A empresa contesta a ação movida por ex-funcionária. Alega que: 1) pleitos anteriores a 2006 prescreveram; 2) pagou corretamente o aviso prévio previsto em lei à época; 3) não deve multa por homologação tardia pois pagou em dia. Também argumenta que: 4) a jornada curta da funcionária não dava direito a intervalo ou horas extras; 5) participação em lucros não integrava salário, conforme lei. Pede improcedência dos pedidos.
A empresa contesta a ação movida por ex-funcionária. Alega que: 1) pleitos anteriores a 2006 prescreveram; 2) pagou corretamente o aviso prévio previsto em lei à época; 3) não deve multa por homologação tardia pois pagou em dia. Também argumenta que: 4) a jornada curta da funcionária não dava direito a intervalo ou horas extras; 5) participação em lucros não integrava salário, conforme lei. Pede improcedência dos pedidos.
A empresa contesta a ação movida por ex-funcionária. Alega que: 1) pleitos anteriores a 2006 prescreveram; 2) pagou corretamente o aviso prévio previsto em lei à época; 3) não deve multa por homologação tardia pois pagou em dia. Também argumenta que: 4) a jornada curta da funcionária não dava direito a intervalo ou horas extras; 5) participação em lucros não integrava salário, conforme lei. Pede improcedência dos pedidos.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 2ª VARA DO
TRABALHO DA SUBSEÇÃO DE GOIÂNIA ESTADO DE GOIÁS.
Processo nº : 1146.63.2012.5.18.0002
Clínica das Amendoeiras, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ sob o nº (_), com sede á rua: (_), nº (_), bairro: (_), CEP: (_), cidade de (_), estado de (_), neste ato representada por seu advogado subscrito Dr. (_) (Doc. Anexo), com escritório á rua (_), nº (_), bairro: (_), CEP: (_), cidade: (_), estado de (_), local onde recebe solicitações e intimações, vem respeitosamente a presença de vossa excelência com fulcro no art. 847 da Consolidação das Leis do Trabalho conjuntamente com o art. 335 do Código de Processo Civil, apresentar defesa na forma de:
CONTESTAÇÃO
Á Reclamação Trabalhista que lhe move Jussara Péclis, já
qualificada nos autos da ação em epigrafe, pelos fatos e fundamentos de direito que a seguir passa a expor:
I - BREVE RELATO DA AÇÃO PROPOSTA
Aduz a reclamante que foi admitida em 18/11/2000 para
trabalhar na empresa requerida, cumprindo horário de á segunda à sexta-feira, sempre das 15h00 às 19h00, sendo demitida sem justa causa no dia 15/07/2011, cumprindo aviso prévio trabalhado e recebendo todos os seus consectários legais.
Porém, entende a reclamante fazer jus ao recebimento de
horas extras com reflexos por não ter, na vigência de seu contrato de trabalho, intervalo intrajornada, bem como, reivindica a multa do art. 477 da CLT, alegando que a homologação ocorreu a destempo, postula também, o pagamento do aviso prévio que foi concedido por 30 dias, por entender ser desproporcional ao que realmente tem direito, urge pelo adimplemento da obrigação de fazer materializada na entrega de um relógio folheado a ouro e intenta pela integração da Participação de Lucros nas verbas salariais, o que refletiria também nas verbas rescisórias, dessarte que tais requerimentos culminaram na presente demanda movida em face da reclamada, que por sua vez, compreende não estar com débito algum para com a reclamante.
Desta maneira, a Reclamada demonstrará, a seguir, pelas
razões de fatos e de direito, que a presente reclamação não merece prosperar.
II – DA DEFESA DO MÉRITO
a) Da Prescrição quinquenal.
Basilarmente, é necessário salientar que a presente ação só
permite discussões referentes a fatos ocorridas do ano de 2006 adiante, visto que o período pretérito já se encontra prescrito conforme os ditames presentes no Art. 7º, inciso XXIX da Magna Carta, assim como o Art. 11, I, da CLT e a Súmula do Egrégio Superior Tribunal do Trabalho de nº 308, ante a tantas previsões normativas, não há razão, nem tese possível em que a reclamante possa sustentar-se que justifique trazer a tona questões já passadas e superadas, haja vista que a prescrição quinquenal é entendimento consolidado pelo atual ordenamento jurídico, não provendo fundamentação aos pleitos da reclamante antes da data supramencionada.
b) - Do aviso prévio
A reclamante arguiu ter direito ao recebimento de aviso prévio
ocorre pois, que o pagamento do mesmo já foi efetuado conforme (Doc.Anexo), o que a reclamante em verdade pleiteia e não concorda, é que o adimplemento se deu em referência a 30 (trinta) dias, entendendo a mesma ter como benefício o acréscimo de mais tempo baseando-se pelo período trabalhado.
Porém verifica-se por meio da Lei. 12.506 de 2011 que o direito
sustentado pela reclamante e fundamentado pela legislação supramencionada, não era vigente no período em que ocorreu a rescisão trabalhista, remetendo-a aos ditames da legislação que vigorava naquele tempo, conforme expressa o Art. 2º, § 2o da Lei de introdução ao Direito Brasileiro.
Em suma, o pedido da reclamante não merece prosperar, haja
vista que a rescisão trabalhista, bem como homologação da mesma, se deu na data anterior a vigência da lei 12.506/11, deste modo a reclamada agiu de boa fé e já quitou os débitos do aviso prévio em conformidade com a lei válida e eficaz daquele período.
c) – Da multa do Art. 477 da CLT
É assegurado ao obreiro pela Consolidação das Leis
Trabalhistas em seu art. 477, uma multa baseada no maior salário auferido por este na constância do contrato de trabalho, visando inibir a postergação da quitação e liberação das verbas rescisórias no prazo de 10 (dez) dias, levando em conta o caráter alimentar destas, como também é sabido, que o empregado contratado a mais de 1 (ano), deve ter a assistência do sindicato laboral da categoria, afim de dar plena validade ao término do contrato empregatício (§1º).
Frente a este dispositivo, afirma a reclamante fazer jus a
mencionada multa, sob a alegação de que a homologação sindical ocorreu fora do prazo legal na data de 10/09/2011, entretando Excelência é notável que a mora não ocorreu por culpa do empregador conforme comprovante de pagamento em anexo (doc.anexo), e como a culpa da requerida é requisito principal para a tipificação do artigo e o dever em arcar com o ônus da multa, resta descaracterizada a responsabilidade da requerida, neste sentido:
"MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT. PAGAMENTO DAS VERBAS
RESCISÓRIAS DENTRO DO PRAZO LEGAL. ATRASO NA HOMOLOGAÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA. A multa do art. 477, § 8º, da CLT, só é cabível se, por culpa do empregador, houver efetivo atraso no pagamento das verbas rescisórias, não atraindo a aplicação da penalidade o fato de a homologação não ter ocorrido no prazo do § 6º do art. 477 consolidado."
(TRT 18ª Região. Súmula 20).
(TRT18, ROPS - 0011181-7.2016.5.18.0003, Rel. GENTIL PIO DE OLIVEIRA,
1ª TURMA, 25/08/2017 – Goiânia – Goiás).
Conforme entendimento jurisprudencial acima transcrito,
evidente torna-se que a reclamante nada tem de exigir da reclamada, que até o presente momento, tal como, no discorrer de todo o contrato de trabalho, sempre agiu com ombridade para com a mesma, adimplindo todos os débitos em favor desta, sendo no mínimo afrontosa a atitude da reclamante em trazer algo feito com primazia e nas imposições da lei para ser apreciado em juízo.
d) Do intervalo intrajornada e Horas Extras
Assegura a reclamante não cumprir intervalo intrajornada, por
decorrência postula por horas extras referente a todo o período de vigência do contrato laboral, onde a mesma nunca usufruiu de pausa para descanso e refeição, como também, reivindica por todos os reflexos advindos das horas extraordinárias pretendidas.
Todavia a mesma não se atentou que sua escala laboral de 20
(vinte) horas semanais, sendo apenas 4 (quatro) horas diárias de labor, afasta suas pretensões, bastando apenas observar as previsões normativas expressas nos artigos 59, § 4º e 71, § 1º da CLT. Entendimento já de fato consolidado tanto pela doutrina como na jurisprudência, conforme demonstrado a seguir:
‘’Os intervalos no trabalho, não remuneráveis como regra, são necessários
para a recomposição física do empregado, mas há situações nas quais a sua concessão é difícil como a dos vigias. Há intervalos legais entre duas jornadas — 11 horas — e na mesma jornada. Nesta, há intervalos de 15 minutos se a duração do trabalho for de 4 a 6 horas, e de 1 a 2 horas, se a jornada tiver duração superior a 6 horas’’.
(Nascimento, Amauri Mascaro - Curso de direito do trabalho: história e teoria
geral do direito do trabalho: relações individuais e coletivas do trabalho. Pág. 783 – 26. ed. – São Paulo: Saraiva, 2011). Extrai-se do comando normativo que apenas quando ultrapassar 4h de jornada contínua é que o autor fará jus a um intervalo para repouso e alimentação. No caso, incontroverso que o autor laborava das 7h às 11h aos sábados, ou seja, por 4h seguidas, fato, inclusive admitido por ele na inicial.
Sendo indevida a observância do tempo de trajeto e do tempo à
disposição para a fixação do intervalo intrajornada, não há falar em condenação ao pagamento de horas extras, porque a jornada aos sábados do autor não ultrapassa 4 horas’’.
É a jurisprudência desta egrégia Turma, no
RO-0011684-04.2015.5.18.0281, de relatoria da Exma. Desora Kathia Maria Bomtempo de Albuquerque, julgado em 08.03.2017.
(TRT18, RO - 0011248-11.2016.5.18.0281, Rel. EUGENIO JOSE CESARIO
ROSA, 2ª TURMA, 30/08/2017).
Ante toda a argumentação exposta torna-se evidente o
despropósito presente nos pedidos da reclamada, não podendo esta arguir de direitos dos quais realmente não possuí.
e) Da participação nos Lucros
Alude a reclamante que obtinha participação nos lucros da
empresa semestralmente e como consequência disto, requer que tamanhas projeções lucrativas sejam integradas em seu salário e verbas rescisórias, não obstante, a mesma deixou de observar as previsões normativas nacionais dispostas nas leis: nº 8.036/1990, art. 15, § 6º, lei nº 8.212/1991, art. 28, § 9º, alínea "j" e lei nº 10.101/2000, art. 2o e incisos, que regulamentam o assunto e frustram as pretensões da reclamada, apresentando em suas disposições que para se obter de fato as PLs como salário, é primordial que estas participações estejam previstas em acordos ou convenções coletivas, o que não ocorre no caso em tela conforme (Doc.anexo).
Mais uma vez a reclamante, por lapso ou puramente por má fé,
exige prestações da reclamada das quais não faz jus e não possuem amparo da lei. f) Da obrigação de fazer
Por fim, a reclamante não se conforma por não ter recebido da
reclamada um relógio folheado a ouro, auferido aos funcionários com mais de 10 (dez) anos como homenagem pelo período de prestação de serviços.
No entanto nobre julgador, a reclamante baseia seu pedido em
uma instrução normativa interna da empresa reclamada a muito superada, visto que a supracitada premiação encerrou-se no mês de fevereiro do ano 2000, data esta, anterior a efetivação da mesma no quadro de colaboradores da requerida.
A honraria mencionada foi substituída, conforme regulamento
interno (doc.anexo) ainda vigente, por uma foto do colaborador com sua equipe, fotografia esta que a reclamada admite não ter entregue a reclamante, mas fica a inteira disposição da mesma para efetivar a entrega do retrato. O que não é admito pela reclamada é que seja mais uma vez constrangida a arcar com ônus a muito prescritos.
Diante toda a argumentação discorrida, evidente que a
reclamante não encontra base legal para seus requerimentos, elementar também, que a presente reclamação não merece prosperar, haja vista, que qualquer concessão aos pedidos descabidos da mesma, resultaria em prejuízos para a reclamada, que sempre agiu com brio e respeito do início ao fim do contrato de trabalho.
III - CONCLUSÃO
Ante o exposto enseja a Reclamada que seja acolhida a
presente Contestação, bem como, insta por sua apreciação para julgar improcedente a demanda oferecida pela Reclamante, nos termos da fundamentação acima discorrida, culminando na extinção do feito com resolução de mérito, condenando a mesma ao pagamento das custas processuais;
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em
direito admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal do Reclamante (item I da Súmula 74 do TST), juntada de documentos, oitiva de testemunhas, perícia e outras que se fizerem necessárias. Alternativamente, caso seja deferido algum dos pedidos do Reclamante, postula seja deferida a compensação dos valores pagos.