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PANORAMA
ANTIGO
DO
TESTAMENTO
I G R E J A
Panorama do Antigo Testamento www.igrejabiblica.pt
Plano de Estudos
Descrição: Estudo baseado numa visão geral do AT, no qual se procura destacar a autoria, data
aproximada e enquadramento histórico de cada livro, bem como a sua mensagem, o seu propósito e seu
desenvolvimento (esboço).
Bibliografia:
ARCHER Jr., Gleason L. Merece confiança o AT? São Paulo: Vida Nova, 2000
COLE, R. Alan. Êxodo – Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 1996
COLEMAN, William L. Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos. Venda Nova - MG: Editora Betânia, 1991
FRANCISCO, Clyde T. Introdução ao Velho Testamento. Rio de Janeiro: Juerp, 1985
GEISLER, Norman. Christ, the theme of the Bible. Chicago: Moody Press, 1968
GEISLER, Norman. NIX, William. Introdução Bíblica. São Paulo: Vida, 1997
KIDNER, Derek. Génesis – Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999
LASOR, William S. HUBBARD, David A. BUSH Frederic W. Introdução ao AT. São Paulo: Vida Nova, 1999
MERKH, David. Síntese do Antigo Testamento. São Paulo: SBPV, 1998.
MORRIS, Leon. Rute – Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 1992
PACKER, J. I. TENNEY, Merril C. WHITE JR., William. O Mundo do AT. São Paulo: Vida, 2002
PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento no AT. São Paulo: Hagnos, 2006
TENNEY, Merril C. PACKER, J. I. WHITE JR., William. Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos. São Paulo: Vida,
2001
WALTON, John H. O Antigo Testamento em Quadros. São Paulo: Vida, 2001
YANCEY, Philip. A Bíblia que Jesus Lia. São Paulo: Vida, 2000
1
Vocábulo formado a partir das palavras gregas pavn (pan) “todo, total” e o{rama (horama) ”visão, vista”.
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Plano de Aulas:
Aula Conteúdo
2 Génesis
3 Êxodo
4 Levítico
5 Prova 2; Números
6 Deuteronómio
7 Josué
8 Juízes, Rute
9 Prova 3; 1 e 2 Samuel
10 1 e 2 Reis; 1 e 2 Crónicas
11 Esdras; Neemias
12 Prova 4; Ester; Jó
13 Salmos
16 Lamentações; Ezequiel
17 Daniel
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INTRODUÇÃO
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GEISLER, Norman. NIX, William. Introdução Bíblica. São Paulo: Vida, 1997.
3
Ed 4.8–6.18; 7.12-26; Jr 10.11; Dn 2.4-7,6
4
GEISLER, Norman. Christ, the theme of the Bible. Chicago: Moody Press, 1968.
3
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AS SECÇÕES DA BÍBLIA
1. Génesis 1. Jó
2. Êxodo 2. Salmos
(Não correspondem
3. Levítico 5
(Até 1406 a.C.) 3. Provérbios a nenhum período
histórico específico)
4. Números 4. Eclesiastes
5. Deuteronómio 5. Cântico dos cânticos
A. Maiores
1. Josué (1406 a.C. – 1380 a.C.) 1. Isaías (740 a.C. – 680? a.C.)
2. Juízes (1380 a.C. – 1050 a.C.) 2. Jeremias (627 a.C. – 580 a.C.)
3. Rute (1200 a.C. – 1150 a.C.) 3. Lamentações (586 a.C.)
4. 1 Samuel (1100 a.C. – 1010 a.C.) 4. Ezequiel (592 a.C. – 570 a.C.)
5. 2 Samuel (1010 a.C. – 971 a.C.) 5. Daniel (606 a.C. – 530 a.C.)
6. 1 Reis (971 a.C. – 853 a.C.)
7. 2 Reis (853 a.C. – 560 a.C.) B. Menores
8. 1 Crónicas (1010 a.C. – 971 a.C.)
9. 2 Crónicas (971 a.C. – 539 a.C.) 1. Oséias (760 a.C. – 730 a.C.)
10. Esdras (539 a.C. – 450 a.C.) 2. Joel (830-825 a.C.)
11. Neemias (445 a.C. – 410 a.C.) 3. Amós (760 a.C.)
12. Ester (465 a.C.) 4. Obadias (845 a.C.)
5. Jonas (785-760 a.C.)
6. Miquéias (737 a.C. – 710 a.C.)
7. Naum (663-612 a.C.)
8. Habacuque (607 a.C.)
9. Sofonias (625 a.C.)
10. Ageu (520 a.C.)
11. Zacarias (520 a.C. – 518 a.C.)
12. Malaquias (430-400 a.C.)
5
Data aproximada do conteúdo
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Epístolas (Cartas)
Profecia
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A divisão do AT em quatro secções baseia-se na disposição dos livros por tópicos, com
origem na tradução das Escrituras Sagradas para o grego. Essa tradução, conhecida como a
Septuaginta (LXX), iniciara-se no século III a.C. A Bíblia hebraica não segue essa divisão tópica
dos livros em quatro partes. Antes, emprega-se uma divisão de três partes, talvez baseada na
posição oficial de seu autor. Os cinco livros de Moisés, que entregou a lei aparecem em primeiro
lugar. Seguem-se os livros dos homens que desempenharam a função de profetas. Por fim, a
terceira parte contém livros escritos por homens que, segundo se cria, tinham o dom de profecia,
sem serem profetas oficiais. É por isso que o AT hebraico apresenta a estrutura do quadro
seguinte:
C. Livros Históricos
1. Daniel
2. Esdras – Neemias
3. Crónicas
(Os eventos / factos dos dias)
A razão dessa divisão das Escrituras hebraicas em três partes encontra-se na história
judaica. É provável que o testemunho mais antigo dessa divisão seja o prólogo ao livro de
Siraque, ou Eclesiástico, durante o século II a.C. O Mishna (ensino) judaico, Josefo, primeiro
historiador judeu e a tradição judaica posterior também deram prosseguimento a essa divisão
tríplice de suas Escrituras. O NT faz uma possível alusão a uma divisão em três partes do AT
quando Jesus disse: “… era necessário que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei
de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24.44).
A despeito do facto de o Judaísmo ter mantido uma divisão tríplice até à presente data, a
Vulgata latina, de Jerónimo e as Bíblias posteriores a ela seguiram o formato mais tópico das
quatro partes em que se divide a Septuaginta. Se combinarmos essa divisão com outra, mais
natural e largamente aceita, também de quatro partes, do NT, a Bíblia pode ser dividida na
estrutura geral e cristocêntrica apresentada no quadro seguinte:
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Ainda que não existam razões de ordem divina para dividirmos a Bíblia em oito partes, a
insistência cristã em que as Escrituras devam ser entendidas tendo Cristo por centro baseia-se
nos ensinos do próprio Cristo. Cerca de cinco vezes no NT Jesus afirmou ser Ele próprio o tema
do AT (Mt 5.17, Lc 24.27, Jo 5.39, Hb 10.7). Diante dessas declarações é natural que analisemos
essa divisão das Escrituras em oito partes, por tópicos, sob o aspeto de seu tema maior – Jesus
Cristo.
Antecipação Consumação
“Sombra” “Realidade”
Recetáculos: Israel (prosélitos por extensão) Recetáculos: Israel (Igreja por extensão)
Acesso restrito ao Pai: Dia da Expiação Acesso direto ao Pai: Trono da Graça (rasgou-se o véu)
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A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
A característica mais importante da Bíblia não é a sua estrutura e sua forma mas o facto
de ter sido inspirada por Deus. Não se deve interpretar de modo erróneo a declaração da própria
Bíblia a favor dessa inspiração. Quando falamos de inspiração, não se trata de inspiração poética
mas de autoridade divina. A Bíblia é singular. Ela foi literalmente “soprada por Deus”.
A UNIDADE DA BÍBLIA
Sendo constituída por 66 livros escritos ao longo de 1500 anos, por cerca de 40 autores,
em diversas línguas, com centenas de tópicos é muito mais que mero acidente que a Bíblia
apresente espantosa unidade temática – Jesus Cristo. Um problema – o pecado – e uma solução
– o Salvador Jesus – unificam as páginas da Bíblia, do Génesis ao Apocalipse. Se a compararmos
a um manual médico redigido sob tão grande variedade, a Bíblia apresenta marcas notáveis de
unidade divina. Essa é uma questão de inigualável validade, uma vez que nenhuma pessoa ou
grupo de pessoas engendraram a composição da Bíblia. Os livros iam sendo colecionados e
acrescentados à medida que iam sendo escritos pelos autores, os profetas. Eram guardados
simplesmente por serem tidos como inspirados. Só mediante reflexão posterior, tanto da parte
dos profetas (e.g. 1Pe 1.10,11) quanto de autores de gerações futuras é que se descobriu que na
verdade a Bíblia é um livro só, cujos “capítulos” foram escritos por homens sem conhecimento
visível de sua estrutura global. O papel desses autores da Bíblia seria comparável ao de
diferentes escritores que estivessem a escrever capítulos de uma novela sem que tivessem nem
mesmo um esboço geral da história. Toda a unidade que a Bíblia demonstre certamente adveio
de algo que se achava fora do alcance de seus autores humanos.
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A HISTORICIDADE DA BÍBLIA
Grande parte do conteúdo bíblico é história e, por isso mesmo, passível de constatação.
Existem duas espécies principais de apoio da história bíblica: os artefactos arqueológicos e os
documentos escritos. No que diz respeito aos artefactos desenterrados nenhuma descoberta
arqueológica invalidou um ensino ou relato bíblico.
A Bíblia é o livro do mundo antigo mais bem documentado que existe. É verdade que
nenhuma descoberta histórica representa evidência direta de alguma afirmação espiritual feita
pela Bíblia, como por exemplo a reivindicação de ser inspirada por Deus; no entanto, a
historicidade da Bíblia fornece com certeza uma comprovação indireta de sua inspiração. É que a
confirmação da exatidão da Bíblia em questões factuais confere credibilidade às suas declarações
e ensinos em outros assuntos. Disse Jesus: “Se vos falei de coisas terrenas e não crestes, como
crereis se vos falar das celestiais?” (Jo 3.12).
A INFLUÊNCIA DA BÍBLIA
Nenhum outro livro tem sido tão largamente disseminado, nem exercido tão forte
influência sobre o curso dos acontecimentos mundiais do que a Bíblia. Nenhuma outra obra
religiosa ou de fundo moral no mundo excede a profundidade moral contida no princípio do amor
cristão e nenhuma apresenta conceito espiritual mais majestoso sobre Deus do que o conceito
que a Bíblia oferece. A Bíblia apresenta ao homem os mais elevados ideais que já pautaram a
civilização.
Mc 13.31 “Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão.”
1Pe 1.25 “... mas a Palavra do SENHOR permanece para sempre.”
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FIXAÇÃO DO CÂNON
Antigo Testamento – 400 a.C. – De acordo com Josefo (Contra Ápion, I,8) e com o
Talmude, a sucessão de profetas encerrou-se com Malaquias nos dias de Neemias. Assim regista
o Talmude: “Depois dos últimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, o Espírito Santo apartou-
se de Israel”. Além disso, jamais o NT cita algum outro livro, depois de Malaquias, como
autorizado.
Novo Testamento – 397 d.C. – Atanásio (c. 373 d.C.), o Pai da Ortodoxia, relaciona
com clareza todos os 27 livros do NT como canónicos (Cartas 3,267,5). Dentro de uma geração,
tanto Jerónimo quanto Agostinho teriam confirmado a mesma lista de livros, de modo que os 27
livros permaneceram no Cânon aceito do NT (v. AGOSTINHO, Da doutrina cristã, 2.8.13).
O Testemunho de apoio ao cânon do NT não se limitou a vozes individuais. Dois concílios
locais ratificaram os 27 livros canónicos do NT – Os concílios de Hipo (393 d.C.) e de Cartago
(397 d.C.).
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Génesis
בראשיתNo Princípio
Autor
Moisés
Data
Entre 1450 a.C. e 1410 a.C.
Frase Chave
“Começos”
Verso
“Em Génesis tudo começou e Abraão Deus abençoou”.
Versículos chave
12.1-3 (1.1, 3.15)
Propósito
Revelar Deus como Criador, Juiz e Redentor do mundo que escolheu o povo de Israel como canal
da Sua bênção.
Mensagem6
A eleição e separação de Israel como povo pactual de Deus deram-se em um contexto de conflito
entre o propósito benevolente do Criador e a vontade rebelde das criaturas, a quem Ele pune em
justiça e restaura em amor.
Personagens em destaque
Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José
Começos em Génesis
V O mundo V A civilização V A dor
V A raça humana V As nações V O sacrifício
V O pecado V A raça hebraica V A poligamia
V A família V Idiomas V O sábado
V A promessa de redenção V O julgamento V O governo
V O casamento V A morte
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PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2006
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Esboço 1
I. O começo da Raça Humana (1-11)
A. Criação (1-2)
B. Queda (3-5)
C. Dilúvio (6-9)
D. Nações / Babel (10-11)
II. O Começo da Raça Hebraica (12-50)
A. Abraão (12-25)
B. Isaque (21-27[35])
C. Jacó (25-36[49])
D. José (37-50)
Esboço 2
I. O alvo da criação de Deus: domínio, bênção e relacionamento (1.1 – 2.25)
II. O pecado, suas consequências e a graça salvadora de Deus (3.1 – 11.32)
III. Abraão: a obediência da fé (12.1 – 22.19)
IV. Isaque: o elo com as promessas de Deus a Abraão (22.20 – 25.18)
V. A luta de Jacó pelas promessas (25.19 – 36.43)
VI. A libertação mediante José (37.1 – 50.26)
Na verdade, Génesis está de várias maneiras quase que mais perto do NT do que do AT, e
de alguns dos seus tópicos mal se ouve falar de novo até suas implicações surgirem plenamente
nos evangelhos. A instituição do casamento, a queda do homem, a inveja de Caim, o juízo do
dilúvio, a justiça imputada ao que crê, a rivalidade entre os filhos da promessa e da carne, a
profanidade de Esaú, o povo de Deus em sua condição de peregrino, são todos eles temas
predominantes do NT. Finalmente, há a simetria com que algumas das cenas e figuras dos
primeiros capítulos reaparecem no livro do Apocalipse, onde Babel (Babilónia) e “a antiga
serpente… o sedutor de todo o mundo” são levados à ruína, e os remidos, conquanto sejam
agora veteranos e não inocentes ainda não tentados, voltam a passear pelo paraíso, nas
cercanias do rio e da árvore da vida.7
7
KIDNER, Derek. Génesis – Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999, p.14
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Períodos do Dilúvio
REFERÊNCIA EM
DATA NÚMERO DE DIAS ACONTECIMENTO
GÉNESIS
por toda a parte (7.24)
As águas escoam
17 do mês 12 Final de 150 8.3
completamente
A cobertura da arca é
*1º do mês 1 8.13
retirada
Número
de dias
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Uma importante e completa história mesopotâmica de dilúvio encontra-se na décima primeira placa da Epopeia
de Gilgamés – uma narrativa comovente sobre a busca frustrada da vida eterna por Gilgamés e seu amigo Enkidu. Essa
narrativa mesopotâmica do dilúvio não diverge tanto do relato bíblico como ocorre com as histórias da criação. Na
verdade, as semelhanças são por demais admiráveis para serem acidentais.
Em ambas as histórias, Deus ou os deuses dão início ao dilúvio por causa do desagrado com a humanidade, mas
informam o personagem principal sobre o desastre iminente e aconselham-no a construir uma embarcação enorme
coberta com betume, de acordo com dimensões predeterminadas. Em ambas as histórias, o herói e sua família são salvos
da inundação de longa duração, e o herói envia um pássaro para ver se as águas do dilúvio haviam baixado. Em ambas
as histórias o herói oferece sacrifício e cultua a Deus ou aos deuses após o dilúvio e é elogiado por sua fidelidade.
Por outro lado, a diferença principal entre as duas histórias está na conduta de Deus e dos deuses
mesopotâmicos. Na Bíblia, Deus é ultrajado moralmente pela perversidade dos homens. Os deuses na Epopeia de
Gilgamés são imaturos, ficam perturbados e perdem o sono por causa dos ruídos que a humanidade faz. Em Génesis, a
vontade graciosa de Deus é salvar os que estão na arca. O herói da Epopeia de Gilgamés descobriu o dilúvio que estava
por vir contra a vontade da maioria dos deuses. No fim, o herói da Epopeia de Gilgamés tornou-se um deus, algo muito
diferente da experiência de Noé em Génesis 9.
Muitos detalhes das histórias, tais como as dimensões da arca e a duração do dilúvio, também são bem
diferentes. Essas diferenças são tão importantes que tornam altamente improvável a existência de uma relação literária
entre os dois textos. Entretanto, as semelhanças favorecem alguma associação. Uma vez que o dilúvio foi um evento
histórico, é plausível que a memória do acontecimento tenha sido preservada pelos sobreviventes e seus descendentes.
Revelação divina do plano Deus queria poupar Noé Ea advertiu o herói Utnapistim
ao herói por causa de sua justiça através de um sonho
Eticamente ambíguo e
Punição Altamente ético e justo
lamentado posteriormente
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Êxodo
שמות Estes são os nomes
Autor
Moisés
Data
Entre 1445 a.C. e 1406 a.C.
Frase Chave
Saindo do Egipto (“Redenção”)
Verso
“Com Êxodo vem redenção e leis para santificação”.
Versículos chave
19.4-6 (3.14; 18.10-11)
Propósito
Descrever o nascimento da Nação de Israel que eventualmente traria bênção ao mundo, para
combater a idolatria e revelar a identidade do SENHOR.
Mensagem
A preservação do relacionamento entre YHWH e Israel como nação escolhida exigia a libertação
do povo do cativeiro e sua obediência corporativa a Ele mediante as estipulações da aliança
mosaica.
Personagens em destaque
Moisés, Arão, Faraó
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Esboço
I. Redenção (1-18)
A. Opressão de Israel (1)
B. Preparação do Líder (2-6)
C. Pragas e Redenção (7-12)
D. Preservação no deserto (13-18)
II. Revelação da Aliança Mosaica (19-40)
A. A Lei (19-24)
B. O Padrão do Tabernáculo (25-31)
C. Idolatria – Aliança Quebrada (32-34)
D. A construção do Tabernáculo – Aliança Cumprida (35-40)
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COLE, R. Alan. Êxodo – Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 1996, p.16
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O S N OMES DE D EUS
NOME REFERÊNCIA SIGNIFICADO EQUIVALENTE EM ARA9
Elohim
Gn 1.1-2.3 Deus, Criador (Deus de todos os deuses, o transcendente). Deus
ֱאלהִֹם
El
Conhecido pelos cananeus como o senhor de muitos
Gn 14.18-22 deuses. Os hebreus usavam livremente em referência ao Deus
ֵאל próprio Deus, geralmente em nomes compostos.
El-Beryt
Jz 9.46 Deus da Aliança El-Berite
ֵאלבּ ְִרית
El-Elyon
Gn 14.18-20 Deus Altíssimo / Excelso Deus Altíssimo
ֵאל ֶעלְיוֹן
El-Olam
Gn 21.33 O Deus Eterno Deus Eterno
ֵאל עוֹלָם
El-Shaddai
Gn 17.1-2 Deus Todo-Poderoso Deus Todo-Poderoso
שׁדַּ י
ַ ֵאל
Qedosh Yisra’el
Is 1.4; 5.19; 43.3 O Santo de Israel O Santo de Israel
שׂ ָר ֵאל
ְ ִ ְקדוֹשׁ י
Shophet
Gn 18.25 Juiz / Governante Juiz
שֹׁפֵט
YHWH Yir’eh
Gn 22.14 “EU SOU” provê O SENHOR proverá
יהוה י ְִר ֶאה
YHWH Tseba’ot
1Sm 1.3; Sl 24.10;
“EU SOU” dos Exércitos SENHOR Onipotente
Zc 1.34
יהוה ְצבָאוֹת
YHWH Shalom
Jz 6.24 “EU SOU” é Paz O SENHOR é Paz
שׁלוֹם
ָ יהוה
YHWH Tsidqenu
Jr 23.6 “EU SOU” nossa Justiça SENHOR, Justiça Nossa
צִדְ ֵקנוּיהוה
9
Almeida Revista e Actualizada
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Outros Nomes
Em sua adversidade, o povo da aliança clamava a Deus pelo seu nome familiar, “nosso
Pai” [( ]אָבִינוּIs 63.16; 64.8). Jesus convida a todos que se chegam a Deus por seu intermédio a
chamar Deus de “nosso Pai” [pavter hJmw'n] ou “Aba” [ajbba] (Mc 14.36; Rm 8.15; Gl 4.6).
Entre outras designações de Deus estão “a Rocha” [( ]צוּר1Sm 2.2; 2Sm 22.47); Pastor []רֹעֶה,
NOMES ARAMAICOS
NOME REFERÊNCIA SIGNIFICADO
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NILO
Knum: guardião do Nilo; Hapi: espírito do Nilo; Osíris: o
TRANSFORMADO EM Ex 7.14-25
Nilo era seu sangue
SANGUE
MORTE DOS
Ex 11.1-12.36 A divindade de Faraó: Osíris, o doador da vida
PRIMOGÉNITOS
Estes são apenas alguns dos deuses contra os quais as pragas provavelmente se dirigiram. Não é uma lista conclusiva.
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Ex 12.12, 18.11; Nm 33.4; A Bíblia Anotada expandida p. 68; Bíblia de estudo MacArthur p. 99.
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Tabernáculo - שׁכָּן
ְ ִמ
A presença de Deus entre o povo exigia um local apropriado de manifestação, onde a própria
natureza santa de YHWH ficasse evidente aos israelitas.
Esta presença santa exigia certos cuidados, pois a absoluta santidade de Deus não aceitaria
contaminação pelo inevitável pecado de Israel.
Assim, o Tabernáculo revelava de maneira objetiva a santidade e a graça de Deus (em sua provisão
para o pecado), bem como o pecado do homem e sua necessidade de perdão.
Quando o Tabernáculo é encarado dentro desta perspetiva de livramento e manutenção do
relacionamento entre Deus e Seu povo (Israel), é mais fácil entendê-lo tipologicamente e aplicá-lo ao povo
de Deus atual (a Igreja).
A lista que se segue é uma sugestão de como encarar tipologicamente as várias partes do
Tabernáculo e os objetos nele contidos.
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Levítico
arqyw E Ele Chamou
Autor
Moisés
Lugar
Monte Sinai (27.34)
Data
Entre 1445 a.C. e 1406 a.C.
Versículos Chave
20.7-8 (11.44-45; 19.2; cf. 1Pe 1.15-16); 17.11 (cf. Mt 26.28; Ef 1.7; Hb 9.22; Ap 1.5)
Frase Chave
Leis para ficar santo!
Verso
“Como viver na presença de Deus? Levítico dá regras aos Judeus”.
Propósito
Promover reverência nacional e individual à santidade de YHWH, apresentando as condições que
permitem a Israel aproximar-se Dele e preservar a Sua presença santa entre o povo escolhido.
Mensagem
A presença santa de YHWH entre Seu povo exige purificação regular por meio de sacrifícios
apropriados e separação nacional de toda sorte de impureza.
cf. Hb 10.11-14, 19-22
Personagens em destaque
Moisés, Arão, Nadabe / Abiú
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Esboço
V O nome Levítico vem da LXX “pertinente aos Levitas”. Os levitas, porém, não são as
personagens principais do livro. O título destaca mais a utilidade do livro para o seu
ministério como líderes do culto e mestres da moral.
V Em vários pontos da Lei Deus “antecipou-se” à ciência / medicina (cf. 12.3).
V Adoração – aspeto central na vida do povo de Deus.
V O ritual que não brota de corações dedicados a Deus é inútil (Pv 15.8; Is 1.11-17; Os 6.6;
Am 5.21-24; Ml 1.10 – cf. Mt 23.23; Mq 6.6-8).
V Deus exige sempre o melhor nas ofertas do Seu povo (2.1 – “tl,so” NVI; cf. Gn 18.6).
V Existe um padrão mais elevado para o ministro que serve o Senhor (caps 8-9; 10.8-11).
V O pecado tem um preço terrível (4.27-35; Hb 9.22).
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O Sistema Sacrificial
Oferta de manjares,
Farinha, pão ou grão preparados Voluntária.
também chamada
Lv 2; 6.14-23 com azeite e sal (sempre não Significa gratidão pelas
oferta de farinha ou
levedados); ou incenso. primícias.
tributo
Voluntária.
Oferta de comunhão, Simboliza comunhão com Deus.
também chamada Qualquer animal sem defeito (a (1) Significa gratidão por uma
oferta pacífica: inclui espécie do animal variava de bênção específica; (2) oferece
Lv 3; 7.11-36
(1) oferta de gratidão, acordo com a condição uma expressão ritual de um
(2) oferta de voto e económica do indivíduo). voto; e (3) simboliza gratidão
(3) oferta voluntária geral (levada a um dos cultos
religiosos exigidos).
Obrigatória.
Lv 5.14-6.7 Oferecida por quem tivesse
Oferta pela culpa 7.1-6 Carneiro ou cordeiro sem defeito privado alguém de seus
14.12-18 direitos ou profanado algo
santo.
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As Festas de Israel
Lv 23.3
Sábado Comemora o descanso de Deus após a Criação e a
Sétimo dia da semana Ex 20.11
tB;v' libertação da escravidão no Egipto.
Dt 5.15
Lv 23.33-43
Festa das Cabanas ou
Nm 29.12-39 Comemora os quarenta anos de peregrinação no
dos Tabernáculos 15-21 de Tisri (set/out)
Dt 16.13 deserto. (Leitura do livro de Eclesiastes)
t/Ksu
Ne 8
Festa da Dedicação ou
Comemora a purificação do templo promovida por
das Luzes 25 de Quisleu (nov/dez) Jo 10.22
Judas Macabeu em 164 a.C.
hK;nUj}
26
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O Calendário Judaico11
14. Páscoa
1 7 Nisã Março-Abril Colheita de cevada
21. Primícias
Últimas
chuvas
(malqosh)
Colheita de trigo E
3 9 Sivã Maio-Junho 6. Pentecostes
Poda das videiras
S
T
4 10 Tamuz Junho - Julho Primeiras uvas A
Ç
Ã
Uvas, figos
5 11 Ave Julho-Agosto 9. Destruição do templo
e azeitonas O
S
6 12 Elul Agosto-Setembro Vindima
E
C
1. Ano Novo
7 1 Tisri Setembro-Outubro Aradura A 10. Dia da Expiação
15-21. Festa das cabanas
Primeiras
9 3 Quisleu Novembro-Dezembro chuvas 25. Dedicação
(yoreh)
Crescimento da
10 4 Tebete Dezembro-Janeiro
primavera
11
WALTON, John H. O Antigo Testamento em Quadros. São Paulo: Vida, 2001, p. 19.
27
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Números
rbdmb No Deserto
Autor
Moisés
Lugar
No deserto / Moabe
Data
Entre 1445 a.C. e 1406 a.C.
Versículos Chave
14.7-9, 22, 23 (33.1, 10.9, 29)
Frase Chave
“Andando no Deserto”
Verso
“Em Números o povo anda por não observar o que Deus manda.”
Propósito
Demonstrar à nova geração de Israel (pronta para entrar na terra prometida) as consequências
da descrença e da desobediência ao Deus da Aliança e a fidelidade de Deus à mesma.
Mensagem
O estabelecimento de Israel como nação na Terra Prometida sob a autoridade de YHWH foi adiado
devido à incredulidade do povo e de sua rebeldia contra os líderes designados por Deus.
Personagens em destaque
Moisés, Arão, Miriã, Josué e Calebe.
28
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Esboço
12
O título grego ajriqmoiv que, sobrevive no título português, enfatiza os dois recenseamentos nele registados (que estão longe de ser o
elemento mais importante do livro).
13
Mears, citado por David Merkh.
14
M. Wilson: American Anthropologist, 56, 1954, p.241, citado por Victor W. Turner em The Ritual Process (1969), p.6.
29
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Rebelião de Corá, Datã e Abirão Engolidos pela terra; devorados pelo fogo 16.1-40
Moisés fere a rocha (indo contra uma Moisés e Arão castigados; não entrarão em
20.1-13
ordem de Deus) Canaã
30
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Deuteronómio
םyrbdh hla Estas são as palavras
Autor
Moisés
Lugar
Planície de Moabe
Data
Entre 1445 a.C. e 1406 a.C.
Versículos Chave
6.4, 5 (30.19-20; 10.12-13)
Frase Chave
“Lembrem-se da Aliança”
Verso
“Deuteronómio diz ao Judeus: Lembrem-se da Lei e da Aliança com Deus.”
Propósito
Preparar Israel para desfrutar a prosperidade e permanência na Terra Prometida pelo
encorajamento do amor nacional a YHWH por meio da obediência à Sua vontade, conforme
revelada na aliança.
Mensagem
Um amor leal a YHWH, expresso em obediência à aliança, é o requisito essencial para a
prosperidade e a permanência na Terra Prometida.
Personagens em destaque
Moisés
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Esboço
V Em nenhum outro livro do Pentateuco lemos tanto a respeito do Amor de Deus (4.37, 7.7-
8, 10.15).
V A prova para os profetas (18.20-22) – nunca podem errar!
V Talvez fosse o livro favorito de Cristo (cf. Mt 4.4, 7, 10 [8.3, 6.16, 6.13, 10.20]; 22.37-38
[6.5]; Mc 7.10 [5.16]; 10.19 [5.16-20]).
V Este livro é citado perto de 200 vezes em 17 dos 27 livros do NT.
V Profecias bem específicas contidas neste livro tiveram seu cumprimento anos mais tarde
na história de Israel (17.14, 31.29).
V A natureza do homem é propensa ao esquecimento. Precisamos de lembranças,
memoriais (4.10, 40, 6.12, 8.2, 11, 18, 9.7, 32.1, 44; “Guarda” 19 ocorrências no livro).
V Os pais têm a responsabilidade da transmissão da fé à próxima geração.
V Na caminhada do povo com Deus há consequências inevitáveis tanto para a obediência
quanto para a desobediência.
V A aliança de Deuteronómio prenuncia aquela nova aliança – não escrita em pedra mas no
coração dos homens (Jr 31.33-34) – que por fim se cumpre em Cristo (Mt 26.28, Mc
14.24, Lc 22.20). O Deus de Israel redimiu o povo da servidão e do caos e escolheu
identificar-se com eles numa aliança eterna. Em seu filho Jesus Cristo e por meio Dele,
oferece pela graça o mesmo para todos os povos, em todos os lugares.
V O frequente apelo de Deuteronómio ao amor de Deus (6.5, 10.12, 11.1, 13, 22, 19.9,
30.6, 16, 20) mostra que o alvo da lei do AT era não o legalismo mas o serviço inspirado
no amor (cf. 1Jo 3.18, 4.19-21, Dt 10.19).
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Josué
[שwhy Y ehôshu’a
Nome
Josué (YHWH é Salvação)
Autor
Josué (e Eleazar, filho de Arão – de acordo com o Talmude15 - cf. 24.29-33)
Lugar
Canaã
Data
Entre 1406 a.C. e 1380 a.C.
Versículos Chave
1.8 (1.3, 24.15)
Verso
“Em Josué, vitória vem e cada tribo sua terra tem.”
Propósito
Mostrar a ação de Deus na história como um Deus que cumpre Suas promessas.
Mensagem
A conquista de Canaã e o estabelecimento do povo de Israel na Terra Prometida aconteceram de
acordo com as promessas pactuais de YHWH, baseados em Seu poder, por meio da fé obediente
da nação.
Personagens em destaque
Josué, Raabe, Calebe
15
Coleção de escritos dos judeus, contendo explicações e tradições referentes à Lei de Moisés. Foi escrito entre o terceiro e o sexto século
da era cristã.
33
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Esboço
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Ai Ai 7.2-6
Ai e Betel Ai 8.1-29
A COLIGAÇÃO DO SUL
Coligação dos
Encontro inicial em Gibeom
amorreus, liderada por
com perseguição através
Adoni-Zedeque, de
de Bete-Horom e o vale 10.1-27
Jerusalém, incluindo
de Aijalom terminando
Hebrom, Jarmute,
em Azeca
Láquis e Eglom
Acompanhado do cerco de Maquedá, Libna, Láquis, Gezer, Eglom, Hebrom e Debir (10.28-39)
A COLIGAÇÃO DO NORTE
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Juízes
שפטיםShophetim
Autor
Samuel? (De acordo com a tradição judaica)
Data
Entre 1380 a.C. e 1050 a.C.
Versículos Chave
2.19, 3.1, 17.6, 18.1, 19.1, 21.25
Frase Chave
“Ciclos de Falhas”
Verso
“Em Juízes o povo esqueceu a lei e o homem se tornou seu próprio rei.”
Tema
A desobediência (idolatria e imoralidade) do povo de Israel ao Deus da Aliança e as suas
consequências.
Propósito
Demonstrar a necessidade de Israel de uma liderança espiritual unificada que mantenha a nação
fiel à aliança, desfrutando assim suas bênçãos.
Mensagem
O fracasso da teocracia no período dos juízes deveu-se à infidelidade de Israel à aliança e à falta
de uma liderança espiritual e política permanente.
Personagens em destaque
(Calebe), Débora, Gideão e Sansão
36
Livramento / Descanso Apostasia / Pecado (corrupção interna)
Esboço
Arrependimento Punição / Escravidão (opressão externa)
V Deus deixou algumas nações em Canaã para pôr à prova o Seu povo (3.1,4).
V Comparação entre os livros de Josué e Juízes:
Josué Juízes
Liberdade Servidão
Progresso Declínio
Conquista através da fé (crença) Derrota através da incredulidade
“Longe de nós o abandonarmos o Senhor “Os filhos de Israel fizeram o que era mau perante o
para servirmos a outros deuses” (24.16) Senhor, e se esqueceram do senhor seu Deus” (3.7)
O pecado julgado O pecado tolerado
Fé e obediência Incredulidade e desobediência
O conhecimento do Senhor Uma geração que não conhecia o Senhor
Visão celestial Interesses terrenos
Um líder forte Muitos líderes fracos
Conquistou 7 nações em 7 anos Derrotado por 7 nações
Unidade Desunião
37
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O SENHOR é o verdadeiro Juiz de Seu povo; é Ele que o entrega nas mãos de seus
opressores; é Ele quem suscita libertadores do povo; é Seu Espírito, ao descer sobre os homens,
que os qualifica para as suas tarefas (3.10, 6.34, 11.29, 14.6,19, 15.14).
Gideão (Manassés) 6-8 Liderou 300 homens na vitória contra 135.000 midianitas
Samuel (Efraim) 1 e 2Sm Foi o últimos dos juízes e o primeiro dos profetas
O pecado humano precisa de governos que imponham a moralidade. Nos dias dos juízes,
quando não havia rei, “cada um fazia o que achava mais reto” (21.25). Os governos recebem de
Deus a responsabilidade de punir o erro (cf. Rm 13.3-5). A história posterior de Israel revela,
porém, que o simples facto de ter um rei não era a solução para o fracasso moral de Israel. Aliás,
os reis de Israel e Judá levaram muitas vezes o povo de Deus a atos de desobediência ainda
maiores. O mais necessário não era a aliança de Deus imposta de fora, mas escrita no coração do
Seu povo (cf. Jr 31.31-34).
38
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Rute
twr Rut
Autor
Samuel ? (De acordo com a tradição judaica)
Data
Entre 1200 a.C. e 1150 a.C.
Versículos Chave
1.16, 2.12, (4.14) 4.17
Verso
“Mas Rute mostra a história mais bonita: Amor fiel de uma moabita.”
Propósito
Demonstrar a maravilhosa graça de Deus em preservar um remanescente fiel numa época
sombria que culmina com o nascimento do Rei Davi.
Mensagem
A soberania e a bondade de YHWH transformam tragédia individual em bênção nacional por meio
da fé pujante de uma mulher gentia e de um israelita comprometido com a aliança.
Personagens em destaque
Rute, Noemi, Boaz, Davi
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Esboço
da entrega da Torá (Lei) no Monte Sinai. Rute é considerada pelos judeus um modelo de
aceitação da Torá e sem ela a história judaica não continuaria.
V Porque o livro termina com a genealogia?
O autor não nos diz por que fez isto, e somos obrigados a criar hipóteses. De qualquer forma, pelo menos podemos
fazer este comentário. Através de todo o livro, em toda a sua simplicidade ingénua, vê-se o “fio da meada” da
supremacia de Deus. Ele toma conta de pessoas como Noemi, Rute e Boaz e dirige os seus passos. Deus nunca se
esquece de Seus propósitos salvíficos. O propósito do casamento de Boaz com Rute era conduzir, no devido tempo, ao
grande rei Davi, o homem segundo o coração de Deus, o homem em quem os propósitos de Deus foram executados de
modo extraordinário. Estes acontecimentos em Moabe e Belém desempenharam seu papel em conduzir àqueles que
redundariam no nascimento de Davi. Os crentes considerarão, também, cuidadosamente, a genealogia que aparece no
começo do evangelho de Mateus, e refletirão que a mão de Deus cobre a história toda. Ele executa Seu propósito,
geração após geração. Visto que somos limitados a uma única vida, cada um de nós vê apenas um pouquinho daquilo que
acontece. Uma genealogia é uma maneira extraordinária de trazer diante dos nossos olhos a continuidade dos propósitos
de Deus através dos tempos. O processo histórico não é casual. Há um propósito em tudo. Esse propósito é o propósito
de Deus.16
16
MORRIS, Leon. Rute – Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 1992, p.300
40
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41
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1 e 2 Samuel
lawmש Shemuel
Autor
Samuel ? (1Sm 10.25)
Natã / Gade ? (1Cr 29.29)
Data
Entre 1100 a.C. e 971 a.C.
Versículos Chave
1Sm - 15.22 (12.13, 13.14, 16.7, 17.26, 45-47)
2Sm - 7.12, 13, 16 (22.21)
Frase Chave
“O Reino estabelecido”
Verso
“Em Samuel o povo reclama e Deus lhe dá dois reis de fama”.
Propósito
Demonstrar as consequências da obediência e da desobediência à aliança deuteronómica na
monarquia, segundo a fidelidade de Deus à mesma.
Mensagem
1Sm – Os preparativos divinos para o estabelecimento da monarquia em Israel revelam que a
sobrevivência e segurança da nação não dependem da monarquia em si, mas de um monarca
cujo coração seja humilde e confiante perante o Deus da aliança.
2Sm – O estabelecimento da monarquia por YHWH é operado conforme Sua lealdade pactual que
castiga com justiça e sustenta com graça uma nação enfraquecida pelo pecado de seus líderes.
Personagens em destaque
Samuel, Saul, Davi (Eli, Golias, Salomão)
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Esboço
V Deus controla o ventre materno e dá filhos em reposta à oração segundo a Sua vontade.
V A consagração e treinamento bíblico de uma criança (começando mesmo antes do
nascimento) são determinantes na sua criação.
V Eli e Samuel (homens piedosos) perderam seus próprios filhos, tendo sido negligentes na sua
educação, estando ocupados na obra de Deus (1Sm 2.12-17, 8.3-5).
V Moisés previu (e predisse) a vinda do reinado (Dt 17.14-15).
V Davi é um dos personagens mais fascinantes de toda a Bíblia - pastor, músico (cantor, poeta)
ungido, soldado, fugitivo, rei de Israel. Existem 58 referências ao seu nome no NT.
V 1 e 2 Samuel eram, originalmente, um só livro.
V Existem pelo menos 2 referências de Jesus aos escritos de Samuel – Mt 12.3-4 (1Sm 21.6) e
Lc 16.15 (1Sm 16.7).
V As consequências do pecado, mesmo que perdoado, podem ser tremendas. Cuidado! (2Sm
12.13-14).
43
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1 e 2 Reis
םyklm Melachim
Autor
Jeremias (cf. 2Rs 25, Jr 39 e 52)
Data
Antes de 586 a.C.
1Rs (971 a.C. – 853 a.C.)
2Rs (853 a.C. – 560 a.C.) – cap. 24 e 25
Versículos Chave
1Rs - 11.11 (9.4-5)
2Rs - 23.27 (17.9,22,23)
Frase Chave
“O Reino dividido e cativo”
Verso
“Reis descrevem o reino dividido e cada país, no exílio, cativo.”
Propósito
Motivar o povo de Judá, antes e depois do cativeiro babilónico a ser fiel à aliança de Deus,
porque Ele mesmo é paciente e fiel à aliança.
Mensagem
A infidelidade nacional para com as alianças deuteronómica e davídica trouxe o juízo deliberado
de YHWH sobre a monarquia teocrática depois de várias demonstrações de Sua paciência e
misericórdia em virtude das promessas davídicas que aguardavam um cumprimento final.
Personagens em destaque
1Rs – Salomão, Elias, Acabe
2Rs – Eliseu, Jezabel
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Esboço
A. Divisão (12-16)
B. Elias (17-19)
C. Acabe (20-22)
V Salomão:
o Gastou 7 anos para construir o Templo e 13 para construir a sua própria casa.
aumentou cada vez mais, tendo sido julgada e eliminada no cativeiro, assim
seu coração (11.1-8) e prata e ouro (10.1-25) contra a Lei e aliança do Senhor.
45
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V Este foi um dos 3 períodos de milagres (os outros dois aconteceram nos tempos de Moisés e
Jesus).
V O rei Ezequias ao saber da iminência da sua morte orou ao SENHOR e foram-lhe concedidos
mais 15 anos de vida. Fez um péssimo uso deste acréscimo de sua vida, desagradando ao
SENHOR. Foi também durante este período que nasceu seu filho Manassés, o rei mais ímpio
dentre todos.
V Logo após grandes vitórias, o líder espiritual pode sentir-se enfraquecido, desencorajado e só.
propósito da vida.
V Eliseu pediu uma porção dobrada do espírito de Elias (2Rs 2.9) – estão registados 12 milagres
46
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1 e 2 Crónicas
םymyh yrbd Os eventos / factos dos dias
Autor
Esdras (cf. 2Cr 36.22, Ed 1.1-2)
Data
450 a.C.
1Cr (1010 a.C. – 971 a.C.)
2Cr (971 a.C. – 539 a.C.)
Versículos Chave
1Cr – 17.11-14 (29.26)
2Cr – 7.14 (15.2, 16.9)
Verso
“Crónicas conta a mesma história enfatizando o Templo e a sua glória.”
Propósito
Dar à comunidade pós-exílica uma interpretação teológica da história nacional na qual a aliança
davídica, o ministério levítico no templo e um sentido estrito da ação retribuidora da aliança de
Deus têm papel predominante, motivando assim a fidelidade à lei e a esperança nas promessas
messiâncias escatológicas da aliança.
Mensagem
As bênçãos partilhadas pela linhagem davídica como recipientes da promessa ainda estão
disponíveis para o remanescente restaurado, se eles esperarem pelo total cumprimento da
aliança davídica em fiel obediência.
Personagens em destaque
Davi, Salomão
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Esboço
V É o último livro da bíblia hebraica, longe de 1 e 2 Reis, muito provavelmente por ser bem
diferente no seu propósito.
V Crónicas tem um papel semelhante ao de Deuteronómio no Pentateuco e de João nos
evangelhos: apresentar detalhes e explicações de eventos, que não constam nos outros
relatos, da perspectiva divina (espiritual).
V Cobre um período mais abrangente do que qualquer outro livro do AT (Adão até Ciro).
V Pensa-se que o altar das ofertas queimadas ficava sobre o lugar (indicado pela tradição
judaica) onde Abraão ofereceu Isaque (Gn 22.2 – 2Cr 3.1).
V A obra do SENHOR deve ser realizada de acordo com a vontade e orientação do SENHOR (1Cr
13.9, 10).
V “Não apresentarei ao Senhor uma oferta que não me custe nada” (1Cr 21.21-26).
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Esdras
arz[ ’esra
Autor
Esdras (cf. 7.28-9.15 – “1ª pess. sing.”)
Data
539 a.C. – 450 a.C.
Versículos Chave
7.10 (1.3)
Verso
“Com Esdras vem restauração; Primeiro o Templo, depois a nação”
Tema
A fidelidade de Deus à aliança restaurando Seu povo na terra santa depois de 70 anos de
cativeiro babilónico.
Propósito
Descrever o restabelecimento de Israel como uma comunidade adoradora na Terra Prometida e
como isso exigia um reavivamento da verdadeira religião da aliança.
Mensagem
O restabelecimento de Israel como comunidade adoradora na Terra Prometida exigia um
reavivamento da verdadeira religião da aliança com a separação necessária das influências
gentias para a lealdade ao Deus das promessas.
Personagens em destaque
Zorobabel, Esdras
49
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Esboço
V Zorobabel, neto do rei Jeconias, está incluído na genealogia de Jesus (1Cr 3.17-19, Mt 1.12-
13)
V É a partir desta altura que os israelitas passam a ser chamados judeus, uma vez que a maior
parte pertencia à tribo de Judá.
V A viagem de regresso: 1.350 Km – 6 meses
V “O coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor; Ele o dirige para onde quer” – Pv
21.1 (ex. Ciro – Ed 1.1)
V O livro de Ester cabe no intervalo de Esdras (entre cps. 6 e 7)
50
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17
PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2006. p.383
51
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52
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Neemias
hymjn Nehemyâ
Autor
Neemias (ou Esdras e Neemias - cf. 7.6-12.26, 12.44-13.3)
Data
445 a.C. - 410 a.C.
Versículos Chave
8.9 (2.4-5,20, 6.15-16)
Verso
“O muro Neemias edificou e a Aliança com Deus renovou.”
Tema
A reconstrução do centro político e espiritual da nação, mostrando a fidelidade de Deus na
restauração do povo.
Propósito
Mostrar que a reconstrução da cidade e seus muros apontam para o restabelecimento de
Jerusalém como a cidade escolhida de Deus na terra.
Mensagem
A reconstrução de Jerusalém como cidade escolhida de Deus exige a restauração de Seu povo
como uma comunidade adoradora em sintonia com a santidade de Seu Soberano Restaurador.
Esboço
53
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54
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V Interesse (1.1-3)
V Atenção (1.4)
V Oração (1.5-11)
Passos de Ação
V Fé (1.9)
V Plano (1.11)
V Ação (2.1-8)
55
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Ester
rtsa a#sT@r
Autor
Judeu anónimo
Data
483 a.C. - 473 a.C.
Versículos Chave
4.14 (8.17)
Verso
“Ester revela o Protetor que guarda Seu povo como Salvador”
Tema
A providência de Deus no cuidado do Seu povo (apesar do cativeiro) cumprindo a aliança.
Propósito
Fornecer a base histórica para a Festa de Purim (cf. 3.7 e 9.24-26). Demonstrar como o Deus da
aliança abraâmica trabalha por meio das circunstâncias e detalhes aparentemente acidentais
para cumprir Sua antiga promessa de proteção, recompensa, e castigo, dependendo de como o
indivíduo ou a nação tratasse Israel (Gn 12.1-3).
Mensagem
A fidelidade de Deus à aliança abraâmica é demonstrada na maneira soberana e providencial
como Ele preserva Seu povo do ódio gentílico, mesmo quando Israel está alheio à intervenção
divina na história.
Esboço
56
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V O nome Ester rTes]a, (a#sT@r) aparentemente deriva da palavra persa para “estrela”, stara.
Alguns tentam identificar o nome Ester com o da deusa babilónica Istar, e o nome do seu tio
com o deus babilónico Mardoqueu. Ester tinha nome hebraico, hS;d'h} (H&d^ss>), que significa
“murta”.
V Um dos últimos livros aceitos no cânon.
V O único livro do cânon onde não aparece o nome ou uma referência a Deus. Embora o nome
de Deus não seja mencionado, Sua soberania e providência são evidentes em toda a
narrativa. “Se o nome de Deus não está aqui, Seu dedo certamente está” (Matthew Henry).
Evidências:
o A rejeição de Vasti (1.12)
o A escolha de Ester (2.9,15,17)
o A dívida de gratidão de Assuero (2.21-23)
o A noite de insónia de Assuero (6.1)
o A “queda” de Hamã (7.8)
o A forca prontinha (7.9-10)
V Deus enfrenta situações inesperadas pelo seu povo com pessoas preparadas por Ele (4.14).
V Faça o que é certo, o resto deixe com Deus! (4.16)
V Na história, o povo de Deus sempre foi, é, e será odiado pelo mundo (cf. Jo 15.18-19, 17.14).
57
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Jó
bwya ayyob
Autor
Desconhecido
Data
Época patriarcal? (Sem sinais da aliança e da lei; Jó como sacerdote da família; longevidade)
Versículos Chave
1.21, 42.5-6 (13.15, 23.10, 37.23-24)
Verso
“A dor em Jó dúvida produz, até de Deus ver a luz.”
Propósito
Encorajar a dependência em YHWH como o Deus que é inescrutável e justo em Seu trato
soberano com Suas criaturas.
Mensagem
A soberania inescrutável de Deus em Seu lidar com Suas criaturas é vindicada mediante o ciclo
de prosperidade - sofrimento - e recuperação na vida de Jó, quando este é levado do ceticismo e
justificação de si mesmo para uma atitude de humilde fé.
Esboço
58
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V O SENHOR deu a Jó o dobro de tudo quanto tinha antes (42.10-13; 1.2-3) - cf. o número de
filhos - demonstração maravilhosa da doutrina da ressurreição!
V YHWH não se vê forçado a suprir uma explicação humanamente palatável para os sofrimentos
de Jó. Este é um caso teste de Sua inescrutável soberania, mas não em um sentido fatalista.
Embora Jó não receba qualquer indicação de por que sofreu tanto, ele compreende Quem
soberanamente designou tempos e circunstâncias de modo a lhe oferecer a melhor maneira
de enfrentar a vida. Mesmo em meio à aflição e ao sofrimento, o crente não precisa saber
por que sofre, desde que saiba Quem o conduz ao longo da estrada.18
18
PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2006. p.433
59
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Salmos
םylht Louvores
Hemã 1 88
Etã 1 89
Moisés 1 90
1, 2, 10, 33, 43, 46, 66, 67, 71, 91-100,
Anónimos 48 102, 104-107, 111-121, 123, 125, 126,
128-130, 132-137, 146-150
Data
Desde c. 1500 a.C. até 450 a.C.
Verso
“Os salmos cantam meditações, gratidão, louvor e lamentações.”
Propósito
Motivar e conduzir o povo de Deus (individual ou coletivamente) a louvar o SENHOR como
resposta natural e necessária às bênçãos e provações.
Mensagem
A soberania de Deus é invocada e celebrada em petição e louvor por aqueles que, em meio à
instabilidade da vida, anseiam por vê-la estabelecida definitivamente na terra em cumprimento
das promessas pactuais a Israel.
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Esboço
O livro dos Salmos é, de facto, uma coleção de cinco livros. Esses livros são os seguintes:
Cada um desses livros encerra-se com uma doxologia, sendo que no caso do quinto livro todo um
salmo (150) cumpre essa função, formando um grand finale para toda a coleção.
3, 4-7, 10, 12, 13, 17, 22+, 25-28, 31, 35, 38, 39,
Lamentos do indivíduo 42, 43, 51, 52, 54-59, 61, 63, 64, 69, 71, 77, 86,
88, 102, 108, 109, 120, 130, 140-143
Lamentos da nação 44, 60, 74, 79, 80, 83, 85, 137
Salmos individuais de 18, 21, 30, 32, 34, 40, 41, 66, 92, 94, 116, 118,
ação de graças 138
Salmos nacionais de
65, 67, 75, 76, 100, 107, 124, 126, 129, 133
ação de graças
Hinos (salmos de louvor 8, 19, 24+, 29, 33, 36, 46-48, 68, 76, 87, 95, 98,
descritivo) 103-105, 111, 113-115, 117, 135, 136, 145-150
Salmos reais 2+, 20, 21, 45+, 72+, 89, 110+, 132, 144
1, 14, 15, 19*, 34*, 37, 49, 50, 53, 62, 73, 78, 82,
Salmos didáticos
[107], 112, 119, 127, 128, 133, [139]
+
salmos que possuem conteúdo messiânico
* salmos que se encaixam parcialmente na categoria
[] salmos de classificação duvidosa
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Características Literárias
A essência da poesia hebraica é a combinação de paralelismo e ritmo, e ambos os elementos
estão presentes em Salmos. Desses dois, o mais importante é o paralelismo.
Os hebreus utilizavam várias maneiras para reforçar uma ideia Usavam semelhança (paralelismo
sinónimo), contraste (paralelismo antitético), comparação (paralelismo emblemático) e
desenvolvimento (paralelismo sintético). Quase tão importante quanto o sentido era a forma de
paralelismo; paralelismo direto e quiástico (ou cruzado) são as formas mais frequentes no
saltério.
Outra das principais características literárias da hinódia hebraica é o uso abundante de figuras de
linguagem. Figuras de comparação e substituição são empregadas em todos os tipos de salmo.
Antropomorfismos são o meio normal de expressar ações e sentimentos divinos.
Uma última característica literária digna de nota é o uso de acrósticos - poemas em que as letras
do alfabeto são usadas como meio de comunicar a totalidade, de exaurir determinado assunto.
Os salmos 25, 34, 112 e 119 empregam esse recurso.
V Os Salmos foram os cânticos de Israel. O livro foi o hinário da nação e, por extensão, é a
expressão das emoções e das experiências do povo de Deus hoje.
V Os judeus referiam-se a ele como o “Livro dos Louvores”, enquanto que a Septuaginta o
intitulou o “Livro de Salmos” (derivação de uma palavra grega que indica canções
acompanhadas por instrumentos de corda).
V É o livro mais conhecido e usado na literatura mundial de todos os tempos.
V Os salmos são mencionados 90 vezes no NT, mais do que qualquer outro.
V 21 salmos referem-se à história de Israel (desde o Êxodo até ao Retorno).
V Os salmos apresentam o Messias de maneira semelhante à dos evangelistas:
V A expressão selah hl;s, (s#l`), que ocorre 71 vezes nos Salmos e 3 vezes em Habacuque 3,
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V Pelo menos 3 homens envolveram-se na coleção / compilação dos salmos: Davi (1Cr 15.16),
Ezequias (2Cr 29.30, Pr 25.1), Esdras (Ne 8).
V 116 dos salmos têm títulos aumentados pelos editores. No texto hebraico, os títulos são
numerados como os restantes versículos do salmo. Os títulos identificam os salmos de acordo
com a situação histórica, acompanhamento musical e/ou o tipo de salmo.
V Outros salmos no AT: Ex 15, Dt 32, Jz 5, 1Sm 2, 2Sm 22 (Sl 18), Jó 3, 7, 10, Is 12, 38, Lm
3, Jn 2, Hq 3.
V Deus é digno de louvor em todas as circunstâncias da nossa vida.
V Dúvidas surgem na vida do filho de Deus e podem ser expressas, mas deverão ser resolvidas
culminando em louvor.
V Quando nos sentirmos com profundas necessidades, poderemos sempre encontrar um salmo
que expresse o nosso sentimento mais íntimo.
V Interpretação dos salmos: Devemos procurar entender o salmo à luz do seu contexto
histórico, à luz da sua forma literária própria, buscando descobrir qual é a sua mensagem
para a geração do autor, que relação pode haver com a pessoa e obra de Jesus Cristo e
qual(quais) a(s) aplicação(ões) válida(s) para o crente hoje em dia.
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Provérbios
ylשm m!vl?
Autores
Salomão (1.1, 1Rs 4.32)
Agur (30.1)
Lemuel (31.1)
Data
950 a.C. - 700 a.C.
Versículos Chave
9.10 (3.5-6, 1.5-7)
Verso
“Provérbios dá o segredo da alegria: o temor do Senhor é a sabedoria.”
Propósito
Dar ao povo de Deus um guia prático e memorável de como aplicar o conhecimento de Deus (o
Temor do SENHOR) à vida diária, para aqueles que já entraram num relacionamento com Ele.
Mensagem
O plano moral de Deus para uma vida regrada (hm;k]j; - jokm>)19 precisa ser abraçado em
atitude de reverente obediência a YHWH por aqueles que aspiram a uma vida significativa como
indivíduos e como membros de uma sociedade pactual.
Esboço
I. Prólogo (1.1-7)
II. Provérbios aos Jovens (1.8-9.18)
III. Provérbios de Salomão - vários assuntos (10-24)
IV. Coleção de Ezequias (25-29)
V. Apêndice por Agur e Lemuel (30-31)
19
“Capacidade de viver habilidosamente”.
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V Provérbios dá ao leitor uma estrutura básica para a vida, isto é, o conceito que a sabedoria
(hm;k]j; - jokm>, “capacidade de viver habilidosamente”) deriva de um relacionamento
20
Idem. p.506
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Eclesiastes
tlhq q)h#l#t Pregador
Autor
Salomão (cf. 1.1, 16; 1Rs 4.29-30)
Data
935 a.C.
Versículos Chave
12.13, 14
Verso
“Somente Deus converte a vaidade - Eclesiastes afirma em verdade.”
Propósito
Estimular o temor do SENHOR como a chave para uma vida significativa em um mundo que é, em
tudo o mais, desprovido de significado.
Mensagem
Todo esforço humano é desprovido de significado se a vida não for vivida como uma dádiva a ser
desfrutada sob o temor de Deus, não como um enigma a ser resolvido.
Esboço
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Data
Entre 965 e 1000 a.C.
Versículos Chave
8.7 (6.3)
Verso
“O amor descrito em Cantares deve estar em todos os lares.”
Propósito
Exaltar o valor do amor conjugal como uma preciosa dádiva divina que deve ser obtida em
pureza e preservada com perseverança.
Mensagem
O verdadeiro amor une profunda e crescentemente aqueles que a ele se entregam em paciência,
pureza e perseverança.
Esboço
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Reis / Profetas
har aybn
JUDÁ ISRAEL
DATA REI PROFETA DATA REI PROFETA
(a.C.) (a.C.)
931 Ano da morte de Salomão. A nação divide-se em dois reinos - Judá e Israel.
* Edom
** Nínive
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Isaías
why[שy
Data
740-680 a.C.
Versículos Chave
6.1-3 (9.6-7, 53.6)
Verso
“Depois de dura condenação Isaías vê grande salvação.”
Propósito
Em primeiro lugar, servir como uma condenação judicial de Judá e das nações circunvizinhas, um
aviso solene de juízo iminente. Em segundo lugar, servir como uma mensagem de conforto
àqueles cuja experiência da ira disciplinadora de Deus os teria levado a pensar que toda
esperança futura estaria perdida. Um remanescente arrependido retornaria à Terra Prometida
para experimentar a plenitude das bênçãos pactuais sob a égide do Servo do Senhor.
Mensagem
A salvação prometida por YHWH consiste na remoção da presente ordem rebelde e no
estabelecimento de uma ordem teocêntrica sob a direção de Seu Servo, em Quem as bênçãos
universais são concretizadas.
Esboço
I. Condenação (1-39)
A. Contra Judá (1-12)
B. Contra as Nações (13-23)
C. O Dia do Senhor (24-27)
D. Julgamento e Bênção (28-35)
E. Parêntesis histórico (36-39)
II. Consolação (40-66)
A. A Salvação da Nação (40-48)
B. O Salvador “Servo” (49-57)
C. O Futuro da Nação (58-66)
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V O livro de Isaías recebe seu título do nome de seu autor Why:[]v'y] (y+v^y*hW) que significa
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Jeremias
whymry
Autor
Jeremias (1-51)
Baruque (52, cf. 2Rs 24.18-25.30)
Data
Entre 627 e 580 a.C.
Versículos Chave
6.16, 18; 11.8 (31.33)
Verso
“Em Jeremias, rendição é o recado de Deus à nação.”
Propósito
Descrever o julgamento e a restauração do povo nos termos da antiga e nova alianças, para
encorajar os cativos a serem fiéis ao Senhor.
Mensagem
O intenso julgamento de YHWH contra a infidelidade nacional à aliança é o prólogo necessário
para o Seu programa de estender a plenitude da bênção ao remanescente de Israel cuja
restauração Ele mesmo garante.
Esboço
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V O nome Why:m]r]yI (y!rm=y*hW) Jeremias significa “YHWH exalta” ou “YHWH funda, estabelece”.
V Foi uma pessoa sensível (14.17), franca (15.17, 18), moralmente zelosa (cap. 5) e corajosa
(cf. seus vários encontros com a morte: 20.1-6; 26.11-24 e 38.6-13). Foi contemporâneo de
Sofonias, Habacuque, Daniel e Ezequiel.
V Jeremias e Lamentações são considerados como um só livro em algumas versões antigas.
V A ordem dos capítulos em Jeremias é mais temática do que cronológica.
V Jeremias predisse a duração de 70 anos para o cativeiro (cf. 25.9-11). Daniel leu a profecia,
buscou a Deus e recebeu resposta (cf. Dn 9.2, 3).
V O livro foi escrito tendo como “pano de fundo” a competição entre 3 grandes nações: Assíria,
Egito e Babilónia.
V Quando Deus concebe acontecimentos importantes, em geral envia alguém para interpretá-
los. Ao longo de 4 décadas turbulentas, Jeremias declarou a palavra de Deus igualmente ao
rei e ao povo, com alto custo pessoal. Seu livro relata sua vida e sua mensagem e apresenta
o paradigma para toda a profecia verdadeira.
V Se a obediência total ao Senhor da graça da aliança é a lição principal das Escrituras,
ninguém, no AT, a ensinou melhor que Jeremias.
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Lamentações
hkya a?k> ”Quão / Oh”
Autor
Jeremias (cf. 2Cr 35.25; estilo semelhante ao seu livro; testemunha da destruição da cidade; de
acordo com a tradição.)
Data
586 a.C.
Versículos Chave
2.5 (3.22, 23; 1.1)
Verso
“Lamentações chora pela cidade, destruída por sua iniquidade.”
Propósito
Expressar angústia nacional por uma tragédia cujas proporções a mente ocidental moderna não
pode sequer começar a compreender. Demonstrar que a destruição de Jerusalém pelos caldeus
não foi um capricho do destino, ou um mau cálculo divino, mas o resultado de um pecado
completo e descarado contra YHWH e a aliança que Ele estabelecera com Seu povo.
Mensagem
A profunda aflição em virtude da merecida destruição da impenitente Judá encontra expressão no
profundo lamento e na esperançosa petição do profeta pela restauração de Jerusalém,
fundamentada na fidelidade e soberania de YHWH.
Esboço
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V O título hebraico hk;ya (a?k>) que significa Quão ou Oh é uma interjeição que indica espanto,
o Ajudar na memorização
V Devemos nos arrepender dos pecados pessoais, nacionais e mundiais.
V A fidelidade do Senhor é grande, a Sua misericórdia não tem fim (3.22, 23).
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Ezequiel
laqzjy
Data
592-570 a.C.
Versículos Chave
36.33-35 (3.17-19, 39.23-29)
Verso
“Em Ezequiel lemos que o povo exilado um dia será restaurado.”
Propósito
Demonstrar à nação exilada que a glória de YHWH não fora de nenhuma maneira ameaçada pela
captura e destruição de Jerusalém e do Templo, mas que tais eventos eram parte do plano de
YHWH para revelar Sua glória não só ao Seu povo, mas para todas as nações, enquanto Ele
julgava o pecado em Israel e além.
Mensagem
A manifestação universal da glória de YHWH virá quando Jerusalém for humilhada com destruição
e cativeiro, e depois restaurada como habitação da glória de YHWH quando Ele obtiver a vitória
máxima contra Seus inimigos e julgar o pecado de todas as nações.
Esboço
I. Julgamento (1-32)
A. Comissão (1-3)
B. Jerusalém (4-24)
C. Nações (25-32)
II. Restauração (33-48)
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V O livro toma o seu título do nome de seu personagem principal, um sacerdote chamado
Ezequiel laqez]j,y] (y=j#zq@al). O nome do autor significa YHWH fortalece, que vem a calhar
com a espinhosa missão para a qual o profeta fora comissionado; a garantia de que a nação
no exílio se oporia amargamente ao seu ministério exigia o constante fortalecimento de
YHWH.
V A expressão “saberão que eu sou o Senhor” aparece cerca de 65 vezes!
V A expressão “Filho do homem” aparece aproximadamente 90 vezes e enfatiza o facto de que
ele é meramente um mensageiro do Soberano do Universo, que planeou todos os eventos
que acontecerão, os quais ninguém pode impedir que se cumpram.
V Foi durante este período que, provavelmente, surgiu a sinagoga. Também foi nesta época que
o povo finalmente abandonou a idolatria.
V Jerusalém foi sitiada em 588 a.C. e caiu em Julho de 586 a.C. No dia 14 de Agosto de 586
a.C., toda a cidade e o templo foram queimados.
V Mais do que qualquer outro profeta Ezequiel envolveu-se pessoalmente nas suas profecias:
o 4.1-3 (tijolo - sítio)
o 4.4-8 (deitar lado direito / esquerdo - sítio / julgamento)
o 4.9-14 (comida imunda - exílio)
o 5.1-4 (cabelos - destruição)
o 12.3-14 (bagagem / buraco na parede - sítio / exílio)
o 12.17-20 (comer pão / beber água a tremer - sítio)
o 21.6-17 (suspiro / espada - exílio / destruição)
o 21.18-23 (placa / sinal - invasão)
o 24.15-24 (morte da esposa - invasão / morte)
o 36.22-36 / 37.1-14 (ossos secos - restauração)
o 37.15-17 (pau - restauração da nação)
V Daniel (embora companheiro) recebe, por 3 vezes, menção especial no livro de Ezequiel
(14.14, 20, 28.3).
V A visão da saída da glória do Senhor em preparo para o julgamento (cf. 9.3, 10.3,4,18,19,
11.22-25).
V A visão da volta da glória do Senhor (43.2-5, 10, 44.4).
V “Saberão as nações que os da casa de Israel, por causa da sua iniquidade, foram levados
para o exílio, porque agiram perfidamente contra mim, e eu escondi deles o rosto, e os
entreguei nas mãos de seus adversários, e todos eles caíram à espada. Segundo a sua
imundícia e as suas transgressões, assim me houve com eles e escondi deles o rosto.
Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Agora, tornarei a mudar a sorte de Jacó e me
compadecerei de toda a casa de Israel; terei zelo pelo meu santo nome.” (39.23-25)
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Daniel
laynd
Data
606-530 a.C.
Versículos Chave
4.34, 35 (2.20-22, 44, 1.20)
Verso
“Daniel aponta ao Deus soberano, com reis e tempo no Seu plano”
Propósito
Estimular esperança na restauração futura de Israel demonstrando como YHWH está
concretizando Seus objetivos para a nação por meio de impérios humanos até que o reino divino
seja estabelecido.
Mensagem
A soberania divina sobre a História garante a sobrevivência de Israel como nação durante o
tempo em que, por meio das nações gentílicas, YHWH purifica Seu povo e prepara Israel para
sua gloriosa redenção na vinda e no reinado do Filho do Homem.
Esboço
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V O título deste livro, em hebraico, grego e nas línguas ocidentais é o mesmo, Daniel laeYID;
(D`n!yy@al) “Deus é meu juiz”, o personagem principal do livro.
V O seu nome babilónico Beltessazar significa “Bel protege sua vida”.
V O autor e personagem principal do livro foi um israelita de nobre nascimento (1.3, 6),
intelectual e fisicamente acima da média (1.4), provavelmente ainda adolescente por ocasião
de seu exílio na Babilónia (606 a.C.), uma vez que ainda estava vivo no terceiro ano de Ciro
(como rei na Babilónia) em 536 a.C.
V A estrutura do livro pode ser vista de ângulos diferentes. Literariamente, os caps. 1-6 são
narrativas relacionadas às atividades de Daniel na Babilónia durante o império neobabilónico
e o estabelecimento da Medo-Pérsia como o poder dominante no Oriente Médio. Os capítulos
7-12 relatam as visões de Daniel sobre Israel e o estabelecimento do reino divino. Na
primeira divisão, Daniel interpreta os sonhos de outras pessoas; na segunda, os anjos
interpretam suas visões.
V Linguisticamente, o livro oferece uma introdução em hebraico (1.1-2.3), seguida por uma
divisão em aramaico (2.4-7.28), e uma divisão final em hebraico (8.1-12.13). Isso parece
correlacionar-se às ênfases em questões gentílicas (caps. 2-7) e história israelita (8-12).
V Embora o capítulo 7 tenha sido apontado como uma passagem de transição, uma vez que
contém tanto história gentílica quanto história israelita (com atenção especial à sua
consumação), é parte integral de um arranjo quiástico que pode ser assim representado:
Capítulo 2
Quatro impérios mundiais; pedra; reino
Capítulo 3
O ato de arrogância de Nabucodonosor e o triunfo de YHWH ao vindicar Seus servos
leais.
Capítulo 4
A vindicação definitiva de YHWH como o Soberano da história na vida de
Nabucodonosor.
Capítulo 5
A vindicação definitiva de YHWH como o Soberano da história na vida de Belsazar.
Capítulo 6
O ato de arrogância de Dario e o triunfo de YHWH ao vindicar Seu servo leal.
Capítulo 7
Quatro impérios mundiais; Filho do Homem; reino.
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V Daniel foi mencionado por Ezequiel por ser sábio e justo (Ez 14.14, 20, 28.3).
V Um dos poucos homens de quem não há registo de imperfeição.
V 9 dos 12 capítulos descrevem sonhos / visões.
V Cronologia do livro:
1, 2, 3, 4 7, 8, 5 9, 6, 10-12
V Daniel conhecia a profecia de Jeremias sobre os 70 anos de cativeiro (Jr 25.12, 29.10; cf. Dn
9.2, 3).
V Foi cativo na primeira deportação (606 a.C.).
V O sonho de Nabucodonosor predisse 4 reinos: Babilónia, Medo-Persa, Grécia e Roma. O 5º (a
Pedra - o Reino de Deus) “já chegou mas ainda não”!
V 70 semanas (Cap.9):
o “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete
semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos
angustiosos.” (v. 25)
o Cálculo da profecia: [(7+62)x7x360] = 173.880 (7 anos + 62 anos = 69 anos lunares x 7 anos (1
semana) = 483 anos x 360 dias (1 ano lunar) = 173.880 dias / 365 dias (1 anos solar) = 476 anos, a
partir de 444/5 a.C. quando Artaxerxes Longimanus emitiu a ordem (Ne 2.5-9). Anteriormente, Ciro
autorizara a reconstrução do templo (538 a.C.; 2Cr 36.22-23; Ed 1.1-4). As praças e as circunvalações
foram reedificadas ao cumprir-se as primeiras sete semanas (49 anos a partir do decreto).
o De 444 a.C. até 33 d.C. = 476 anos solares (nosso calendário) … chegamos ao dia 30 de Março (03) de
3321 (Nisã 10 - 33 A.D.) dia em que o cordeiro era separado (Ex 12.3) para ser sacrificado - Daniel
profetizou a Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Lc 19).
21
Na segunda-feira e não no “Domingo de ramos”!?
22
LASOR, William S. HUBBARD, David A. BUSH Frederic W. Introdução ao AT. São Paulo: Vida Nova, 1999. p. 634
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Profetas Menores
Miquéias 737 Perdão para o mundo Censura a Judá pelas injustiças sociais
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Oséias
[שwh
Data
760-730 a.C.
Versículos Chave
1.2, 4.1 (4.6)
Verso
“Oséias demonstra de um Deus leal, por Israel amor real.”
Propósito
Revelar a amorosa fidelidade de Deus para com o Seu povo (Israel / norte) apesar da sua
“prostituição espiritual” e motivar ou encorajar uma nação que seria restaurada depois de severa
punição.
Mensagem
O amor leal de YHWH por Israel, Seu povo da aliança, garante sua sobrevivência e futura
restauração apesar dos julgamentos devastadores exigidos por sua infidelidade espiritual.
Esboço
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V Os nomes Oséias, Josué e Jesus vêm da mesma raiz hebraica que significa “salvação” ou
“YHWH é Salvação”.
V Oséias é conhecido como o “profeta do amor divino”.
V “Efraim”, a maior tribo no norte, várias vezes significa “Israel” no texto bíblico (5.3,5,11,13).
V Oséias esteve para o reino do norte (Israel) como Jeremias esteve para o reino do sul (Judá)
profetizando imediatamente antes do exílio.
V Deus usa a vida do profeta para ilustrar a sua mensagem (cf. Isaías, Jeremias e Ezequiel).
V O livro de Oséias foi escolhido para encabeçar a coletânea dos Profetas Menores, todos
escritos num único rolo - o livro dos Doze. Oséias estava entre os mais antigos dos profetas
escritores, e seu livro, a mais longa das obras proféticas do pré-exílio, contém os temas
proféticos da destruição e da esperança.
V Oséias foi contemporâneo de Isaías, Miquéias (Judá) e Amós (Israel).
V Os filhos de Oséias:
o la[,r]z]yI (y!zr=u#al) “Deus espalha” (s.m. - o povo do norte seria espalhado)
Jezreel
o LoRuhamah hm;j;ru aOl (Oa r%j*m>) “Desfavorecida” (s.f. - julgamento está perto)
o LoAmmi yMi[' aOl (Oa u^M!) “não meu povo” (s.f. - a rejeição do povo)
V Citações / Alusões:
o 1.10 (Rm 9.25-27, 2Co 6.18)
o 2.23 (Rm 9.25-26, 1Pe 2.10)
o 6.6 (Mt 9.13, 12.7)
o 10.8 (Lc 23.30, Ap 6.16)
o 11.1 (Mt 2.14-15)
o 13.14 (1Co 15.55)
o 14.2 (Hb 13.15)
V Durante o reinado de Jeroboão II, a nação gozou de muita prosperidade. Não poucas vezes a
prosperidade nos faz esquecer de Deus (Pv 30.9).
V A nossa confiança deve estar no Senhor e não em políticos, governos ou países (7.11).
V Amor verdadeiro é invencível, mas sofre quando existe pecado.
V Repetidas vezes Oséias atribui os problemas espirituais e morais à falta de conhecimento de
Deus (4.1ss, v.6, 5.4, 6.6). O conhecimento de Deus não é somente saber acerca Dele; é ter
o devido relacionamento com Ele em amor e obediência. Israel não precisava de mais
informação acerca de Deus, mas de um desejo intenso de estar em comunhão com Ele. No
AT, conhecer é viver em relacionamento íntimo com algo ou alguém, um relacionamento
chamado comunhão.
84
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Joel
lawy
Data
830-825 a.C.
Versículo Chave
2.13
Verso
“Como gafanhotos e seca causam temor, Joel vê castigo no Dia do Senhor.”
Propósito
Promover arrependimento nacional e fé em YHWH como o Deus que julgará cosmicamente a
humanidade de modo a trazer as bênçãos de que Israel é recetor e canal.
Mensagem
O julgamento histórico contra um povo espiritualmente insensível anuncia um julgamento
cósmico por meio do qual o remanescente de Israel receberá as bênçãos prometidas e as
canalizará para todo o mundo.
Esboço
85
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V Joel laewyO (y)a@l), cujo nome é uma genuína profissão de fé israelita (significa “YHWH é
Deus”), oferece pouca informação sobre si mesmo. Ele é o filho de um desconhecido chamado
Petuel (1.1)
V É um dos primeiros livros proféticos.
V A praga de gafanhotos é uma das piores calamidades que pode sobrevir a uma comunidade
agrícola. Foi seguida por uma seca desastrosa.
V 2 aspetos do Dia do Senhor: Julgamento e Restauração.
V Dia do Senhor:
o Is 2.12, 17-20, 3.7-18, 4.1-2, 13.6-9
o Jr 46.10
o Ez 13.5, 30.3
o Am 5.18
o Sf 1.7, 14ss
o Ml 4.5
o 1Co 5.5
o 1Ts 3.2
o 2Ts 2.2
o 2Pe 3.10
V A profecia do derramamento do Espírito Santo (2.28-32) tem, muito provavelmente, 2
cumprimentos - em At 2.16-21 e no “Dia do Senhor” no fim do “tempo dos gentios”.
V O retrato que Joel faz do futuro promissor de Israel contém um elemento de responsabilidade
bem como de privilégio. O derramamento do Espírito de Deus sobre o povo imporá ao
remanescente redimido as pesadas obrigações do ofício profético. Ninguém estará imune -
jovem ou velho, escravo ou livre, homem ou mulher (2.28ss).
V O Dia ainda não chegou (2Ts 2.2, 2Pe 3.10).
V Deus tem todos os eventos, todas as nações e todos os povos do universo sob o Seu controlo.
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Amós
swm[
Data
760 a.C.
Versículo Chave
4.12
Verso
“Amós prevê a calamidade mandada por Deus contra a falsidade.”
Propósito
Revelar o julgamento de Deus contra a hipocrisia do povo de Israel e sua desobediência à aliança
e para o encorajar à fidelidade à aliança tendo em vista a restauração da nação.
Mensagem
A indiferença complacente de Israel para com as exigências morais da aliança mosaica torna sua
religião abominável e faz inevitável seu julgamento pelo Deus que inspeciona os pecados das
nações, mas soberanamente promete restaurar para Seu povo as bênçãos da aliança davídica.
Esboço
87
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V Amós, cujo nome hebraico swOm[; (u*mos) se relaciona com o verbo sm'[; (u*m^s), que significa
V Nas profecias contra as nações, Amós começa no norte, passa para oeste, depois sul, leste,
Judá e finalmente Israel.
V Citações no NT:
o 4.11 - Rm 9.29
o 5.25-27 - At 7.42-43
o 8.9 - Mt 24.29
o 9.11,12 - At 5.16-18
V Amós e a Lei (Pentateuco):
o 2.7 - Dt 23.17, 18
o 2.8 - Ex 22.26
o 2.12 - Nm 6.1-21
o 4.4 - Dt 14.28, 26.12
o 4.5 - Lv 2.11, 7.13
V Os antigos profetas proclamavam as palavras de YHWH em contínuo conflito com os
governantes, sacerdotes e outros que não davam ouvidos a seus pronunciamentos (7.12ss).
V Amós profetizou em Betel, um dos centros religiosos da idolatria do norte e também a
residência do rei (7.10-13).
V Como Oséias, Amós ataca a horrível infidelidade de Israel contra YHWH. Enquanto Oséias
critica severamente a nação por sua idolatria, Amós focaliza os problemas éticos e sociais
causados pelo sincretismo religioso de Israel.
V Na condenação das nações, a expressão “e ainda mais por 4…” representa a gota de água
que fez transbordar o cálice (1,2).
V Prosperidade material não implica, necessariamente, em saúde espiritual, nem vice-versa.
V Deus despreza a “religiosidade” (hipocrisia) mas atenta para a retidão e para a justiça (5.21-
24).
V Aquele que vive sob uma revelação maior tem maior responsabilidade (cap. 6).
23
PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2006. p.715
88
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Obadias
hydb[
Data
845 a.C.
Versículo Chave
18 (21)
Verso
“Em Obadias o julgamento é dado: o fim de Edom está decretado.”
Propósito
Revelar o julgamento contra Edom por seu extremado orgulho e violência contra Judá e lembrar
o povo da sua importância conforme a aliança abraâmica.
Mensagem
O julgamento de Deus contra Edom por seu orgulho extremo e violência injustificada contra Judá
é necessário para o cumprimento das promessas divinas a Jacó e Davi.
Esboço
89
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V Obadias, cujo nome hebraico é hy:d]b'[o (uob^dy>) significa “servo de YHWH” ou “adorador de
YHWH”.
V A data é uma das questões mais debatidas sobre este livro, contudo existe uma relação do
livro de Obadias com uma batalha contra Jerusalém na qual os edomitas estiveram
associados (vv. 11-14). Portanto, há uma inclinação para relacioná-lo aos sofrimentos do
tempo de Jeorão, quando Jerusalém foi atacada pelos exércitos combinados dos filisteus,
vindos do Oeste, e árabes, vindos do Leste. Forças edomitas podem ter se juntado mais tarde
à luta (apesar de não termos registo de sua presença contra Jerusalém). O facto de ter
havido uma rebelião nessa época torna essa ocasião preferível ao tempo de Acaz, quando
nenhum ataque a Jerusalém é registado. A frase “Pois de novo os edomeus, tendo invadido
Judá…” em 2Cr 28.17 (com relação ao reinado de Acaz), encontraria explicação natural se um
primeiro ataque tivesse ocorrido 100 anos antes, no reinado de Jeorão.
V O menor livro do AT. Talvez o primeiro livro profético.
V Obadias é, de certa forma, um microcosmo da visão e conteúdo proféticos do AT. Ele extrai
elementos das promessas abraâmica24 e davídica para pintar seu sucinto, porém vívido,
quadro da justiça divina em ação.
V A aliança abraâmica garante a maldição dos que amaldiçoarem Israel.
V A nação de Edom surgiu de Esaú (v.6) irmão gémeo de Jacó (Israel). Esperava-se um
tratamento melhor (vv. 10-14) [cf. Nm 20.14-21].
V O Amor nunca se alegra com a injustiça (v.12, cf. 1Co 13.6).
V A sabedoria dos edomitas era proverbial (cf. Jr 49.7). A mensagem contra Edom era em parte
a condenação de sua sabedoria (v.8) e de seu orgulho (v.3). Será possível que não nos seja
importante ouvir isso hoje, quando o humanismo secular, no orgulho e na altivez de suas
realizações, ameaça colocar-se contra a Palavra de Deus?
V As pessoas ainda sofrem com as injustiças deste mundo e anseiam por um dia em que tudo
será “como deve ser”. A intervenção humana, por mais importante que seja, não é a resposta
final para essa sede de justiça. Entretanto, ouvir o Deus que promete que esse dia virá é
crucial. E quando isso acontecer, todos de facto conhecerão Aquele que conserta todos os
erros, restaura as posses justas (v.19ss) e faz Sua vontade na terra assim como ela é feita no
céu.25
24
Gn 12.1-3
25
LASOR, William S. HUBBARD, David A. BUSH Frederic W. Introdução ao AT. São Paulo: Vida Nova, 1999. p. 406
90
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Jonas
hnwy
Data
785-760 a.C.
Versículo Chave
4.2 (3.2)
Verso
“Depois da primeira e segunda comissão, Jonas se curva à divina compaixão.”
Propósito
Relembrar o povo de Israel da sua responsabilidade de ser uma bênção para o mundo inteiro (Gn
12.1-3).
Mensagem
A soberania de YHWH em conceder salvação, apesar da atitude de Seu servo, deve motivar
obediência humilde e interesse amoroso pela humanidade.
Esboço
91
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V Jonas, de forma distinta de alguns profetas não se encontra num vácuo histórico. Seu tempo
de vida e ministério estão marcadamente determinados por uma menção específica em 2Rs
14.25, o que posiciona sua vida e ministério no reinado de Jeroboão II (793-753 a.C.). Isto o
torna contemporâneo de Oséias e Amós.
V Seu nome hebraico, hn:wyo (yon>) significa “pomba”, e ele era nativo de Gate-Hefer, um
26
T. J. Carlisle in LASOR, William S. HUBBARD, David A. BUSH Frederic W. Introdução ao AT. São Paulo: Vida Nova, 1999. p. 422
92
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Miquéias
hkym
Data
737-710 a.C.
Versículo Chave
6.8 (6.2)
“Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes
humildemente com o teu Deus.”
Verso
“Miquéias exorta a sua comunidade - a troca do mal por equidade.”
Propósito
Encorajar o povo a aplicar os princípios da aliança à sua vida diária porque, apesar do julgamento
contra a injustiça, ele seria restaurado no reino com um Rei (Messias).
Mensagem
O juízo divino contra a opressão e a idolatria nutridas por falsos líderes será contrabalançado
pela manifestação do Messias como Líder e Pastor de Israel, bem como Juiz e Benfeitor das
nações.
Esboço
I. Julgamento (1-3)
A. Contra o povo (1-2)
B. Contra a liderança (3)
II. Restauração (4-5)
A. Reino / Cativeiro (4)
B. Rei (5)
III. Chamada ao arrependimento (6-7)
93
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V Como alguns outros profetas, Miquéias é praticamente desconhecido, exceto por pequenos
detalhes dados pela própria profecia. Seu nome hebraico, hk;ymi (m!k>) é uma versão
94
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Naum
םwjn
Data
663-612 a.C.27
Versículo Chave
3.5-7
“Eis que eu estou contra ti, diz o SENHOR dos Exércitos; levantarei as abas de tua saia sobre o teu rosto, e mostrarei às nações a tua
nudez, e aos reinos, as tuas vergonhas. Lançarei sobre ti imundícias, tratar-te-ei com desprezo e te porei por espetáculo. Há de ser que
todos os que te virem fugirão de ti e dirão: Nínive está destruída; quem terá compaixão dela? De onde buscarei os que te consolem?”
Verso
“Naum proclama a execução - Nínive morre sem compaixão.”
Propósito
Revelar a violenta destruição de Nínive (e do império Assírio) e a misericordiosa preservação de
Judá encorajando o povo de Deus com Sua soberania, justiça e fidelidade à aliança.
Mensagem
A violenta derrota de Nínive e a restauração misericordiosa de Judá revelam a soberania de Deus
na História e Sua retidão em julgar, razões para a esperança daqueles que Nele confiam.
Esboço
27
depois da destruição de No-Amom (Tebas) em 663 a.C. (3.8) e antes da queda de Nínive em 612 a.C.
95
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V O nome hebraico םWjn: (n*jWm) significa “consolado / confortado” e bem pode ser que haja
uma ligação proposital entre esse nome e o consolo derivado de sua mensagem de castigo
completo contra a feroz inimiga de Israel, Nínive.
V Os ninivitas (assírios), convertidos pela pregação de Jonas (mais de 100 anos antes de
Naum), não haviam transmitido a seus filhos o conhecimento do Deus verdadeiro, e o povo
retornara rapidamente às suas práticas cruéis e pagãs.
V Nínive caiu em 612 a.C. cumprindo a profecia de Naum. O rio Tigre inundou as margens, e o
dilúvio destruiu uma parte do muro (1.8) onde os Babilónios entraram e queimaram tudo
(1.10, 2.13, 3.13,15). A cidade foi descoberta somente em 1845 d.C. (cf. 2.9, 3.11)!
V Jonas / Naum:
Jonas Naum
A misericórdia de Deus O julgamento de Deus
Arrependimento de Nínive Rebeldia de Nínive
Ênfase: o profeta Ênfase: a profecia
Profeta desobediente Profeta obediente
Nação obediente Nação desobediente
Salvação da água Destruição pela água
770 a.C. 660 a.C.
28
LASOR, William S. HUBBARD, David A. BUSH Frederic W. Introdução ao AT. São Paulo: Vida Nova, 1999. p. 349
29
Kipling in idem.
96
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Habacuque
qwqbj
Data
607 a.C.
Versículo Chave
2.4 (3.17-19)
“O ímpio está envaidecido; seus desejos não são bons; mas o justo viverá pela sua fidelidade.”30
Verso
“Habacuque ora em submissão e vive pela fé que Deus tem razão.”
Propósito
Motivar o povo de Judá a confiar (ter fé) na justiça, santidade e soberania de Deus apesar das
circunstâncias.
Mensagem
A fé que se baseia na revelação passada do caráter e poder de Deus permite que o justo se
regozije no futuro exercício da justiça divina apesar dos aparentes paradoxos do presente.
Esboço
30
NVI - Várias versões dizem sua fé, com possível base na Septuaginta (LXX).
97
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V É muito provável que o nome hebraico qWQb'j} (j&b^QWq) derive da raiz qbj (jbq), que
significa “abraçar”.31
V Habacuque é o mais sapiencial dos profetas. Seu livro é estruturado em torno de uma série
de diálogos entre o profeta e Deus. Nesses diálogos encontramos questionamentos tão
veementes quanto à justiça divina como os que encontramos em Jó, apesar da amplitude do
sofrimento que os causou ser bem maior.
V A profecia de Habacuque originou-se na profunda preocupação do profeta pela manifestação
da justiça divina em sua sociedade.
V O livro consiste de uma teodiceia, uma defesa da bondade e do poder de Deus em vista da
existência do mal.
V A ideia da profecia em 2.14 “a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR” é
repetida mais 4 vezes no AT (Nm 14.21, Sl 72.19, Is 6.3, 11.9).
V O capítulo 3 é um salmo, apropriado para o uso na adoração da nação.
V A mensagem de Habacuque serviu de preparação estratégica para o evangelho do NT (cf. Rm
1.17, Gl 3.11, Hb 10.38s.).
V O versículo chave teve um forte impacto nas vidas de Lutero e Wesley.
V Compreensão mediante dúvida honesta. A dúvida honesta pode ser uma atitude religiosa
mais aceitável que a confiança superficial.32
V Numa comparação entre o início e o fim do livro percebemos que as dúvidas iniciais são
resolvidas - não com a compreensão de todos os propósitos, mas com fé na soberana
sabedoria de Deus.
V Deus conhece as nossas dúvidas, contudo podemos expressá-las se terminarmos com oração
de louvor e submissão!
V A fidelidade de Deus no passado é uma grande motivação para a fé no presente (cap. 3).
31
DITAT, pp. 419-420
32
LASOR, William S. HUBBARD, David A. BUSH Frederic W. Introdução ao AT. São Paulo: Vida Nova, 1999. p. 354
98
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Sofonias
hynpx
Data
625 a.C.
Versículo Chave
1.14-16 (2.3)
“O grande dia do SENHOR está próximo; está próximo e logo vem. Ouçam! O dia do SENHOR será amargo; até os guerreiros gritarão. Aquele
dia será um dia de ira, dia de aflição e angústia, dia de sofrimento e ruína, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e negridão, dia de
toques de trombeta e gritos de guerra contra as cidades fortificadas e contra as torres elevadas”.
Verso
“Em Sofonias condenação termina em restauração.”
Propósito
Advertir o povo de Judá contra a idolatria e as nações contra o seu orgulho e ainda encorajar o
povo de Deus com a certeza da salvação e participação no Reino após o julgamento do Dia do
Senhor.
Mensagem
O iminente Dia do Senhor será tempo de terror para a idólatra Judá e as arrogantes nações
circunvizinhas, mas tempo de ternura para o remanescente de Israel que confia em Deus e
partilhará as bênçãos prometidas.
Esboço
99
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V O nome hebraico hy;n]p'x] (x+p^ny>) significa “YHWH guarda” ou “YHWH entesoura”. Podemos
crer que há exemplos de paronomásia entre os nomes dos profetas e suas mensagens (cf. Is
- YHWH salva; Naum - o consolado). Sofonias pode ser um desses casos, já que ele fala da
proteção terna de Deus para Seu remanescente durante o dia do julgamento por vir (3.12).33
V Sofonias, nascido em berço nobre (1.1), muito provavelmente ajudou a preparar Judá para o
reavivamento que ocorreu sob a liderança do bom rei Josias em 621 a.C. (2Cr 34.3),
convocando o povo ao arrependimento.
V A reforma aconteceu, mas depois da morte de Josias, os líderes e grande parte do povo
voltaram à antiga vida de pecado.
V Sofonias tem mais referências ao Dia do Senhor do que qualquer outro profeta. Seu tema
predominante é julgamento, manifesto tanto na versão histórica iminente do Dia do Senhor
quanto em sua plenitude escatológica. Esta ênfase no julgamento é complementada pelas
promessas de proteção divina e preservação do verdadeiro remanescente.
V A palavra “Dia” na expressão “Dia do Senhor” não significa um período de 24 horas, mas uma
época ou um período de tempo. É um “Dia” de ira e salvação que afeta todo o mundo.
V Como Isaías, Sofonias viu a grandeza de Deus e foi transformado por ela. Ele viu que Deus
não pode tolerar a altivez e que a única esperança do povo repousa no reconhecimento da
própria fragilidade. O orgulho é um problema enraizado na natureza humana: “Eu, e mais
ninguém” [NVI], “Eu sou a única, e não há outra além de mim” [RA] (2.15). Tal rebelião, a
declaração de independência espiritual de Deus é o mais hediondo dos pecados. O que escapa
da fúria de Deus é o humilde que confia e “se refugia no Nome do SENHOR” (3.12).
V “As grandes causas de Deus e da humanidade não são derrotadas pelos ataques diretos do
Diabo, mas pelas massas lentas e esmagadoras de milhares de “ninguéns” indiferentes que
avançam como geleiras. As causas de Deus não são destruídas por algum explosivo que se
lhes lança em cima, mas por pessoas que se sentam sobre elas”34 (1.12).
33
PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2006. p.770
34
Smith, G. A. Book of the twelve prophets, Expositor’s Bible (repr. 1956) 4:573.
100
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Ageu
ygj
Data
520 a.C.
Versículo Chave
1.7-8
“Assim diz o SENHOR dos Exércitos: ‘Vejam aonde os seus caminhos os levaram! Subam o monte para trazer madeira. Construam o templo,
para que eu me alegre e nele seja glorificado’, diz o SENHOR.”
Verso
“A obra do templo começa de novo quando Ageu reprova seu povo.”
Propósito
Encorajar e motivar o remanescente a considerar suas prioridades, renovar sua fidelidade e
esperança na aliança e assim reconstruir o Templo para receber a bênção de Deus.
Mensagem
A reconstrução do Templo reflete o arrependimento pela indiferença para com a glória de Deus e
a fé na concessão definitiva das bênçãos prometidas na aliança.
Esboço
101
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V O nome Ageu yG'j' (j^gG^y) parece relacionar-se com a palavra gj' (j^g), que significa “festa,
festival”. Por isso alguns comentaristas sugerem que ele nasceu em um dia de festa religiosa
ou comemorativa, o que permanece como mera especulação.
V A primeira voz profética, seguida de Zacarias, a se ouvir depois do exílio babilónico (Ed 5.1,
6.14).
V Ageu foi um dos poucos profetas que experimentou o sucesso.
V Voltou com Zorobabel (e 50.000 outros judeus) no primeiro retorno (536 a.C. cf. Ed 1.5).
V Foi contemporâneo de Zacarias (e de Confúcio).
V É possível que Ageu tivesse visto o Templo de Salomão (2.3).
V O livro de Ageu encaixa-se na história fornecida pelo livro de Esdras. Após o entusiasmo com
a volta da Babilónia e assentamento na Judéia, o povo caiu num ciclo de desânimo devido à
oposição, à negligência espiritual e à pobreza material que se estendeu por aproximadamente
15 anos.
V Herodes, o grande, gastou muito tempo e dinheiro nos melhoramentos do Templo - o mesmo
que Jesus frequentou.
V Não faças amanhã o que podes fazer hoje! (1.2)
V Mt 6.33 - Como estão as minhas prioridades?! Moro eu numa casa “apainelada” (de luxo, de
fino acabamento) enquanto a “casa do Senhor” está em ruínas? (1.4)
V As circunstâncias (tempos de crise) porventura não serão sinais de Deus a querer chamar a
nossa atenção para Si mesmo e Sua obra? (1.6,9-11, 2.15-17,19).
V A obra do Senhor exige santidade - contínua purificação (2.11-14).
V O papel de Zorobabel seria transformar Israel numa comunidade de adoração em torno do
templo até que o Senhor dos Exércitos interviesse na História para estabelecer Seu próprio
reino (2.23).
V O livro de Ageu não deve ser desvalorizado pelo facto de seu ensino estar associado a uma
construção. O templo era o lugar escolhido especialmente por Deus para os encontros com o
Seu povo. Ezequiel descreveu a sua reconstrução (caps. 40-48) e Ageu anunciou o tempo
apropriado. Deus exigia que Seu povo se aproximasse Dele no templo com o sangue de
animais; agora requer que nos aproximemos Dele por meio do sangue de Cristo (Hb 10.19-
23). A obediência não é opcional.
102
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Zacarias
hyrkz
Data
520-518 a.C.
Versículo Chave
9.9 (14.9)
“Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num
jumentinho, cria de jumenta.”
Verso
“Completem o Templo para o Messias - é a mensagem de Zacarias.”
Propósito
Encorajar a comunidade pós-exílica a permanecer fiel à aliança lembrada por YHWH35 e por Ele
eventualmente usada como base para estabelecer Seu governo sobre Israel e as nações por meio
de Seu Servo, o Renovo, o Messias.
Mensagem
O estabelecimento futuro do reino do Messias serve de motivação para a reconstrução do Templo
e submissão às exigências da aliança, que provam a confiança dos judeus no Deus que controla o
presente e o futuro de Israel e das nações.
Esboço
35
Cf. a paronomasia com o nome do profeta, Zacarias.
103
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V Zacarias hy:r]k'z] (z+k^ry*h), um nome bem comum no AT e que significa “YHWH lembra”. Mais
uma vez se encontra a paronomásia que caracteriza os nomes dos profetas do AT com
relação às suas mensagens, transmitindo, neste caso, aos leitores israelitas a esperança de
que, apesar dos frequentes deslizes da nação, o Deus fiel da aliança lembrará [= cumprirá]
V A expressão “Assim diz o Senhor” aparece 89 vezes; e “Senhor dos Exércitos” 36 vezes.
V É o Senhor dos Exércitos que diz: “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito”
(4.6).
V Não desprezemos o dia dos humildes começos [NVI pequenas coisas] (4.10).
V “Nós vamos contigo porque ouvimos dizer que Deus está com o teu povo” (8.23).
V São duas as vozes desta obra-prima profética que precisam ser ouvidas: a voz pragmática,
que Deus possa agir - igrejas, hospitais, organizações missionárias e humanitárias); e a voz
visionária, que nos incentiva a renunciar este mundo, a levantar a cabeça aguardando a
nossa redenção (Lc 21.28) e a esperar por uma cidade melhor que “tem fundamentos, da
104
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Malaquias
ykalm
Data
430-400 a.C.
Versículo Chave
3.16-17
“Depois, aqueles que temiam o SENHOR conversaram uns com os outros, e o SENHOR os ouviu com atenção. Foi escrito um livro como
memorial na sua presença acerca dos que temiam o SENHOR e honravam o Seu nome. ‘No dia em que eu agir’, diz o SENHOR dos Exércitos,
‘eles serão o meu tesouro pessoal. Eu terei compaixão deles como um pai tem compaixão do filho que lhe obedece’.” [NVI]
Verso
“De Malaquias vem interrogação, pois culpa de novo tem a nação.”
Propósito
Advertir o povo contra o formalismo e indiferença à aliança encorajando-o a um reavivamento
espiritual.
Mensagem
A decadência na vida moral e religiosa de Judá devido à sua falta de confiança na benevolência
pactual de YHWH será visitada com um julgamento purificador que combina severidade e graça,
trazendo assim esperança aos que se arrependem.
Esboço
105
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V Malaquias ykia;l]m' (m^la*k!), um nome desconhecido como nome pessoal no AT, pode ser uma abreviação
de hwhy ךa'l]m' (m^la*k yhwh), “o mensageiro de YHWH”. A presente forma do nome do profeta
possivelmente se deva à paronomásia com respeito ao conteúdo do livro, o qual enfatiza a ideia de um
mensageiro divino: os sacerdotes são apresentados como mensageiros de Deus (2.7); o precursor do
Messias é chamado “mensageiro” (3.1); finalmente, um terceiro indivíduo é chamado “o mensageiro da
aliança” (3.1, NVI).
106
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Período Intertestamentário36
ACONTECIMENTOS POLÍTICOS
Este período entre os escritos do AT e o NT é chamado com frequência de “anos silenciosos”,
uma designação equivocada. Apesar de nenhum profeta inspirado ter surgido em Israel durante
esses séculos e de se considerar que o AT estava completo, os acontecimentos ocorridos neste
período conferiram ao judaísmo posterior a sua ideologia distintiva e se mostraram providenciais
ao preparar o caminho para a vinda de Cristo e a proclamação do Seu evangelho.
A supremacia persa
O império persa exerceu controle sobre a Judéia durante cerca de um século depois do tempo de
Neemias. Foi um período relativamente tranquilo, pois os judeus receberam permissão de
observar suas práticas religiosas sem que ninguém os incomodasse. Nesse tempo, a Judéia foi
governada por sumos sacerdotes que prestavam contas ao governo persa, facto que garantiu aos
judeus grande autonomia e corrompeu o sacerdócio transformando-o em uma posição política.
Inveja, intrigas e até homicídio fizeram parte da competição pelo título honorífico de sumo
sacerdote. Diz-se que Joanã, filho de Joiada (Ne 12.22), matou seu irmão Josué dentro do
próprio templo.
Nesse período, a Pérsia e o Egito se viram envolvidos em conflitos incessantes e, uma vez que
estava situada entre as duas nações, a Judéia não teve como ficar de fora desses atritos.
Durante o reinado de Artaxerxes III (Ochus), vários judeus participaram de uma insurreição
contra a Pérsia e foram deportados para a Babilónia e para o litoral do mar Cáspio.
Alexandre, o Grande
Na sequência da derrota dos exércitos persas na Ásia Menor (em 333 a.C.), Alexandre marchou
em direção à Síria e à Palestina. Depois de resistir obstinadamente, a cidade de Tiro foi tomada e
Alexandre se deslocou para o sul, em direção ao Egito. Diz a lenda que, quando Alexandre se
aproximou de Jerusalém, Jadua – o sumo sacerdote judeu – foi ao seu encontro e lhe falou das
profecias de Daniel, segundo as quais o exército grego seria vitorioso (Dn 8). Este episódio não é
considerado verdadeiro pelos historiadores, mas é facto que Alexandre tratou os judeus com
bondade. Permitiu que eles observassem suas leis; concedeu-lhes isenção tributária no ano
sabático e, ao construir Alexandria no Egito (331 a.C.), incentivou-os a mudar para essa cidade,
oferecendo-lhes privilégios comparáveis àqueles reservados exclusivamente a seus súditos
gregos.
36
Adaptado do texto “From Malachi to Matthew” [“De Malaquias a Mateus”] de Charles F. Pfeiffer;
Moody Bible Institute of Chicago, © 1962. In A Bíblia Anotada Expandida – Charles C. Ryrie, p. 897-900.
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Durante os primeiros anos do governo sírio, os selêucidas permitiram que o sumo sacerdote
continuasse a governar sobre os judeus segundo suas próprias leis. No entanto, surgiu um
conflito entre o partido helenista e os judeus ortodoxos. Antíoco IV (Epifânio) aliou-se ao grupo
helenizante e nomeou para o cargo de sacerdote um homem que mudou seu nome de Josué para
Jason e incentivou o culto a Hércules de Tiro.
Dois anos mais tarde, porém, Jason foi deposto por outro helenista, um rebelde chamado
Menaém (gr. Menelau). Quando os partidários de Jason entraram em confronto com aqueles que
favoreciam Menelau, Antíoco invadiu Jerusalém, saqueou o templo e matou um grande número
de judeus (170 a.C.). Os direitos civis e religiosos foram revogados, os sacrifícios diários foram
proibidos e um altar a Júpiter foi erguido no lugar do altar do holocausto. Cópias das Escrituras
foram queimadas e os judeus foram obrigados a comer carne de porco oferecida sobre o altar do
holocausto em demonstração de desprezo pela consciência religiosa judaica.
Os macabeus
Os judeus oprimidos não demoraram a encontrar um defensor. Ao chegarem à vila de modina,
cerca de 14 quilómetros a oeste de Jerusalém, os emissários de Antíoco esperavam que Matatias,
um sacerdote idoso, desse o exemplo para o povo e oferecesse um sacrifício pagão. Ele não
apenas se recusou a fazê-lo como também matou um judeu apóstata no altar pagão, junto com o
oficial sírio que dirigia a cerimónia. Matatias fugiu para a região montanhosa da Judéia e
organizou, com seus filhos, uma guerrilha contra os sírios. Apesar de não ter vivido para ver seu
povo ser libertado do jugo sírio, o sacerdote idoso incumbiu seus filhos de completar essa tarefa.
Quando Matatias faleceu, seu filho Judas, apelidade de “o Macabeu”, assumiu a liderança. Em
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164 a.C., Judas recuperou o controle de Jerusalém, purificou o templo e reinstituiu os sacrifícios
diários. Logo depois das vitórias de Judas, Antíoco faleceu na Pérsia. No entanto, as lutas entre
os macabeus e os governantes selêucidas estenderam-se por mais vinte anos.
Aristóbulo I foi o primeiro govenante macabeu a usar o título “Rei dos Judeus”. Depois de um
reinado breve, foi sucedido pelo tirânico Alexandre Janeu, que, por sua vez, deixou o reino para
sua mãe, Alexandra. O reinado de Alexandra foi relativamente tranquilo e, ao morrer, um dos
seus filhos mais jovens, Aristóbulo II, usurpou o trono de seu irmão e sucessor por direito. Logo
em seguida, Antípater, governador da Iduméia, abraçou a causa de Hircano, gerando ameaças de
uma guerra civil. Em decorrência, Pompeu invadiu a Judéia com suas legiões romanas, decidido a
resolver a questão e promover os interesses de Roma. Aristóbulo procurou defender Jerusalém
dos ataques de Pompeu, mas os romanos tomaram a cidade e entraram no Santo dos Santos do
tempo, sem, no entanto, tocar em nenhum dos tesouros.
Roma
Marco António apoiou a causa de Hircano. Depois do assassinato de Júlio César e de Antípater
(pai de Herodes) – que, em termos práticos, exerceu poder sobre a Judéia –, Antígono, o
segundo filho de Aristóbulo, procurou tomar o trono para si. Chegou a governar em Jerusalém
durante algum tempo, mas Herodes, filho de Antípater, voltou de Roma e tornou-se o rei dos
judeus com o respaldo romano. Seu casamento com Mariane, neta de Hircano, serviu-lhe de elo
com os governantes macabeus.
Herodes foi um dos governantes mais cruéis de todos os tempos. Assassinou Hircano, respeitado
líder (31 a.C.), e mandou executar a própria esposa Mariane e seus dois filhos. Já no leito de
morte, Herodes ordenou a execução de Antípater, seu filho com outra esposa. Nas Escrituras,
Herodes é conhecido como o rei que mandou matar as crianças de Belém por temer a rivalidade
daquele que havia nascido para ser o Rei dos Judeus.
Fariseus
Os fariseus eram os descendentes espirituais dos judeus piedosos que lutaram contra os
helenistas no tempo dos primeiros macabeus. É provável que o nome fariseus, “separatistas”,
lhes tenha sido dado por seus inimigos para indicar que eles eram dissidentes. Também é
possível que fosse usado com desprezo devido à rigidez de sua separação dos compatriotas
judeus e dos pagãos. A lealdade à verdade por vezes produz orgulho e até mesmo hipocrisia, e
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foi justamente essa distorção dos primeiros ideais farisaicos que Jesus condenou. Paulo
considerou-se um membro do grupo ortodoxo dentro do judaísmo de sua época (Fp 3.5).
Saduceus
O partido saduceu, que provavelmente recebeu esse nome por causa de Zadoque, sumo
sacerdote nomeado por Salomão (1Rs 2.35), negava a autoridade da tradição e considerava
suspeita qualquer revelação posterior à lei mosaica. Eles repudiavam também a doutrina da
ressurreição e não acreditavam na existência de anjos ou de espíritos (At 23.8). A maioria deles
era de homens abastados que ocupavam cargos importantes e cooperavam de bom grado com o
helenismo de sua época. No tempo do NT, controlavam o sacerdócio e o ritual no templo. As
sinagogas, no entanto, eram os baluartes dos fariseus.
Essénios
O movimento essénio foi uma reação ascética ao formalismo dos fariseus e ao mundanismo dos
saduceus. Os essénios se separavam da sociedade para viver de modo ascético e celibatário.
Ocupavam-se da leitura e do estudo das Escrituras e da oração e atentavam para as purificações
cerimoniais. Os bens não eram individuais, mas comunitários, e os membros dessas comunidades
eram conhecidos por sua dedicação e piedade. Seus princípios condenavam tanto a guerra
quanto a escravidão.
A maioria dos estudiosos acredita que o mosteiro de Qumran, próximo das cavernas onde foram
encontrados os papiros do Mar Morto, era um centro essénio no deserto da Judéia. De acordo
com relatos dos papiros, membros da comunidade haviam deixado as influências corruptas das
cidades da Judéia e se dirigido para o deserto a fim de preparar “o caminho do Senhor”.
Acreditavam no Messias que estava por vir e se consideravam o verdadeiro Israel para o qual ele
viria.
Escribas
Estritamente falando, os escribas não constituíam uma seita, mas os membros de uma classe
profissional. A princípio, eram copistas da lei. Com o tempo, passaram a ser considerados
autoridades no que se referia às Escrituras e, por isso, começaram a exercer a função de
mestres. Suas ideias geralmente assemelhavam-se às dos fariseus, com os quais eles são
associados com frequência ao longo do NT.
Herodianos
Acreditavam que o melhor para o judaísmo era cooperar com os romanos. A denominação
origina-se de Herodes, o Grande, que procurou romanizar a palestina da sua época. Os
herodianos eram mais um partido político do que uma seita religiosa.
A opressão política romana, simbolizada por Herodes, e as reações religiosas expressas pelos
sectários de oposição dentro do judaísmo pré-cristão muito contribuíram para a formação do
contexto histórico em que Jesus veio ao mundo. As frustrações e os conflitos prepararam Israel
para o advento do Messias de Deus na “plenitude do tempo” (Gl 4.4).
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De Malaquias a Mateus
a.C.
Os livros apócrifos
LIVROS HISTÓRICOS
LENDAS RELIGIOSAS
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de Ester com o rei Assuero (acrescenta 14 versículos a Ester 5); uma carta ao rei relatando a
morte de Hamã, louvando os judeus e permitindo que estes se defendam (depois de Ester 8.12);
a interpretação do sonho de Mordecai e um comentário final sobre o significado da festa de Purim
(depois do último capítulo de Ester).
LITERATURA DE SABEDORIA
LITERATURA APOCALÍPTICA
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