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E POR FALAR NO RIO.........

Então, em um mês do ano de 1964, tinha exatos 14 anos, moleque nadador depois de
comer piquira do Rio Santana, estava interno no Colégio Salesiano São Gonçalo, e todos os
fins de semana os padres promoviam passeios, em rios nas proximidades.
Em um destes passeios tive a oportunidade de atravessar grande parte do RIO Cuiabá, a váu,
ou seja, o Rio tinha profundidade que não excedia de mais ou menos 50cm.
Depois na faculdade de engenharia vim a saber que naquele período houve o registro histórico
da maior estiagem da região até aquela época, depois seguiu-se a seca de 1969, onde o Rio
apresentou uma vazão mais baixo ainda.

Vazão do Rio Cuiabá em 1.964: 50,80 m³/s


Vazão do Rio Cuiabá em 1.969: 44,90 m³/s

O importante a ressaltar é que naquela época não tina:


Ecofrescos, Ecochatos, Instituto Chico Mendes.........
Mas tinha: Queimadas, Desmatamentos......
Com uma vazão tão baixa o rio não consegue diluir a carga poluidora do Córrego da Prainha e
do Mané Pinto junto com o Engole Cobra.
Daí veio o Manso e um TAC, com a obrigatoriedade de manter uma vazão mínima no Rio no
período da seca de 100 m³/s.........Pronto o Rio Voltou a ser deslumbrante também no
período de estiagem.... e ninguém se lembra das espumas que boiavam no rio.
É o Ciclo Hidrológico complementado com a ação humana. Sem o Manso, hoje teríamos picos
de secas e Cheias......
E POR FALAR EM VAZÃO.........
Este é um assunto que costuma confundir as pessoas, pois estas costumam mensurar de forma
visual, associando o nível com a vazão do Rio.
A questão é muito mais complexa, e é fundamentada em um principio hidráulico denominado:
Equação da Continuidade, que é traduzida pela formula:
Vazão = Área x Velocidade
Onde se não houver nenhuma contribuição no percurso, a vazão é sempre constante,
mudando a área da secção do Rio e a sua velocidade.
Assim o Rio Cuiabá pode parecer muito caudaloso na região da GUIA, onde atravessa canais
estreitos profundos e de alta velocidade.
E parecer um Rio Morrendo quando olhamos a pedra 21 abaixo da ponte Júlio Muller em
Cuiabá.
É a velha frase do saudoso humorista Carlos Estevão: AS APARENCIAS ENGANAM.

E POR FALAR EM USINAS


Bom, não se conhece construções de usinam sem muitas discussões, na maioria das vezes para
polemizar. E assim foi a discussão das usinas de Santo Antônio e Jirau, ambas no Rio Madeira,
Usina de Belo Monte, Usinas do Rio Jauru e do manso, em Mato Grosso entre outras, e o
resultado todos nós sabemos.....
Mataram os Rios?????? Pelo Contrário....
O Rio Madeira, continua com a mesma vazão
O Rio Jauru, continua piscoso e pujante
O Rio Cuiabá rejuvenesceu....

E POR FALAR EM............

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