluções de tiu em tratamentos com medicamentos para promover a desburocratização que
excelência e inovação orientadas para a em 2022, exactamente o que investiu em impede o sucesso neste segmento. Lá ha-
prestação de cuidados cada vez mais efi- 2012. 10 anos depois, com uma população veremos de chegar…
cientes e acessíveis a quem sofre de diver- mais envelhecida, novas necessidades de
sas doenças, contribuímos também para saúde, a recuperação da actividade assis-
proporcionar ganhos em saúde. tencial pós-covid, gastou o mesmo. Quem
O nosso objetivo a medio-longo prazo é financiou este “saving do estado” foi a IF
ser uma referência no mercado farmacêu- (absorvendo o aumento foi de 40,6% do
tico português e no mercado global. Muito custo unitário dos inputs entre 2016 e 2022).
recentemente a Comissão Europeia deu O nível de incerteza de acesso ao mercado,
luz verde à comercialização de uma nova a burocracia, os custos de contexto, a falta
vacina de nova geração contra a Covid-19, de previsibilidade fiscal, a rígida legislação
desenvolvida 100% na União Europeia pela laboral, a incapacidade de olhar para a IF
farmacêutica biotecnológica HIPRA e cujo como uma actividade económica (e não es-
acesso ao mercado em Portugal está a ser tar sob a tutela do Ministério da Economia)
assegurado em exclusividade pela Exeltis. torna-se cada vez mais inaceitável para as
Essa vacina é inovadora em vários aspetos empresas da IF, gerando desconfiança e
e apresenta vários benefícios no combate a afastando investimento.
este vírus, sendo que o seu desenvolvimen- No entanto a IF acrescenta mais anos à vida
to representou um fortíssimo investimento dos cidadãos, salva as suas vidas, contribui
em I&D. E também por isso o mercado por- para formação dos profissionais de saúde:
tuguês não pode ser ignorado, pois repre- os medicamentos evitaram mais de 110 mil
senta volumes de faturação importantes. mortes desde 1990 e contribuíram para
Acreditamos que a proximidade geográfica o aumento de até 10 anos de esperança

30 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


Diretório
Nas páginas que se
seguem, fique a conhecer
as principais firmas
da Indústria Farmacêutica
em Portugal, numa listagem
não-exaustiva preparada
pelo Jornal Económico.

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 31


Esta é a AstraZeneca
Uma companhia biofarmacêutica global lhões de pessoas em todo o mundo tenham des energéticas do edifício, como carregar as
orientada para a inovação científica, focada acesso às melhores terapêuticas. O nosso po- viaturas elétricas – prevendo-se a totalidade
na investigação, no desenvolvimento e na co- sicionamento no Access to Medicines Index de da frota elétrica até 2024 – como, ainda, par-
mercialização de medicamentos que mudam 2022 espelha o compromisso da companhia tilhar o excedente com o Hospital Professor
vidas em três grandes áreas terapêuticas: com a melhoria da equidade no acesso às tera- Doutor Fernando Fonseca através de uma
oncologia, doenças raras e biofarmacêutica, pêuticas. Paralelamente, apostamos no reforço comunidade energética. Foi ainda criado um
onde se incluem as doenças respiratórias e da resiliência e sustentabilidade dos sistemas sistema para a marcação de almoços, de modo
imunológicas, as vacinas e as terapias imunes de saúde através de iniciativas como a Parce- a reduzir o desperdício alimentar, instalado
e as patologias cardiovasculares, renais e me- ria para a Sustentabilidade e Resiliência dos um compostor que permite que os resíduos
tabólicas. Sistemas de Saúde (PHSSR). Um projeto global alimentares se transformem em fertilizante
Inspirados na nossa missão e nos nossos va- com o Fórum Económico Mundial e a London das hortas comunitárias, cujas colheitas são
lores, estamos, através do poder da ciência, a School of Economics and Political Science, que utilizadas na cantina, numa verdadeira ótica de
transformar o futuro dos cuidados de saúde visa uma análise detalhada dos fatores que po- economia circular.
para as pessoas, para a sociedade e para o dem contribuir para a sustentabilidade e resi- Pretendemos assegurar um comportamento
planeta. liência dos sistemas de saúde. Implementada ético, aberto e inclusivo em toda a nossa or-
A Investigação e Desenvolvimento é uma em Portugal, apresentou já um conjunto de ganização e cadeia de valor. Apostamos na
prioridade para a companhia. Em Portugal, recomendações elaboradas por um painel alar- construção de relações de confiança, íntegras,
desde 2018, foram investidos mais de 18 mi- gado de reputados peritos na área da saúde. transparentes e justas. A companhia assumiu o
lhões de euros nesta área, estando em curso Estamos, também, focados em proteger o am- compromisso da equidade no acesso aos cui-
14 ensaios clínicos e ativos 42 estudos de ge- biente, reduzindo ao mínimo a nossa pegada dados de saúde e isso implica implementá-la
ração de evidência local. ambiental. Defendemos que a descarboniza- também no local de trabalho, no acesso aos
Entendemos que a sustentabilidade faz parte ção do setor da saúde é essencial e todos têm medicamentos, nos ensaios clínicos e em mui-
do nosso ADN, com uma estratégia centrada um papel a desempenhar. Em Portugal, entre tas outras áreas. No que aos colaboradores
em três pilares: acesso aos cuidados de saúde, 2020 e 2023, já plantámos mais de 20.000 ár- diz respeito, a segurança e o bem-estar é uma
proteção ambiental e ética e transparência. vores. No escritório, totalmente remodelado, prioridade, assim como a aposta no seu desen-
Reconhecemos a saúde como um direito hu- foram instalados 795 painéis fotovoltaicos, que volvimento. A promoção da inclusão e diversi-
mano e trabalhamos diariamente para que mi- permitem não apenas satisfazer as necessida- dade é também parte da cultura AstraZeneca.

Lisboa: (+351) 214 346 100 | AstraZeneca Produtos Farmacêuticos, Lda. | Rua Humberto Madeira, 7 Queluz de Baixo 2730-097 Barcarena
CorporateAffairs.Portugal@astrazeneca.com | www.astrazeneca.pt

32 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


A nossa equipa
de liderança Castro Alves
Head of Vaccines
Rosário André
Medical & Regulatory
& Immune Therapies Affairs Director

Diana Malhado Rosário Trindade


Sérgio Alves
Oncology Business Corporate Affairs &
Country President
Unit Director Market Access Director

Maria João Maia


Bruno Calo Fernandez Sílvia Cruz
Legal & Comms
CFO CVRM Business Unit
Director
Director

Carlos Frederico Tiago Baleizão


Renata Morgado Eckman
Carvalho Respiratory & Immunology
Human Resources Lead
IBEX Director Business Unit Director

PUB

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 33


Miguel Rovisco
de Andrade
Diretor Geral

A. Menarini Portugal
Uma empresa farmacêutica com história
João Rolo
Diretor Médico que se mantém na vanguarda da
Investigação & Desenvolvimento.
O Grupo Menarini conta já com 137 anos de em todas as nossas decisões. As nossas ati-
história, tendo sido fundado em Nápoles, em vidades são inspiradas neste princípio fun-
1886. No entanto, apesar de ser centenário, dis- damental, para ajudar a melhorar a saúde de
Nuno Borges
Diretor Financeiro tingue-se pela sua constante inovação e desen- doentes, no mundo inteiro. Esforçamo-nos
volvimento de medicamentos em diversas áreas por alcançar os mais elevados padrões do
terapêuticas como doenças respiratórias, doen- mercado, criando uma verdadeira cultura de
ças cardiovasculares, disfunções sexuais, entre qualidade. Centrarmo-nos nas pessoas – no
outras, ajudando pessoas com diferentes doen- seu talento e nas suas capacidades, são um
Teresa Carvalho ças e condições, porque no final do dia, o que valor fundamental na nossa empresa. Sele-
Diretora Técnica, conta são as pessoas. No campo da Oncologia, cionamos as pessoas mais competentes de
de A. Regulamentares
e Garantia de Qualidade
o Grupo está empenhado em desenvolver so- forma a promover a inclusão, valorizando a
luções para vários tipos de cancro, tendo, mais multiculturalidade e a diversidade.
recentemente, tido a aprovação por parte da Sendo a A. Menarini uma empresa consciente
FDA (E.U.A.), para o elacestrant - o primeiro e do seu papel na sociedade, estamos cada vez
único tratamento por via oral especificamente mais empenhados na preservação do nosso
indicado em doentes portadores de mutações planeta e em deixar um mundo melhor para
Ana Roque Martins
Diretora de Marketing ESR1 do cancro da mama. as gerações seguintes, através de ações de
Em 2017, lançámos a nossa unidade de Con- sustentabilidade ambiental e social. É neste
sumer Healthcare, com suplementos alimen- sentido que a A.Menarini Portugal, no cam-
tares, dispositivos médicos e medicamentos po da sustentabilidade ambiental, é um dos
não sujeitos a receita médica, tendo também membros fundadores do Conselho Portu-
Lina Sousa aqui o cuidado de apresentar soluções que guês para a Saúde e Ambiente (CPSA), criado
Diretora unidade de melhoram a qualidade de vida de cada um. em Outubro de 2022 e na área de susten-
negócio da Menarini
É nos nossos 10 centros de Investigação & tabilidade social, apoia o programa Abem, da
Consumer Healthcare
Desenvolvimento, localizados em vários paí- Associação Dignitude, desde 2018.
ses, que todos os dias trabalhamos no de- O nosso compromisso para o futuro, é con-
senvolvimento do medicamento, desde a fase tinuar a desenvolver medicamentos e produ-
pré-clínica até ao seu registo. tos inovadores que cheguem a todos aqueles
Trabalhamos com paixão, orgulho e dedica- que necessitam. Seja para uma terapêutica
Paulo Torrão
ção. Defendemos altos padrões de integri- continuada, seja para manter ou melhorar a
Diretor de Vendas
dade e operamos segundo princípios éticos, qualidade de vida dos doentes. Simultanea-
respeitando totalmente as normas, as pes- mente, pretendemos continuar a dar o nosso
soas e todos aqueles com quem interagimos contributo, no âmbito da responsabilidade
diariamente. O foco no doente orienta-nos ambiental e social.

Menarini Portugal Farmacêutica S.A.: Quinta da Fonte - Edifício D. Manuel I - Piso 2A, Rua dos Malhões, nº 1 2770-071 Paço de Arcos | (+351) 210 935 500
menporfarma@menarini.pt

34 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

» António Horta Osório


Chairman

» António Portela
CEO

» Richard Pilnik

BIAL – Keeping Life in Mind. Membro não executivo

» José Redondo
Chief Financial Officer
Fundada em 1924, a BIAL é uma farmacêuti- res a todos os profissionais de saúde, cuida- » Miguel Portela
ca internacional de inovação, constituindo o dores, pacientes e suas famílias. Chief Corporate Officer
maior grupo farmacêutico português. Paralelamente, o grupo tem vindo a reforçar a
» Joerg Holenz
Com a missão de encontrar, desenvolver e sua presença internacional e tem atualmente
Chief Scientific Officer
fornecer novas soluções terapêuticas, nas filiais em dez países, incluindo EUA, Espanha,
últimas décadas as linhas estratégicas da em- Alemanha, Reino Unido, Itália e Suíça. Nos » Max Bricchi

presa estiveram centradas na Qualidade, na territórios onde a empresa não tem presen- Chief Commercial Officer

Inovação e na Internacionalização. ça direta colabora com parceiros comerciais,


Focada na Investigação & Desenvolvimento possibilitando que os seus medicamentos
(I&D) de novos medicamentos, a BIAL é a cheguem a mais de 50 países.
única farmacêutica portuguesa com produtos Em Portugal, a BIAL tem um portfólio de
de investigação própria no mercado: um me- medicamentos diversificado que abrange as
dicamento para a epilepsia e um fármaco para áreas cardiometabólica, sistema nervoso cen-
a Doença de Parkinson. Estes são os únicos tral, respiratória, músculo-esquelética, saúde
medicamentos de patente portuguesa e cons- da mulher e maternidade.
tituem hoje marcas globais, possibilitando que No futuro, a BIAL quer dar continuidade
a BIAL, diretamente ou através de acordos de à sua estratégia, que tem por base a con-
licenciamento, esteja presente nos mercados cretização dos seus projetos de l&D, no-
mais competitivos a nível mundial. meadamente dos novos projetos que tem
Alocando, anualmente, mais de 20% da fatu- em pipeline - em fase pré-clínica ou clínica
ração a I&D centrada nas neurociências, a - que visam a descoberta, a médio prazo, de
BIAL ocupa há vários anos uma posição de medicamentos inovadores. A caminho do
liderança na Investigação e Desenvolvimento centenário, a BIAL mantém como grande
entre as empresas nacionais. Nesta área es- objetivo ser uma companhia farmacêutica
tão mais de 100 pessoas que colaboram com de inovação com presença global, com o
investigadores e cientistas de universidades, objetivo de melhorar a qualidade de vida e
da indústria e de centros de investigação para dar resposta às necessidades de Saúde das
conseguir entregar medicamentos inovado- pessoas. www.bial.com

BIAL – (+351) 229 866 100 | Av. da Siderurgia Nacional 4745-457 Coronado (S. Romão e S. Mamede)

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 35


FUNÇÕES DE DIRECÇÂO

» Nelson Pires
Director Geral e Administrador

A Jaba Recordati é a companhia farmacêutica - Certamente temos as melhores Pessoas, o


» Rui Rijo Ferreira
subsidiária do Grupo Recordati, representa melhor talento, motivado, dedicado, profissio-
Director de Marketing
3.0% do total. Comercializa no mercado Por- nal, ético, ambicioso e focado em poder con-
tuguês produtos farmacêuticos de elevado cretizar a nossa visão!
» Afonso Vicente
Director de Vendas
valor acrescentado que melhoram a quali- Em termos de futuro e investimento no
dade de vida e ajudam as pessoas a dela ti- nosso país, o maior investimento que te-
» Moreno Francini rarem melhor proveito, de forma mais longa, mos são ao nível de I&D (a companhia in-
» Director Financeiro saudável e produtiva. Estamos presentes em veste todos os anos cerca de 10% dos seus
inúmeras áreas terapêuticas (como a cardio- resultados em investigação de novas molé-
» Thordis Berger vascular, urologia, gastro, dor, sistema nervoso culas) a nível internacional, sendo que em
Directora Médica central, oncologia OTC). A Recordati evoluiu Portugal, no ano passado, investimos mais
de um pequena farmácia Italiana em Corregio de 1,5 milhão de euros em I&D. E conti-
» Susana Jimenez
fundada em 1926 e a Jaba da pequena far- nuamos a investir na formação pós gradua-
Directora Técnica, Logística, Qualidade
mácia Universal fundada em 1927 perto de da dos nossos profissionais de saúde. Os
de e Assuntos Regulamentares
Lisboa. Adquirimos cariz multinacional com a nossos colaboradores são um elemento es-
aquisição pelo Grupo Recordati em sencial para nós, pelo que investimos tam-
» José Querido
Director do Departamento
2006. Os nossos maiores “trunfos” são sus- bém um valor elevado na sua formação por
apoio ao cliente e Exportação tentados num acrónimo que caracteriza a exemplo, proporcionando um eMBA inter-
nossa ambição: PPP, ou seja: no no INDEG. Por isso mesmo temos sido
» Ana Porfirio - Os “melhores” Produtos, que têm de ser regularmente reconhecidos a nível nacional
Directora de RH e Cliente interno produtos inovadores, diferenciadores e com e internacional, por sermos uma companhia
valor terapêutico acrescentado ou incremen- com as melhores práticas, quer de gestão
tal face aos produtos existentes. dos RH, quer ao nível de comunicação dos
- Os melhores Processos. A título de exem- nossos produtos.
plo, utilizamos ferramentas de crowdsourcing A nossa missão, presente e em tudo o que fa-
para alinhar as nossas estratégias de marke- zemos, é acrescentar mais e melhor vida aos
ting. Assim como metodologias inovadora cidadãos que beneficiam da nossa tecnologia
que potenciam a nossa visão, com a visão do de saúde, de forma ética, responsável, susten-
www.jaba-recordati.pt mercado e dos clientes. tável e solidária!

Lisboa: (+351) 214 329 500 (+351) 219 151 930 (fax) | Av. Jacques Delors - Ed. Inovação 1.2, Piso 0 - Tagus Park - 2740-122 Porto Salvo | Geral@jaba-recordati.pt

36 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


Janssen há 40 anos
COMITÉ EXECUTIVO

a inovar em Portugal
A Janssen celebra, este ano, 40 anos em Por- do medicamento, colaborando com todos
Filipa Mota e Costa Jacobo Muñoz
Diretora Geral Diretor Médico tugal. Têm sido quatro décadas de investi- na partilha de conhecimento, informação e
e Regulamentar mento, inovação, crescimento e envolvimento contributo para a comunidade. Nestes 40
com a comunidade, para chegar a cada vez anos, construímos uma empresa sólida, com
mais doentes que precisam dos nossos medi- recursos humanos que trabalham não só para
camentos. Estamos certos que em todos es- Portugal, como para todo o mundo a partir
tes anos, ajudámos o país a ser mais saudável, do país, construindo assim riqueza para o
competitivo e inovador. Portugal. Envolvemo-nos com a comunida-
Branca Barata João Condeixa Na Janssen, estamos a construir, todos os dias, de reforçando a nossa pegada económica e
Diretora Diretor um futuro em que a doença se torne algo do social com organizações não governamentais,
de Market Access de External Affairs
passado e apostando na ciência e na inovação fornecedores que em quase 90% são nacio-
transformacional encontramos soluções para nais e com as Universidades.
dar a doentes mais esperança e qualidade de Queremos ser um parceiro de referência,
vida. Focamo-nos nas áreas da medicina onde para que Portugal se possa afirmar enquanto
podemos fazer a maior diferença: oncologia, um dos principais players europeus no âmbi-
imunologia, neurociências, doenças cardio- to da investigação clínica. Há uma reforma a
Pedro Alves Susana Baraona vasculares e metabólicas, hipertensão pulmo- fazer nos ensaios clínicos e na Janssen con-
Business Unit Business Unit Diretor
nar, doenças infeciosas e vacinas. tinuamos comprometidos em ajudar o país
Director Hemato/ Speciality Care
Oncologia E nestes 40 anos, nestas áreas, foram vários a ser mais competitivo, mais ágil, recetor de
os avanços para os quais nos podemos orgu- mais investimento que possa fazer a diferença
lhar de ter contribuído: na vida das pessoas.
No VIH , contribuímos para que uma doença É urgente abrir Portugal à inovação e criar
que era mortal seja hoje tida como crónica um processo de diálogo mais ágil envolvendo
e ambicionamos contribuir para a sua cura e todas as partes interessadas e que, baseada
Francisco Andrade Paulo Sá para a sua prevenção. na melhor evidência, permita alcançar solu-
Diretor de Customer Diretor Financeiro Em áreas tão difíceis como a Oncologia, a Imu- ções que viabilizem a utilização de novas tec-
Strategy
nologia ou a Hipertensão Arterial Pulmonar, os nologias pelos sistemas de saúde de forma
ganhos em anos de sobrevivência com qualida- mais célere e equitativa. Com um país mais
de de vida são conquistas que muito nos orgu- inovador, teremos com certeza um país com
lham, com os nossos medicamentos a fazerem a mais saúde e a gerar mais riqueza.
diferença na vida de milhares de pessoas. A Janssen é uma empresa comprometida
Nas Neurociências, orgulhamo-nos de ter com o país e estes foram apenas os primeiros
Sofia Brito Sara Ventura contribuído para a desinstitucionalização de 40 anos. Queremos continuar a dar resposta
Diretora de Recursos Head of Legal
Humanos doentes psiquiátricos, de contribuir para vidas às necessidades não satisfeitas, cada vez mais
funcionais e capazes de serem incluídas em so- envolvidos com a comunidade e trabalhar
ciedade e mais recentemente na libertação de de forma ainda mais sustentável. Somos uma
quem pela depressão perdia uma vida. empresa de futuro que está a construir o fu-
www.janssen.com/portugal Alargamos a nossa atuação muito para além turo, onde a doença será algo do passado.

Lisboa: (+351) 214 368 600 (+351) 214 357 506 (fax) | Lagoas Park, Edifício 9, 2740-262 Porto Salvo, Portugal

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 37


PATOLOGIAS MENTAIS
E DO CÉREBRO

» Depressão
» Esquizofrenia
» Ansiedade
» Doença Bipolar
» Enxaqueca
LUNDBECK: restaurar
» Doença de Alzheimer
» Doença de Parkinson
a saúde mental e do cérebro
com os olhos postos no futuro!
Na Lundbeck fazemos dos doentes e das suas famílias. Acreditamos
Sara Barros
história há mais de 70 anos! num futuro pleno de investigação e experiên-
Country Manager Desde sempre que nos dedicamos à saúde cia, aliado ao desenvolvimento e à ciência.
mental e do cérebro, apostando na inovação Vamos, nesse sentido, lançar já este ano, uma
e na experiência para desenvolver e disponi- nova solução terapêutica para a prevenção
bilizar terapêuticas que façam a diferença na da enxaqueca, uma doença neurológica que
vida de quem sofre com doenças mentais. afeta milhares de pessoas em todo o mundo,
É com esse propósito que investigamos, de- especialmente mulheres, e que através deste
senvolvemos, fabricamos e comercializamos novo fármaco ganharão uma nova esperança
José Custódio produtos farmacêuticos em todo o mundo, na sua qualidade de vida.
National Hospital
mantendo-nos na linha da frente da investi- Mas na Lundbeck não paramos… a nossa his-
Sales Manager
gação neurocientífica. Por detrás do conhe- tória assim nos exige! A pensar num futuro
cimento, da especialização e das ideias inova- próximo estamos igualmente a preparar o
doras está, acima de tudo, a paixão por fazer a lançamento de um novo tratamento para a
diferença na vida de quem vive com doenças esquizofrenia, uma solução mais conveniente,
psiquiátricas e neurológicas. especialmente indicada para o doente jovem
Sendo uma das únicas empresas farmacêuti- adulto, com um grande potencial de funciona-
Maria Emília
Resende cas do mundo com foco exclusivo em doen- mento, que irá contribuir para uma expectati-
National Retail ças cerebrais, a Lundbeck tem conseguido, va de vida totalmente nova.
Sales Manager através da investigação constante e do de- Dedicada às neurociências e pioneira em so-
senvolvimento médico, ajudar centenas de luções inovadoras, é através de passos como
milhões de pessoas com doenças mentais e estes que na Lundbeck nos comprometemos,
do cérebro. Um percurso que temos conse- diariamente, a trazer para a comunidade tera-
guido com base nas raízes deixadas por Hans pêuticas mais eficazes e seguras, que promo-
Lundbeck no longínquo ano de 1915. Uma vem a funcionalidade, a qualidade de vida e a
Margarida Aguiar história que não esquecemos e que nos tem segurança dos doentes e que, acima de tudo,
Marketing permitido consolidar a nossa posição no se- contribuem para que milhões de pessoas que
Coordinator
tor e olhar para o futuro com a ambição de vivem com doenças mentais e do cérebro
continuar a fazer mais e melhor pela saúde possam pensar, sentir e fazer melhor. Esta é
mental de quem sofre com estas patologias. a nossa contínua responsabilidade e o nosso
Assim, e de olhos postos no futuro, a Lundbe- propósito, só assim podemos olhar para o fu-
www.lundbeck.com/pt ck vai continuar a marcar a diferença na vida turo com determinação e otimismo!

Lisboa: Quinta da Fonte | Rua da Quinta da Fonte, Nº 13, Edifício Q34 Forum, Piso 1, Fração F, 2770-192 Paço de Arcos, Portugal | Home: https://www.lundbeck.com/pt
(+351) 210 045 900 | LinkedIn: Lundbeck Portugal | Instagram: @lundbeck_portugal

38 Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023


Comité Executivo:

50 anos de ciência e inovação


pela sustentabilidade e equidade
da saúde em Portugal.
A Sanofi é uma companhia inovadora global constipação, dor, saúde digestiva e nutricional).
Helena Freitas de cuidados de saúde que une pessoas de- Acreditamos que a ciência é para todos. Por
Diretora Geral & General Manager Vacinas dicadas e talentosas a ciência de ponta para isso, estamos determinados em tornar os
transformar a prática da medicina. A nossa nossos ensaios clínicos totalmente inclusivos,
Marisol Garcia Pulgar estratégia de crescimento está focada na para que a nossa ciência reflita a verdadeira
General Manager Medicina Especializada
ciência e inovação, em acelerar a eficiência diversidade da biologia humana. Em Portugal,
para entregar medicamentos e vacinas first continuamos a investir na atração de investi-
Luis Jacinto
Head of Commercial Medicina Geral e Familiar
& best in class e em reinventar a forma como mento em ensaios clínicos e investigação bá-
trabalhamos. Para isso, simplificamos proces- sica. Segundo dados de 2022 da clinicaltrials.
José António Pereira sos, utilizamos a ciência de dados, tecnologias gov, a Sanofi foi considerada a 5ª promotora
Finance Lead Portugal & Finance digitais e a inteligência artificial & big data. de ensaios clínicos num total de 152 entida-
BP of General Medicines Desde o início que o foco nas descobertas des, com um potencial de crescimento até
científicas está presente no nosso ADN. Ao 2026 quer para ensaios clínicos quer para
Eunice Antunes longo dos últimos anos, fruto de uma estreita estudos observacionais. Uma posição que
Portugal People Director colaboração com todas as autoridades e par- muito nos orgulha.
ceiros, que a Sanofi, uma companhia líder a nível No ano em que a marca celebra 50 anos, a
Pedro Gouveia
global e local do sector farmacêutico, se afirma Sanofi conta com os seus 150 colaboradores
Head of Operations Consumer Healthcare
como uma companhia diversificada em cuida- para colocar em prática o seu propósito de
dos de saúde. Este histórico inclui os primeiros perseguir o poder da ciência para melhorar a
tratamentos para muitas patologias no campo vida das pessoas. Vamos continuar a apostar
da medicina especializada (oncologia, doenças no estabelecimento de parcerias, no diálogo,
raras, doenças raras hematológicas, imunolo- na promoção de acesso aos nossos medica-
gia e neurologia); o estabelecimento de pa- mentos e vacinas e na literacia em saúde ao
drões de cuidados na diabetes e nas doenças mesmo tempo que colocamos a sustentabili-
cardiovasculares; o persistente trabalho com dade, a responsabilidade social e a diversidade,
Áreas Terapêuticas mais de um século de prevenção em saúde equidade e inclusão no centro das nossas am-
» Vacinas pública através da imunização (gripe, tosse bições – um exemplo patente é a 12ª Edição
» Medicina Especializada convulsa, poliomielite, vacinas de reforço, me- do Prémio Saúde Sustentável, projeto que pre-
» Medicina Geral e Familiar ningite, viajante, doenças endémicas e mais tende divulgar e incentivar boas práticas para
» Consumer Healthcare recentemente na prevenção do vírus sinci- a sustentabilidade da saúde no nosso país, e a
cial respiratório e Covid-19); assim como a iniciativa “50 Mulheres, 50 Ideias para mudar a
disponibilização de produtos de autocuidado saúde”, que pretende apresentar uma visão de
www.sanofi.pt que cobrem diversas áreas (alergia, tosse e futuro para a saúde dos portugueses.

SANOFI PRODUTOS FARMACÊUTICOS, LDA


(+351) 213 589 400 ! Empreendimento Lagoas Park, Edifício 7 – 3º Piso, 2740-244 Porto Salvo, Portugal | geral.pt@sanofi.com

Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em 2023 39


A. MENARINI PORTUGAL BAUSCH & LOMB, S.A
FARMACÊUTICA S.A. Av. da República, 25 - Fracção 6A
Quinta da Fonte, Edifício D. Manuel I - 1050-186 Lisboa
Piso 2-A 2770-071 Paço de Arcos Telef: 214 253 347
Telef: 210 935 500 Site: www.bausch.com
Site: www.menarini.pt
BAYER PORTUGAL, LDA
ABBOTT LABORATÓRIOS, LDA R. da Quinta do Pinheiro, 5 Outurela
Estrada de Alfragide, 67 Alfraparque - 2794-003 Carnaxide
Edif. D 2610-008 Amadora Telef: 214 172 121

Salvat mantém aposta Telef: 214 727 100


Site: www.pt.abbott
Site: www.bayer.pt

contínua em Portugal
Baldacci Portugal, S.A.
ABBVIE, LDA. Rua Cândido de Figueiredo, 84 B
Estrada de Alfragide, 67 - 1549-005 Lisboa
Alfrapark - Edificio D - Alfragide Tel.: 217 783 031
2610-008 Amadora
Os Laboratórios Salvat são uma res, em Madrid. Com um investi-
Telef: 211 9084 00 BENE FARMACÊUTICA, LDA
companhia farmacêutica indepen- mento de 65 milhões de euros, a Site: abbvie.com Av. D. João II, Ed. Atlantis,
dente de capital privado, proprie- Pharmaloop 2, em conjunto com 44-C - 1º 1990-095 Lisboa
dade da família Peris e sediada em a unidade já existente, permitirá ALMIRALL - PRODUTOS Telef: 211 914 455
FARMACÊUTICOS, LDA Site: www.benefarmaceutica.pt
Barcelona. Desde a sua fundação, ampliar a capacidade de produ- Rua do Central Park, Edifício 3, 6, 4º B
em 1955, que a Salvat trabalha ção.A aposta em I&D própria, que 2795-242 Linda-a -Velha BIAL - PORTELA & CA., S.A.
para melhorar a qualidade de disponibiliza também a parceiros, Telef: 214 155 750 Av. da Siderurgia Nacional
Site: www.almirall.com 4745-457 São Mamede Coronado
vida das pessoas através da ino- permitiu à Salvat desenvolver “IM-
Telef: 229 866 100
vação e do desenvolvimento de PACT – SVT” que permitirá, pela Alcon Site: www.bial.com
medicamentos e produtos de primeira vez, utilizar clobetasol Quinta da Fonte, Edifício Q56 - D.
Pedro I, Rua dos Malhões, Nº 5, 1º Piso, BIALPORT - PRODUTOS
saúde de valor acrescentado. A em forma de nanoemulsão em
Frações C e D 2770-071 Paço de Arcos FARMACÊUTICOS, S.A
Salvat conta com uma estrutura Oftalmologia; a tecnologia de ad- Estrada do Paço do Lumiar
comercial própria em Portugal e ministração de fármacos “Nasal Alter S.A. Campus do Lumiar Edifício O
Espanha, e com parceiros comer- Polímeros Inteligentes”, que per- Estrada Marco do Grilo 1649-038 Lisboa
Zemouto 2830 COINA Telef: 217 704 010
ciais noutros países do mundo. mite soluções para o uso de sis- Tel.: 212 109 430 Site: www.bial.com
Em Portugal, mantém atividade temas de administração nasal; as-
crescente desde 2016. A empre- sim como a “Oral Multipartículas AMGEN - BIOFARMACÊUTICA, LDA BIOGEN PORTUGAL SOCIEDADE
Edificio D. Maria I (Q60)-Piso 2A FARMACÊUTICA, UNIPESSOAL LDA.
sa projeta, para os próximos anos, Drug Delivery Systems”, uma
Quinta da Fonte Av. Duque D’Ávila, 141 - 7º andar
o lançamento de novos produtos plataforma capaz de proporcio- 2770-229 Paço de Arcos 1050-081 Lisboa
no mercado português, com uma nar ferramentas para obter per- Telef: 214 220 550 Telef: 213 188 450
Site: www.amgen.pt Site: www.biogen.pt
aposta forte numa das suas áreas fis de libertação “à la carte”.
mais estratégicas, a Oftalmolo- ANGELINI FARMACÊUTICA, LDA BIOMERIEUX PORTUGAL -
gia. O crescimento da equipa de Rua João Chagas, 53 - 3º APARELHOS E REAGENTES
vendas permitirá reforçar a rela- 1495-072 Algés DE LABORATÓRIO, LDA
Telef: 214 148 300 Av. 25 de Abril de 1974, 23, 3º
ção com o canal farmácia e uma Site: www.angelini.pt 2795-197 Linda-a-Velha
aproximação a um número cada Telef: 214 152 350
vez maior de médicos. 95% dos ASTELLAS FARMA, LDA Site: www.biomerieux.pt
Lagoas Park Edifício 5, Torre C, Piso 6
produtos das marcas Salvat são
2740-245 Porto Salvo BLUEPHARMA GENÉRICOS -
produzidos nas suas fábricas pró- Telef: 214 401 300 COMÉRCIO DE MEDICAMENTOS
prias, em Barcelona e Madrid. A Site: www.astellas.com.pt S.A.
Rua da Bayer São Martinho
Pharmaloop, divisão farmacêutica
Alberto Bueno ASTRAZENECA - PRODUTOS do Bispo 3045-016 Coimbra
do Grupo Salvat, aguarda aprova- Diretor Geral da Salvat FARMACÊUTICOS, LDA Telef: 239 800 300
ção da FDA para o arranque da Rua Humberto Madeira, 7 Queluz de Site: www.bluepharma.pt
nova unidade de Alcalá de Hena- www.svt.com Baixo 2730-097 Barcarena
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42 Quem é Quem no Setor Financeiro em Portugal 2023


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