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ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA ITAPIREMA EDUCAÇÃO INTEGRADA ENSINO

MÉDIO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO


HABILITAÇÃO - TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

GERMANO FERNANDO GASPERINI CAXIAS

MELHORAMENTO GENÉTICO

PROJETO DE ESTÁGIO

ORIENTADOR
ALAN SELVÁTICI

JI-PARANÁ, 2011
GERMANO FERNANDO GASPERINI CAXIAS

ESCOLA FAMILIA AGRÍCOLA ITAPIREMA EDUCAÇÃO INTEGRADA ENSINO


MÉDIO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TECNICA DE NÍVEL MÉDIO
HABILITAÇÃO - TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Projeto de estágio Animal, Apresentado


à Escola Família agrícola Itapirema,
como parte dos requisitos para obtenção
do Grau de Técnico em Agropecuária,
completando um plano de 40 horas.

JI-PARANÁ, 2011
JUSTIFICATIVA

A inseminação artificial foi a primeira grande biotecnologia reprodutiva aplicada ao


melhoramento genético dos animais domésticos. Em bovinos é uma técnica bem estabelecida
nos dias atuais e tem sido implementada em combinação com programas de seleção genética,
que incluem testes de progênie e de avaliação de desempenho. Ela tem contribuído e
continuará a contribuir de maneira significativa para a produtividade de carne, mas, sobretudo
de leite, para a qual proporciona forte impacto.
A mesma possibilita o melhoramento do rebanho, permitindo ao criador cruzar raças
diferentes para diminuir a dificuldades que raças de grande desempenho encontram em se
adaptar a nossa região de clima quente, possibilitando também o aumento do número de
descendentes de um reprodutor padronizando o rebanho e reduzindo o risco de dissipação de
doenças.
Com o referido estágio animal pretende-se adquirir conhecimentos nesta área que
está em constante desenvolvimento e que provavelmente ira proporcionar grandes avanços
quando se falar em alta produtividade bovina em propriedades de grande e pequeno porte, por
ser uma tecnologia de fácil acesso.
OBJETIVOS

GERAL:
Conhecer a influência que a inseminação artificial exerce no melhoramento genético
da propriedade.

ESPECÍFICOS:

• Conhecer as vantagens que a inseminação artificial trás para a propriedade;


• Observar as instalações da propriedade;
• Identificar as raças bovinas em que se trabalha na propriedade;
• Visualizar a alimentação e a sanidade dos animais;
• Saber se o ciclo estral das fêmeas é sincronizado;
• Observar se à perda de cio das reprodutoras;
• Ver se o inseminador tem qualificação técnica para realizar a atividade.
• Observar se o inseminador tem práticas sanitárias aceitáveis.
• Ver se o inseminador utiliza materiais descartáveis se o mesmo tem cuidados
com a higiene da atividade.
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E HIPOTESE

PROBLEMA

Basicamente, a inseminação artificial apresenta vantagens decorrentes do


melhoramento genético dos rebanhos, incluindo um incremento quantitativo e qualitativo da
produção, obtido pelo emprego de sêmen de touros comprovadamente superiores, em
qualidade genética. Sabendo que a mesma veio para facilitar o emprego de raças de
desempenho comprovado no rebanho da propriedade. Atualmente a propriedade encontra
problema com suas proles, pois as mesmas nem sempre apresentam as características pré
estabelecidas pela qualidade dos reprodutores selecionados.

HIPOTESE
• A propriedade encontra dificuldades para fazer a seleção dos sêmens
de seus reprodutores;
• A propriedade encontra problemas pois nem sempre as informações sobre a
qualidade de sêmen do touro selecionado é comprovada, e sendo assim a
produtividade e o rendimento do touro que é adquirido o sêmen não é
garantida;
EMBASAMENTO TEÓRICO

Histórico Da Inseminação Artificial

Segundo a lenda, a inseminação artificial foi utilizada pela primeira vez no ano de
1332, em equinos, pelos árabes. Mas a história registra como marco inicial da inseminação
artificial, o ano de 1779, quando o monge italiano de nome Lázaro Spallanzani demonstrou,
pela primeira vez, ser possível a fecundação de uma fêmea sem o contato com o macho. Para
tanto, ele colheu sêmen de um cachorro através da excitação mecânica e aplicou em uma
cadela no cio, a qual veio a parir três filhotes 62 dias mais tarde. Era o nascimento de uma
técnica que iria revolucionar o campo da reprodução animal. Atualmente, muitos países
inseminam quase a totalidade de seus rebanhos bovinos, calculando-se que no mundo mais de
80 milhões de vacas são anualmente inseminadas.

Vantagens da Inseminação Artificial

Melhoramento do rebanho em menor tempo e a um custo mais baixo, com sêmen de


reprodutores comprovadamente superiores para a produção de leite e carne. Controle de
doenças. Pela monta natural tanto o touro como a vaca podem transmitir doenças, o que pode
ser controlado e mais facilmente evitado com a prática da inseminação artificial. Permite ao
criador cruzar suas fêmeas zebuínas com touros de raças européias e vice-versa, por meio da
utilização de sêmen desses touros. Sabe-se que em muitas regiões do Brasil os touros de
origem européia dificilmente se adaptam-se às condições de manejo reprodutivo existentes.
Touros de alto padrão genético com problemas adquiridos e impossibilitados de efetuarem a
monta natural, em razão de idade avançada, problemas de aprumos e cascos, fraturas,
aderência de pênis, etc., poderão ser ainda utilizados por meio da inseminação artificial.
Aumenta o número de descendentes de um reprodutor. Um touro cobre a cada ano, a campo,
cerca de 30 vacas. Em regime de monta controlada, pode servir a um máximo de 100 fêmeas,
a cada ano. Isso significa que, considerando ser de 10 anos a vida reprodutiva de um touro,
teremos um total de 300 a 1.000 filhos por animal, durante sua vida. Com a inseminação
artificial um reprodutor pode ter mais de 100.000 filhos. Padronização do rebanho da fazenda
pela utilização de um só reprodutor para grande número de vacas. Reduz o risco de dispersão
de doenças transmitidas sexualmente.
Possibilidade de manutenção e disseminação de caracteres genéticos favoráveis do
reprodutor (congelamento de sêmen). Facilita o transporte a qualquer distância, através da
diluição e congelamento do sêmen. Possibilita aos proprietários de reprodutores de alto valor
zootécnico poderem congelar e comercializar o sêmen de seus reprodutores, obtendo bons
lucros, desde que cumpram as exigências legais. A implantação de método de inseminação
artificial não é difícil, mas requer conhecimentos iniciais e em seguida, muitas prática.
É importante que o manejo seja técnico e racional, devendo-se conservar os animais
em bom estado de saúde e mansidão. Deve-se procurar elementos humanos competentes com
a lida, evitando-se os curiosos que não tenham conhecimentos, por mais jeitosos que possam
parecer.
Instalações

O brete de contenção deve ser feito em local sombreado e de forma a proporcionar


segurança para o animal e para o inseminador.
Todo o equipamento da inseminação artificial é guardado e manipulado à sombra. O
nível de nitrogênio no botijão é medido uma vez por semana, com régua apropriada, devendo
estar, sempre, acima de 15 cm.

Condições Do Animal A Ser Inseminado

l Animal bem alimentado.


A condição primordial para que uma vaca entre em cio é ter uma alimentação que
atenda a todos os seus requisitos nutricionais: volumoso e água em qualidade e quantidade
satisfatórias, sal mineral de boa qualidade, disponível o ano todo e ração concentrada.
Quanto à saúde, é fundamental o controle preventivo com vacinações sistemáticas
contra as doenças, mas comuns (aftosa, brucelose, carbúnculo, paratifo) e também o controle
dos parasitas por meio de vermifugações e banhos carrapaticidas-bernicidas.
O controle reprodutivo será exercido por meio de um programa que irá avaliar as
matrizes e novilhas para conservar e manter a fertilidade do rebanho em níveis altos e dos
índices de concepção orientada por assistência veterinária.
A nutrição dos animais deverá ocorrer em quantidade e qualidade proporcionais á
idade, estágio e nível de produção. A alimentação será feita com rações balanceadas e
volumosos eficientes mais indicados.
Procedimentos para a Inseminação Artificial Na técnica reto-vaginal de inseminação
artificial com palhetas, o inseminador toma o aplicador devidamente recoberto pela bainha
estéril contendo a palheta de sêmen, e o introduz na vaca, conduzindo-o pelo interior da
cérvix até atingir o corpo do útero (local para a deposição do sêmen). A maior parte do sêmen
é aí depositada, sendo que pequena porção remanescente pode ficar retida na cérvix quando
da retirada do aplicador.
Ocorrência do Cio

O intervalo médio de repetição de cio na vaca é de 21 dias, sendo que as novilhas


têm intervalo menor, enquanto as vacas mais velhas têm intervalo maior. Assim, considera-se
que o ciclo estral nas fêmeas bovinas pode variar de 17 a 24 dias. Por definição, cio ou estro é
o período em que a fêmea aceita passivamente a monta. O período que antecede ao cio, é
conhecido como período pré-cio e os sinais manifestados pelos animais são:
• Inquietação, nervosismo;
• Cauda erguida;
• Urina frequentemente;
• Mugidos frequentes;
• Vulva inchada e brilhante;
• Liberação de muco cristalino, transparente e semelhante à clara de ovo;
• Monta as outras fêmeas, mas não aceita monta;
O pré-cio dura de 4 a 10 horas. A partir de determinado momento, a fêmea passa a
aceitar a monta, iniciando o cio. Deve ser observado que no cio o animal apresenta os mesmos
sinais do pré - cio, com a diferença de que no cio o animal monta e também aceita monta. É
importante observar que todos esses sinais vão diminuindo em frequência e em intensidade, à
medida que se aproxima o final do cio. Na vaca, o cio dura de 10 até 18 horas, ou seja, a
fêmea aceita a monta por 10 a 18 horas. O final do cio será então caracterizado pelo momento
em que a fêmea não mais aceitar a monta e é o momento ideal para que a inseminação seja
feita. Reconhecimento do Cio Recomenda-se de duas a três observações diárias de cio,
devendo-se dedicar-se pelo menos 40 minutos a cada observação. A utilização ou não de
rufiões, com ou sem buçal marcador, o emprego de vacas androgenizadas ou outros
auxiliares, bem como os horários de observação de cio deverão ser orientados por um técnico
que assiste a fazenda.
Horário apropriado para a Inseminação Artificial
Dadas às dificuldades de se proceder a inseminação artificial no horário ideal (final
de cio), recomenda-se um esquema prático, proposto por Trimberger e que há muito vem
sendo utilizado com bons resultados:
• Vacas observadas em cio pela manhã (aceitando monta) deverão ser
inseminadas à tarde do mesmo dia.
• Vacas observadas em cio à tarde devem ser inseminadas na manhã do dia
seguinte, logo ao amanhecer.
Deve-se salientar que a maioria das fêmeas entra em cio à noite e de madrugada,
sendo observadas em cio pela manhã, o que significa que a maioria das inseminações serão
realizadas à tarde. A inseminação artificial também pode ser realizada em horário único com
algumas vantagens: é mais prático e de fácil execução; as fêmeas em cio não ficam presas
aguardando a inseminação. Elas são recolhidas ao curral, inseminadas e imediatamente após
devolvidas ao lote, sendo assim submetidas a níveis menores de estresse.

Os Tipos De Cio Inaproveitáveis

Cio com infecção uterina (corrimento vaginal sujo).


l Cio ocorrido antes de 45 dias da data do parto.
Cio do "encabelamento"( ocorre na vaca com 4 ou 5 meses de prenhez).
Cio de novilha com peso corporal abaixo do padrão da raça.
Qualidade Do Sêmen

Os reprodutores devem ser cuidadosamente selecionados. Devem apresentar


testículos completamente normais, produzir sêmen de alta qualidade e serem livres de
doenças. Devem ser submetidos a exames de saúde periódicos e seguir todos os códigos de
saúde. Após a coleta, somente o sêmen de alta qualidade deve ser processado e armazenado.
O sêmen pode ser armazenado satisfatoriamente por longo tempo quando mantido em
nitrogênio líquido a 196 º C negativos. A falta de nitrogênio líquido, mesmo por poucas horas,
pode resultar na completa destruição de um banco de sêmen.
Obs.: O manejo inadequado do sêmen durante a estocagem também diminui a
fertilidade.

O Que Fazer Para Evitar O Fracasso


Para que a inseminação não se torne um problema, são necessários:
• Sanidade do inseminador e conhecimentos de higiene, evitando transmissão
de aftosa, brucelose, mastite, tuberculose.
• Noções de esterilização, pois os órgãos reprodutores das vacas são muito
sensíveis e os instrumentos empregados na inseminação são passiveis de
contaminação. A falta de habilidade também pode gerar infecções que
resultem em abortos e até em morte.
• Visualização correta do cio.
• Horário certo para realizar a inseminação artificial.
• Certifique-se da alta fertilidade do sêmen empregado.

O Inseminador

Dentro de um programa de inseminação artificial, o inseminador constitui-se em


peça fundamental. De sua dedicação e condição de trabalho vão depender, em grande parte, os
resultados. É preciso que o inseminador seja treinado em noções básicas sobre o animal e seu
manejo, utilização do sêmen e o manejo adequado dos equipamentos. Outro aspecto
importante e muitas vezes, responsável por insucessos nos resultados da inseminação, é a
higiene durante o processo: higiene pessoal, com o animal; das instalações e com o material
utilizado.
METODOLOGIA DE PESQUISA

Para a realização do projeto foram usados os seguintes métodos de pesquisa:

 Sites de pesquisa sobre melhoramento genético;


 Estudo em livros sobre inseminação artificial;

Para realização do estágio serão utilizados os seguintes métodos de pesquisa:

 Diálogo com o mestre de estágio e com os funcionários do local sobre a


implantação do melhoramento genético na propriedade usando como instrumento de
aplicação a “Inseminação Artificial”;
 Registro de imagens; do dia-a-dia da propriedade e das atividades
desenvolvidas em torno do melhoramento genético e da inseminação artificial;
 Realização das atividades propostas pelo mestre de estágio relacionado ao
tema;
CRONOGRAMA

Itens Abril Maio Junho


Escolha do tema x
Elaboração do projeto x
Realização do estágio x
Elaboração do relatório x
Apresentação do estágio x

ORÇAMENTO

Itens
Passagem
Impressão
Total
REFERÊNCIAS

ALVAREZ, R.H.; Considerações sobre o uso da inseminação artificial em


bovinos. 2008. Artigo em Hipertexto. Disponível em:
<http://www.infobibos.com/Artigos/2008_1/Inseminacao/index.htm> Acesso em: abril, 2011.

BARBOSA, R. T.; MACHADO, R.; Panorama da Inseminação Artificial em


Bovinos. São Paulo: Embrapa Pecuária Sudeste, 2008. Disponível em:
<http://www.cppse.embrapa.br/080servicos/070publicacaogratuita/documentos/Documentos8
4.pdf> Acesso em: abril. 2011.

FARIA, N. R.; Programa de Inseminação Artificial em Grande Escala em


Bovinos de Corte /Produção de Novilho Precoce e Super Precoce. Granja Rezende S/A.
<Disponível em: http://www.simcorte.com/index/Palestras/p_simcorte/05_nixon.PDF>
Acesso em: abril. 2011.

OLIVEIRA, F. N.; PECUÁRIA: Inseminação Artificial em Bovinos. Minas


Gerais: EMATER, 2000. Disponível em:
<http://www.emater.mg.gov.br/doc/intranet/upload//LivrariaVirtual/insemina
%C3%A7%C3%A3o%20artificial%20em%20bovinos.pdf> Acesso em: abril. 2011.

VASCONCELLOS, P. M. B.; Guia Prático Para o Inseminador e Ordenhador. São


Paulo, Nobel, 1990. 12 e 13p.

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