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FACULDADE ASSIS GURGACZ

CAIO SCALCCO
CARLOS EDUARDO QUEIROZ
EDNEI FRANCISCO DOS SANTOS
DAIANE ALVES
FELIPE SOARES
ISABELA VICTOR
LUAN TAGUTI ALMEIDA

DIABETES MELITO

CASCAVEL
2015
CAIO SCALCCO
CARLOS EDUARDO QUEIROZ
EDNEI FRANCISCO DOS SANTOS
DAIANE ALVES
FELIPE SOARES
ISABELA VICTOR
LUAN TAGUTI ALMEIDA

DIABETES MELITO

Trabalho apresentado à disciplina de


Metodologia Científica como requisito
parcial para obtenção da aprovação
semestral no Curso de Nutrição da
Faculdade Assis Gurgacz.

Professor da Disciplina: Prof. Dr.


Everton Paulo Roman

CASCAVEL
2015
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1______________________________________________________________ 5
1.1 ASSUNTO/TEMA_______________________________________________________ 5
1.2 JUSTIFICATIVA________________________________________________________ 5
1.3 FORMULAÇÃO DOPROBLEMA__________________________________________ 5
1.4 OBJETIVOS DA PESQUISA_______________________________________________5
1.4.1 OBJETIVOS GERAIS___________________________________________________5
1.4.2OBJETIVOS ESPECÍFICOS ____________________________________________ 6
CAPÍTULO 2 ______________________________________________________________6

2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA____________________________________________6

2.1.1 DIABETES MELITO ___________________________________________________6


2.1.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO DIABETES MELITO______________________7

2.2 EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA DO DIABETES MELITO TIPO 2______________8

2.2.1) Epidemiologia do Diabetes Melito tipo 2____________________________________8

2.2.2 Etiologia do Diabetes Melito tipo 2 e suas complicações_________________________9


2.3 REDUÇÃO DO RISCO DE DIABETES MELITO TIPO 2 ______________________11
2.4 EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA DO DIABETES MELITO TIPO1______________12
2.5 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS DO DIABETES MELITO RELACIONADAS AO
ESTILO DE VIDA__________________________________________________________13
2.5.1 Equilíbrio energético e peso corporal_______________________________________15
2.5.2 Proteína______________________________________________________________16
2.5.3 Gordura da dieta_______________________________________________________16
2.5.4 Carboidratos __________________________________________________________16

2.5.5) Fibras da dieta e índice glicêmico_________________________________________16


2.5.6 sacarose e outros açucares________________________________________________17

2.5.7 Nutrientes antioxidantes, vitaminas, minerais e oligoelementos __________________17

2.5.8 etanol _______________________________________________________________17

2.5.9 alimentos para diabéticos, alimentos funcionais e suplementos___________________17


2.6 FAMÍLIA E COMUNIDADE _____________________________________________18

2.7 SÍNDROME METABÓLICA______________________________________________18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS___________________________________________18
CAPÍTULO 1

1.1 ASSUNTO / TEMA

O Assunto do referido trabalho é sobre o Diabetes Melito, profilaxia e tratamento.


O tema abordará o Diabetes e as melhores formas de tratar e conviver com a doença para
longevidade e qualidade de vida.

1.2 JUSTIFICATIVA

Justificativa – Demonstrar a importância que a nutrição e a prática de atividades


físicas tem pra melhora da qualidade de vida do diabético, dando orientação para que
diabético e família possam harmoniosamente conviver com a doença. A pesquisa tem
como objetivo elucidar quaisquer pontos obscuros sobre o tratamento e a melhor
forma de conviver com o diabetes com qualidade de vida, tendo em vista que a
maioria da população nem sequer saber ser portadora do diabetes.

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Formulação do problema de pesquisa: a dieta aliada a exercícios físicos traz melhoras


significativas para a vida do diabético aumentando a longevidade e a qualidade de vida
sem que a doença seja um problema familiar e social?

1.4 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.4.1 Objetivo Geral

Objetivo do presente trabalho é propor uma visão dietética e nutricional aliada a


prática de atividades físicas, para que família e diabético possam desfrutar dos
benefícios de tal acompanhamento tendo em vista que a mudança no estilo de vida
reduz os riscos inerentes do diabetes, tais como, doença arterial coronariana.
1.4.2 Objetivos Específicos

Demonstrar os problemas secundários acarretados pelo Diabetes e os passos que


devem ser tomados para que a doença não seja uma preocupação rotineira, e sim um
simples cuidado, um simples problema como outro qualquer.

CAPÍTULO 2

2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1.1 DIABETES MELITO:

O Diabetes melito não é uma doença nova, já foi diagnosticada a cerca de 3.000 anos,
e tem como condição clínica associada a perda de glicose pela urina. O tratamento era
exclusivamente feito pela dieta, até a descoberta da insulina na década de 1920. Sendo, então,
retirado parte, as vezes até eliminado, os açucares e outros carboidratos da dieta.
A expressão “diabetes melito” se refere a condições de níveis sanguíneos elevados de
glicose (hiperglicemia), que é deficiência relativa ou absoluta de insulina. O diabetes se divide
em dois grupos, antigamente chamado diabetes melito insulino-dependente (DMID), hoje
conhecido com diabetes melito tipo 1 (DMT1), e o diabetes melito não–insulinodependente
(DMNID), hoje chamado diabetes melito tipo 2 (DMT2), (MANN e TRUSWELL 2009). No
primeiro caso o DMT1, causa a destruição da células β das ilhotas pancreáticas responsáveis
pela produção de insulina, nesse caso caracteriza-se pela deficiência absoluta, e é um processo
auto-imunológico, sendo que o tratamento é feito com insulina exógena. No segundo caso o
DMT2, a anormalidade consiste na resistência à ação da insulina, deficiência relativa, o que
pode aumentar o níveis de insulina pelas células β, tendo em vista a tentativa de vencer essa
resistência. Em alguns casos de DMT2, as células β apresentam uma certo grau de falência. O
“comprometimento da tolerância à glicose” (CTG), (MANN e TRUSWELL 2009) alguns
autores preferem usar o termo, “tolerância a glicose diminuída”, (TGD), (MAHAN, STUMP e
RAYMOND, 2012) o “comprometimento da glicemia de jejum” (CGJ), também chamada,
por alguns autores, “glicemia de jejum alterada” (GJA) e o diabetes gestacional podem
representar os estágios iniciais da DMT2. A hiperglicemia resulta em glicosúria (glicose na
urina) quando o limiar renal da glicose é ultrapassado. Essas são manifestações clinicas
clássicas do Diabetes melito: poliúria (eliminação de grandes volumes de urina), polidipsia
(sede aumentada), borramento visual, aumento da suscetibilidade de infecções e perda
ponderal involuntária. De modo geral o tratamento consiste na “MODIFICAÇÃO NO
ESTILO DE VIDA”, associadas ou não a agentes hipoglicemiantes orais, para pacientes de
DMT2 não costuma-se prescrever insulina.

2.1.2) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO DIABETES MELITO:

O DMT1, sempre se acompanha de manifestações de hiperglicemia, ocasionando


perda ponderal substancial e não intencional, se não for tratado, a ausência de insulina
acarretará graves transtornos metabólicos (cetoacidose, que leva ao coma ou até mesmo à
óbito), o diagnóstico não é difícil pois os níveis de glicose estão elevados. Nos casos de
DMT2, as manifestações clínicas são menos graves e não ocorre cetoacidose. O CTG, CGJ e
o diabetes gestacional são chamados de pré-diabetes, e 50% dos casos de DMT2 não
apresentam manifestações clínicas. O diagnóstico é feito de uma amostra de sangue venoso,
(ver tabela 1), (MANN e TRUSWELL 2009)pode ser feito, também um teste de tolerância à
Glicose.

Tabela 1 – níveis plasmáticos de sangue para diagnostico de diabetes melito e, CTG e CGJ.
Glicemia de Jejum (mmol/l) 2 h após ingestão de 75 gr de glicose (mmol/l)

Diabetes melito >7,0 >11,0

CTG <6,0 7,8 a 11,0

CGJ 6,0 a 7,0 <7,8

Tolerância normal à Glicose <6,0 <7,8

Os dois tipos de diabetes podem estar associados à hipertensão arterial e uma gama de
transtornos metabólicos, os quais, junto da hiperglicemia, acabam justificando as
complicações do Diabetes Melito, responsáveis por grande parte de mortes prematuras e
problemas de saúde associado. Complicações essas, que atingem o sistema arterial e nervoso;
a retinopatia diabética, causando até a cegueira, a nefropatia diabética, que resulta em
insuficiência renal, ulcerações nos pés, causando gangrena, várias condições neurológicas
diferentes e a doença cardiovascular, DCV (MAHAN, STUMP e RAYMOND, 2012), alguns
autores a chamam doença arterial coronariana, DAC (MANN e TRUSWELL 2009), e o
acidente vascular cerebral (AVC) ou acidente vascular encefálico (AVE). Importante salientar
que ambos os sexos apresentam taxas de DAC semelhantes, o que não ocorre na população
em geral, onde as mulheres apresentam taxas inferiores aos homens.

2.2) EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA DO DIABETES MELITO TIPO 2.

2.2.1) Epidemiologia do Diabetes Melito tipo 2.

O DMT2 é muitíssimo mais frequente do que o DMT1.


Como houveram muitas mudanças nas metodologias e tecnologia de equipamentos
para o diagnóstico do Diabetes Melito, fatores esse que são determinantes, obviamente
importantes das taxas de prevalência o que justifica a vasta existência de casos assintomáticos
que só poderão ser diagnosticados quando surgirem complicações, apesar disso, não há
sombra de dúvidas sobre o grande aumento da prevalência em todo o planeta, por 2 motivos
preponderantes: o envelhecimento da população (o DMT2 comprovadamente aumenta com o
envelhecimento) e em segundo lugar o aumento da prevalência em novas faixas etárias, ligado
ao consumo de alimentos altamente calóricos, ricos em gorduras e açucares e ao
sedentarismo.
Já foi previsto que até o ano de 2030 existirão, provavelmente 350 milhões de adultos
diabéticos em todo o planeta (a maioria de DMT2), assim sendo, essa condição pode ser
considerada uma das principais doenças epidêmicas do século XXI.
2.2.2) Etiologia do Diabetes Melito tipo 2 e suas complicações.

Embora se credencie a grande causador do Diabetes, devido aos níveis sanguíneos


elevados de glicose e a “urina açucarada”, o açúcar de mesa, embora, tenha lá sua
participação, não é causador principal do Diabetes Melito. Há uma forte e notável evidência
que foi constatada por estudos prospectivos, entre o risco de uma pessoa desenvolver DMT2 e
o aumento da obesidade. Além disso, é evidente a existência de um componente genético
dessa condição clínica, o risco é maior quando um ou mais familiares são diabéticos. Parece,
portanto, com essas constatações, que os fatores genéticos e o estilo de vida se combinam e
favorecem a ocorrência do Diabetes Melito.
Diante de tantas tentativas de elucidar os motivos por trás do Diabetes Melito, (fatores
genéticos, estilo de vida), houve também a tentativa de implicar alimentos ou nutrientes
específicos como agentes etiológicos do DMT2, contudo pouco se comprovou, é provável que
a combinação (ingestão excessiva de alimentos energeticamente densos; ingestão
relativamente baixa de vegetais, frutas e cereais pouco processados com estrutura celular
íntegra; e atividade física inadequada) contribuam para a etiologia do Diabetes.
Estudos feitos por profissionais de saúde dos EUA, sugeriu que dietas com carga
glicêmica elevada e baixo teor de fibras aumentaria o risco de DMT2. Fatores provavelmente
ligados ao risco de desenvolver DMT2 estão relacionados na tabela 2, (ver tabela 2), (MANN
e TRUSWELL 2009).
Várias complicações do Diabetes Melito (p.ex., retinopatia, nefropatia e neuropatia)
parecem ser o resultado de hiperglicemia e de outras consequências metabólicas do Diabetes
Melito e da hipertensão arterial.
A Dieta participa na prevenção e, também, no tratamento do Diabetes Melito e da
hipertensão arterial, principalmente por que ajuda a controlar a glicemia e a reduzir os níveis
de pressão arterial. A doença cardiovascular, que é responsável pelo maior número de mortes
e enfermidades não fatais de pessoas com DMT2, parece estar ainda mais correlacionada aos
fatores dietéticos. Aparentemente, existem alguns fatores de risco da doença arterial
coronariana (DAC) mais importantes nos diabéticos do que na população em geral, (ver
tabela 2.1), (MANN e TRUSWELL 2009).
Tabela 2 – Evidências sobre os fatores de estilo de vida e o risco de desenvolver DMT2.
Evidencias Redução do risco Aumento do risco

Convincentes Perda ponderal voluntaria em pessoas com Sobrepeso e obesidade


sobrepeso e obesas; Obesidade abdominal
Atividades físicas Inatividade física
Diabetes melito maternoᵃ

Prováveis Ingestão de polissacarídeos não amiláceos (PNA) Ingestão de gorduras


saturadas;
Retardo do crescimento
intrauterino;

Possíveis Ingestão de ácidos graxos ω-3; Ingestão de gordura total e


Ingestão de alimentos com baixo índice de ácidos graxos trans.
glicêmico;
Aleitamento materno exclusivoᵇ.

Insuficientes Ingestão de: Vitamina E; Consumo excessivo de


Ingestão de: cromo; bebidas alcoólicas.
Ingestão de: magnésio;
(consumo moderado de bebidas alcoólicas)

ᵃ Inclui o Diabetes gestacional;


ᵇ Como recomendação global de saúde pública, os lactentes devem receber apenas leite
materno durante os 6 primeiros meses de vida, de modo a atingir crescimento,
desenvolvimento e saúde
Fonte: WHO (2003) Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases. WHO Tecnical
Report Series 916.
Tabela 2.1 – Fatores de risco para (DAC) em pessoas com DMT2
Fatores de risco que podem ser de relevância especial para DMT2 Fatores de risco geral de DAC que também são relevantes para DMT2

↑ triglicerídeos e das lipoproteínas de


densidade muito baixa;

↑ partículas densas e pequenas de


lipoproteínas de baixa densidade;

↓ lipoproteínas de alta densidade; Hipertensão arterial;

↑ oxidação das lipoproteínas de baixa Tabagismo;


intensidade;

↑ Agregação Plaquetária; Obesidade, sobretudo quando for de


distribuição central;

↑ Inibidor do ativador Plasminogênio; Inatividade física;

↑ Moléculas pro-insulina-símiles;

Microalbuminúria;

↑ = aumentado; ↓ = diminuído

2.3) REDUÇÃO DO RISCO DE DIABETES MELITO TIPO 2.

Embora ainda não tenham sido totalmente elucidados os mecanismos precisos por
meio dos quais os genes e os estilos de vida interagem com a DMT2, a modificação do estilo
de vida poderia ajudar a prevenir, ou, pelo menos, retardar o aparecimento da DMT2 em
indivíduos pré dispostos. Ensaios controlados confirmaram que esse é o caso. As ações
intervencionistas (ver tabela 3), (MANN e TRUSWELL 2009), resultaram em redução de
aproximadamente 60% das taxas de evolução de CTG para DMT2 durante um período de
acompanhamento de 4 anos de estudos. O que é interessante salientar, é que uma margem
pequena de indivíduos que realizaram pelo menos 4 das 5 intervenções alvo evolui de CTG
para DMT2. Constatou-se que intervenções semelhantes no estilo de vida que aumentam a
sensibilidade à insulina antes do desenvolvimento do CTG ou do Diabetes Melito. Além
disso, o aconselhamento à população para aumentar a pratica de atividade física e adotar
ingestões dietéticas apropriadas para reduzir o sobrepeso e a obesidade é fundamental para a
prevenção primária e redução das proporções epidêmicas da doença.

Tabela 3 – modificações no estilo de vida sugeridas para o grupo de intervenção.


- Perda ponderal de 5 a 7% do peso corporal inicial ou de 5 a 10 kg, depende do grau de
obesidade.
- Reduzir o consumo de gordura saturada e de gordura total por meio de encorajamento da
ingestão de laticínios e de carne com baixos teores de gordura.
- Dar preferência a margarinas com ácidos graxos insaturados e a óleos vegetais ricos em
ácidos graxos monoinsaturados.
- Aumentar a ingestão de grãos integrais, legumes, verduras e frutas.

- Praticar a atividade física, com exercícios pelo menos de intensidade moderada durante um
período mínimo de 30 minutos todos os dias.

2.4) EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA DO DIABETES MELITO TIPO1.

Como exemplo da DMT2 a DMT1 teve um aumento considerado e significativo no


número de casos, e não é só isso, o aumento se deu também em crianças com menos de 10
anos de idade, na Noruega, por exemplo. Embora a incidência de DMT1 seja menor que a
DMT2 o aumento é comparável e, em alguns países, até maior, a frequência não é paralela à
DMT2 e ainda não se tem uma explicação bem definida para a variação dessa incidência.
Na DMT1 os fatores genéticos são importantes. Porém apenas 10% da pessoas tem
histórico familiar conhecido de Diabetes. Não é sabido o que deflagra o processo auto
imunológico que destrói as células β das ilhotas pancreáticas, vários fatores já foram
sugeridos, como no DMT2, porém o mais fortemente aceito está relacionado à ingestão
precoce, e também, pelo lactente, de leite de vaca, embora ainda precise ser determinado o
quão prejudicial é ele. Diante disso, uma coisa é clara, a importância da nutrição do lactente.
Tal qual a DMT2, muitas das complicações do DMT1 estão associadas ao controle
metabólico insatisfatório.

2.5) ABORDAGENS TERAPÊUTICAS DO DIABETES MELITO RELACIONADAS AO


ESTILO DE VIDA.
Todos, com DMT1 precisam de tratamento com insulina, para essas a orientação
nutricional e o estilo de vida, são para evitar as flutuações de curta duração dos níveis
sanguíneos de glicose, e, principalmente, para reduzir o risco de hipoglicemia por meio da
insulina exógena e os alimentos à base de carboidratos e a atividade física. A dieta tem papel
fundamental para atenuar o risco de complicações posteriores por meio do controle ótimo da
glicemia e manutenção de níveis satisfatórios da pressão arterial, dos lipídeos sanguíneos e de
outros fatores de risco influenciados pela dieta, assim como é essencial no tratamento da
DMT2, que se devidamente implementada apresenta melhoras significativas diante das
anormalidades metabólicas de modo que nem sequer faça necessário o uso de agentes
hipoglicemiantes e insulina, mesmo quando o tratamento farmacológico se faça necessário,
reduz também os riscos das DAC’s. Esses princípios dietéticos para indivíduos de DMT1 e
DMT2, são semelhantes aos da população, o que significa que os diabéticos não consumam
refeições diferentes do restante da família. As recomendações dietéticas para os diabéticos já
foram estabelecidas na maioria dos países, as mais citadas e conhecidas são as da American
Diabetes Association (ADA) e do Nutrition Study Group da European Association for the
Study of Diabetes (EASD), sendo diretrizes muito parecidas (ver tabela 4), (MANN e
TRUSWELL 2009), sendo recomendações que provêm de ensaios clínicos, os quais as
manipulações dietéticas comprovadamente melhoram o controle glicêmico e/ou reduziram o
nível dos fatores de risco, e, também, são recomendações menos rígidas do que no passado, e
o diabético tem uma acentuada melhora nas relações pessoais e sociais visando o bem estar do
paciente. Hoje há uma relação na “contagem de carboidratos” para equiparar à insulina
injetada para a melhora do controle glicêmico do Diabetes, sendo uma dieta mais flexível pois
permite a modificação das doses de insulina de acordo com a ingestão de carboidratos,
antigamente as porções de carboidratos eram fixas para que, esse, se equiparasse as doses de
insulina injetada.
Tabela 4 – Aspectos importantes das atuais recomendações de dieta e estilo de vida dos
diabéticos.
Energia dietética e peso corporal; Atingir e/ou manter o IMC, de 18,5 a 25;
A dieta e a pratica de exercícios físicos são muito importantes;

Gordura da dieta; Ácidos graxos saturados + ácidos graxos insaturados


trans:<10% da energia total, <8% se os níveis de lipoproteínas
de baixa densidade estiverem aumentados;
Ácidos graxos poli-insaturados:<10% da energia total;
Ácidos graxos monoinsaturados:<10 a 20% da energia total;
Gordura total:<35% da energia total (se a pessoa estiver com
sobrepeso <30%);
Ingestão de peixes gordurosos, óleos de soja e canola, frutos
oleaginosos e vegetais folhosos verde-escuros para fornecer
ácidos graxos ω-3;
Colesterol <300g/dia.

Carboidratos; Carboidratos totais: 45 a 60% da energia total, de acordo com


as características metabólicas;
Vegetais, frutas, legumes e alimentos derivados de cereais.

Fibras da dieta e índice glicêmico; Idealmente, a ingestão de fibras deve ser superior a 40g/dia (ou
20g/1.000 kcal/dia), sendo metade das fibras solúveis (cotas
menores também são benéficas);
Cinco porções diárias de vegetais ricos em fibras e frutas e
quatro ou mais porções semanais de legumes ajudam a atender
as necessidades mínimas;
Os alimentos à base de cereais devem ser integrais e ricos em
fibras;
Os alimentos ricos em carboidratos e com índice glicêmico
baixo são opções adequadas, desde que os outros atributos
sejam apropriados.

Sacarose e outros açúcares; Se for desejável e os níveis sanguíneos de glicose forem


satisfatórios açucares livres podem ser incorporados à dieta,
em uma cota diária de até 50g;
O total dos açucares livres não deve exceder 10% da energia
total (menos, se os diabéticos estiverem com sobrepeso).

Proteína e doença renal; A ingestão de proteína total deve ser mantida na extremidade
inferior da faixa normal (0,8g/kg/dia) para pacientes de DMT1
e que apresentam nefropatia estabelecida;
Para todos ou outros pacientes, a proteína deve representar 10 a
20%da energia total.
Vitaminas, nutrientes oxidantes, Aumentar a ingestão de alimentos ricos em Tocoferóis,
minerais e oligoelementos; carotenóides, vitamina C e flavonóides, oligoelementos e
outras vitaminas;
Frutas, vegetais, grãos integrais em vez de consumir
suplementos recomendados;
Restringir o consumo de sal a menos de 6g/dia.

Etanol; O consumo diário de até 10g para as mulheres e 20g para os


homens é aceitável para a maioria dos diabéticos que optam
por se etilistas;
Precauções especiais devem ser aplicadas quando os diabéticos
são usuários de insulina ou sulfoniluréias, apresentam
sobrepeso e hipertrigliceridemia.

Alimentos “especiais para O consumo de bebidas não alcoólicas com adoçantes não
diabéticos”, alimentos funcionais nutritivos é uma medida útil;
e suplementos; O consumo de outros alimentos “especiais” não é encorajado;
Não existe benefício especial no consumo de frutose e de
outros adoçantes nutritivos “especiais” em comparação com a
sacarose.

Família; A maioria das recomendações é adequada para toda a família.


Fonte: dados obtidos a partir das recomendações de 2004 do Nutrition Study Group da European
Association for the Study of Diabetes (EASD). Mann et al. (2004)

2.5.1) Equilíbrio energético e peso corporal.

A orientação dada ao indivíduo com sobrepeso (IMC>25kg/m²) é que a ingestão de


calorias deve ser diminuída e o gasto calórico/energético aumentado, de modo que o IMC se
mova para perto do recomendado (18,5 a 25kg/m²), sempre prevenindo novo ganho de peso.
Para diabéticos com sobrepeso ou obesidade, a simples, mas muitas vezes difícil, redução do
consumo de alimentos densamente energéticos (ricos em gorduras e açucares livres) é
suficiente para a perda de peso e a prescrição de necessidades energéticas precisas só se faz
importante caso não se atinja o objetivo estipulado. Até mesmo a redução modesta de peso
melhora a sensibilidade à insulina, o controle glicêmico, os níveis sanguíneos de lipídeos, os
níveis de pressão arterial e outros fatores de risco cardiovascular. A perda de peso pode até
eliminar a necessidade de terapia com agentes hipoglicemiantes para indivíduos com DMT2,
e para indivíduos com DMT1 a diminuição da dose de insulina e melhor controle glicêmico.
A perda de peso, por parte dos diabéticos, resulta no aumento da expectativa de vida.
2.5.2) Proteína.
A ingestão proteica representa 0,8 a 2,0 g/kg de peso corporal, se, nos pacientes de
DMT1, houver evidências de nefropatia, a ingestão deve permanecer na extremidade inferior,
(0,8 g/kg de peso corporal/dia), essa referência já foi constatada que reduz o risco de
insuficiência renal, (MANN e TRUSWELL 2009).

2.5.3) Gordura da dieta.


A associação existente entre os ácidos graxos saturados e insaturados trans, e a doença
arterial coronariana (DAC), justifica a restrição dessas gorduras a menos de 10% da energia,
ou menos de 8% se os níveis de LDL estiverem aumentados. Devendo ser o ω-3 consumido
regularmente, pois traz excelentes benefícios para redução do risco cardiovascular, (MANN e
TRUSWELL 2009).

2.5.4) Carboidratos.
A ingestão recomendada é 45 a 60% da energia total, e baseada nos limites existentes
para a ingestão de gordura e proteína para o controle glicêmico e estado de fatores de risco em
toda a variação. Devendo sempre dar atenção à ingestão de vegetais, legumes, frutas inteiras,
e cereais integrais, pois tem efeito benéfico no controle da glicemia e de reduzir o risco
cardiovascular, (MANN e TRUSWELL 2009).

2.5.5) Fibras da dieta e índice glicêmico.

Esses alimentos tem um potencial de controlar o índice glicêmico e o perfil lipídico


dos pacientes com DMT1 e DMT2, sendo uma recomendação de que faça a ingestão diária de
40 g ou mais de fibras, sendo a maioria que metade deve ser solúvel, são recomendadas,
então, cinco ou mais porções diárias de vegetais ricos em fibras e frutas e quatro ou mais
porções semanais de legumes, ou seja, já foi comprovado que as dietas ricas em alimentos
com baixo índice glicêmico, promovem um melhor controle glicêmico sobretudo nos
pacientes de DMT2. Devemos ressaltar que alimentos ricos em gorduras e açucares tem, em
geral, índice glicêmico baixo, mas são densamente energéticos, tornando, então, opções ruins
para os diabéticos, (MANN e TRUSWELL 2009).
2.5.6) Sacarose e outros açúcares livres
Se incorporadas em cotas pequenas a sacarose não parece trazer problemas clínicos e
metabólicos indesejáveis para os diabéticos, desde que incorporadas à dieta cotas mínimas,
(MANN e TRUSWELL 2009).

2.5.7) Nutrientes antioxidantes, vitaminas, minerais e oligoelementos.

É altamente recomendada a ingestão de alimentos ricos em antioxidantes dietéticos


(tocoferóis, carotenóides, vitamina C, flavonóides), oligoelementos e outras vitaminas. A
ingestão diária desses alimentos fornece cotas adequadas, sendo que não há evidencias de que
os suplementos dietéticos tragam quaisquer benefícios. Devendo dar uma atenção à
diminuição do sal da dieta do diabético, a menos de 6g/dia, (MANN e TRUSWELL 2009).

2.5.8) Etanol.

Informações limitadas sugerem que pessoas com DMT2 que consomem bebidas
alcoólicas de forma moderada, reduzem o risco de desenvolver (DAC), por outro lado para
indivíduos que apresentam sobrepeso pode elevar os níveis de pressão arterial, elevar os
níveis sanguíneos de triglicerídeos, e aumenta o risco de hipoglicemia, sendo, portanto,
recomendado o consumo de 10g para mulher e 20g para homens, é aceitável e não benéfico
para os diabéticos que optem por ser etilistas. Para os usuários de insulina deve ser ingerido
carboidratos associados ao etanol para evitar a hipoglicemia. (MANN e TRUSWELL 2009).

2.5.9) Alimentos para diabéticos, alimentos funcionais e suplementos.

Os alimentos especialmente desenvolvidos para os diabéticos, nem sempre apresentam


vantagens substanciais em comparação com os demais alimentos, e não dever ser, seu
consumo, encorajado. Os suplementos que devem ser indicados são os enriquecidos com
fibras e os ricos em esteróis e estanóis vegetais, além dos suplementos que contenham ácidos
graxos ω-3, como frisado anteriormente. (MANN e TRUSWELL 2009).

2.6) FAMÍLIAS E COMUNIDADES.


A cooperação individual com o aconselhamento melhora se os familiares contribuírem
para ajudar o diabético. A mudança no estilo de vida pode reduzir o risco de desenvolver a
(DAC), parece razoável que as refeições sejam adequadas para os diabéticos e que também o
sejam para sua família, tendo em vista o fator hereditariedade, toda a família se beneficiaria
de adotar tal dieta, pois não contribuiria para um possível desenvolvimento do diabetes. Em
alguns países se faz necessário programas comunitários de prevenção, porém a simples
rotulagem apropriada de alimentos são fundamentais para a prevenção sem que se faça
necessário criar programas. A prevenção e o tratamento do sobrepeso e da obesidade
constituem, ainda, a melhor maneira de reduzir o risco de diabetes. (MANN e TRUSWELL
2009).

2.7) SÍNDROME METABÓLICA.

A resistência à insulina, anormalidade subjacente ao DMT2, e, também, associada à


uma gama de outras anormalidades clinicas e metabólicas que acompanham o DMT2, o CTG
e o CGJ, por exemplo. Organizações já sugeriram um pacote de critérios para a Síndrome
Metabólica, que está demonstrada na tabela 5, (ver tabela 5).

Tabela 5 – Manifestações clínicas e metabólicas, associadas à resistência à insulina.


- Obesidade central.
- Elevação dos níveis de pressão arterial.
- Dislipidemia:
- Elevação dos níveis de triglicerídeos.
- Níveis baixos de HDL.
- Predominância de pequenas partículas densas de LDL.
- Níveis aumentados de ácido úrico e gotas.
- Níveis aumentados de inibidor do ativador do Plasminogênio (PAI-1).
- Níveis aumentados de citocinas pró inflamatórias.
- Níveis aumentados de homocisteína.
- EHNA (esteato-hepatite não alcoólica)
- Disfunção endotelial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MANN, J; TRUSWELL, A. S; Nutrição humana. 3. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


2009.

MAHAN, L. K; STUMP, S. E; RAYMOND, J.L; Krause: Alimentos, Nutrição e


Dietoterapia. 13 ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

Disponível em: http://www.diabetes.org.br/ acessado em 28/10/2015

Disponível em: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/diabetes acessado em 05/11/2015

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