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AGRADECIMENTOS
Ao MSc. Arthur Ribeiro Melão da Melão Engenharia, por toda atenção dedicada e
disponibilidade em ajudar e compartilhar conhecimentos.
Aos familiares, que colaboraram com constante estímulo e deram apoio e suporte
desde o início da especialização.
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
Rd Resistência de cálculo
Resistência característica
Sd Solicitação de cálculo
Fk Força característica
E Módulo de elasticidade
Inércia
L Distância
fb Resistência de bloco
t Espessura
Eficiência
e Coeficientes de ponderação
12
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 14
1.1. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS......................................................................... 14
1.1.1. Objetivos Gerais ......................................................................................................... 14
1.1.2. Objetivos Específicos ................................................................................................. 14
1.2. METODOLOGIA DE PESQUISA ..................................................................................... 15
2. REVISÃO TEÓRICA .................................................................................................................. 16
2.1. HISTÓRIA ............................................................................................................................ 16
2.2. COMPONENTES DA ALVENARIA ESTRUTURAL ...................................................... 17
2.3. ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS ................................................................... 19
2.4. PRINCIPAIS VANTAGENS E DESVANTAGENS ......................................................... 19
2.5. MODULAÇÃO ..................................................................................................................... 20
2.6. SISTEMAS ESTRUTURAIS ............................................................................................. 22
2.7. COMPORTAMENTO ESTRUTURAL .............................................................................. 23
2.7.1. Construções térreas ................................................................................................... 23
2.7.2. Construções de múltiplos andares........................................................................... 23
3. CRITÉRIOS DE PROJETO ...................................................................................................... 24
3.1. MÉTODOS DOS ESTADOS LIMITES ............................................................................ 24
3.2. COMPONENTES DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO ............................................ 24
3.2.1. Blocos ........................................................................................................................... 25
3.2.2. Argamassa................................................................................................................... 25
3.2.3. Graute........................................................................................................................... 26
3.2.4. Armadura ..................................................................................................................... 26
3.3. PARÂMETRO ELÁSTICO PARA ALVENARIA ............................................................. 26
3.4. ABERTURAS E DISTRIBUIÇÃO DE CARREGAMENTOS......................................... 27
4. FUNDAÇÕES .............................................................................................................................. 29
5. EFEITO ARCO ............................................................................................................................ 32
6. ESTUDOS ANTERIORES ........................................................................................................ 37
7. ESTUDO DE CASO ................................................................................................................... 38
7.1. PARÂMETROS CONSIDERADOS ................................................................................. 38
7.2. CARGAS .............................................................................................................................. 39
7.3. FERRAMENTAS................................................................................................................. 40
7.4. ANÁLISE DOS MODELOS ............................................................................................... 41
13
1. INTRODUÇÃO
Com os modelos apresentados, também foi possível realizar uma comparação com
a proposta apresentada por Barbosa no que se refere a tensões absorvidas pela
parede de alvenaria.
15
Este trabalho tem como objetivo, portanto, auxiliar em novos estudos capazes de
desenvolver cada vez mais a alvenaria estrutural.
Para realização deste trabalho foi primeiramente feito um estudo sobre a história da
alvenaria estrutural, bem como suas principais características. Por apresentar
grandes diferenças com outros sistemas estruturais presentes no mercado atual,
foram feitos um comparativo e uma análise econômica sobre esta técnica, indicando
quais os fatores que influenciam para a escolha do método construtivo a ser
realizado.
Foi então apresentado um estudo de caso com auxílio do software SAP2000, onde
foram realizados modelos de uma parede de alvenaria estrutural apoiada em uma
viga de concreto armado, a fim de expor e esclarecer toda teoria apresentada sobre
o efeito arco.
Assim, foi possível avaliar o comportamento do efeito arco nas paredes de alvenaria
com diferentes seções de vigas de apoio e a influência que as aberturas provocam
no desenvolvimento do traçado do arco.
16
2. REVISÃO TEÓRICA
2.1. HISTÓRIA
Figura 1- Coliseu.
17
No Brasil, o sistema construtivo é utilizado desde o século XVI com a chegada dos
portugueses, mas apenas na década de 1960 o termo “alvenaria resistente” foi
agregado a esta técnica. Já a alvenaria como conhecemos hoje, dimensionada
segundo um cálculo racional com a utilização de blocos estruturais, a chamada
“alvenaria estrutural”, teve seu início em 1966, em São Paulo. Hoje o sistema é visto
como uma alternativa econômica, eficiente e prática, que cada vez mais está sendo
utilizada na construção de edifícios.
Os fatores que vão determinar qual método construtivo é mais vantajoso são:
• Economia de fôrmas;
20
2.5. MODULAÇÃO
3. CRITÉRIOS DE PROJETO
Uma maneira de se conceituar segurança é pelo método dos estados limites. Esses
são definidos como estado limite último (ELU), estado que ao ser atingido, inviabilize
a sua utilização como estrutura; e o estado limite de serviço (ELS), relacionado às
exigências funcionais da estrutura, ou de sua durabilidade.
R −S ≥0
Sendo:
R
Rd= γ (Resistência de cálculo);
γ e γ = coeficientes de ponderação;
3.2.1. Blocos
f
η= f
Sendo:
fb = resistência de bloco.
3.2.2. Argamassa
Estudos mostram que sua espessura não pode ser muito fina para prevenir que,
caso existam falhas de execução, os blocos não entrem em contato um com o outro,
e para garantir a capacidade de acomodar as deformações da alvenaria; e nem tão
grossas, visto que isso atrapalharia o confinamento da argamassa. Sendo assim a
ABNT NBR 10837: 2011 prescreve uma espessura de junta horizontal entre blocos
de 1 cm, a menos que seja justificada a adoção de valores diferentes deste.
3.2.3. Graute
A ABNT NBR 10837: 2011 prescreve que, para elementos de alvenaria armada a
resistência à compressão característica deve ser no mínimo de 15 MPa.
3.2.4. Armadura
A norma ABNT NBR 10837: 2011, que será utilizada como base para o estudo de
caso deste trabalho, prescreve o uso de E= 800 fpk (sendo fpk resistência de prisma)
para módulo de deformação longitudinal, sendo seu valor máximo de 16 GPa para
alvenaria construída por blocos de concreto. E ressalta que para verificações de
Estado Limite de Serviço este valor seja reduzido em 40%, para aproximar o efeito
da fissuração da alvenaria.
27
Primas são elementos obtidos pela superposição de blocos unidos por argamassa. A
estimativa da resistência das paredes através do ensaio de primas é a adotada pela
ABNT NBR 10837: 2011, e, portanto, a que será utilizada neste trabalho.
f
η= f
Sendo:
η= “eficiência”;
Aberturas que apresentem como maior dimensão, uma dimensão menor que 1/6 do
menor valor entre a altura e o comprimento da parede na qual estão inseridas
poderão ser desconsideradas para efeitos de interação. Aberturas muito próximas
uma da outra, cuja menor distância entre as suas faces paralelas seja inferior ao
citado valor limite deverão ser consideradas como abertura única.
4. FUNDAÇÕES
Uma solução para alvenaria estrutural que pode ser utilizada também é a construção
mista sobre pilotis. Neste sistema, existem pilares em concreto chegando às
fundações, portanto seu comportamento é semelhante ao de uma construção de
concreto armado convencional.
30
Figura 10- Alvenaria estrutural sobre pilotis de concreto armado (BARBOSA, 2000).
Figura 11- Ensaio de espraiamento de cargas em estrutura bi-apoiada- (Andolfato, et. al. 2002).
Neste ensaio (figura 10), está sendo analisada uma estrutura com blocos de 14 cm
submetidas a uma carga de 200 kN/m.
Figura 12- Ensaio de espraiamento de cargas em estrutura de apoio contínuo (Andolfato, et. al.
2002).
Segundo alguns projetistas, o efeito arco é considerado para alvenarias cujo vão
entre os apoios rígidos é superior ao pé-direito da parede, fazendo com que as
regiões mais próximas aos apoios acumulem maiores tensões.
Uma maneira de minimizar o efeito arco na alvenaria seria utilizar fundações como
sapatas corridas e radier, que consigam dissipar o carregamento de maneira
uniformemente distribuída. No entanto, isso nem sempre é possível, pois esse tipo
de fundação requer uma resistência grande do solo onde será aplicado.
Quando não é possível projetar uma fundação superficial para a alvenaria estrutural,
é importante controlar a flecha nos elementos de concreto, afim de que não haja
patologias na alvenaria.
32
5. EFEITO ARCO
Isso mostra o principal conceito do chamado efeito arco, o de que as cargas ficam
aliviadas no centro da estrutura, e caminham para a região das extremidades.
O primeiro a discutir sobre o assunto foi Wood (1952), e depois foram propostos
modelos matemáticos simplificados que comprovassem o fenômeno por Stafford
Smith e Riddington (1973) e Davies e Ahmed (1977).
Wood (1952) ainda propôs regras empíricas para determinar momentos fletores e
calcular a viga suporte. Segundo ele, os cálculos dos momentos fletores nessa viga
poderiam ser reduzidos a PL/100 para paredes sem aberturas próximas aos apoios,
e PL/50 para paredes com aberturas próximas aos apoios.
33
• A razão entre altura e comprimento da parede deve ser maior que 0,6;
• As aberturas localizadas nas paredes não devem coincidir com o traçado do
arco imaginário;
• A tensão majorada do arco não deve ser maior que a capacidade resistente à
compressão da alvenaria;
O traçado do arco imaginário é definido entre 0,25L e 0,6L, com o centro desse raio
passando pelo centro da viga de vão L.
Através das figuras abaixo, nota-se que a consideração do efeito arco no cálculo de
alvenarias estruturais reduz o memento fletor; gera tração axial na viga; e concentra
a tensão na região dos apoios.
34
Sendo:
t Espessura da parede;
Este conceito foi utilizado também por Davies e Ahmed (1977), que substituíram a
distância L pela altura da parede H, criando o parâmetro de rigidez R:
Outro fator que influencia no efeito arco é a altura da parede. Ao contrário do que se
intui, o “arco” formado pelas tensões não é proporcional a altura da parede. Silva
(2005) diz que a partir de uma certa altura o arco apresenta uma configuração
praticamente constante.
Segundo Wood (1952), o efeito arco se inicia a partir de uma relação entre altura da
parede e comprimento da viga maior ou igual a 0,6, e para relações menores que
este fator, o aumento das tensões de cisalhamento entre viga e parede poderiam
provocar a ruptura do material. Riddington e Sttaford Smith (1977) afirmam ainda
que para relações maiores que 0,7, a porção de parede situada acima de 0,7L não
influencia na formação do arco, é apenas um acréscimo de carga (ver figura 17).
6. ESTUDOS ANTERIORES
Silva (2005) desenvolveu o aplicativo GMPAE que gera uma rede de elementos
finitos de um pavimento de alvenaria apoiado em vigas de suporte, considerando
inclusive as aberturas das paredes (janelas e portas), com o uso do efeito arco. Silva
(2005) também apresentou modelos comparativos entre paredes apoiadas em
grelhas de vigas de concreto armado, considerando e não considerando o efeito
arco. Demonstrou, assim, o potencial econômico de se considerar o efeito arco,
principalmente no que se refere na diminuição dos momentos fletores nas vigas.
38
7. ESTUDO DE CASO
Para modelar as paredes apresentadas aqui, será utilizado bloco de concreto não
armado, com as seguintes características:
A ABNT NBR 10837: 2011 prevê que a esbeltez das paredes não armadas não deve
exceder 24. Portanto, λ=Hef/tef= 280/14= 20 < 24 → ok!
7.2. CARGAS
Laje:
Cargas sobre a viga de apoio (cargas aplicadas no modelo da viga isolada, sem a
presença da parede de alvenaria):
./012
• Q= 322
= 7,20 kN (extremidades: 3,60 kN)
40
45.,37859012
G= = 25,42 kN (extremidades: 12,71 kN)
322
•
5.,3012
o G1 = = 8,62 kN (extremidades: 4,31 kN)
322
85012
o G2 = 322
= 16,80 kN (extremidades: 8,40 kN)
Figura 18- Exemplo de carregamento inserido (G) no SAP, exemplificando "extremidades" e "centro"
com cargas sobre a parede de alvenaria.
7.3. FERRAMENTAS
Foi realizada uma análise linear das estruturas, com um modelo simplificado no qual
não foram considerados pórticos.
A viga no modelo está biapoiada, e seus apoios foram simulados nos nós das
extremidades. Cabe ressaltar que, caso fossem consideradas as dimensões dos
apoios, os resultados obtidos seriam diferentes.
41
TU;
.
Q R1 S X Y
40WU;
2,8 .
Q Z1 [ _ ` 0,875
40 ∙ 0,14
NO=
Nh= 12fgC
0,8
NO= 9,6 fgC
6,72 ∙ Q
Ni 2,94 fgC
:P
Cálculo da tensão solicitante:
36 49,28 + 84
jklm 1,4 ∙ ( ) + 1,4 ∙ ( )
0,14 0,14
d<
jklm 1693 1,69 fgC
e1
Como fd> jklm , o bloco resiste à tensão solicitante que atua na parede.
Segundo Barbosa (2000), a tensão máxima pode ser estimada por meio das
equações apresentadas na figura 19.
tg
jPás (vwxCçã{ 5.1)
0,75. u. WO
43
Sendo,
vO . WO . u.
|
'
t
vm . }m
Com:
L= largura o vão;
CASO 1
A jPás é elevada, pois como será observado mais adiante, a tensão na parede de
alvenaria aumenta muito com a consideração do efeito arco.
44
Foi realizado um modelo com a viga isolada (30x40), sem a presença da parede de
alvenaria, ver Figura 20.
Figura 20- Modelo da viga recebendo as mesmas cargas, sem auxílio da alvenaria.
Figura 21- Tensão na viga sem considerar o efeito arco= 23,8 MPa
45
Verificação da flecha limite para uma viga biapoiada com carregamento distribuído,
para validação do modelo:
5BJ 5 5 ∙ 172,28 ∙ 35
N = = 4,21. 10~. e = 4,21ee
384v}eq 384 ∙ 27 ∙ 10/ ∙ 1,6 ∙ 10~.
Legenda:
Figura 22- Modelo de parede de alvenaria com viga de apoio de concreto com dimensão de 30x40.
46
J 300
= = 0,6 ‚e {x 10ee > 0,6 ee → {d!
500 500
47
Figura 25- Valor da tensão máxima em x para a viga de concreto= 4,6 MPa.
48
Nota-se, neste primeiro exemplo, que a distribuição das tensões forma claramente
um “arco”, que caminha diretamente em direção aos apoios.
Ainda com relação a este modelo, nota-se que o valor obtido na figura 27 para a
parede de alvenaria (5,7MPa), é inferior ao valor jPás proposto por Barbosa, no
entanto é superior ao fd, tensão resistente da parede. Isso significa que, o valor da
tensão é acentuado pelo efeito arco, e esta parede não passa com a consideração
deste efeito.
Figura 29- Deformada da parede com abertura de janela em viga de apoio de 30x40.
Cabe ressaltar que a abertura da janela, por se tratar de uma abertura de pequena
dimensão e localizada no centro da parede de alvenaria, não alterou praticamente o
resultado do deslocamento e de suas tensões, que existiam sem a sua presença.
Pelo contrário, suas tensões se espalharam a fim de passarem por cima da abertura,
sem influenciar nos resultados.
Seguidamente, foi estudada a parede com a presença de uma porta com dimensões
de 100x210 cm.
Figura 35- Deformada da parede com presença de porta em viga de apoio 30x40.
Vale comentar que a região acima da porta (verde mais escuro da figura 37), possui
tensões maiores, como se esta região se comportasse como uma viga.
No caso desta porta, sua tensão máxima também deu maior que a tensão resistente
e que a tensão máxima de efeito arco, o que significa dizer que existe um acúmulo
de cargas nessa área, que deve ser estudado para o seu dimensionamento.
Não será objeto de estudo deste trabalho, mas cabe ressaltar que existe uma tensão
cisalhante alta e tração na interface da parede com a viga para essa situação.
Apenas para análise comparativa, foi realizado um modelo desta parede com a porta
no centro, apresentando os seguintes resultados:
57
Figura 41- Deformada da parede com presença de porta no centro em viga de apoio 30x40.
CASO 2
Foram realizados os mesmos cálculos agora com a viga (30x60):
tg
jPás 4vwxCçã{ 5.19
0,75. u. WO
Sendo,
' v . W . u.
t=|
O O
vm . }m
Temos:
Nota-se que o valor da tensão máxima teórica para a seção de 30x60 é menor que o
da 30x40, pois quanto maior a rigidez da viga, menor será o efeito arco. No entanto,
ainda assim este valor é superior ao da tensão resistente da parede fd (2,94 MPa).
Figura 46- Modelo da viga recebendo as mesmas cargas, sem auxílio da alvenaria.
Figura 47- Tensão na viga sem considerar o efeito arco= 10,6 MPa
62
Cálculo da flecha limite para uma viga biapoiada com carregamento distribuído, para
validação do modelo:
5BJ 5 5 ∙ 173,78 ∙ 35
N= = = 1,26. 10~. e = 1,26ee
384v} 384 ∙ 27 ∙ 10/ ∙ 5,4 ∙ 10~.
Figura 48- Modelo de parede de alvenaria com viga de apoio de concreto com dimensão
de 30x60.
63
Cabe ainda observar que neste caso, a tensão máxima na alvenaria observada na
figura 53 (3,7 MPa) ainda é maior que a resistente da parede fd (2,94 MPa), mas
está mais próxima desta. Isso indica a importância da inércia da viga de transição na
análise do efeito arco.
66
Figura 55- Deformada da parede com abertura de janela em viga de apoio de 30x60.
Figura 61- Deformada da parede com presença de porta em viga de apoio 30x60.
71
No caso da porta, a viga de 30x60 também não foi capaz de aliviar as tensões a
ponto de a tensão resistente da parede fd (2,94 MPa) ser superior a indicada na
figura 65.
Vale observar que, embora a tensão gerada pelo modelo da parede com a porta
ainda seja maior que a tensão máxima teórica do efeito arco, ela está mais próxima
desse valor com uma viga de maior rigidez.
Observações importantes:
jPás
TENSÕES ATUANTES NA PAREDE DE ALVENARIA
Dimensão DESLOCAMENTO
Situação da parede fd (tensão resistente … Tensões do
da viga (Tensão (mm)
calculada) (MPa) modelo (MPa)
calculada) (MPa)
Sem aberturas 5,7 0,6
30x40 Janela 2,94 8,2 5,7 0,6
Porta próxima ao apoio 10,1 1,5
Sem aberturas 3,7 0,5
30x60 Janela 2,94 6,1 3,8 0,4
Porta próxima ao apoio 6,9 0,8
Considerações:
8. CONCLUSÃO
O efeito arco parte do princípio de não considerar a alvenaria apenas como carga no
cálculo da viga de apoio de concreto, e sim considerar sua resistência e rigidez, pois
a parede é capaz de aliviar muito as tensões e deslocamentos nesta viga.
O estudo de caso realizado neste trabalho mostra que o efeito arco existe sempre na
parede de alvenaria apoiada sobre uma viga de concreto, mesmo que haja
aberturas.
Com o exposto no capítulo 7, fica elucidado que quanto maior a rigidez da viga de
apoio, menor será o efeito arco. Tanto no caso da viga de 30x40 quanto na de
30x60, e a alvenaria com bloco de resistência de 12MPa, a parede não resiste às
cargas propostas, devendo então ser adotado um bloco com maior resistência.
Outra solução seria o grauteamento, que se realizado 100%, é capaz de aumentar a
resistência da alvenaria em até 70%.
No caso das paredes com portas, os valores ficam bem mais elevados. No entanto,
essa porta localizada próxima ao apoio se trata de um caso hipotético, e em uma
situação real seria preferível e usual não ter um trecho tão pequeno de parede
confinado. E ainda, a tensão do trecho confinado se dissiparia com outras paredes
nas quais estivessem ligadas.
Ainda analisando o estudo de caso, pode se observar que, ao deslocar a porta para
o centro da parede, assim como no caso das aberturas das janelas, os valores das
tensões ficam praticamente idênticos aos da parede sem a sua presença, e suas
tensões caminham claramente em formato de arco para os apoios.
Este trabalho buscou estudar o comportamento da ação conjunta entre paredes de
alvenaria estrutural e vigas de concreto. Para isso, o estudo apresentado por
BARBOSA (2000) foi de suma importância para efeito comparativo e, de acordo com
os resultados aqui apresentados, trata-se de uma proposta empírica e deve ser
avaliada mais profundamente para sua aplicação.
Para pesquisas futuras, sugere-se que sejam feitos novos estudos como, por
exemplo, a consideração das dimensões do apoio no modelo, que acabam por
influenciar nos resultados. Além da simulação de modelos mais completos e análise
da tensão cisalhante.
É interessante que este estudo tenha continuidade, e que sejam estudados
parâmetros que revelem cada vez mais a eficiência do efeito arco e que facilitem o
seu emprego no mercado.
76
9. REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas (1980) NBR6120- Cargas para cálculo de estruturas de
edificações. Rio de Janeiro.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (2007) NBR6136- Blocos vazados de concreto simples para
alvenaria- Requisitos. Rio de Janeiro.
BORGES, L. F. (2012) Estudo de caso sobre fundações para edifícios em alvenaria estrutural. 86p.
Trabalho de conclusão de curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos,
2012.
HASELTINE, B. A.; MOORE, J. F. A. (1981) Handbook to BS-5628: structural use of masonry. Part 1:
Unreinforced masonry. The Brick Development Association.
PARSEKIAN, G. A. (2012) Apostila do curso 121088- Alvenaria Estrutural. 135p. Apostila do curso de
alvenaria estrutural, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2012.
RAMALHO, M. A.; CORRÊA, M. R. S. Projeto de edifícios de alvenaria estrutural. São Paulo: Editora
Pini Ltda, 2007. 174p.
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