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EXPERIMENTO 1 – RESISTORES E CÓDIGO DE CORES

1 – Objetivos:
 Ler o valor nominal de cada resistor através do código de cores;
 Determinar a máxima potência dissipada pelo resistor através de suas dimensões físicas.

2 – Equipamentos e Componentes.
 1 Multímetro Digital
 1 Proto Board
 10 Resistores (diversos valores)

3 – Informação Teórica.
Na prática, os resistores limitam a intensidade de corrente elétrica através de determinados componentes.
Uma aplicação típica disso, como exemplo, é o resistor associado em série com um LED, como ilustrado na
figura 1:

Figura 1.

Nesse circuito, o resistor limita a corrente que passa através do LED, permitindo apenas uma intensidade
suficiente para que ele possa acender. Sem esse resistor a intensidade de corrente através do LED iria
danificá-lo permanentemente.

O "retângulo" com terminais é uma representação simbólica para os resistores de valores fixos tanto na
Europa como no Reino Unido; a representação em "linha quebrada" (zig-zag) é usada nas Américas e no
Japão (figura 2). Apesar disso, nas ilustrações eletrônicas brasileiras (de revistas etc.) opta-se pelo
"retângulo", talvez por simplicidade do desenho. Os livros de Física publicados no Brasil, em geral, usam o
"zig-zag" (linha quebrada).

Figura 2.

Em outros circuitos, os resistores podem ser usados para dirigir frações da corrente elétrica para partes
particulares do circuito, assim como podem ser usados para controlar o "ganho de tensão" em
amplificadores. Resistores também são usados em associações com capacitores no intuito de alterar sua
"constante de tempo" (ajuste do tempo de carga ou descarga).

A maioria dos circuitos requer a presença de resistores para seu correto funcionamento. Assim sendo, é
preciso saber alguns detalhes sobre diferentes tipos de resistores e como fazer uma boa escolha dos
resistores disponíveis (valores adequados, seja em , k ou M), para uma particular aplicação.

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3.1 – Resistores de valores fixos
A figura 3 mostra detalhes construtivos de um resistor de filme de carbono (carvão):

Figura 3.

Durante a construção, uma película fina de carbono (filme) é depositada sobre um pequeno tubo de
cerâmica. O filme resistivo é enrolado em hélice por fora do tubinho até que a resistência entre os dois
extremos fique tão próxima quanto possível do valor que se deseja. São acrescentados terminais (um em
forma de tampa e outro em forma de fio) em cada extremo e, a seguir, o resistor é recoberto com uma
camada isolante. A etapa final é pintar (tudo automaticamente) faixas coloridas transversais para indicar o
valor da resistência.

Resistores de filme de carbono (popularmente, resistores de carvão) são baratos, facilmente disponíveis e
podem ser obtidos com valores de (+ ou -) 10% ou 5% dos valores neles marcados (ditos valores nominais).

Resistores de filme de metal ou de óxido de metal são feitos de maneira similar aos de carbono, mas
apresentam maior acuidade em seus valores (podem ser obtidos com tolerâncias de (+ ou-) 2% ou 1% do
valor nominal).

Há algumas diferenças nos desempenhos de cada um desses tipos de resistores, mas nada tão marcante que
afete o uso deles em circuitos simples.

Resistores de fio são feitos enrolando fios finos, de ligas especiais, sobre uma barra cerâmica. Eles podem
ser confeccionados com extrema precisão a ponto de serem recomendados para circuitos e reparos de
multitestes, osciloscópios e outros aparelhos de medição. Alguns desses tipos de resistores permitem
passagem de corrente muito intensa sem que ocorra aquecimento excessivo e, como tais, podem ser usados
em fontes de alimentação e circuitos de corrente bem intensa.

3.2 – Código de cores


Os valores ôhmicos dos resistores podem ser reconhecidos pelas cores das faixas em suas superfícies, cada
cor e sua posição no corpo do resistor representa um número, de acordo com o seguinte esquema (tabela 1):

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Tabela 1.
Cor Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Faixa 4
Prata - - 0,01 +/-10%
Ouro - - 0,1 +/-5%
Preto 0 0 1 -
Marrom 1 1 10 +/-1%
Vermelho 2 2 100 +/-2%
Laranja 3 3 1.000 -
Amarelo 4 4 10.000 -
Verde 5 5 100.000 -
Azul 6 6 1.000.000 -
Roxo 7 7 - -
Cinza 8 8 - -
Branco 9 9 - -

A PRIMEIRA FAIXA em um resistor é interpretada como o PRIMEIRO DÍGITO do valor ôhmico da


resistência do resistor. Para o resistor mostrado na figura 4, a primeira faixa é amarela, assim o primeiro
dígito é 4.

Figura 4.

A SEGUNDA FAIXA dá o SEGUNDO DÍGITO. Essa é uma faixa violeta, então o segundo dígito é 7.

A TERCEIRA FAIXA é chamada de MULTIPLICADOR e não é interpretada do mesmo modo. O número


associado à cor do multiplicador nos informa quantos "zeros" devem ser colocados após os dígitos que já
temos. Aqui, uma faixa vermelha nos diz que devemos acrescentar 2 zeros. O valor ôhmico desse resistor é
então 4.700 ohms, quer dizer, 4.700  ou 4,7 k.

A QUARTA FAIXA (se existir), um pouco mais afastada das outras três, é a faixa de tolerância. Ela nos
informa a precisão do valor real da resistência em relação ao valor lido pelo código de cores. Isso é expresso
em termos de porcentagem. A maioria dos resistores obtidos nas lojas apresentam uma faixa de cor prata,
indicando que o valor real da resistência está dentro da tolerância dos 10% do valor nominal.

A codificação em cores, para a tolerância é a seguinte:


COR MARROM VERMELHO OURO PRATA
TOLERÂNCIA + ou – 1% + ou – 2% + ou – 5% + ou – 10%
O resistor apresenta uma quarta faixa de cor OURO. Isso significa que o valor nominal que
encontramos 4.700  tem uma tolerância de 5% para mais ou para menos. Ora, 5% de 4.700  são 235 ,
então, o valor real de nosso resistor pode ser qualquer um dentro da seguinte faixa de valores: 4.700  – 235
 = 4.465  e 4.700  + 235  = 4.935 .

A ausência da quarta faixa indica uma tolerância de 20%!

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 Ainda sobre o código de cores

O código de cores como explicado acima permite interpretar valores acima de 100 . Com devido cuidado,
ele pode se estendido para valores menores.

As cores para um resistor de valor nominal 12  serão: marrom, vermelho e preto. A cor preta (0) para a
faixa do multiplicador indica que nenhum zero (0 zeros) deve ser acrescentado aos dois dígitos já obtidos. O
código de cores para 47  será: amarelo, violeta e preto.

Usando esse método, para indicar valores entre 10 e 100 , significa que todos os valores de resistor
requerem o mesmo número de faixas. Para resistores com valores ôhmicos nominais entre 1  e 10 , a cor
do multiplicador é mudada para OURO. Por exemplo, as cores marrom, preto e ouro indicam um resistor
de resistência 1  (valor nominal). Outro exemplo, as cores vermelho, vermelho e ouro indicam uma
resistência de 2,2 .

Resistores de filme de metal, fabricados com 1% ou 2% de tolerância, usam frequentemente um código com
4 faixas coloridas para os dígitos e 1 faixa para a tolerância, num total de 5 faixas.

Assim, um resistor de 1 k, 1% terá as seguintes faixas:


marrom, preto, preto, marrom, marrom
1 0 0 1zero 1%

Já, um resistor de 56 k, 2% terá as seguintes faixas:


verde, azul, preto, vermelho, vermelho
5 6 0 2zeros 2%

É provável que você utilize resistores de valores pequenos assim como resistores de filme de metal em
algumas ocasiões, por isso é útil saber esses detalhes. A maioria dos circuitos eletrônicos, porém, será
montada com resistores de carvão (filme de carbono) e, portanto, o mais usado será o código de três cores +
tolerância. Esse você tem que dominar, com certeza!

3.3 – Valores Padronizados para Resistores de Carvão


Na tabela 2, exemplifica os valores padronizados para resistores de carvão na tolerância de 10% e na
tolerância de 5%.

Tabela 2.

Os resistores são fabricados com resistências nominais de valores múltiplos desses vistos na tabela, por
exemplo, 1,2  – 12  – 120 – 1.200  – etc.

3.4 – Potência nos resistores


Quando a corrente elétrica circula através de resistores, especificamente, e nos condutores, em geral, esses
sempre se aquecem. Neles ocorre conversão de energia elétrica em energia térmica. Essa energia térmica
produzida, via de regra, é transferida para fora do corpo do resistor sob a forma de calor.
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Isso se torna óbvio ao examinar o que acontece no filamento da lâmpada da lanterna. Seu filamento
comporta-se como um resistor de resistência elevada (em confronto com as demais partes condutoras do
circuito). Nele a energia elétrica proveniente das pilhas, via corrente elétrica, é convertida em energia
térmica. Essa quantidade aquece o filamento até que ele adquira a cor branca e passa a ser transferida para o
ambiente sob a forma de calor e luz. A lâmpada é um transdutor de saída, convertendo energia elétrica em
energia térmica e posteriormente em calor (parcela inútil e indesejável) e luz (parcela útil).

Embora não tão evidente como na lâmpada e em alguns resistores de fonte de alimentação, esse
aquecimento devido à passagem de corrente elétrica ocorre com todos os componentes eletrônicos, sem
exceção. A maior ou menor quantidade de energia elétrica convertida em térmica num componente depende
apenas de dois fatores: a resistência ôhmica do componente e a intensidade de corrente elétrica que o
atravessa. Esses dois fatores são fundamentais para se conhecer a rapidez com que a energia elétrica
converte-se em térmica.

A rapidez de conversão de energia, em qualquer campo ligado à Ciência, é conhecida pela denominação
de potência. A potência de um dispositivo qualquer nos informa "quanto de energia" foi convertida de uma
modalidade para outra, a cada "unidade de tempo" de funcionamento.
Potência = Energia convertida / Tempo para a conversão

As unidades oficiais para as grandezas da expressão acima são: Potência em watt (W), Energia em joule (J)
e Tempo em segundo (s).

Em particular, na Eletrônica, a potência elétrica informa quanto de energia elétrica, a cada segundo, foi
convertida em outra modalidade de energia. Em termos de grandezas elétricas a expressão da potência pode
ser posta sob a forma:
Potência elétrica = tensão x intensidade de corrente
ou
P = UI

Dentro da Eletrônica, para os resistores, onde a energia elétrica é convertida exclusivamente em energia
térmica (a mais degradada das modalidades de energia, algumas vezes "indesejável"), essa potência passa a
ser denominada potência dissipada no resistor. Desse modo, pode-se escrever: P = UI = (RI)I = RI2.

Lembre-se disso: para calcular a potência dissipada por resistores pode-se usar das expressões P =
UI ou P = RI2 ou ainda P = V2/R.

É importante e indispensável que a energia térmica produzida num resistor seja transferida para o meio
ambiente sob a forma de calor. Ora, essa transferência irá depender, entre outros fatores, da superfície do
corpo do resistor. Quanto maior for a área dessa superfície mais favorável será essa transferência. Um
resistor de tamanho pequeno (área pequena) não poderá dissipar calor (perder energia térmica para o
ambiente sob a forma de calor) com rapidez adequada, quando percorrido por corrente muito intensa. Ele irá
se aquecer em demasia o que o levará a destruição total.

A cada finalidade, prevendo-se as possíveis intensidades de corrente que o atravessarão, deve-se adotar um
resistor de tamanho adequado (potência adequada) para seu correto funcionamento. Quanto maior o tamanho
físico de um resistor maior será a potência que pode dissipar (sem usar outros artifícios). A figura 6 mostra
resistores de tamanhos diferentes:

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Figura 6. Obs.: os resistores não estão em tamanho real.

Os resistores de carvão de 0,5 W, em média, pelo seu tamanho, podem dissipar calor à razão de 0,5 joules a
cada segundo, ou seja, têm potência máxima de 0,5 W.

Alguns tipos de resistores (cujo tamanho físico não pode exceder umas dadas dimensões mesmo porque nem
caberiam nas caixas que alojam o circuito) devem usar outros recursos que permitam uma maior dissipação
para os seus tamanhos. Um dos recursos é manter uma ventilação forçada mediante ventiladores. Outro é
colocá-los no interior de uma cápsula de alumínio dotada de aletas. Isso determina uma superfície efetiva
bem maior. A figura 6 ilustra essa técnica para o resistor de 25 W.

4 – Prática.
4.1 – Faça a leitura de cada resistor e anote na tabela 3 o tipo, o valor nominal, o valor medido, o erro
 Vn  Vm 
percentual entre o valor nominal e o valor medido  R%  100  , a tolerância e a potência:
 Vn 
Tabela3.
Resistor Tipo Código de Valor Valor Erro Tolerância Potência (W)
Cores Nominal Medido Percentual (estime pela
dimensão)
R1
R2
R3
R4
R5
R6
R7
R8
R9
R10

5 – Questões.
5.1 – Determine a sequência de cores para os resistores abaixo:
a) 330 M  2% -
b) 470 k  10% -
c) 0,22   2% -
d) 1 M  20% -
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e) 1.500   10% -
f) 2,9 k  5% -
g) 10   5% -
5.2 – Dê três funções que os resistores podem desempenhar em um circuito.
5.3 – Cite três diferentes tipos de resistores.
5.4 – Obtenha os valores nominais, além de seus máximos e mínimos, das resistências dos resistores
marcados com as seguintes faixas:
a) vermelho, verde, amarelo ----- ouro -
b) amarelo, laranja, marrom ----- prata -
5.5 – Como fica o código de cores para um resistor de 470 k  1% nominais,
a) usando o sistema de cinco cores?
b) usando o sistema de quatro cores?
5.6 – Um resistor submetido à tensão de 15 V é atravessado por corrente elétrica de intensidade 0,10 A. Qual
sua resistência? Que potência ele dissipa?
5.8 – Um resistor de 1.000 , 1/8 W é percorrido por corrente DC de 400 mA. A que tensão elétrica ele
estaria sujeito? Que potência ele dissiparia?

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EXPERIMENTO 2 - MULTÍMETRO

1 – Objetivos:
 Familiarizar-se com o instrumento e suas escalas;
 Realizar medidas de tensão, corrente e resistência elétrica.

2 – Equipamentos e componentes.
 Multímetro;
 Proto Board;
 Fonte de Tensão DC
 Resistores:
R1 = 10 k R5 = 1 k R9 = 100 
R2 = 10 k R6 = 100 k R10 = 100 
R3 = 10 k R7 = 100 
R4 = 10 k R8 = 100 

3 – Informação Teórica.
Um medidor é um instrumento de medição. O resultado de uma medição é uma medida. Não há cunho
científico onde não houver medida.

Em Eletrônica, os amperômetros medem intensidades de corrente, os voltômetros medem a diferença de


potencial (tensão) entre dois pontos e os ohmômetros medem as resistências elétricas dos condutores.
Cometendo erros de nomenclatura, porém já consagrados pelo uso, tais aparelhos são mais conhecidos por:
amperímetro, voltímetro e ohmímetro.

Nota: O Sistema Internacional de Unidades, no trecho dedicado á nomenclatura, indica: aparelhos de


medida direta são grafados com terminação em "ímetro" (tal como o paquímetro) e os de medida indireta são
grafados com terminação "ômetro" (tais como o cronômetro, odômetro, amperômetro, voltômetro etc.). Os
técnicos em eletricidade e eletrônica não 'falam' cronímetro ou odímetro, mas dão-se por satisfeitos com
amperímetro, voltímetro etc.

Um 'multímetro' ou multiteste incorpora todas essas funções de medidores e possivelmente outras mais, num
só equipamento.

Antes dos detalhes no manuseio dos multímetros, é importante para você ter uma ideia clara de como os
medidores são conectados ao circuito sob inspeção.

A figura1 mostra um circuito em duas situações, A antes e B depois de se ligar um amperímetro:

Figura 1.

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Para se medir a intensidade de corrente que circula por um dado componente ou num trecho de circuito, tal
circuito deve ser "aberto", "cortado", "interrompido" para poder intercalar o amperímetro em série. Toda a
corrente que passa pelo componente ou no trecho em questão deve passar também através do medidor. Na
figura 1, não importa se o amperímetro é inserido na posição indicada, entre R1 e R2 ou entre R2 e a fonte
de tensão.

A introdução do amperímetro no circuito implica na introdução de uma nova resistência (a resistência


interna do próprio aparelho), que afeta a resistência total e consequentemente a intensidade de corrente.
Assim, para que a leitura seja confiável é necessário que a resistência própria do medidor seja a mais baixa
possível.

Um bom amperímetro deve ter resistência interna praticamente nula!

Por sua vez, a figura 2 mostra um circuito em duas situações, A antes e C depois de se ligar um
voltímetro:

Figura 2.

Observe que, para a medida de uma diferença de potencial (tensão) entre dois pontos (os terminais do
resistor R2, figura 2), o circuito não precisa ser interrompido; o voltímetro é conectado em paralelo. Para
que a inclusão do voltímetro não altere substancialmente o valor da resistência do trecho sob medição é
preciso que a resistência própria (interna) do medidor seja a mais alta possível. Em outras palavras, a
intensidade de corrente através do voltímetro deve ser mínima.

Um bom voltímetro tem resistência interna praticamente infinita!

Que medição você acha que é mais útil para o experimentador, intensidade de corrente (com amperímetro)
ou tensão elétrica (com voltímetro)?

Ambas são úteis, porém, a medida de tensão é muito mais prática e muito mais frequente. Ela é uma
medição fácil, pois incorpora a vantagem de não necessitar nenhuma interrupção no circuito original. Nesse
tipo de medição, as pontas de prova do voltímetro são simplesmente encostadas nos pontos entre os quais
quer se saber o valor de tensão.

A figura 3 mostra um circuito em duas situações, A antes e D depois de se ligar um ohmímetro:

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Figura 3.

O ohmímetro não deve ser usado com o circuito conectado à fonte de alimentação. Ele não trabalha da
mesma maneira que voltímetro e amperímetro. Esses dois usam a fonte de alimentação do circuito para suas
leituras; o ôhmímetro não, ele tem sua própria fonte de tensão.

Além disso, o componente cuja resistência está sob medição deve ser retirado do circuito. Na figura 3, o
resistor R2 foi retirado para uma perfeita medição do valor de sua resistência. Na prática não é necessário
dessoldar seus dois terminais, basta soltar um deles.

A fonte de tensão interna do ohmímetro faz circular uma pequena intensidade de corrente pelo componente
em teste e avalia a queda de tensão sobre ele; em função dessa tensão o medidor fornece, como leitura, a
resistência do componente. A maioria dos ohmímetros tem, em seu interior, um fusível para protegê-lo
contra "abusos" e falhas do operador.

3.1 - Multímetros digitais.


Multímetros digitais são projetados por engenheiros eletrônicos e produzidos em massa. Tais medidores dão
(como saída) uma exibição numérica normalmente através das propriedades dos mostradores de cristais
líquidos.

A figura 4 mostra dois modelos de multímetros digitais. O da esquerda, um típico, tem suas funções e
alcances selecionadas mediante uma chave (ligada a um grande botão no meio do aparelho). O da direita,
mais sofisticado, não é necessário selecionar nenhum alcance, apenas a função. Ele, automaticamente
seleciona um alcance adequado.

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Figura 4.

Comentários: primeiro modelo. Mediante o acionamento do botão central, que pode assumir diversas
posições, você tem que escolher aquela que convém para a adequada medição. Se esse botão foi dirigido
para o setor V= e aponta para a faixa dos 20 V (figura 4) então, 20 V é a tensão máxima que pode ser
medida. Em algumas situações pode-se utilizar o alcance 2 V ou ainda 200 mV.

As faixas de tensões para fontes de polaridade fixa ou DC (pilhas, baterias e fontes de alimentação) estão no
setor indicado com V=.

Leituras de tensões alternadas (AC) devem ser feitas com o máximo de cuidado e o botão central deve ser
levado para o setor V~.

Muito cuidado ao ligar o medidor na rede elétrica domiciliar!

Comentários: o segundo modelo. É um multiteste (multímetro) denominado multímetro auto-ajustável.


Mediante o botão central você se limita a escolher uma função, ou seja, que grandeza quer medir (tensão,
corrente, resistência, decibéis etc.), o restante o aparelho faz por conta própria. Ele escolhe qual o alcance
mais indicado e apresenta no mostrador a leitura (digital) acompanhada da unidade de medida. Ele é mais
caro que o medidor comum, mas, de manuseio mais simples.

Cuidado especial deve ser tomado para as ligações das pontas de prova no multiteste. O fio vermelho que
termina em ponta deve ser conectado ao terminal marcado com V, , mA e o fio preto que termina com um
jacaré deve ser inserido no terminal marcado com COM (COMUM).

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3.2 – Multímetros analógicos

Nos medidores analógicos uma agulha movimenta-se diante de uma escala gravada no mostrador.
Multímetros analógicos com alcances chaveados (selecionados por botão central) são mais baratos que os
digitais, porém, de leituras mais difíceis para os novatos lerem com precisão, especialmente nas escalas de
resistências. O aparelho é mais delicado que os digitais e, em caso de queda, é mais provável que se
danifiquem.

Cada tipo de medidor tem suas vantagens e desvantagens. Usado como voltímetro, um medidor digital é
normalmente melhor porque sua resistência interna é muito mais alta (1 M ou 10 M ) que aquela dos
analógicos (200 k ) numa faixa semelhante. Por outro lado, é mais fácil seguir o lento movimento da
agulha em determinadas leituras de tensão que as trocas numéricas de um digital.

Usado como amperímetro, um medidor analógico passa à frente do digital; primeiro por ter resistência
interna bem menor e em segundo, por ser mais sensível (normalmente com escalas até 50 mA). Multímetros
digitais mais caros podem igualar ou mesmo superar esse desempenho.

A maioria dos multímetros modernos é digital; os tipos analógicos tradicionais são destinados a ficar
obsoletos.

4 – Prática.
4.1 – Medidas de tensão:
Construa o circuito mostrado na figura 5 usando a matriz de contatos (proto board) e os resistores R1, R2, R3
e R4 .

Figura 5.

a) Usando o multímetro digital como voltímetro, meça a tensão fornecida pela fonte de alimentação e a
seguir as tensões (d.d.p) entre os pontos [A e B] e [A e C] e anote na tabela 1. Que você observa com relação
a esses resultados?
Tabela 1.
VFonte(V)
VAB(V)
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VAC(V)

b) Modifique o circuito, substituindo R1 por R5 e R4 por R6. Refaça as leituras de tensão e anote na tabela 2.
Tabela 2.
VFonte(V)
VAB(V)
VAC(V)

4.2 – Medidas de intensidades de correntes.


Construa o circuito mostrado na figura 6 usando a matriz de contatos (proto board) usando os resistores R7,
R8, R9 e R10.

Figura 6.

Observe que a corrente tem que circular pelo amperímetro assim como pelo circuito. O circuito foi
previamente interrompido e o amperímetro inserido.

a) Faça a leitura de intensidade de corrente conforme o posicionamento do "jumper" (pontos A, B, C e D).


Anote na tabela 3.
Tabela 3.
I(mA)- Jumper em A
I(mA)- Jumper em B
I(mA)- Jumper em C
I(mA)- Jumper em D

b) Calcule, separadamente, a intensidade de corrente esperada em cada caso usando da Lei de Ohm.

5 – Questões.
5.1 – Por que um voltímetro precisa ter uma resistência interna muito alta?
5.2 – Por que um amperímetro precisa ter uma resistência interna muito baixa?
5.3 – Um amperímetro ligado erroneamente em paralelo com um circuito provavelmente se danificará. E o
que dizer de um voltímetro ligado erroneamente em série?

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EXPERIMENTO 3 – CIRCUITO SÉRIE, PARALELO E MISTO DE RESISTORES

1 – Objetivos:
 Saber reconhecer e montar uma associação série, uma associação paralela e uma associação mista de
resistores;
 Identificar um circuito série e paralelo (associação mista);
 Conhecer as diferenças em termos de tensão e corrente entre as associações;
 Ser capaz de determinar a resistência equivalente de uma associação.

2 – Equipamentos e componentes.
 1 Multímetro Digital
 1 Proto Board
 1 Fonte de Tensão DC
 Resistores:
R1 = 6,8 kΩ R2 = 2,2 kΩ R3 = 3,9 kΩ R4 = 3,3 kΩ
R5 = 10 kΩ R6 = 10 kΩ R7 = 10 kΩ R8 = 10 kΩ

3 – Informação Teórica.
3.1 – Associação Série
Uma conexão série dos elementos de um circuito é aquela onde a mesma corrente flui em cada um dos
elementos. A tensão através dos elementos individuais na conexão série pode, todavia, ser diferente. A
figura 1 mostra a estrutura básica da conexão série.

R R 2
1
Figura 1.

Para o caso dos resistores, o valor equivalente da associação é dado pela soma dos valores ôhmicos de cada
um dos resistores associados:
RTotsal  R1  R2  R3 ....... RN
3.2 – Associação Paralela
Uma associação em paralelo de elementos em um circuito é aquela onde todos os elementos estão
submetidos a mesma tensão. A corrente que flui através de cada elemento pode, todavia, ser diferente. A
figura 2 mostra a estrutura básica da conexão em paralelo.

R 1 R 2

Figura 2.

Para o caso dos resistores, o valor equivalente da associação é fornecido pela expressão:
1 1 1 1 1
    ............ 
Req R1 R2 R3 Rn
3.3 – Correntes e Tensões nas Associações
Como já foi mencionado, em uma associação série de resistores a corrente é comum a todos os resistores
associados, enquanto que em uma associação paralela, a tensão é comum a todos os resistores associados.

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Se aplicarmos a lei de Ohm para ambos os casos pode-se concluir que:
Associação Série: se os resistores associados forem de valores diferentes, a queda de tensão em cada um
deles será diferente, uma vez que a corrente é a mesma:
VR1  R1  I VR 2  R2  I
Associação Paralela: Se os resistores associados forem de valores diferentes, a corrente que flui através de
cada um deles será diferente, uma vez que a tensão aplicada é igual para todos:
V V
I R1  I R2 
R1 R2
3.4 – Associação Série / Paralela
Raramente encontra-se em um circuito uma associação puramente série ou paralela. É bastante comum a
mistura dos dois tipos de associação, como mostrado na figura 3.

R 3

R 1 R 2

Figura 3.

Nestes casos, a determinação da resistência equivalente deve ser feita passo a passo, utilizando as
expressões:

Série
RTotsal  R1  R2  R3 ....... RN

Paralela
1 1 1 1 1
    ............ 
Req R1 R2 R3 Rn

 Transformação Estrela / Triângulo e Triângulo/ Estrela


Existem duas configurações de associação de resistores chamadas de TRIÂNGULO (ou Delta - Δ) e
ESTRELA (ou Y), que possuem uma expressão para conversão recíproca. Estes circuitos também são
conhecidos como Y e Delta. Os circuitos da figura 4 apresentam as duas configurações.
a b c
R a
R R ac R bc
b

b
a R ab
R c

c
Figura 4.

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Transformação Estrela / Triângulo
Ra  Rb  Ra  Rc  Rb  Rc
Rac 
Rb
R  Rb  Ra  Rc  Rb  Rc
Rab  a
Rc
R  Rb  Ra  Rc  Rb  Rc
Rbc  a
Ra

Transformação Triângulo / Estrela


Rac  Rab
Ra 
Rac  Rbc  Rbc
Rac  Rbc
Rc 
Rac  Rab  Rbc
Rab  Rbc
Rb 
Rac  Rab  Rbc

4 – Prática.
4.1 – Associação Série
a Monte o circuito da figura 5:

R 1 R 2

R 3
R 4

Figura 5.

b Calcule a resistência equivalente e anote na tabela 1


c Utilizando o multímetro, meça a resistência equivalente do circuito e anote na tabela 1.
d Aplique uma tensão de 8 Volts ao circuito e meça a corrente fornecida pela fonte (anote na tabela 2).
Tabela 1.
RCalculada
RMedida
RLei de Ohm

Tabela 2.
IFonte ( mA )
VFonte (V)

e Através da Lei de Ohm (valores medidos – tensão e corrente) calcule o valor da resistência e anote o
resultado na tabela 1.

4.2 – Associação Paralela


a Monte o circuito da figura 6.

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R 5 R 6 R7 R 8

Figura 6.

b Calcule a resistência equivalente e anote na tabela 3.


c Utilizando o multímetro, meça a resistência equivalente do circuito, anotando os valores na tabela 3.
d Aplique uma tensão de 8 Volts ao circuito e meça a corrente fornecida pela fonte (anote na tabela 4).

Tabela 3.
RCalculada
RMedida
RLei de Ohm

Tabela 4.
IFonte( mA )
VFonte ( V )

e Através da Lei de Ohm (valores medidos – tensão e corrente) calcule o valor da resistência e anote o
resultado na tabela 3.

4.3 – Associação Série / Paralela


a Monte o circuito da figura 7.
R 5

R 1 R 2

R 8

Figura 7.

b Calcule a resistência equivalente e anote na tabela 5.


c Utilizando o multímetro, meça a resistência equivalente do circuito, anotando os valores na tabela 5.
d Aplique uma tensão de 8 Volts ao circuito e meça a corrente fornecida pela fonte (anote na tabela 6).
Tabela 5.
RCalculada
RMedida
RLei de Ohm

Tabela 6
IFonte ( mA )
VFonte ( V )

e Através da Lei de Ohm (valores medidos – tensão e corrente) calcule o valor da resistência e anote o
resultado na tabela 5.

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5 – Questões.
5.1 – Ache a resistência equivalente do circuito da figura 8:

R 1 R 2 R R
3 4

Figura 8.

(a) R1 = 3,9 k; R2 = 3,9 k; R3 = 3,9 k; R4 = 3,9 k.


(b) R1 = 10 k; R2 = 3,9 k; R3 = 10 k; R4 = 4,7 k.

5.2 – Ache a resistência equivalente do circuito da figura 9:

R 1 R 2

R 3
R 4

Figura 9.

(a) R1 = 2,7 k; R2 = 5 k; R3 = 15 k; R4 = 18 k.


(b) R1 = 18 k; R2 = 8,2 k; R3 = 6,8 k; R4 = 15 k.

5.3 – Ache a resistência equivalente do circuito da figura 10:

R 3

R 1 R 2

Figura 10.
(a) R1 = 8,2 k; R2 = 12 k; R3 = 10 k.
(b) R1 = 10 k; R2 = 6,8 k; R3 = 4,7 k.

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EXPERIMENTO 4 – LEI DAS CORRENTES DE KIRCHHOFF

1 – Objetivos:
 Comprovar a Lei das Correntes de KIRCHHOFF através dos dados obtidos;
 Conhecer as definições de nó e ramo;
 Comprovar o funcionamento do divisor de corrente.

2 – Equipamentos e componentes.
 01 Multímetro Digital;
 01 Proto Board;
 01 Fonte de Tensão DC;
 Resistores:
R1 = 100  R3 = 390  R5 = 2,7 k R7 = 4,7 k
R2 = 330  R4 = 270  R6 = 3,3 k R8 = 1,2 k

3 – Informação Teórica
Para que se possa iniciar o estudo desta lei é necessária a definição de alguns termos:

Nó - é um ponto onde um ou mais elementos de um circuito tem uma conexão comum.


Ramo - é um caminho único contendo um elemento simples e que conecta um nó a outro nó qualquer. No
circuito apresentado na figura 1, pode-se verificar a presença de três nós e quatro ramos:
NÓ 1

RB
RA
I NÓ 2
RC

NÓ 3
Figura 1.

Pode-se agora começar as considerações sobre a primeira das duas leis de GUSTAV ROBERT
KIRCHHOFF. Esta lei é denominada Lei das Correntes de KIRCHHOFF e estabelece que a soma
algébrica de todas as correntes entrando em qualquer nó é igual a zero.

No circuito da figura 2, pode-se visualizar o que foi afirmado.


IT NÓ A

I1 I2 I3
V RA RB RC

NÓ B
Figura 2.

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O circuito apresenta dois nós, A e B, para equacioná-lo é necessário a adoção de uma convenção para as
correntes do nó:
 CORRENTE QUE SAI DO NÓ É NEGATIVA.
 CORRENTE QUE ENTRA NO NÓ É POSITIVA.

Assim fazendo a soma algébrica das correntes do nó A, tem-se:


I T  I1  I 2  I 3  0
I T  I1  I 2  I 3

O circuito apresentado é conhecido mais comumente como DIVISOR DE CORRENTE uma vez que a
corrente fornecida pela fonte é dividida entre os ramos que compõe o circuito.

Através da LEI DE OHM e da expressão da resistência equivalente de resistores associados em paralelo


pode-se determinar a expressão do DIVISOR DE CORRENTE. Esta expressão permitirá que seja
determinada a corrente de saída em qualquer dos resistores de um circuito paralelo. Desta forma:
1
R1
I R1   IT
1 1 1
  ...... 
R1 R2 Rn
Para um circuito paralelo formado por apenas dois associados, a expressão se reduz a:

I T .R2
I R1 
R1  R2

4 – Prática.
a) Monte o circuito da figura 3.

Figura 3.

b) Aplique a tensão de 8 V (fonte de tensão). Meça as correntes I1, I2, I3 e IT, anotando os resultados na
tabela 1;
c) Some os valores de I1, I2, I3 e anote na tabela 1;
d) Utilizando a corrente medida IT, calcule a corrente em cada um dos resistores, anotando os valores na
tabela 1;
Tabela 1.
I ( mA ) Medido Calculado
I1 ( R1)
I2 ( R2)
I3 (R3)
IT ( Fonte )
I1 + I2 + I3

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e) Monte o circuito da figura 4.

RR56

RR54 RR78

81V
5V
R 7R6 R 9R8

Figura 4.

f) Meça a resistência equivalente com auxílio do ohmímetro (vista pelos terminais da fonte) e a corrente
total do circuito (IT) anotando os resultados na tabela 2;
g) Calcule a corrente total do circuito (IT) e a resistência equivalente (utilizando a Lei de OHM) e anote o
resultado obtido na tabela 2;
Tabela 2.
Medido Calculado
IT (mA)
Req ()

h) Meça e calcule as correntes indicadas no circuito e anote os valores na tabela 3. Comprove as Leis de
Kirchhoff a partir dos dados medidos.
Tabela 3.
Valor medido Valor calculado Valor medido Valor calculado (V)
(mA) (mA) (V)
IT
IR4 VR4
IR5 VR5
IR6 VR6
IR7 VR7
IR8 VR8

5 – Questões.
5.1 – Usando os dados da tabela 1, demonstre a LCK (Lei das Correntes de Kirchhoff).
5.2 – Utilizando a LEI DE OHM e a associação de resistores em paralelo, deduza a expressão do divisor de
corrente encontrada na INFORMAÇÃO TEÓRICA.
5.3 – Na tabela 1, verifica-se que a divisão de corrente não foi igual. Justifique através da LEI DE OHM
porque a corrente que flui através de R1 é maior que as demais.
5.4 – Identifique e equacione todos os nós do circuito do item e.

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EXPERIMENTO 5 – RESISTORES VARIÁVEIS

1 – Objetivos:
 Medir a resistência de um potenciômetro;
 Conectar um potenciômetro como divisor de tensão;
 Conectar um potenciômetro como reostato.

2 – Equipamentos e componentes.
 01 Multímetro Digital
 01 Proto Board
 01 Fonte de Tensão DC
 Resistores:
R1 = 39 k
P1 = 100 k

3 – Informação Teórica.
Existem resistores que apresentam a possibilidade de variação de seu valor ôhmico, podendo ser
classificados basicamente em dois grandes grupos.
 Resistores Ajustáveis;
 Resistores Variáveis.

3.1 – Resistores Ajustáveis


Seu valor de resistência pode ser ajustado dentro de uma determinada faixa. São usados em
aplicações do tipo calibração: uma vez ajustado seu valor o resistor é selado. Podem ser de dois tipos:
- de fio  para circuitos de corrente elevada.
- de carvão  para circuitos de baixa corrente. Podem ser divididos em:
- trimpots de 1 volta;
- trimpots de multi-voltas.

A representação geral dos resistores ajustáveis é mostrada na figura 1.

Figura 1.
3.2 – Resistores Variáveis
Seu valor de resistência pode ser variado dentro de uma determinada faixa. São usados em aplicações que
exijam constantes variações de resistência, do tipo controle de volume de áudio, por exemplo. Podem ser
divididos em dois tipos, de fio e de carvão.
- de fio  para circuitos de corrente elevada;
- de carvão  para circuitos de baixa corrente, podendo ser de dois tipos:
- linear - sua resistência varia linearmente com o movimento do cursor;
- logarítmico - sua resistência varia logaritmicamente com o movimento do cursor.

A representação geral dos resistores variáveis é mostrada na figura 2.

Figura 2.
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3.3 – Potenciômetro
O potenciômetro (figura 3) é um resistor variável que apresenta três terminais (de forma semelhante aos
resistores ajustáveis):

Figura 3 - Estrutura física de um potenciômetro.

Entre os dois extremos (A e C) mede-se uma resistência constante, em função da qual se especifica o
potenciômetro, (resistência máxima).

Entre o terminal central, cursor móvel, e os extremos, obtêm-se resistências variáveis e proporcionais aos
deslocamentos do cursor, terminal central, de tal forma que:
RAC  RAB  RBC

Supondo os pontos mostrados na figura 3, quando se gira o eixo do potenciômetro tem-se duas situações
possíveis:
 Para a esquerda: RAB diminui
RBC aumenta
 Para a direita: RAB aumenta
RBC diminui

Para ambos os casos, RAC se mantém constante.

3.3.1 - Divisor de Tensão com potenciômetro

O circuito da figura 4 mostra os terminais extremos do potenciômetro ligados a uma fonte de tensão:

A
+
Vcc R2 B
- +
C Vcc
-
Figura 4.

Ao se variar a posição do cursor RBC varia e, consequentemente, a tensão sobre ele. Com este circuito
forma-se um divisor de tensão entre RAB e RBC, cuja tensão de saída é dada por:
VCC  RBC
Vsaida 
R AC

Deve-se observar que a tensão de saída depende diretamente da posição do cursor.


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3.3.2 - Potenciômetro como Reostato (Resistor variável com dois terminais)

O potenciômetro pode também ser utilizado como um resistor variável de dois terminais, denominado de
REOSTATO. Basta para isto que sejam curto-circuitados um dos dois terminais extremos e o terminal
central, como mostra a figura 5.
A PO T C

B
Figura 5.

Assim, RAB será sempre igual a zero e a resistência total do potenciômetro será agora R BC. Em função da
posição do cursor o valor desta resistência poderá variar desde zero até seu valor nominal (resistência
máxima).

Esta configuração pode ser utilizada como divisor de tensão, juntamente com um resistor fixo, e como
limitador de corrente. A figura 6 ilustra estas duas possibilidades.

R
R mA
+ +
Vcc Vcc I
- A + - A
P Vsaída P
B B
C C
-
Figura 6 - A esquerda tem-se um potenciômetro utilizado como divisor de tensão e a direita como limitador
de corrente.

4 – Prática.
4.1– Medida de Resistência do Potenciômetro
1) Utilizando um multímetro digital e adotando a notação a seguir, meça as resistências do potenciômetro
(figura 7) em função dos dados da tabela 1, anotando os resultados na mesma.
B

A C

Figura 7.

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Tabela 1.
Posição do Cursor RAB (k) RBC(k) RAC (k) RAC (k) Calculado
em C
entre B e C
em B (centro)
entre B e A
em A

2) Utilizando os valores medidos de RAB e RBC em cada situação, calcule a resistência total do
potenciômetro, utilizando a expressão existente na Informação Teórica. Anote os resultados na tabela 1.

4.2– Divisor de Tensão


1) Monte o circuito da figura 8.

B
10V P1

V SA DI A

C
Figura 8.

2) Meça a tensão de saída do circuito para os valores de P1 existentes na tabela 2. Anote os resultados na
mesma.
Tabela 2.
RBC (k) VSAIDA (Medido) (V) VSAIDA (Calculado) (V)
0
25
50
75
100 (Máximo)

3) Calcule, utilizando a expressão fornecida na Informação Teórica, o valor da tensão de saída em cada
valor de P1 existente na tabela 2. Anote os resultados na mesma.

4.3– O Potenciômetro como Reostato


1) Monte o circuito da figura 9.
A

B
P1

C
Figura 9.
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2) Preencha a tabela 3 medindo as resistências solicitadas.
Tabela 3.
Posição do Cursor RAB (k) RBC(k) RAC (k)
em C
entre B e C
em B ( centro )
entre B e A
em A

4.4 – Limitador de Corrente


1) Monte o circuito da figura 10.
R 1 A P1 C

B mA
10V

Figura 10.

2) Meça a corrente do circuito para os valores de P1 existentes na tabela 4, anotando os resultados na mesma.
3) Calcule, utilizando a expressão fornecida na Informação Teórica, o valor da corrente do circuito para
cada valor de resistência da tabela 4, anotando os resultados na mesma.
Tabela 4.
RAC (k) I T (Medida) (mA) IT (Calculada) (mA)
0
25
50
75
100 (Máximo)

5 – Questões.
5.1 – Observando os dados da tabela 1 responda:
a) A resistência RAC variou durante a rotação do eixo do potenciômetro? Justifique.
b) O que ocorre com RBC enquanto RAB aumenta? Explique utilizando a representação do resistor
variável.
5.2 – Observando os dados da tabela 2, explique a razão pela qual a tensão de saída aumenta quando RBC
aumenta. Sugestão: utilize a LEI DE OHM, as LEIS DE KIRCHHOFF e a teoria sobre resistores variáveis.
5.3 – Na tabela 4, como se comporta a corrente a medida que diminui R AC? Justifique este comportamento
utilizando a LEI DE OHM.

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EXPERIMENTO 6 – TEOREMA DE THEVENIN
1 – Objetivos:
 Comprovar o Teorema de Thevenin.

2 – Equipamentos e componentes.
 02 Fontes de Tensão DC (V1 = 12 V e V2 = 6 V)
 01 Multímetro Digital
 01 Proto Board
 Resistores:

R1 = 1,0 k R3 = 1,5 k R5 = 2,2 k R7 = 3,3 k


R2 = 1,2 k R4 = 1,8 k R6 = 2,7 k (2 unid.) R8 = 3,9 k

3 – Informação Teórica.
O Teorema de Thevenin é usado para simplificar a análise de circuitos complexos, uma vez que os reduzem
a uma associação de uma fonte de tensão VTH e um resistor RTH.

3.1 – Determinação de RTH


Para determinação da resistência equivalente de Thevenin, remova as fontes de tensão, substituindo-as por
um curto-circuito. O valor da resistência de Thevenin é o valor da resistência equivalente vista dos terminais
aos quais se deseja determinar o equivalente. No exemplo da figura 1 tem-se:

R1  R3
RTH  R2 
R1  R3

R1 R 2
A

V cc R3

B
Figura 1.
3.2 – Determinação da VTH
A fonte de tensão equivalente de Thevenin (VTH) é o valor de tensão entre os terminais que se deseja
determinar o equivalente, quando abertos. Esta tensão é determinada através dos métodos de análise de
circuitos. No exemplo da figura 1 tem-se:
R3  VS
VTH 
R1  R3
Obs.: Não há circulação de corrente por R2, devido a isto ele não interfere na determinação de VTH.

O circuito equivalente (figura 2) fica então:


R TH
A

V cc

B
Figura 2.
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4 – Prática.
1) Monte o circuito da figura 3.
B

Figura 3.

2) Meça a tensão e a corrente entre os pontos A e B do circuito original, utilizando como carga (RL) os
valores existentes na tabela 1, anotando os valores na mesma.
Tabela 1.
VS [ V ] IS [ mA ]
Carga [  ]
R5 = RL
R6 = RL

3) Com os terminais A e B em aberto, meça a tensão existente e determine VTH. Anote o resultado na tabela
2.
4) Calcule utilizando os métodos de análise de circuitos, a tensão de Thevenin, anotando o resultado na
tabela 2.
5) Substitua as fontes por curto-circuito e meça a resistência de Thevenin (RTH). Anote o resultado na tabela
2. Observação: não curto-circuite a fonte, mas sim o circuito.
6) Calcule a resistência equivalente de Thevenin e anote na tabela 2.
Tabela 2.
VTH [ V ] RTH [  ]
Medido
Calculado

5 – Questões.
5.1 – Simule em programa computacional o circuito equivalente de Thevenin utilizando uma fonte de tensão
(como VTH) e um resistor (como RTH). Meça a tensão e a corrente entre os pontos A e B do circuito
equivalente, utilizando como carga (RL) os valores existentes na tabela 1. Anote os resultados e compare
com os valores medidos (tabela 1).

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EXPERIMENTO 7 – TEOREMA DE NORTON

1 – Objetivos:
 Comprovar o Teorema de Norton

2 – Equipamentos e componentes.
 02 Fontes de Tensão DC (5 e 12 V)
 01 Multímetro Digital
 01 Proto Board
 Resistores:
R1 = 1,0 k R3 = 2,7 k R5 = 10 k R7 = 1,8 k
R2 = 1,2 k R4 = 3,9 k R6 = 3,3 k

3 – Informação Teórica.
O teorema de Norton, assim como o de Thevenin, também procura reduzir circuitos complexos em simples.
Entretanto, em vês de trocar a carga por um circuito aberto, trocar a mesma por um curto-circuito, ou seja,
depois de utilizar o teorema de Norton o resultado será uma resistência (RN) em paralelo com uma fonte de
corrente (IN).

3.1 – Determinação de RN
Por definição o valor da resistência de Norton RN é igual à resistência de Thevenin RTH . Assim, para o
circuito da figura 1.
R  R3
R TH  R N  R 2  1
R1  R 3
R1 R 2
A

V cc R3

B
Figura 1.

3.2 – Determinação de IN
Para determinar IN:
1) Faz-se um curto-circuito nos terminas A e B (figura 2);
2) Determina-se a corrente que passa por esse curto-circuito, mediante qualquer método de circuito (figura
3);
3) Substitui-se o circuito original por uma fonte de corrente (IN) em paralelo com a resistência de Norton
(RN) (figura 4);

1)

Figura 2.
Página | 29
2)

Figura 3.
3)

Figura 4.

4 – Prática.
1) Monte o circuito da figura 5.

Figura 5.

2) Meça a tensão e a corrente na carga, entre os pontos A e B do circuito original, utilizando como carga os
valores existentes na tabela 1. Anote os valores nesta tabela.
Tabela 1.
ISAÍDA [mA] VSAÍDA [V]
Carga []
R5
R6
R7

3) Com os terminais A e B em curto, meça corrente existente e determine IN. Anote os resultados na tabela
2;

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4) Calcule utilizando o método de análise de circuitos a corrente de Norton, anotando o resultado na tabela
2.
Tabela 2.
IN [mA] RN []
Medido
Calculado

5) Zere as fontes de tensão substituindo as mesmas por curtos-circuitos e meça a resistência de Norton (RN).
Anote o resultado na tabela 2. Observação: não curto-circuite a fonte, mas sim o circuito.
6) Calcule a resistência equivalente de Norton e anote na tabela 2.

5 – Questões
5.1 – Simule em programa computacional o circuito equivalente de Norton utilizando uma fonte de corrente
(como IN) e um resistor (como RN). Meça a tensão e a corrente entre os pontos A e B do circuito
equivalente, utilizando como carga os valores existentes na tabela 1. Anote os resultados e compare com os
valores medidos (tabela 1).

Página | 31
EXPERIMENTO 8 – TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO DE FONTES

1 – Objetivos:
 Comprovar o Teorema da Superposição de Fontes

2 – Equipamentos e componentes.
 02 Fontes de Tensão DC (VDC2 = 8 V e VDC1 = 12 V)
 01 Multímetro Digital
 01 Proto Board
 Resistores:
R1 = 1,2 k R3 = 3,9 k R5 = 3,3 k
R2 = 2,7 k R4 = 6,8 k

3 – Informação Teórica.
A superposição é uma propriedade dos circuitos lineares com mais de uma fonte que nos permite calcular
tensões e correntes em qualquer ponto do circuito aplicando uma fonte de cada vez, observando os
resultados de cada aplicação e somando-os para obter o resultado final.

Deve-se compreender com profundidade o significado de aplicar uma fonte de cada vez. pois feito isto, as
demais fontes devem ser anuladas (fontes de tensão, substituídas por um curto-circuito e fontes de corrente
substituídas por um circuito aberto).

No circuito da figura 1 têm-se duas fontes de tensão V1 e V2 e deseja-se determinar a tensão sobre R1.
a R1 b R3

V1 V2
R 2

Figura 1.
a) Efeito de V1 sobre R1
 Substituindo V2 por um curto-circuito tem-se o circuito da figura 2.
a R1 b

V1 I1 V1
VR1   R1
R1   R2 / / R3 
R 2 R3

Figura 2.

b) Efeito de V2 sobre R1
 Substituindo V1 por um curto circuito tem-se o circuito da figura 3.
R3
b
V2
R I1 R
V2 VR1    R1 / / R2
R3   R1 / / R2 
1 2

a
Figura 3.
Página | 32
c) A tensão total sobre R1 será, a soma algébrica dos valores de VR1 impostos pelas fontes V1 e V2.

VR1Total = Efeito de V1 + ( - Efeito de V2)

Assim os efeitos são subtraídos em função de que a circulação de corrente provocada por V 1 tem sentido
contrário à provocada por V2.

4 – Prática.
1) Monte o circuito da figura 4.

Figura 4.

2) Usando R5 como carga (entre os pontos A e B) aplique o Teorema da Superposição substituindo ora V DC1
ora VDC2 por um curto-circuito e meça a tensão e a corrente em R5 para ambos os casos. Anote os
resultados na tabela 1. Observação: não curto-circuite a fonte, mas sim o circuito.
Tabela 1.
MEDIDOS VDC1 (VDC2 = 0) VDC2 (VDC1 = 0) VDC1 e VDC2
VR5 [ V ]
IR5 [ mA ]

3) Com VDC1 e VDC2 conectados, meça a tensão e a corrente em R5 e anote na tabela 1.


4) Calcule as tensões e correntes de R5 devidas às fontes VDC1 e VDC2 e a tensão e corrente total sobre R5.
Anote os resultados obtidos na tabela 2.
Tabela 2.
CALCULADOS VDC1 ( VDC2 = 0 ) VDC2 (VDC1 = 0) VDC1 e VDC2
VR5 [ V ]
IR5 [ mA ]

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EXPERIMENTO 9 – GERADORES ELÉTRICOS E MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA

1 – Objetivos:
 Determinar, experimentalmente, a resistência interna, a força eletromotriz e a corrente de curto
circuito de um gerador;
 Levantar a curva característica da potência de um gerador;
 Verificar, experimentalmente, os parâmetros onde a potência transferida pelo gerador é máxima.

2 – Equipamentos e componentes.
 Década resistiva (conjunto de resistores)
 01 Multímetro Digital
 01 Proto Board
 01 Fonte DC
 Resistor: 100  de grande potência

3 – Informação Teórica
Geradores elétricos são dispositivos que mantêm entre seus terminais uma diferença de potencial, obtida a
partir de uma conversão de outro tipo de energia em energia elétrica. Essa conversão pode ser de várias
formas, destacando-se os geradores que transformam energia mecânica, química ou térmica em energia
elétrica denominados, respectivamente, de geradores eletromecânicos, eletroquímicos e eletrotérmicos.

Como exemplo, tem-se:


a) eletroquímicos - pilhas e baterias, que a partir de uma reação química, separam as cargas elétricas
positivas das negativas, provocando o aparecimento de uma tensão elétrica entre dois terminais
denominados pólos.
b) eletromecânicos - os dínamos e os alternadores, que a partir de um movimento mecânico geram
respectivamente energia elétrica contínua e alternada.
c) termoelétricos - o par-termoelétrico onde dois metais diferentes recebem calor e
proporcionalmente geram uma tensão entre seus terminais.

Um gerador elétrico, alimentando uma carga, deve fornecer tensão e corrente que esta exigir. Portanto, na
realidade, o gerador fornece tensão e corrente.

O gerador ideal é aquele que fornece uma tensão constante, denominada de Força Eletromotriz (E),
qualquer que seja a corrente exigida pela carga. Seu símbolo e sua curva característica, tensão em função da
corrente, são mostrados na figura 1.

Figura 1 - (a) Gerador ideal (b) Curva característica de um gerador ideal.

O gerador real irá perder energia internamente e, portanto, a tensão de saída não será constante, sendo
atenuada com o aumento da corrente exigida pela carga. Pode-se representar essa perda por uma resistência
interna (r), e consequentemente, o gerador como um gerador ideal em série com esta resistência, conforme
mostra a figura 2.

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Figura 2 - Gerador real.

Do circuito equivalente do gerador real, observa-se que a resistência interna causa uma queda da tensão de
saída, quando este estiver alimentando uma carga. Essa situação é mostrada na figura 3.

Figura 3 - Gerador real alimentando uma carga.

Assim, E = Vr + V, onde: Vr= rI e V = RLI. Logo, a equação do gerador real é dada por: V = E – rI, dela
obtém-se a curva característica do gerador real, que é vista na figura 4.

Figura 4 - Característica de um gerador real.

Pela curva, nota-se que ao aumentar o valor da corrente, a tensão diminui e quando esta atingir o valor zero,
tem-se um valor de corrente que é denominada de corrente de curto circuito (Icc), pois nessas condições o
gerador encontra-se curto-circuitado.

A característica completa é mostrada na figura 5.

V
E

0 Icc I

Figura 5 - Característica completa de um gerador real.

Na condição de curto circuito, tem-se que:


V = E – rI; 0 = E - rIcc; Icc=E/r

A corrente de curto circuito bem como a resistência interna do gerador, devem ser obtidas
experimentalmente, ou seja, levantando-se a curva característica do gerador e extraindo-se desta, esses dois
parâmetros, conforme mostrado na figura 6, ou seja:
r = tg  = V/I e Icc=E/r

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Figura 6 - Curva característica de um gerador real.

As perdas internas de um gerador real fazem com que a tensão de saída diminua de valor com o aumento do
consumo de corrente. Analisando em termos de potência, pode-se dizer que a potência útil ou aproveitável
na saída é gerada com exclusão da potência perdida internamente, ou seja:
Pu = Pg - Pp,

onde: Pu = VI (potência útil)


Pg = EI (potência gerada)
Pp = rI2 (potência perdida)

Portanto, pode-se escrever que a potência transferida (útil) pelo gerador é:


Pu = EI – rI2

e o rendimento  como sendo a relação entre a potência útil e a potência gerada:


 = Pu/Pg = VI/EI = V/E

Nota-se que, a equação da potência útil, representa uma função do segundo grau, onde E e r são parâmetros
constantes, sendo a potência e a corrente variáveis em função da carga. Levantando-se esta característica,
tem-se uma parábola vista na figura 7.

Figura 7 - Característica da potência útil de um gerador.

Como Pu = EI – rI2 = I(E – rI), então Pu = 0 quando I = 0 ou quando E – rI = 0. Da segunda condição


resulta: I = E/r = Icc (corrente de curto circuito).

Sendo a parábola uma figura simétrica, conclui-se que a potência será máxima quando a corrente for igual à
metade do valor da corrente de curto circuito, isto é,
I0 = Icc/2 = E/2r

Para determinar a potência máxima, basta substituir na equação da potência útil o valor de I por I0, ou seja:
Pumax = E (E/2r) – r (E/2r)2 = E2 /2r – E2/4r = E2/4r

Substituindo na equação do gerador o valor da corrente por I0, obtém-se a tensão relativa a esse ponto de
máxima potência,
V0 = E – r I0 , V0 = E – r E/2r = E / 2

Portanto estando o gerador na condição de máxima potência, a tensão de saída será V0 = E/2 e a corrente I0 =
E/2r. Através desses parâmetros pode-se estabelecer o valor da carga.
RL = V0/I0; RL = (E/2)/(E/2r); RL = r

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Onde se conclui que, para extrair a máxima transferência de potência de um gerador, a carga deve ter um
valor igual ao da resistência interna deste. Nestas condições, o rendimento do gerador será:
 = Pu/Pg = V0/E = (E/2)/E = 0,5

4 – Prática.
1) Monte o circuito da figura 8. Aplique a tensão de 5 V.

Figura 8.
Observação: O resistor Rx está simulando a resistência interna do gerador, pois uma fonte estabilizada,
dentro de uma faixa de corrente, comporta-se como um gerador ideal.

2) Meça a tensão entre os pontos A e B com a década desconectada. Anote na tabela 1.


Tabela 1.
E (V)

3) Ajuste a resistência da década de acordo com a tabela 2. Meça e anote para cada valor, a tensão e a
corrente na carga.

Tabela 2.
600 500 50
R () 1.000 1200// 1000// 400 300 200 100 60 100// 40 20 10 0
1200 1000 100
V (V)
I (mA)
Pu(mW)
%

5 – Questões
5.1 – Com os dados obtidos na tabela 2, construa a curva característica do gerador V = f(I).
5.2 – Determine a resistência interna e a corrente de curto circuito através da curva do item 5.1.
5.3 – Escreva a equação do gerador.
5.4 – Calcule a potência útil e o rendimento do gerador para cada valor de resistência ajustada na década,
completando o preenchimento da tabela 2.
5.5 – Com os dados obtidos (no item 5.4), levante a curva da potência útil em função da corrente Pu = f(I).
5.6 – Determine, graficamente, a potência útil máxima transferida pelo gerador e a corrente de curto circuito.
5.7 – Determine o valor da resistência de carga, da tensão do gerador, da corrente e o rendimento para
máxima transferência de potência do gerador.

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EXPERIMENTO 10 – CAPACITORES E CÓDIGO DE CORES

1 – Objetivos:
 Ler o valor nominal de cada capacitor através do código de cores;
 Reconhecer os tipos de capacitores através de suas dimensões físicas.

2 – Equipamentos e componentes
 1 Multímetro Digital;
 1 Proto Board;
 10 capacitores: (diversos).

3 – Informação Teórica
3.1– O que é o capacitor?
É um dispositivo elétrico que tem por finalidade armazenar energia elétrica no dielétrico. É formado por
duas placas condutoras de metal, também denominadas de armaduras, separadas por um material isolante
chamado dielétrico. Ligados a estas placas condutoras estão os terminais para conexão com outros
componentes (figura 1).
Dielétrico

Placa Condutora A Placa Condutora B

(a) Estrutura (b) Símbolo


Figura 1 - Capacitor (Estrutura e Símbolo).

3.2 – Como são confeccionados os capacitores?


Na prática encontra-se vários tipos de capacitores, com aplicações específicas, dependendo dos aspectos
construtivos, tais como, material utilizado como dielétrico, tipo de armaduras e encapsulamento. Dentre os
diversos tipos, destacam-se:

Capacitores Plásticos (poliestireno, poliéster): Consistem em duas folhas de alumínio separadas pelo
dielétrico de material plástico. Os terminais são ligados às folhas de alumínio e o conjunto é bobinado e
encapsulado, formando um sistema compacto. Uma outra técnica construtiva é a de vaporizar alumínio em
ambas as faces do dielétrico, formando o capacitor. Essa técnica é denominada de metalização e traz como
vantagem, maior capacidade em comparação com os de mesmas dimensões dos não metalizados.

Exemplo: Código de cores para Capacitores de Poliéster Metalizado

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A tabela 1 mostra como interpretar o código de cores dos capacitores desse tipo.
Tabela 1.
1ª Algarismo 2ª Algarismo 3ª N° de zeros 4ª Tolerância 5ª Tensão
PRETO 0 0 - 20% -
MARROM 1 1 0 - -
VERMELHO 2 2 00 - 250V
LARANJA 3 3 000 - -
AMARELO 4 4 0000 - 400V
VERDE 5 5 00000 - -
AZUL 6 6 - - 630V
VIOLETA 7 7 - - -
CINZA 8 8 - - -
BRANCO 9 9 - 10% -

No capacitor "A" (figura 2), as 3 primeiras cores são, laranja, laranja e laranja, correspondem a 33000,
equivalendo a 33 nF. A cor branca, logo adiante, é referente a 10% de tolerância e o vermelho, representa
a tensão, que é de 250 volts.

Figura 2.

Capacitores Eletrolíticos de Alumínio: Consistem em uma folha de alumínio anodizada como armadura
positiva, onde por um processo eletrolítico, forma-se uma camada de óxido de alumínio que serve como
dielétrico, e um fluido condutor, o eletrólito, que impregnado em um papel poroso, é colocado em contato
com outra folha de alumínio ou de zinco, de maneira a formar a armadura negativa. O conjunto é bobinado,
sendo a folha de alumínio anodizada ligada ao terminal positivo e a outra ligada ao terminal negativo.
Constituem tipo muito especial de capacitores. Geralmente se apresentam em forma tubular metálica de
alumínio, onde se coloca uma espiral de folha de alumínio e enche-se o cilindro com uma solução altamente
oxidante (por exemplo, composto de boro - “Bórax”). Pela ação eletroquímica o alumínio fica coberto por
uma finíssima camada de óxido de alumínio que é ótimo isolante e forma o dielétrico. A figura 3 ilustra na
prática as reações químicas envolvidas.

O oxigênio do Bórax oxida as placas de Zinco e de Alumínio e forma-se o óxido de Alumínio, que é muito isolante-
Película de Al2 O3 (Óxido de Al).O zinco não tem finalidade capacitiva; serve, apenas, como elemento condutor.
Figura 3.
Os capacitores eletrolíticos por apresentarem o dielétrico como uma fina camada de óxido de alumínio e em
uma das armaduras um fluído, constituem uma série de altos valores de capacitância, mas com valores
limitados de tensão de isolação e terminais polarizados.
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Exemplo: Capacitores Eletrolíticos (figura 4)

A leitura das especificações desse tipo de capacitor é fácil: A tensão máxima de operação, a capacitância e
a temperatura de trabalho estão escritas no invólucro do componente!
Figura 4.

Cuidado: Ao montar um circuito com esse tipo de capacitor, nunca inverta a polaridade marcada no
componente. Faça sempre: “positivo no positivo” e “negativo no negativo”! (figura 5).

Figura 5.

Capacitores Cerâmicos: Apresentam como dielétrico um material cerâmico que é revestido por uma
camada de tinta, que contém elemento condutor formando as armaduras. O conjunto recebe um
revestimento isolante. Geralmente são de baixa capacidade e frequentemente são utilizados em aparelhos de
som, TV., etc.
Exemplo: Código para Capacitores Cerâmicos (figura 6)

Figura 6.

O valor do capacitor, "B", é de 3300 pF (Picofarad = x10-12 F) ou 3,3 nF (Nanofarad = x10-9 F) ou 0,033 µF
(Microfarad = x 10-6 F). No capacitor "A", deve-se acrescentar mais 4 zeros após o 1º e 2º algarismo. O
valor do capacitor, que se lê 104, é de 100000 pF ou 100 nF ou 0,1µF.

Capacitores usando letras em seus valores.


A figura 7 mostra capacitores que tem os seus valores impressos em nanofarad (nF). Quando aparece no
capacitor uma letra "n" minúscula entre os números (3n3), significa que este capacitor é de 3,3 nF. No
exemplo, o "n" minúsculo é colocado ao meio dos números, apenas para economizar uma vírgula e evitar
erro de interpretação de seu valor.

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Figura 7.

A seguir (figura 8), tem-se um capacitor onde o valor nominal é escrito na parte superior do seu corpo.

Figura 8.

Neste tipo de capacitor, pode-se ter três formas diferentes de leitura da capacitância nominal:

a) Quando o número é menor que “1”.


Quando estiver escrito o valor nominal 0,0068k, devemos enxergar o “k” como sendo 1000 (103). Assim, o
valor nominal do capacitor é de 6,8 nF.

b) Quando o número é menor que “1000”.


Quando estiver escrito o valor nominal 104k, devemos enxergar o “k” como sendo 1(100). Assim, o valor
nominal do capacitor é de 104 nF.

c) Quando o número é maior ou igual a “1000”.


Quando estiver escrito o valor nominal 2200  k, devemos enxergar o “k” como sendo 0,001(10-3). Assim, o
valor nominal do capacitor é de 2,2 nF.

Observação: A tensão de trabalho desse tipo de capacitor é geralmente 250 V ou 400 V e a temperatura
máxima de trabalho fica em torno de 100ºC.

Ademais, alguns fabricantes fazem capacitores com formatos e valores impressos como os apresentados na
figura 9. O nosso exemplo, de 3300 pF, é o primeiro da fila.

Figura 9
Note nos capacitores envolvidos com uma linha azul, o aparecimento de uma letra maiúscula ao lado dos
números. Esta letra refere-se à tolerância do capacitor, ou seja, o quanto que o capacitor pode variar de seu
valor em uma temperatura padrão de 25° C.

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Os códigos B, C, D e F são usados para capacitores de valor nominal até 10 pF e as outras letras para
capacitores acima de 10 pF. Por exemplo, a letra "J" significa que este capacitor pode variar até 5% de seu
valor, a letra "K" = 10% ou "M" = 20%. A tabela 2 mostra os referidos códigos de tolerâncias de
capacitância.
Tabela 2.
Até 10 pF Código Acima de 10pF
0,1 pF B
0,25 pF C
0,5 pF D
1,0 pF F 1%
G 2%
H 3%
J 5%
K 10%
M 20%
S -50% -20%
Z +80% -20% ou +100% -20%
P +100% -0%
Agora, um pouco sobre coeficiente de temperatura "TC", o qual define a variação da capacitância dentro de
uma determinada faixa de temperatura. O "TC" é normalmente expresso em % ou ppm/°C (partes por
milhão/°C). É usado uma sequência de letras ou letras e números para representar os coeficientes. Observe a
figura 10.

Figura 10.

Os capacitores mostrados na figura 9 são de coeficiente de temperatura linear e definido, com alta
estabilidade de capacitância e perdas mínimas, sendo recomendados para aplicação em circuitos ressonantes,
filtros de RF, compensação de temperatura e acoplamento.
Na tabela 3 estão mais alguns coeficientes de temperatura e as tolerâncias que são muito utilizadas por
diversos fabricantes de capacitores.
Tabela 3.
Código Coeficiente de temperatura
NPO -0 30ppm/°C
N075 -75 30ppm/°C
N150 -150 30ppm/°C
N220 -220 60ppm/°C
N330 -330 60ppm/°C
N470 -470 60ppm/°C
N750 -750 120ppm/°C
N1500 -1500 250ppm/°C
N2200 -2200 500ppm/°C
N3300 -3300 500ppm/°C
N4700 -4700 1000ppm/°C
N5250 -5250 1000ppm/°C
P100 +100 30ppm/°C

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Outra forma de representar os coeficientes de temperatura é mostrada na figura 11. É usada em capacitores
que se caracterizam pela alta capacitância por unidade de volume (dimensões reduzidas) devido à alta
constante dielétrica. São recomendados para aplicação em desacoplamentos, acoplamentos e supressão de
interferências em baixas tensões.

Figura 11.

Os coeficientes são também representados com sequências de letras e números como por exemplo: X7R,
Y5F e Z5U. Para um capacitor Z5U, a faixa de operação é de +10°C que significa "Temperatura Mínima" e
+85°C que significa "Temperatura Máxima" e uma variação de "Máxima de capacitância", dentro desses
limites de temperatura, que não ultrapassa -56%, +22%. Veja as tabelas 4 a 6 para compreender este
exemplo e entender outros coeficientes.
Tabela 4.
Temperatura Mínima
X -55°C
Y -30°C
Z +10°C

Tabela 5.
Temperatura Máxima
2 +45°C
4 +65°C
5 +85°C
6 +105°C
7 +125°C

Tabela 6
Variação Máxima de Capacitância
A 1.0%
B 1.5%
C 2.2%
D 3.3%
E 4.7%
F 7.5%
P 10%
R 15%
S 22%
T -33%, +22%
U -56%, +22%
V -82%, +22%

3.3 – Equação Geral da Capacitância:

C = Q / VAB Página | 43
Capacitância é a habilidade que o capacitor apresenta de armazenar energia na forma de um campo elétrico e
é igual à quantidade de carga elétrica que pode ser armazenada num capacitor, dividida pela tensão aplicada
às placas. Quando aplica-se uma tensão de 1 Volt (V) e o capacitor armazenar 1 Coulomb (C), tem-se, então,
uma capacitância de 1 Farad (F) .
A capacitância de um capacitor depende da área das placas condutoras, da distância entre as mesmas e da
constante dielétrica () do material isolante. Assim, para capacitores de placas paralelas, tem-se:

C = o A / d

onde A é a área de uma das placas, d é a distância entre placas e o é a constante dielétrica do ar ou vácuo,
igual a 8,85 x 10 -12 (F/ m). Veja a figura 12.

Figura 12.

Devido as dificuldades construtivas para a maioria dos capacitores, 1 Farad é uma unidade muito grande
para indicar a sua capacidade. Por isso tornou-se conveniente a utilização de submúltiplos como o
microfarad (F), que é igual a um milionésimo de farad (10 -6 F), o nanofarad (nF), que é igual a 1
bilionésimo de farad (10 -9 F) e picofarad (pF), que é igual a um milionésimo de microfarad (10 -6 F).

A maioria dos capacitores pode ser ligada aos circuitos elétricos sem se dar importância à polaridade. Os
capacitores eletrolíticos e certos capacitores cerâmicos devem ter as suas polaridades respeitadas.

Além do valor da capacitância, é preciso especificar o valor limite da tensão a ser aplicada entre seus
terminais. Esse valor é denominado tensão de isolação e varia conforme o tipo de capacitor.

3.4 – Armazenamento de Energia


A energia armazenada em um capacitor é dada pela seguinte equação:
WA = ½ C V 2

onde WA é a energia armazenada dada em Joules, C é a capacitância nominal do capacitor e V é a tensão


nominal aplicada em seus terminais. As figuras 13 e 14 ilustram a energia armazenada na forma de Campo
Elétrico. É importante lembrar, que numa associação de capacitores em paralelo a energia armazenada
aumenta.

Figura 12 - Capacitor carregado (energia armazenada).


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Figura 13 - Associação de capacitores (mais energia armazenada).

4 – Prática.
4.1 – Faça a leitura de cada capacitor e anote na tabela 7 o tipo, o valor nominal, o valor medido, a
tolerância, a tensão nominal e a temperatura máxima de trabalho:
Tabela 7.
Capacitor Código Tipo Valor Valor Tolerância Tensão Temperatura
Nominal Medido Nominal Máxima
C1
C2
C3
C4
C5
C6
C7
C8
C9
C10

5 – Questões.
5.1 – Determine a sequência de cores para os capacitores de poliéster abaixo:
h) 4,7 nF,  20%, 630V –
i) 39 nF,  10%, 400V –
j) 10 nF,  20%, 250V –
k) 1,2 µF,  10%, 400V –
l) 330 pF,  20%, 250V –
5.2 – Dê três funções que os capacitores podem desempenhar num circuito.
5.3 – Cite três diferentes tipos de capacitores.
5.4 – Obtenha os valores máximos e mínimos de capacitância dos capacitores de poliéster marcados com as
seguintes faixas:
a) azul, vermelho, laranja----- preto –
b) verde, marrom, vermelho ----- branco –
5.5 – Identifique o coeficiente de temperatura e obtenha os valores máximos e mínimos de capacitância dos
capacitores marcados com os seguintes números:
a) 330M, N075 –
b) 470K, N750 –
5.6 – Defina capacitância.
5.7 – Um capacitor de capacitância 150 pF está submetido a uma tensão de 100 V. Determine a carga
elétrica armazenada nesse capacitor.
5.8 – O que é a tensão de isolação de um capacitor?
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EXPERIMENTO 11 – CAPACITOR EM REGIME DC (CORRENTE CONTÍNUA)

1 – Objetivos:
 Familiarizar-se com os capacitores usados em circuitos elétricos e eletrônicos e verificar,
experimentalmente, as situações de carga e descarga de capacitores;

2 – Equipamentos e Componentes.
 Fonte de Tensão DC;
 Proto Board
 R1 = 470 k
 C1 = 100 F/25 V
 Multímetro
 Cronômetro

3 – Introdução Teórica:
3.1 – Operação em Corrente Contínua (DC)
Ao aplicar a um capacitor uma tensão contínua através de um resistor, o capacitor se carrega com uma
tensão, cujo valor depende do intervalo de tempo em que se desenvolverá o processo. Na figura 1 tem-se
um circuito para carga do capacitor.

Figura 1 - Circuito de Carga de um Capacitor.

Estando o capacitor inicialmente descarregado (Vc = 0), em t = 0, fecha-se a chave S do circuito. A


corrente, neste instante, é a máxima do circuito, ou seja, Imax = E / R. A partir daí, o capacitor inicia um
processo de carga, com aumento gradativo da tensão entre seus terminais (Vc) e, consequentemente, tem-se
uma diminuição da corrente, obedecendo a uma função exponencial, até atingir o valor zero, quando este
estiver totalmente carregado. Na figura 2 tem-se a variação da corrente em função do tempo.

Figura 2 - Curva Característica da Corrente de Carga de um Capacitor.

A partir desta característica, pode-se equacionar a corrente em função do tempo e dos componentes do
circuito:
i ( t ) = Imax e - t /  ou i ( t ) = E / R e -t /

onde i (t) = Valor da corrente num determinado instante


I max = Valor Inicial da corrente no Circuito
e = Base do Logaritmo Neperiano
 = Constante de Tempo do Circuito ( = RC).

A partir do circuito da figura 1, pode-se escrever:


E = VR + Vc
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Substituindo a expressão da corrente, tem-se:
E = R . i ( t ) + Vc onde Vc = E - R . E / R . e - t /  = E ( 1 - e -t / 
)

que é denominada a equação de carga do capacitor. A curva característica do capacitor, ou seja, a tensão
entre seus terminais em função do tempo é dada pela figura 3.

Figura 3 - Curva Característica da Tensão de Carga de um Capacitor.

Para t = , Vc = 0,632 E, ou seja, Vc = 63,2% de E para um tempo t =  (constante de tempo).

Estando o capacitor carregado, pode-se montar um circuito para a sua descarga (figura 4).

Figura 4 - Circuito de Descarga de um Capacitor.

No instante t = 0, fecha-se a chave S do circuito e o capacitor inicia sua descarga através do resistor R.
Neste instante a corrente no circuito será máxima e a partir daí diminui, obedecendo a uma função
exponencial, até atingir o valor zero. A figura 5 mostra as curvas de descarga de tensão e corrente de um
capacitor em regime DC.

a) b)

Figura 5 - a) Característica da Corrente de descarga de um Capacitor. b) Característica da Tensão de descarga de


um Capacitor.

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3.2 – Operação em Corrente Alternada (AC).

Quando um capacitor é percorrido por uma corrente elétrica alternada, oferece uma oposição à passagem da
mesma (imposta pelo campo elétrico), denominada reatância capacitiva. Essa reatância capacitiva é
inversamente proporcional à freqüência da corrente e ao valor da capacitância do capacitor, ou seja:

Xc = 1 / w C ou Xc = 1 / 2  f C (  )

A curva da reatância capacitiva, em função da freqüência, é mostrada na figura 6.

Figura 6 - Característica da Reatância Capacitiva.

Da curva da figura 6 conclui-se, que à medida que a frequência aumenta, a reatância capacitiva decresce até
atingir um valor praticamente nulo.

Aplicando-se uma tensão alternada aos terminais de um capacitor, como mostra a figura 7, surgirá uma
corrente alternada, pois o capacitor irá carregar-se e descarregar-se continuamente, em função da
característica dessa tensão.

Figura 7 - Circuito de Corrente Alternada (AC) com Capacitor.

Lembrando que quando o capacitor está descarregado (Vc = 0), a corrente é máxima e quando carregado
(Vc = Vmax), a corrente é nula, pode-se, em função disso, representar graficamente essa situação, conforme
mostra a figura 8.

Figura 8 - Característica da Tensão e da Corrente AC de um Capacitor.

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4 – Prática.
1 – Monte o circuito conforme a figura 9, com o capacitor descarregado.

Figura 9.

2 – Acione a chave S e o cronômetro simultaneamente. Determine e anote o instante em que cada tensão for
atingida, conforme a tabela 1. Após atingido o regime permanente, anote o valor esperado da corrente no
circuito (tabela 2).
Tabela 1.
V 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
t (s) R1C1

Tabela 2.
Icircuito R1C1

3 – Com o capacitor carregado, monte o circuito da figura 10.

Figura 10.

4 – Acione a chave S e o cronômetro, simultaneamente. Anote o instante em que cada tensão for atingida
conforme a tabela 3.

Tabela 3.
V 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
t (s) R1C1

5 – Com os dados obtidos construa as curvas de carga e descarga no mesmo gráfico.

5 – Questões.
5.1 – Calcule a tensão no capacitor decorridos 10 s para a situação de carga e 15 s para situação de descarga.
Compare estes valores com os obtidos graficamente para estes mesmos instantes, calculando os erros
percentuais.
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