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Energias Renováveis

WRA Web Rádio


Água

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Expediente

Paulo Afonso Schmidt


Superintendente de Energias
Renováveis Itaipu Binacional

Jorge Augusto Callado Afonso


Diretor Superintendente do
Parque Tecnológico Itaipu

Nara Nami
Gerente do Centro Internacional
de Hidroinformática

Poliana Corrêa (MTB 10039/PR)


Vacy Alvaro (MTB 8828/PR)
Redação

Tania Mara Aristimunho Vargas


Revisão

Bruno Trento Smaha


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Comunicação e Marketing do
Parque Tecnológico Itaipu
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VIVA ÀS ENERGIAS
RENOVÁVEIS!
O Brasil segue dando exemplo para o de gases poluentes na atmosfera e, con-
mundo na área das energias renováveis. sequentemente, as alterações climáticas,
De acordo com dados do Balanço Ener- promovendo o desenvolvimento de ma-
gético Nacional 2017, essas fontes corres- neira sadia e sustentável.
pondem a nada menos que 43,5% da nos-
sa matriz energética nacional. Isso é muito Com a energia hidrelétrica já conso-
acima da média global que, em 2014, era lidada, chegou o momento de democra-
de apenas 13,5%. tizar e informar sobre outras fontes não
poluentes. Seja por meio da energia dos
O uso desse tipo de fonte é importante ventos, do sol ou da decomposição de
por diversos fatores, o mais nobre talvez resíduos orgânicos, elas ajudam – e mui-
seja a preservação ambiental, já que di- to – nesse processo de construção de um
minui, consideravelmente, as emissões ambiente mais humano.

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Produzida a partir da força dos ventos, limpa, renovável e abundante, a energia
eólica apresenta muitas vantagens. O custo para implementação está cada vez mais
baixo e o impacto causado ao meio ambiente é mínimo, o que evita que toneladas
de dióxido de carbono (CO2) sejam emitidas na atmosfera.

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Um pouco de história

É difícil apontar o momento exato do sur- A expansão da energia eólica continuou


gimento da energia eólica, mas o que se sabe com pesquisas e experimentos pelo mundo
é que em um passado distante, no período e ganhou força durante a crise internacional
Antes de Cristo, a força mecânica dos ventos de petróleo, na década de 1970. Neste pe-
já era utilizada pelo homem para impulsio- ríodo, diversos países, entre eles o Brasil, se
nar velas acopladas a embarcações, moinhos interessaram pelo desenvolvimento de fon-
de grãos e no bombeamento de água, substi- tes alternativas visando dois objetivos prin-
tuindo a força humana ou animal. cipais: diminuir a dependência do petróleo
e aumentar a autonomia no suprimento das
Acredita-se que o primeiro moinho de demandas internas de ener-
vento utilizado com o intuito de produzir gia, o que era de importância
energia elétrica foi construído em 1887, na estratégica para a época.
Escócia. O professor James Blyth instalou
uma torre de dez metros de altura no jardim
de sua própria residência e a energia gerada
era utilizada para iluminar o local.
O termo “eólico” vem do
Na década de 1890, o inventor e meteo- latim “aeolicus” e significa
rologista dinamarquês, Poul la Cour, deu um
passo importante ao constatar que turbinas “pertencente ou relativo a Éolo”.
com menos pás eram mais rápidas e eficien- É que na Mitologia Grega, Éolo
tes para a produção de eletricidade. Além de
construir uma turbina em 1987, ele fundou a era conhecido como o deus ou
primeira associação sobre energia eólica do rei dos ventos, e teria recebido
mundo. Os integrantes, além de aprenderem
a lidar com máquinas elétricas, tinham aulas de Zeus o poder de acalmar e
de contabilidade, geometria, física e alemão. despertar os ventos.

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De Catullo Branco à ABEEólica:
os avanços brasileiros

No Brasil, acredita-se que os primeiros Os primeiros testes chamavam a atenção


estudos sobre energia eólica tenham sido pela utilização de muitas peças de sucata,
realizados na década de 1930 pelo enge- conforme conta o historiador Miguel Zioli:
nheiro paulistano Catullo Branco. Na época,
como funcionário da Secretaria de Viação e Os testes foram feitos com uma torre de
Obras Públicas do Estado de São Paulo, ele cinco metros, com peças feitas nas próprias
esteve à frente da construção das torres com dependências da Secretaria e foram realiza-
hélices utilizadas para os primeiros testes do dos em condições pouco ideais, com a torre
potencial eólico de São Paulo. pequena num ambiente cercado por muitos
obstáculos que dificultavam determinar a
Parte desta trajetória está retratada no li- potência em função da velocidade do vento.
vro “Catullo Branco: O Homem dos Moinhos Depois dessa primeira experiência, ainda em
de Vento”, de autoria de Miguel Zioli, Isabel 1934, ele construiu uma torre de 13 metros
Regina Felix, Maria Blassioli Moraes e Alfre- que foi instalada em área da Estrada de Ferro
do Moreno Leitão. A obra - produzida pela Campos do Jordão. As rodas e as pás foram
Fundação Energia e Saneamento com apoio construídas nas oficinas da repartição de
do Programa de Ação Cultural do Estado de Águas e Esgotos. Catullo fez a estrutura da
São Paulo – narra a eterna preocupação de torre de longarinas de caminhão Chevrolet,
Catullo com o custo da produção da energia. adquiridas em ferros velhos. Foram usadas
quatro hélices diferentes nos experimentos”.

Detalhes sobre a vida do engenheiro Catullo


Branco estão disponíveis ao público na Fundação
Energia e Saneamento, em São Paulo (SP). O local
conta com um acervo com mais de mil fotografias,
25 mil páginas de documentos textuais e 529
plantas e desenhos técnicos do engenheiro.

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Somente em 1992 entrou em operação
comercial a primeira turbina eólica do Bra-
sil e da América do Sul. A instalação foi no
Arquipélago de Fernando de Noronha (Per- Impactos ambientais e
nambuco), resultado de uma parceria entre poluição sonora já foram vistos
o Centro Brasileiro de Energia Eólica (CBEE)
e a Companhia Energética de Pernambuco como preocupação, mas se
(CELPE), com financiamento do instituto de transformaram em mitos à medida
pesquisas dinamarquês Folkecenter.
que os estudos e as tecnologias
Na época, a geração de eletricidade des- avançaram. Os aerogeradores
sa turbina correspondia a cerca de 10% da
energia gerada na Ilha, proporcionando uma estão mais silenciosos e os
economia de, aproximadamente, 70 mil li- pássaros não correm mais riscos
tros de óleo diesel por ano no local.
de morte já que a legislação
Os incentivos para a contratação de em- proíbe a instalação de parques
preendimentos eólicos no Brasil retornaram
com mais força durante a “Crise do Apagão”, próximos a rotas migratórias.
entre 2001 e 2002, quando foi criado o Pro-
grama Emergencial de Energia Eólica (Proeó-
lica), cuja meta era contratar cerca de 1 GW
em projetos relacionados à fonte até dezem- A ABEEólica foi criada no contexto de que
bro de 2003. seria a associação dos investidores e poten-
ciais investidores da fonte eólica no Brasil,
Em 2002, o Programa de Incentivo às Fon- que se reuniriam para identificar as neces-
tes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) sidades do que poderia ser a energia eólica
abriu caminho para a fixação da indústria de no Brasil e sinalizar para as autoridades e to-
componentes e turbinas eólicas no território madores de decisões o que deveria ser feito
nacional e, em 2002, foi criada a Associação para fomentar a fonte eólica no Brasil”.
Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
No final de 2009 foi realizado o 2º Leilão
A instituição sem fins lucrativos nasceu de Energia Reserva (LER), o primeiro volta-
com o objetivo de congregar e representar a do, exclusivamente, para a fonte eólica, com
indústria de energia eólica no País, conforme a contratação de 1,8 GW provenientes da
conta a presidente Elbia Silva Gannoum: “fonte dos ventos”.

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Capacidade instalada no mundo: salto
de 2 GW para 539,5 GW em 27 anos

A energia eólica já está presente em mais crescimento vem superando a taxa de 10%
de 90 países e, ao final de 2017, alcançou a ao ano. A partir de 2014, a contribuição glo-
importante marca de 539,5 GW de capaci- bal total é de pelo menos 50 GW anuais.
dade instalada. O cenário era inimaginável
até a década de 1990, quando a capacidade Nove países fecharam 2017 com mais
instalada era inferior a 2 GW. de 10 GW de capacidade instalada. Entre
Um grande boom ocorreu entre 1994 e eles, o Brasil, na oitava posição, com 12,77
2002, quando em apenas oito anos a capaci- GW. O ranking continua sendo liderado
dade instalada no mundo cresceu 764%, de pela China, com 188,2 GW, quase 35% de
3,7 GW para 32 GW. Desde 2005, a taxa de todo o mercado.

A Dinamarca apresenta a maior proporção de geração eólica em relação à sua geração


total. O país europeu é um exemplo no setor, com mais de 40% de sua eletricidade prove-
niente da fonte eólica. No Uruguai, mais de 35% da energia já é gerada pelos ventos. O mais
incrível é que, até 2005, não existia energia eólica no país sul-americano.

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No Brasil, preços competitivos
e crescimento

A participação da energia eólica na ma- Em 2017, foram gerados 42,25 TWh (Te-
triz elétrica brasileira é de 8,1%, na terceira rawatt-hora) de energia eólica no Brasil. De
posição, atrás apenas das hidrelétricas, com acordo com a ABEEólica, o montante médio
60,4%, e das biomassas, com 9,2%. Os 12,77 gerado pelas eólicas, em 2017, foi equivalen-
GW de capacidade instalada no Brasil estão te ao consumo médio de cerca de 22,4 mi-
distribuídos por mais de 500 usinas eólicas lhões de residências por mês. No dia 10 de
espalhadas pelo território nacional. setembro de 2017, nada menos que 70,45%
da energia consumida no Nordeste era pro-
A potência atual é quase equivalente à veniente das eólicas. Não por menos que a
da usina hidrelétrica de Itaipu, recordista lista de capacidade instalada nacional é lide-
mundial em geração de energia limpa e rada por três estados da região: Rio Grande
renovável. O nosso potencial é bem maior: do Norte, Bahia e Ceará. O Rio Grande do
143 GW, de acordo com o Atlas de 2001. Po- Sul aparece em quarto.
rém, como considerava apenas torres de até
50 metros, este número deve ser ainda su-
perior. No conteúdo em áudio, Ênio Bueno
Pereira, doutor e coordenador do Labora- Segundo dados do Conselho
tório de Modelagem e Estudos de Recursos Global de Energia Eólica, a fonte
Renováveis de Energia (LABREN) do INPE,
explica esta relação. poderá responder por 20% de
toda a eletricidade gerada no
mundo até 2020. No Brasil,
somente com base nos leilões
já realizados, até 2023 o setor
deve alcançar a marca de 19
GW com a construção de 252
novos parques já contratados.

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Como a Energia Eólica é produzida?

O vento nada mais é do que o ar em mo- minuto para cerca de 3 mil giros por minuto
vimento. Por isso, sentimos quando ele se ou mais, permitindo que o gerador produza
desloca de um lado para o outro. O vento é eletricidade na frequência adequada.
gerado pelo aquecimento não homogêneo
da atmosfera, que é uma consequência das A eletricidade gerada é, então, enviada
irregularidades da superfície terrestre (por por cabos que descem pelo interior da torre
exemplo: terra versus mar), da rotação da e, no caso de sistemas interligados à rede,
terra (noite versus dia) e da forma quase es- se conectam com uma rede de energia e é
férica do nosso planeta. levada para as centrais, onde pode ser unida
a outras formas de energia antes de seguir
Para que esse vento seja transformado para os domicílios.
em energia, o processo é simples e inicia
quando os aerogeradores (ou turbinas eó- Para aproveitamento máximo dos ventos
licas) captam essa energia do vento. Nos para a geração de energia eólica, o ideal é que
modelos mais tradicionais, a força do vento estes sejam rápidos e constantes, porém sem
gira as pás do rotor, o qual se conecta ao rajadas, preferencialmente mantendo-se uni-
eixo principal, que, por sua vez, move um direcionais. Isso porque toda vez que o vento
gerador elétrico. muda de direção ou de velocidade, por exem-
plo, os ângulos das pás são alterados, bem
Dentro da nacele da turbina, entre o eixo como a posição do rotor e as condições de
do rotor e o referido gerador, há uma caixa turbulência do vento. Portanto, quanto mais
multiplicadora de velocidade, que eleva a constante o vento, menos ajustes para serem
rotação do rotor, de cerca de 15 giros por feitos e maior rendimento do equipamento.

No conteúdo em áudio, Leonardo Soares, Gerente de


Operação e Manutenção da Casa dos Ventos, explica
como é o funcionamento de cada componente.
Confira em webradioagua.org

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As contribuições socioambientais
da fonte eólica
Energia produzida pelos ventos é reno- Um dos melhores custo-benefício na
vável, não polui, possui baixo impacto am- tarifa de energia. Nos leilões realizados em
biental e contribui para que o Brasil cumpra dezembro de 2017, por exemplo, a energia
seus objetivos no Acordo do Clima. eólica apresentou os melhores preços.

Parques eólicos não emitem CO2. Em Permite que o proprietário da terra siga
um ano, a fonte eólica evitou a emissão de com plantações ou criação de animais.
CO2 equivalente à emissão anual de cerca
de 16 milhões de automóveis. Capacitação de mão de obra local.

E o futuro?

Segundo dados do Conselho Global de a ABEEólica, até 2023 mais de R$ 38 bilhões


Energia Eólica, a fonte poderá responder por devem ser investidos no setor.
20% de toda a eletricidade gerada no mun-
do até 2020. No Brasil, a situação não deve Outra possibilidade de crescimento está
ser muito diferente. Somente com base nos na microgeração, com a implementação de
leilões já realizados, até 2023 o setor deve al- sistemas com potência suficiente para o abas-
cançar a marca de 17,8 GW com a construção tecimento de pequenos consumidores. Para
de 252 novos parques já contratados. esse tipo de sistema são utilizados dois mode-
los de microturbinas eólicas, o convencional,
De acordo com o Plano Decenal de Ener- semelhante a um ventilador, e o vertical, que
gia, a capacidade eólica instalada no Brasil permite uma captação de diferentes corren-
deve chegar aos 25,8 GW até 2026. Segundo tes de vento a partir do mesmo ponto.

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As estruturas de edifícios residenciais, comerciais, públicos ou industriais estão receben-
do novos componentes. Além de tijolos, concreto, aço, ferro e outros materiais já tradicio-
nais da construção civil, as células solares fotovoltaicas estão cada vez mais presentes no
cenário arquitetônico urbano e rural. Comumente chamadas de placas solares, esses equi-
pamentos são utilizados para absorver a irradiação solar e transformá-la – através do efeito
fotovoltaico – em energia elétrica. A tecnologia não é novidade, mas o número de adeptos
dessa forma de produção de energia limpa e renovável vem crescendo, consideravelmente,
ao redor do mundo, graças ao avanço tecnológico do setor, aos incentivos, à competitivida-
de da fonte e, principalmente, à disponibilidade abundante dos raios solares.
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O inicício da energia solar fotovoltaica

Em 1839, o físico francês Alexandre-Ed- coberta, na chamada era moderna da ener-


mond Becquerel foi quem descobriu o efeito gia solar, que teve início em abril de 1954. O
fotovoltaico enquanto realizava algumas ex- dispositivo – produzido a partir do silício e
periências com eletrodos e percebeu que com com eficiência de 6% – foi apresentado após
a luz do sol era possível obter energia elétrica. o aperfeiçoamento do componente principal
Após 44 anos, apareceu a primeira célula com arsênio e depois com boro, obtendo cé-
fotovoltaica usando selênio, que tinha uma lulas que exibiam eficiências recorde.
eficiência de apenas 1%. Mas, foi somente Hoje as células fotovoltaicas que dominam
com a explicação de Albert Einstein sobre o o mercado mundial utilizam dois tipos diferen-
efeito fotoelétrico, no ano de 1905, que o pro- tes de silício. Para criar uma carga negativa,
cesso de produção de energia solar fotovol- o silício é combinado com boro e, para criar
taica começou a evoluir. Com a descoberta, uma carga positiva, o silício é combinado com
Einstein foi premiado com o Nobel de Física, o fósforo. Esta combinação cria mais elétrons
no ano de 1923. no silício carregado positivamente e menos
O anúncio da primeira célula fotovoltaica, elétrons no silício carregado negativamente.
durante uma coletiva de imprensa, ocorreu Essa combinação permite o painel reagir com
após mais de um século depois de sua des- o sol produzindo energia elétrica.

Os sistemas fotovoltaicos podem ser divididos em duas


categorias: o sistema fotovoltaico isolado – que produz energia
elétrica e armazena em baterias para uso posterior; e o sistema
conectado à rede elétrica.

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Histórico no Brasil

No Brasil, a energia solar fotovoltaica co-


meçou a ser utilizada há algumas décadas.
Os primeiros usos dessa tecnologia são da-
tados dos anos 70, quando o País usufruía
da fonte para gerar energia elétrica e abas-
tecer pequenas comunidades isoladas, no
interior dos estados brasileiros, em locais de
difícil acesso. Tratava-se de sistemas adapta-
Segundo a Associação Brasileira de
dos que utilizavam baterias de apoio, pois
operavam longe da rede elétrica. Energia Solar Fotovoltaica (Absolar),
nos últimos dez anos, essa tecnologia
A energia solar fotovoltaica, no país,
evolui e tornou-se mais eficiente, acessível tornou-se cerca de 80% mais barata.
e competitiva graças aos avanços técnico-
científicos e ao aumento da escala produtiva
por conta da melhoria no processo de fabri-
cação dos equipamentos.

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Sustentabilidade e
Desenvolvimento Econômico
O sol, fonte inesgotável de energia limpa e renovável, é a grande aposta para as futuras
gerações, por meio da energia solar fotovoltaica. Sendo o seu processo de geração considerado
um dos mais sustentáveis.

VANTAGENS AMBIENTAIS VANTAGENS ECONÔMICAS

Fabricação Conversão dos raios Redução de até O valor também


dos sistemas solares em energia 95% no valor da pode ser abatido da
fotovoltaicos elétrica sem emitir tarifa mensal de fatura de outro local,
por processos CO2 na atmosfera energia paga à utilizando o sistema
industriais distribuidora de compensação
controlados, que Ausência de poluição
não poluem o sonora durante a Além disso, o sistema solar fotovoltaico
meio ambiente geração de energia exige manutenção mínima, uma vez que é
desenvolvido utilizando materiais de alta
Aproveitamento de espaços: os painéis durabilidade podendo resistir à situações
solares são geralmente instalados nos extremas
telhados ou paredes das casas ou edifícios.
Também é possível realizar a instalação em Implantação de uma Altamente
áreas de estacionamento, servindo como cadeia produtiva com indicado para
cobertura para automóveis. e desenvolvimento locais isolados
de tecnologias com difícil
acesso para a
Um painel rede elétrica
fotovoltaico pode tradicional
De acordo com o diretor executivo da durar até 30 anos
Associação Brasileira de Energia Solar Foto- Geração de
voltaica (Absolar), Dr. Rodrigo Lopes Sauaia, Imóveis que utilizam empregos para
existem, ainda, os benefícios estratégicos do sistema solar suprir a cadeia
produtiva
uso dessa fonte em larga escala. Entre eles fotovoltaico também
está a diversificação da Matriz Energética podem valorizar em
caso de negociação
Brasileira. Ao aumentar a participação da
fonte de energia solar fotovoltaica, o supri-
mento é diversificado, há aumento da segu-
rança energética e elétrica reduzindo o acio-

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namento das termelétricas emergenciais acoplados nas edificações onde a energia
e os custos repassados aos consumidores, será consumida ou próximos das cidades,
além de reduzir os impactos ambientais que portanto, excluindo essa necessidade. Desta
essas instalações geram. forma, contribui para a economia com in-
O sistema solar fotovoltaico permite a vestimentos ao mesmo tempo que reduz as
redução do uso das linhas de transmissão, perdas elétricas do sistema
uma vez que os painéis solares podem ser

Estima-se que, para a produção de 3 mil megawatts (MW) DE ENERGIA SOLAR,


são gerados, aproximadamente, 142 mil empregos diretos e indiretos.
FONTE: “Encadeamento produtivo: Energia fotovoltaica”, autoria do
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Bahia (Sebrae/BA).

Geração distribuída
Em 20 de outubro de 2015, a Agência Na- é possível injetar na rede elétrica a produção
cional de Energia Elétrica (ANEEL) publicou excedente e distribuí-la a diferentes usuários
a Resolução Normativa nº 687 que atualizou das proximidades, enquanto o consumidor
as condições gerais para o acesso de micro- que injetou essa energia recebe um crédi-
geração e minigeração distribuídas aos siste- to de energia da distribuidora local, que
mas de distribuição de energia elétrica e ao pode ser utilizado para abater o consumo
sistema de compensação de energia elétrica. de energia elétrica nos meses posteriores,
Além de produzir energia renovável e configurando o sistema de compensação de
limpa na sua própria unidade consumidora, energia elétrica.

REDE ELÉTRICA

1 - Painel Solar gera energia fotovoltaica

2 - O inversor solar converte em energia para consumo

3 - A energia solar é distribuída em casas ou empresas

4 - A energia solar é utilizada por utensílios e equipamentos elétricos.

5 - O excesso de energia vai para a rede, gerando créditos.

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16 | Energias Renováveis
Como a microgeração e os leilões
impulsionaram a energia solar
fotovoltaica no Brasil

Com a aprovação da Resolução Norma- energia solar fotovoltaica em solo nacional.


tiva nº 482 de 2012 - que precedeu a Nor- Essa movimentação deu origem a um novo
mativa nº 687, a procura pelos painéis so- mercado no cenário da energia solar foto-
lares aumentou, consideravelmente, sendo voltaica.
este um dos fatores para a popularização da

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Energias Renováveis | 17
Já em 27 de dezembro de 2013, outro redor do Brasil, resultando na contratação
importante passo foi dado em prol do cresci- de 1.048 megawatts de capacidade instalada
mento da produção de energia solar brasilei- em 31 projetos solares. Com isso, é possível
ra. Foi realizado, em Pernambuco, o primeiro afirmar que as usinas solares iniciaram um
leilão de energia solar do País. Na ocasião, processo de transformação, deixando para
foram leiloados mais de 100 megawatts de trás a fase experimental e tornando-se um
energia proveniente do sol, equivalente a seis negócio rentável.
vezes mais do que era produzido até então. Em 2017, pela primeira vez na história do
No ano seguinte, o Governo Federal rea- Brasil, a energia solar fotovoltaica foi vendi-
lizou o primeiro leilão nacional de energia da mais barata do que biomassa e pequenas
solar do qual participaram vários projetos ao centrais hidrelétricas (PCH’s).

Evolução da Fonte Solar Fotovoltaica em Leilões

Em geração centralizada, 3,3 GW de potência foramcontratados em leilões nos anos de 2014 e 2015. Em 2017,
entrará em operação o primeiro 1 GW de potência instalada de fonte solar fotovoltaica.

Fonte: ABSOLAR

1115,9 MW
1048 MW 1043 MW

574 MW

92 MW

Leilão PE 2013 LER 2014 1o LER 2015 2o LER 2015 LER 2017

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18 | Energias Renováveis
Quanto custa produzir energia
solar fotovoltaica
Para aderir ao sistema solar fotovoltaico Outra forma de prospectar gastos com
é preciso um investimento inicial conside- a geração de energia solar é utilizando fer-
rável. O custo dependerá do tamanho e da ramentas online de simulação. Essas “cal-
complexidade da instalação. Em contrapar- culadoras” virtuais permitem que, a partir
tida, especialistas afirmam que o sistema de informações inseridas no sistema, sejam
“se paga” em uma média de 5 anos em levantados os custos de implantação de um
operação. Levando em consideração que a sistema solar fotovoltaico. Várias instituições
duração média do sistema é de 25 anos, o e empresas disponibilizam esse serviço para
período restante será de custo quase nulo diferentes regiões do Brasil. No Paraná, por
com energia elétrica. exemplo, a Ferramenta Interativa Web do
Atlas de Energia Solar do Estado do Paraná
permite a visualização da distribuição da ir-
Para uma residência média, com radiação solar permitindo maior assertivida-
4 pessoas, seria necessário um de quanto à investimentos na área de ener-
gia solar, do pequeno ao grande investidor.
investimento de cerca de R$ 15.000.
Com esse sistema seria possível
atender até 90% da demanda
local reduzindo a taxa da fatura
energética apenas ao custo fixo
cobrado pela distribuidora.
FONTE: Associação Brasileira
de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), 2018.

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Capacidade instalada

Em 2018, o País ultrapassou a marca histórica de 1000 megawatts operacionais. O feito


colocou o Brasil no centro das atenções do cenário, uma vez que apenas 30 nações mun-
diais já alcançaram essa potência operacional instalada. A expectativa é que, somando os
novos leilões e os projetos já contratados, a curto prazo o País ultrapassará a marca dos 2
mil megawatts e estabelecerá um novo marco histórico setorial.

Cadeia produtiva

A cadeia produtiva da energia solar fotovoltaica é considerada complexa, porém diver-


sificada. De acordo com a Absolar, o Brasil possui mais de 20 fabricantes de equipamen-
tos e componentes fotovoltaicos – incluindo módulos fotovoltaicos, inversores, estruturas,
rastreadores e materiais elétricos utilizados pela tecnologia. O segmento conta com micro
e pequenas empresas (MPE), que atuam no fornecimento de matéria-prima para produ-
ção desses equipamentos. Além disso, a exigência do BNDES de nacionalização de com-
ponentes dos módulos fotovoltaicos também está fomentando a instalação de empresas
estrangeiras no País.

Políticas de incentivo

Apesar dos avanços consideráveis, a energia solar fotovoltaica no Brasil ainda precisa
passar por mudanças. Além das linhas de crédito, as isenções tributárias, como isenção
do ICMS sobre a energia da micro e minigeração, estão entre as ações de maior destaque
quanto ao incentivo para o uso dessa fonte. Ao todo, 24 estados brasileiros já oferecem essa
vantagem aos consumidores produtores de energia elétrica.

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20 | Energias Renováveis
Você sabia que dejetos animais, resíduos orgânicos, esgotos e até grama podem ser
transformados em matéria-prima para a geração de energia? Este é o caso do biogás, um
composto de gases proveniente do processo de decomposição de matéria orgânica realiza-
do por bactérias quando não há oxigênio no ambiente.
A fonte, que vem evoluindo ano após ano, chama a atenção pelos seus aspectos de
sustentabilidade, já que ajuda a transformar passivo ambiental em ativo econômico e social,
gerando energia elétrica, térmica e veicular.

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Energias Renováveis | 21
Um pouco de história

Aproveitar resíduos para produzir energia te de aquecimento e iluminação. Na Índia,


é uma prática antiga. Há muito tempo, cien- a ideia de aproveitar o gás metano já era
tistas, estudiosos e visionários já pesquisavam realidade em 1859, quando foi realizada a
sobre o grande potencial do gás gerado a primeira experiência de utilização direta de
partir do lixo, por exemplo. Acredita-se que o biogás no país.
biogás (gás dos pântanos ou fogo fátuo como
era chamado) foi descoberto pelo cientista O tema só voltou a ser discutido com
Thomas Shirley, em 1667, no Reino Unido. mais força na década de 1940, impulsio-
nado pela crise energética provocada pela
No entanto, só um século mais tarde o Segunda Guerra Mundial. Durante e depois
físico italiano Alessandro Volta reconheceu a dos conflitos, alemães e italianos desenvol-
presença de metano no gás. No século XIX, veram técnicas para obter biogás de dejetos
Ulysse Gayon, aluno de Louis Pasteur, reali- e restos de culturas.
zou a fermentação anaeróbia de uma mistura
de esterco e água, a 35ºC conseguindo obter Nas últimas décadas, o biogás passou a ser
100 litros de gás por metro cúbico de matéria. encarado não apenas como um subproduto
obtido a partir da decomposição anaeróbia,
Em 1884, Louis Pasteur, ao apresentar mas se tornou alvo de intensas pesquisas im-
à Academia das Ciências as pesquisas e pulsionadas pelo aquecimento da economia
experiências do seu aluno, considerou que nos últimos anos e pela elevação acentuada
essa fermentação podia constituir uma fon- do preço dos combustíveis fósseis.

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22 | Energias Renováveis
Biogás no Brasil e no mundo

Desde 2000, na busca pela redução das gás voltou a ser discutido no país no embalo
emissões de gases de efeito estufa e no cum- de projetos de visionários que acreditavam
primento de suas metas, os países europeus no potencial da fonte. Esse retorno, aliado
lançaram incentivos, inclusive financeiros, ao grande potencial de produção, atraiu a
para o crescimento do uso de fontes renová- atenção de instituições governamentais, em-
veis de energia. Dentre essas, o biogás. presas e centros de pesquisa, gerando várias
iniciativas, desde 2008, no sentido de desen-
A Alemanha foi o primeiro case de im- volver e consolidar essa fonte de energia.
portância mundial relacionada ao tema.
Com base em uma política de subsídios, o
país fez com que as plantas de biogás mi-
A Itaipu Binacional possui
grassem para o mercado livre de forma ma-
dura e eficiente. Na Suécia, já é realidade diversos projetos de pesquisa
a produção de biogás a partir de efluentes
sanitários para uso como combustível no
e desenvolvimento na área de
transporte público. Áustria e a França tam- biogás, em parceria com o Centro
bém possuem políticas muito eficazes.
Internacional de Energias Renováveis
No Brasil, com a evolução de políticas, - Biogás (CIBiogás), instalado no
pesquisas e iniciativas nos últimos anos, o
uso de biodigestores para a produção de bio- Parque Tecnológico Itaipu (PTI). O
Centro é uma instituição científica,
tecnológica e de inovação formada
por instituições que desenvolvem e/
ou apoiam projetos relacionados
às energias renováveis. A estrutura
conta com um laboratório em Foz
do Iguaçu (PR) e 11 unidades de
produção de biogás no Brasil.

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Potencial nacional é subutilizado

O Brasil tem tudo para se destacar no Considerando a média per capita de con-
cenário de produção de biogás em razão da sumo de energia em 2016, que foi de 2,266
enorme oferta de resíduos agrícolas como MWh por habitante, a atual capacidade ins-
vinhaça, palha e bagaço de cana-de-açúcar, talada de biogás poderia alimentar uma ci-
além de resíduos urbanos como lixo, esgoto, dade de quase 470 mil pessoas, conforme os
resíduos de podas e dejetos animais. cálculos da Associação Brasileira de Biogás e
Biometano (ABiogás).
De 2016 a 2017 houve 14% de aumento
da produção de energia elétrica no Brasil a Apesar dos significativos avanços do
partir do biogás. As usinas que aproveitam setor nos últimos anos, essa é só uma mí-
rejeitos urbanos, da pecuária e da agroin- nima parte da capacidade de produção do
dústria somaram 135,279 megawatts (MW) Brasil e equivale a apenas 0,0817% da matriz
médios entregues ao longo do ano frente elétrica brasileira, de acordo com a ANEEL.
aos 118,6 MW médios gerados no período Todos os anos, o Brasil deixa de gerar 115
de 2016 segundo dados da Agência Nacional mil gigawatts-hora (GWh) de energia com o
de Energia Elétrica (ANEEL). não aproveitamento do potencial disponível
para geração de biogás. Esse volume pode-
Esse volume significa uma geração de ria abastecer 25% de toda energia consumi-
1.065,5 megawatt-hora (MWh) por ano. da em 2016.

O biogás também movimenta a economia. De acordo com


dados da Agência Internacional de Energias Renováveis
(IRENA, na sigla em inglês), em 2016 o biogás representou
333 mil postos de trabalho no planeta, sendo a sétima
fonte energética que mais criou postos de trabalho.

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Os benefícios do biogás

O biogás é uma fonte energética que gera diversos benefícios ambientais, sociais e eco-
nômicos, sendo considerado um grande aliado na busca pela sustentabilidade nos proces-
sos produtivos. Nas áreas urbanas, apresenta-se como solução para o tratamento adequado
de efluentes domésticos e industriais. Enquanto no campo pode ser utilizado como opção
de tratamento, ambientalmente, adequado para resíduos da cadeia produtiva, reduzindo
o risco de contaminação do solo, do ar e dos recursos hídricos, transformando passivos
ambientais em ativos econômicos.

Redução de emissões de Gases de Efeito


Estufa (GEE)
As atividades humanas, ao longo dos Acordo de Paris, durante a 21ª Conferência
séculos, têm resultado em altos níveis de das Nações Unidas sobre Mudanças Climáti-
emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). cas (COP21), em 2015.
O cenário preocupante levou à criação do O documento foi aprovado pelos 195
países que fazem parte da Convenção-Qua-
dro das Nações Unidas sobre a Mudança do
O Brasil assumiu a responsabilidade de Clima (UNFCCC) e determina que cada país
deva apresentar, de cinco em cinco anos,
reduzir as emissões de gases de efeito planos nacionais com ações que minimizem
estufa em 37%, em 2025, e 43%, em as emissões de gases de efeito estufa (GEE)
no contexto do desenvolvimento sustentável.
2030, tendo como referência o ano de
2005. Entre as metas estão: aumento Nesse sentido, as aplicações do biogás
tornam-se uma fonte estratégica para que
da participação da bioenergia na sejam alcançados os resultados planejados
matriz energética brasileira para 18% dentro dos prazos estipulados, garantindo
a diminuição da emissão de gases de efei-
e participação de 45% de energias to estufa em diferentes setores econômicos,
renováveis na matriz energética promovendo o desenvolvimento sustentável
e a segurança energética.
Descomplicando as
Energias Renováveis | 25
Aproveitamento energético dos resíduos
sólidos
O aproveitamento energético do biogás Neste cenário, a utilização do biogás é
produzido pela degradação dos resíduos responsável pela redução da emissão de gás
sólidos urbanos é convertê-lo em uma for- metano em aterros sanitários, uma vez que
ma de energia útil como eletricidade, vapor, o gás produzido passa a ser coletado com
combustível para caldeiras ou fogões, com- maior eficiência para que todo o potencial
bustível veicular ou para abastecer gasodu- seja aproveitado para geração de energia,
tos. Os gases provenientes dos aterros sani- colaborando com a contenção de emissões
tários contribuem, consideravelmente, para de gás metano de lagoas de armazenamen-
o aumento das emissões de Gases de Efeito to de efluentes.
Estufa (GEE).

Mobilidade sustentável

Outra possibilidade de aproveitamento do com a Itaipu Binacional, o Parque Tecnológi-


biogás é a partir da utilização de um de seus co Itaipu e empresas internacionais, tem de-
subprodutos: o biometano (CH4). Depois que senvolvido iniciativas de aproveitamento do
são retirados os gases traços (vapor de água, biometano. É o caso de um trator que emi-
gás carbônico, sulfeto de hidrogênio) obtém- te cerca de 80% menos poluentes quando
se a concentração de metano acima de 90%. comparado a modelos tradicionais com uso
Ele pode ser utilizado como biocombustível de combustíveis fósseis. Além do CH4PA,
para veículos urbanos e rurais. um equipamento de transporte de insumos
agrícolas com 70% menos de emissão de
No Paraná, o Centro Internacional de gás carbônico na atmosfera.
Energias Renováveis (CIBiogás) em conjunto

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26 | Energias Renováveis
Energia que vem do campo

Os avanços da produção agropecuária zonas rurais está na articulação entre mais


sempre foram acompanhados por críticas de um produtor ou cooperativa, aumentan-
quanto às consequências negativas desse do a produtividade e reduzindo os custos
setor produtivo, especialmente a geração de de implantação e manutenção do sistema.
resíduos e, principalmente, os dejetos que Este é o caso do Condomínio de Agroener-
poluem o ar, a água e o solo. Neste cenário, gia para Agricultura Familiar Ajuricaba, em
o biogás surge como alternativa de transfor- Marechal Cândido Rondon (PR). O local é
mação desses passivos em geração de ener- a primeira comunidade do Brasil composta
gia elétrica, térmica e veicular. por 33 pequenas propriedades rurais que,
em conjunto, produzem energia térmica e
Outra grande vantagem do biogás nas biofertilizante por meio do biogás.

Qualidade de vida e equidade de gênero

• Redução de odores e insetos no sistema de tratamento dos efluentes da agropecuária;


• Acesso à energia limpa renovável de qualidade;
• Segurança bioenergética para cadeias produtivas;
• Diminuição do êxodo rural por parte dos jovens;
• Melhoria do desempenho de atividades desenvolvidas por mulheres em áreas rurais
ou remotas;
• Diminuição de doenças causadas pela inalação de fumaça oriunda da queima de lenha.

Economia e desenvolvimento sustentável

• Redução de custos com energia elétrica;


• Substituição do uso do “gás de cozinha” (Gás Liquefeito de Petróleo – GLP);
• Produção de biofertilizante com o material restante do processo de biodigestão;
• Redução de custos com fertilizantes químicos;
• Fonte de renda a partir da comercialização do biofertilizante;
• Produtores assumem responsabilidade pelo cumprimento das legislações ambientais vigentes;
• Substituição do uso de combustíveis fósseis por biometano;
• Produção descentralizada garantindo segurança energética para locais remotos ou de
difícil acesso.
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Centro Internacional
de Hidroinformática WRA Web Rádio
Água

PTI Parque Tecnológico


Itaipu

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