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Tema III.

Ciclo de potência a gás


Objetivos
■ Avaliar o desempenho dos ciclos de energia a gás para os
quais o fluido de trabalho permanece como gás ao longo do ciclo.
■ Desenvolver suposições de simplificação aplicáveis ​aos ciclos
de energia a gás.
■ Verificar o funcionamento dos motores alternativos.
■ Analisar os ciclos de energia a gás fechados e abertos.
■ Resolver problemas com base nos ciclos Otto e Diesel.
■ Resolver problemas com base no ciclo de Brayton; o ciclo de
Brayton com regeneração e o ciclo de Brayton com resfriamento,
reaquecimento e regeneração.
■ Analisar os ciclos do motor de propulsão a jato.
■ Identificar suposições de simplificação para a análise do ciclo
de energia do gás com base na segunda lei da termodinâmica.
■ Executar a análise do ciclo de energia do gás com base na
segunda lei da termodinâmica.
1. Terminologia de motores.
2. O ciclo de Carnot e seu valor em
engenharía.
3. Suposições do ar estándar.
4. Breve panorama das máquinas
reciprocantes.
5. Ciclo de Otto: o ciclo ideal para as
máquinas de encendido por faisca.
6. Ciclo Diesel: o ciclo ideal para as
máquinas de encendido por compressão.
7. Ciclo Brayton: o ciclo ideal para os motores de
turbina de gas
8. Desenvolvimento das turbinas de gas.
9. Desviação dos ciclos reais de turbina de gas
em comparação com os idealizados.
10. Ciclo Brayton com regeneração.
11. Ciclo Brayton com inter-resfriamento,
reaquecimento e regeneração.
12. Ciclos ideales de propulsión por reacção.
13. Modificações para motores de turborreactor.
2.0 CONSIDERAÇÕES
BÁSICAS PARA O ANÁLISES
DOS CICLOS DE POTENCIA
A maior parte dos dispositivos que producen
potencia operan em ciclos, e o estudo dos ciclos
de potencia é uma parte interesante e importante
da termodinámica. Os ciclos que se levam a cabo
nos dispositivos reais são difícies de analizar
devido a presencia de efectos complicados,
como a fricção e a falta de tempo suficiente para
estabelecer as condições de equilibrio durante o
ciclo. Para que seja factivel o estudo analítico de
um ciclo é necessario manter estas
complexidades em um nivel manejavel e utilizar
algunas idealizações.
Nos ciclos de potencia a gas, o fluido de trabalho
permanece como gas durante todo o ciclo. Os motores
de arranque por faisca (Otto), os motores diesel e as
turbinas a gas convencionais são exemplos comuns de
dispositivos que operan em um ciclo a gas. Em todas
estas máquinas a energía se fornece ao queimar um
combustivel dentro das fronteiras do sistema, é
dizer, são máquinas de combustão interna. Devido a
este proceso de combustão a composição do fluido de
trabalho muda durante o curso do ciclo de ar e
combustivel a productos da combustão. Não entanto, si
se considera que no ar predomina o nitrógeno, o qual
difícilmente participa em reações químicas na cámara
de combustão, todo o tempo o fluido de trabalho se
parece muito ao ar.
Um modelo idealizado simples permite que os
engenheiros estudem os efeitos dos
parâmetros principais que governam o ciclo,
sem se preocupar com os detalhes. Os ciclos
estudados neste capítulo foram idealizados,
mas mantiveram suas características gerais
dos processos reais os quais representam.
Freqüentemente, a conclusão da análise de
ciclos ideais é aplicável aos reais, por
exemplo, a eficiência térmica do ciclo Otto, e
o ciclo ideal para motores de automóveis com
ignição faisca, aumenta com a taxa de
compressão.
As idealizações e simplificações comummente usadas
na análise de ciclos de potência podem ser resumidas
da seguinte forma:
1. O ciclo não envolve qualquer atrito. Portanto, o fluido
de trabalho não sofre nenhuma queda de pressão ao
fluir em tubos ou dispositivos, como trocadores de calor.
2. Todos os processos de expansão e compressão
ocorrem na forma de quase-equilíbrio.
3. Os tubos que conectam os diferentes componentes
de um sistema são muito bem isolados e a transferência
de calor através deles é insignificante.
Ignorar as mudanças nas energias cinética e potencial
do fluido de trabalho é outra simplificação comumente
usada na análise do ciclo de energia.
2.1 O ciclo de Carnot e seu valor em
engenharia.
O ciclo de Carnot e seu valor em engenharía
O verdadeiro valor do ciclo de Carnot é que ele é o padrão com o
qual os ciclos reais ou ideais podem ser comparados. A eficiência
térmica de um ciclo de Carnot é uma função das temperaturas do
coletor e da fonte, e a relação de eficiência térmica para este ciclo
transmite uma mensagem importante que é igualmente aplicável
a ciclos ideais reais: a eficiência térmica aumenta com um
aumento na temperatura média na qual o calor é fornecido ao
sistema ou com uma diminuição na temperatura média na qual o
calor é rejeitado do sistema. No entanto, as temperaturas da fonte
e do dissipador que podem ser usadas na prática têm limites. A
temperatura mais alta no ciclo é limitada pela temperatura
máxima que os componentes do motor térmico, como o pistão ou
as lâminas da turbina, podem suportar. A temperatura mais baixa
é limitada pela temperatura do meio de resfriamento usado no
ciclo, como um lago, rio ou ar atmosférico.
2.3 SUPOSICIÇÕES DE AR ESTÁNDAR
Na realidade, os motores de combustão interna não cumprem
rigorosamente um ciclo. Os chamados ciclos reais de energia a
gás são bastante complexos. Para reduzir a análise a um nível
gerenciável, as seguintes abordagens são usadas, comumente
entendidas como premissas padrão:
Ciclo do Padrão:
1. O fluido de trabalho é o ar que circula continuamente em
circuito fechado e sempre se comporta como um gás ideal.
2. Todos os processos que integram o ciclo são reversiveis
internamente.
3. O processo de combustão é substituído por um processo de
adição de calor de uma fonte externa.
4. 4. O processo de exaustão é substituído por um processo de
rejeição de calor que eleva o fluido de trabalho ao seu estado
inicial. Para simplificar ainda mais a análise, se presupone
que os valores das propriedades específicas são constantes e
determinadas à temperatura ambiente (25°C ou 77°F).
Sistemas de potência a gás

Motores de Motores ciclo Otto (ignição por centelha)


combustão interna
Motores ciclo Diesel (ignição por compressão)

Turbinas a gás Trabalho de eixo =>


Sistemas de (Ciclo Brayton)
potência a gás Energia cinética => Propulsão

Ciclo Stirling (Motor de combustão externa)

Ciclo Ericsson
2.4 BREVE PANORAMA DAS
MÁQUINAS RECIPROCANTES
A pesar de sua simplicidade, a máquina
reciprocante (é básicamente um dispositivo de
cilindro-émbolo) é uma de essas raras
invencões que ha provado ser muito versátil e
inclui uma ampla variedade de aplicações.
É a fonte de potencia da maioría dos
automóvies, camiões, pequenhos aviões,
barcos e geradores de energía eléctrica, assim
como de muitos outros dispositivos.
Componentes básicos de uma
máquina recíproca.
O êmbolo alternativo no cilindro alterna
entre duas posições fixas chamadas
ponto morto superior (PMS) - a posição
do êmbolo quando o menor volume é
formado no cilindro - e ponto morto
inferior (PMI) - a posição do êmbolo
quando o cilindro é formado o maior
volume.
A distância entre o PMS e o PMI é a mais
longa que o pistão pode percorrer em uma
direção e é chamada de curso ou carrera. O
diâmetro do pistão é chamado de calibre. O ar
ou uma mistura de ar e combustível é
introduzido no cilindro através da válvula de
admissão e os produtos da combustão são
expelidos do cilindro através da válvula de
escape.
ou
A pressão media efectiva pode
ser usada como parámetro para
comparar o desempeño de
máquinas reciprocantes de igual
tamanho. A máquina que tem um
valor maior de PME entregará mais
trabalho liquido por ciclo e pelo
tanto se desempenhará melhor.
As máquinas reciprocantes se classificam como
máquinas de encendido (ignição) por faisca
(EF) o máquinas de encendido (ignição) por
compressão (EC), segundo como se inicie o
processo de combustión no cilindro. Nas
máquinas EF, a combustão da mistura de ar
combustivel se inicia com uma faisca na vela,
entanto que nas EC a mistura de ar e
combustivel se autoinflama como resultado de
comprimi - la acima de sua temperatura de
autoinflamação. Nas seguintes secções se
estudam os ciclos de Otto e Diesel, os quais são
os ciclos ideais para as máquinas reciprocantes
EF e EC, respectivamente.
2.5 CICLO DE OTTO: O CICLO
IDEAL PARA AS MÁQUINAS DE
ENCENDIDO POR FAISCA
O ciclo Otto é o ciclo ideal para máquinas alternativas
de ignição por faisca. É nomeado em homenagem a
Nikolaus A. Otto, que em 1876, na Alemanha, construiu
uma máquina de quatro tempos de sucesso usando o
ciclo proposto pelo francês Beau de Rochas em 1862.
Na maioria das máquinas de ignição por centelha, o
pistão funciona a quatro tempos completos (dois ciclos
mecânicos) dentro do cilindro, e o virabrequim completa
duas revoluções para cada ciclo termodinâmico. Essas
máquinas são chamadas de motores de combustão
interna de quatro tempos. Um diagrama esquemático de
cada estágio, bem como o diagrama P- v para uma
máquina real de ignição por centelha de quatro tempos
é apresentado na figura abaixo.
Ciclo de ar padrão - Otto
Inicialmente, as válvulas de admissão e exaustão
estão fechadas e o êmbolo está em sua posição
mais baixa (PMI). Durante o curso de
compressão, o êmbolo se move para cima e
comprime a mistura ar-combustível. Pouco antes
de o êmbolo atingir sua posição mais alta (PMS),
a vela produz uma faísca e a mistura acende,
aumentando a pressão e a temperatura do
sistema. Gases de alta pressão conduzem o
êmbolo para baixo, o que por sua vez força o
virabrequim a girar, produzindo trabalho útil
durante o curso de expansão ou curso de
potência.
No final deste curso, o pistão está na sua posição
mais baixa (a conclusão do primeiro ciclo
mecânico) e o cilindro é enchido com os produtos
da combustão. Em seguida, o pistão sobe mais
uma vez e evacua os gases de escapamento
pela válvula de escapamento (curso de
escapamento), para descer uma segunda vez
extraindo uma nova mistura de ar e combustível
pela válvula de admissão (curso de
escapamento). Observe que a pressão no
cilindro está ligeiramente acima da atmosférica
durante o curso de exaustão e ligeiramente
abaixo durante o curso de admissão.
Em máquinas de dois tempos, as quatro funções descritas acima
são realizadas apenas em dois tempos: o curso de potência e o
curso de compressão. Nessas máquinas, o cárter é vedado e o
movimento para fora do êmbolo é usado para pressurizar
levemente a mistura ar-combustível no cárter, conforme mostrado
na Figura a seguir. Além disso, as válvulas de admissão e escape
são substituídas por aberturas na parte inferior da parede do
cilindro. Durante a última parte do curso de energia, o êmbolo
primeiro descobre a porta de exaustão permitindo que os gases
de exaustão sejam parcialmente expelidos, em seguida, a porta
de entrada se abre permitindo que a mistura de ar fresco-
combustível corra para o interior e expulse a maioria dos gases
de exaustão restantes fora do cilindro. Esta mistura é então
comprimida quando o êmbolo se move para cima durante o curso
de compressão e é subsequentemente aceso por uma vela de
ignição. Os motores de dois tempos são menos eficientes do
que os motores de 4 tempos.
A análise termodinâmica dos ciclos reais de quatro e dois tempos
descritos acima não é uma tarefa simples. No entanto, a análise
pode ser significativamente simplificada usando suposições de ar
padrão, uma vez que o ciclo resultante que é semelhante às
condições operacionais reais é o ciclo Otto ideal, que é composto
por quatro processos reversíveis.
1-2 Compressão isentrópica
2-3 Adição calor a volume constante
3-4 Expansão isentrópica
4-1 Rejeição de calor de volume constante
A execução do ciclo de Otto em um dispositivo de pistão e cilindro
junto com um diagrama P-v foi ilustrado nas Figuras anteriores .
O diagrama T-s do ciclo de Otto é apresentado na Figura a seguir.
O ciclo de Otto é executado em sistema fechado,
e sem levar em consideração as mudanças nas
energias cinética e potencial, o balanço de
energia para qualquer um dos processos é
expresso, por unidade de massa, como:
(qabs - qrej) = (went - wsai) = Δu (kJ / kg)
Não há trabalho envolvido durante os dois
processos de transferência de calor porque
ambos ocorrem em volume constante. Portanto,
a transferência de calor de e para o fluido de
trabalho pode ser expressa como:
qabs = u3 - u2 = cv (T3 - T2)
qrej = u4 - u1 = cv (T4 - T1)
Então a eficiencia termica do ciclo Otto ideal para o ar
estandart frio sera:

Os processos 1-2 e 3-4 são isoentropicos, e V2 = V3 e V4 = V1


pelo tanto

Substituindo estas equações na relação da eficiencia termica e


Eficiência em função da taxa de compressão – Ciclo Otto ideal

1
  1 k 1
(k  1,4)
r
Muito Obrigado

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