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1. Introdução
Gestão de projetos pode ser definida como o planejamento, a programação e o controle de
uma série de tarefas integradas, de forma a atingir seus objetivos com êxito, sendo que os
projetos tornam-se aparentemente cada vez maiores e mais complexos (KERZNER, 2006).
Para suporte da gestão desses projetos, torna-se relevante a atuação de um escritório de
projetos, também conhecido como Project Management Office (PMO) em meio às
organizações.
Nesse sentido foi realizado um estudo na empresa Planalto Transportes Ltda, a qual é
destaque no ramo de transporte coletivo de passageiros do Rio Grande do Sul. A organização
atua há mais de 60 anos no mercado, possui linhas municipais, estaduais e internacionais e,
atualmente possui o maior número de linhas e itinerários do território gaúcho. A empresa
pertence ao Grupo JMT, uma holding que controla empresas que atuam nos mais diversos
segmentos da sociedade, tais como: transporte rodoviário e aéreo de passageiros e cargas,
turismo, estações rodoviárias, revenda de veículos comerciais e agropecuária.
O objetivo geral da presente pesquisa se direciona a sistematizar o projeto de formalização e
implementação do PMO para as empresas do Grupo JMT. Para o auxilio do objetivo geral,
foram delimitados como objetivos específicos: descrever aspectos relacionados à área de
gestão de projetos da empresa; realizar um diagnóstico empresarial para formalização do
PMO; propor alternativas para definição do modelo de PMO; propor alternativas para
definição do ambiente de projetos; propor um plano de capacitação dos envolvidos; auxiliar
na definição de estratégia de implementação do PMO e; sistematizar a proposta de revisão e
melhoria contínua.
2. Gestão de projetos
De acordo com o PMBOK®, projeto trata-se de um empreendimento temporário, planejado,
executado e controlado, com objetivo de criar um produto ou serviço único (XAVIER, 2005).
Kerzner (2006) enfatiza que alguns entendem que um projeto deve ser definido como
atividade multifuncional, pois o papel do gerente de projetos tem se tornado mais o de
integrador do que o de um especialista técnico. Sob essa lógica, Verzuh (2000) salienta que é
fundamental para se entender a importância dos projetos, que se compreenda que cada um
produz algo singular.
Para Consalter (2007) existem diversos tipos de projetos, que podem ser classificados quanto
a seus objetivos, em projetos de pesquisa, de financiamento e de investimento, como
apresentado no quadro 1:
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TIPOS DE PROJETOS
Projeto de pesquisa: Tem sua elaboração voltada para a solução de problemas e para descobrir respostas para
determinadas questões por meio de métodos científicos. O projeto de pesquisa assim como o de investimento
envolve a mobilização de recursos para atingir resultados e deve ser justificado econômica ou socialmente e
detalhado em suas diversas fases, que devem ser finalizadas até a sua execução.
Projeto de financiamento: É elaborado para atender às exigências de instituições financiadoras, como bancos de
investimentos e/ou órgãos que concedem financiamento ou incentivo em níveis federal, regional, estadual e
municipal. É necessário identificar as fontes de recursos próprios e os de terceiros. Para que o projeto obtenha
crédito, isto é, recursos de terceiros, é necessário que satisfaça a exigência de garantias reais preestabelecidas
dos recursos próprios.
Projeto de investimento: As decisões de investimento devem ter seus objetivos definidos claramente e sua
duração e tamanho predeterminados. O projeto de investimento pode ser conceituado como toda aplicação de
capital em qualquer empreendimento, com o objetivo básico de obtenção de receitas.
Fonte: Adaptado de Consalter (2007)
Quadro 1: Tipos de Projetos
Consalter (2007) ainda ressalta que cada projeto tem suas características próprias, sendo
importante que as identifiquem na medida em que são fornecidas condições de avaliar se o
empreendimento faz ou não parte da rotina normal da empresa. Sendo assim, relaciona as
características apresentadas no quadro 2:
De acordo com Woiler e Mathias (2008) a elaboração e análise de um projeto envolvem uma
série de etapas interativas, que podem ser ordenadas segundo certo critério. Na figura 1 são
apresentados os componentes mais importantes que devem ser considerados na elaboração do
projeto:
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A gestão de projetos trata de limitar o risco por meio de definições claras, detalhar e garantir a
compreensão, controlar a gestão e contornar as incertezas por meio do gerenciamento de
riscos (NEWTON, 2011). Para Kerzner (2006 p. 15) “gestão de projetos pode ser definida
como o planejamento, a programação e o controle de uma série de tarefas integradas de forma
a atingir seus objetivos com êxito, para benefício dos participantes do projeto”.
Keelling (2002) enfatiza algumas características da gestão de projetos, apresentadas no
quadro 4:
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Treinamento em gestão de projeto: em empresas que não possuem unidade centralizada de treinamento, o PMO
pode planejar, organizar e executar programas de treinamento específicos em gerenciamento de projetos.
Delegação de tarefas: em função do crescente número de projetos desenvolvidos pelas empresas, a demanda
por chefes de projetos é intensa, então o PMO pode incorporar a gestão e prover as soluções para as demandas
produzidas pela ausência de chefes de projetos na quantidade e qualidade desejado.
Sensibilidade ao estilo de administração e liderança: embora às vezes capazes de autogestão, as equipes de
especialistas automotivados reagem criticamente a certos estilos de liderança.
Útil ao desenvolvimento individual: Trabalhar com uma Equipe de projeto eficiente favorece o desenvolvimento
acelerado e a capacitação pessoal .
Favorece a discrição e a segurança: os projetos podem ser protegidos de ação hostil ou atividade de informação
para defesa, pesquisa, desenvolvimento de produto ou segurança de produtos sensíveis ao mercado ou de alto
valor.
Mobilidade: como entidades independentes, os projetos podem ser executados em locais remotos, países
estrangeiros e assim por diante.
Facilidade de distribuição: a administração ou a condução de um projeto inteiro pode ficar livre de contrato.
Fonte: Adaptado de Vieira, Chain e Bourdichon (2010)
Quadro 5: Funções e responsabilidades do PMO
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Os principais benefícios esperados para o PMO devem estar alinhados às razões pelas quais
ele foi criado, pois uma determinada estrutura de PMO deve ser capaz de produzir os
resultados desejados pela organização. Os benefícios produzidos com a implantação do PMO
são: dispor de uma melhor visibilidade geral sobre os projetos, graças a uma clara definição
do portfólio de projetos a serem gerenciados; diminuir o custo global dos projetos, em tempo
que seja respeitado o necessário compromisso entre custo, prazos e adequada resposta às
especificações e; melhoria da competitividade estratégica da empresa, no que tange a
reatividade, inovação e capacidade de antecipação (VIEIRA, CHAIN E BOURDICHON,
2010).
Na visão de Vieira, Chain e Bourdichon (2010), na maioria das situações, mesmo que a
equipe envolvida no projeto trabalhe desempenhem as tarefas com dedicação, poucos projetos
são concluídos com a entrega do pacote desejado dentro dos prazos e das estimativas de
custos pré-estabelecidos. Buscam-se razões para esse fato e frequentemente encontram-se
poucas respostas de consenso. Nesse momento, que é tomada a decisão com relação à
implantação do PMO.
A figura 3 apresenta uma visão da articulação da implantação Project Office, divididas em
três grandes blocos de etapas:
O PMO deverá ser capaz de reagir e de prover uma ajuda operacional através da geração de
resultados rápidos, o que irá fundamentar as bases de sua credibilidade na empresa. O quadro
6 descreve os três grandes blocos de etapas apresentados na figura 3:
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Nesse sentido, Carvalho e Rabechini Jr. (2006) afirmam que com o sucesso da implementação
do escritório de projetos, as organizações podem obter: difusão sistemática de melhores
práticas; padronização em gestão de projetos; obtenção de um número suficiente de gerentes
de projetos qualificados; uniformização da cultura de gerenciamento de projetos; obtenção de
rentabilidade sustentável; melhoria da satisfação dos clientes; aumento da segurança do
planejamento dos projetos; melhoria do controle dos projetos e; melhoramento contínuo dos
negócios geridos através de projetos.
3. Metodologia
No que tange a metodologia da pesquisa, quanto à natureza foi realizado um estudo
qualitativo, que segundo Andrade (2009) estimula os entrevistados a pensarem livremente
sobre algum tema, objeto ou conceito. Já no que se refere aos objetivos, trata-se de uma
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4. Resultados e discussões
As empresas do Grupo JMT não possuem área formal de gestão de projetos, mas por se tratar
de uma holding em período de expansão, são realizados os mais diversos tipos de projetos e
de diferentes dimensões. Atualmente não existe uma metodologia de gestão estabelecida
como padrão.
Sob essa lógica, diversas deficiências na realização dos projetos foram identificadas, e a
equipe da qualidade foi acionada a fim de atuar como fator corretivo, identificando
oportunidades de melhorias e estabelecendo diretrizes e padrões a serem seguidos,
principalmente no que tange os mapeamentos dos processos, para posterior treinamento das
equipes envolvidas.
4.1. A proposta de implantação do PMO
A partir das percepções levantadas, mais especificamente dos problemas enfrentados pela
empresa, o presente estudo resulta na proposta da sistematização do projeto de formalização e
implementação do escritório de projetos para o Grupo JMT. Sendo assim, os próximos tópicos
apresentam as etapas da sistematização do projeto de formalização e implementação do
escritório de projetos no Grupo JMT.
4.1.1. Diagnóstico organizacional
No que tange a problemática que gerou a necessidade de formalização do PMO, verifica-se a
falta de padronização dos processos de gerenciamento de projetos, ou seja, as etapas do
projeto, metodologia utilizada, controle de documentação, entre outros aspectos referentes aos
projetos do Grupo JMT, não estão padronizados, de forma que durante as fases do projeto são
encontradas inúmeras dificuldades, e somente assim são contatadas determinadas equipes para
contribuir com o projeto de forma corretiva.
O Grupo JMT dispõe do software de gerenciamento de projetos PS8, sendo que esse sistema é
utilizado no setor financeiro para gerenciar o prazo dos projetos mais importantes do Grupo,
sob essa lógica fica explícito que o sistema não está sendo totalmente explorado.
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Muitas das dificuldades citadas acima podem ser sanadas ou minimizadas através do controle
das informações e resultados relacionados ao gerenciamento de projetos, seguida da
existência de um portfólio de projetos, que viabiliza a análise e levantamento das lições
aprendidas necessárias ao processo de planejamento e gestão de projetos futuros, funções
controladas pelo PMO.
4.1.2. O modelo de PMO a ser adotado
Verificou-se que, de acordo com a estrutura e objetivos do Grupo JMT, o modelo de PMO
que mais se adéqua as necessidades é o setorial-matricial, onde o PMO pode se localizar no
departamento de Qualidade. Conforme Valeriano (1998), a organização matricial, em vez de
utilizar recursos humanos com integral dedicação a um projeto, procura conciliar a vantagem
da convivência departamental com o desempenho de seus componentes nos projetos em curso
na organização. Além disso, os profissionais podem se dedicar a mais de um projeto
simultaneamente, o que permitirá a equipe da qualidade atuar nos projetos dos diferentes
negócios do Grupo JMT.
Dinsmore e Cavalieri (2005) elencam as vantagens da estrutura matricial em: os objetivos dos
projetos são definidos com maior clareza; utilização máxima dos recursos escassos; melhor
disseminação das informações tanto verticalmente, quanto horizontalmente e; quando o
projeto é finalizado, a equipe é alocada em outras atividades dentro da empresa.
Na estrutura matricial, o PMO se localiza logo abaixo do gerente da área e um pouco acima
dos gerentes de projeto, como pode ser verificado na figura 4:
Com base no modelo de PMO proposto, se torna possível ao escritório, trabalhar de forma
ativa em todos os tipos projetos, estando diretamente ligado à diretoria do Grupo, o que
permite alinhar os projetos às estratégias empresariais.
Neste sentido, todas as áreas da organização necessitarão de pessoas qualificadas para
trabalhar com projetos, de acordo com suas necessidades específicas, podendo inclusive,
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Como pode ser observado na figura 5, no que tange ao primeiro pilar, torna-se necessária a
definição das etapas do processo e da metodologia para a gestão de projetos na empresa,
apresentados no quadro 8:
No segundo pilar, quanto à estrutura organizacional da empresa, esta necessita ser revisada e
possivelmente reformulada pela organização, tendo em vista que se torna necessário que a
área de qualidade esteja diretamente ligada a diretoria do Grupo JMT, sem a interferência do
gerente da área. Para tanto, sugere-se que a área da qualidade seja vista como uma área de
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assessoria, podendo assim executar suas atribuições enquanto área da qualidade, juntamente
com a função de um PMO no formato Setorial-Matricial.
Aliado a essas alterações de estrutura no organograma empresarial, sugere-se também uma
profunda revisão estratégia da empresa, tendo em vista a necessidade de estabelecimento claro
de seus intentos estratégicos, os quais atualmente não estão claramente definidos e difundidos,
sendo esse fator fundamental para a clareza na definição da estratégia do PMO.
O terceiro pilar da figura 5 relaciona-se as pessoas e competências necessárias em gestão de
projetos. Para tanto, torna-se necessária à identificação das pessoas chave nos diversos setores
da empresa que serão capacitadas para trabalhar com projetos, partindo-se do levantamento
das necessidades e competências destas pessoas. A partir deste mapeamento, poderá ser
desenvolvido o plano de capacitação dos envolvidos, tanto em nível de liderança quanto em
nível de equipe, como proposto no quadro 9:
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Segundo PMI (2004), o gerenciamento de stakeholders consta como um dos processos da área
de gerenciamento de comunicações e pode ser definido como o gerenciamento das
comunicações, de modo que atenda às necessidades e resolva os problemas com os
stakeholders do projeto.
Newton (2011) apresenta no quadro 10 uma série de ferramentas de gestão de projetos mais
avançadas, que podem ser pesquisadas para escolha das que mais se adequarão as
necessidades da organização em estudo:
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Com base nos tipos de projetos, bem como na metodologia proposta anteriormente, sugere-se
a padronização da estrutura do projeto a ser seguida por toda organização, conforme
sistemática apresentada no quadro 12:
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Para a realização do controle das informações dos projetos pelo PMO pela área de Qualidade,
a mesma será realizada com base no fluxo apresentado no quadro 13.
5. Conclusão
Atualmente, para as empresas realizarem melhorias contínuas e radicais nos produtos e
serviços desenvolvidos, torna-se necessário gerir, ao longo do tempo, um número de projetos
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dos mais variados tipos. Para que tenham sucesso, é fundamental buscar um conjunto de
conceitos a serem utilizados na prática, seguido da definição de formalização da área
responsável por esses projetos, a fim de viabilizar a gestão de projetos eficaz. Neste sentido, o
presente estudo partiu do objetivo geral de sistematizar o projeto de formalização e
implementação do escritório de projetos (PMO) para as empresas do Grupo JMT.
No que se refere à área de gestão de projetos, observou-se uma estrutura informal, que
gerencia grande número e diversidade de projetos. Quanto ao diagnóstico empresarial para
formalização do PMO, foi identificada a falta de padronização dos processos de
gerenciamento de projetos, que ocasiona dificuldade durante as fases dos projetos.
Sequencialmente foram propostas alternativas para definição do modelo de PMO, em uma
estrutura setorial-matricial, onde as atribuições do PMO ficam sob responsabilidade da área
da Qualidade, que além de suas atuais funções, também servirá como suporte para o
desenvolvimento dos projetos do Grupo JMT.
Através do ambiente de projetos, foi proposta a integração de processos do PMO, a fim de
estruturá-lo. Nesse sentido, visando alinhar o PMO à estratégia da empresa foram definidas as
etapas do processo e da metodologia para a gestão de projetos. Identificou-se que a estrutura
organizacional necessita ser revisada e possivelmente reformulada pela organização, tendo em
vista que para a atuação no escritório de projetos, é necessário que a área de Qualidade esteja
diretamente ligada à diretoria do Grupo JMT.
Com foco na utilização dos recursos humanos disponíveis na organização, foi desenvolvido
um plano de capacitação em gestão de projetos para todos os envolvidos na área. Sob essa
lógica também foram elencadas ferramentas de suporte, com base nas nove áreas de
conhecimento em gestão de projetos e gestão de stakeholders.
No que tange à definição de estratégia de implantação do PMO, foram elencados os tipos de
projetos para a empresa e então, proposta a padronização da estrutura do projeto a ser seguida
por toda organização. Para a avaliação dos resultados do projeto foi s istematizada a proposta de
revisão e melhoria contínua, através do software de gerenciamento de projetos PS8 e
indicadores de desempenho a serem definidos com foco nos objetivos de cada projeto, em que
o controle deverá tomar como base os componentes da sêxtupla restrição. Ressalta-se que esse
processo deve estar atrelado à sistematização do portfólio de lições aprendidas com os projetos.
Conclui-se que a empresa em estudo encontra-se em momento de ascendência e depara-se
com oportunidades de alavancar o rendimento de seus projetos. Neste sentido, ao adotar a
proposta deste estudo, a empresa estará agregando valor aos serviços prestados em todos os
negócios do Grupo JMT. Sugere-se que, para que a proposta ocorra de forma efetiva, que a
organização leve em consideração a extensão desse projeto, bem como a constante atualização
em gestão de projetos, focada no exercício do PMO.
Referências
ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalho
na graduação. São Paulo: Atlas, 2009.
CARVALHO, M. M. & RABECHINI Jr., R. Construindo competências para gerenciar
projetos: teoria e casos. São Paulo: Atlas, 2006.
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