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Processos sedimentares

1
Processos sedimentares
1
2) e 3)
Meteorização
transporte e
deposição

Diagénese
(transformação do
4 sedimento 2
em rocha sedimentar
Produtos da meteorização

Sedimentos
detríticos

• Fragmentos de rocha
• Minerais residuais
(Quartzo, feldspato, moscovite, etc.)
• Minerais de alteração
(Ex: minerais das argilas)
• Iões dissolvidos
(Ca2+, K+, Na+, etc.)
Sedimentos químicos e 3
bioquímicos
Agentes de transporte

Gelo
Água
Vento

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Agentes de transporte
– Vento (apenas partículas de dimensões
reduzidas)
– Gelo (grandes distâncias, partículas de qualquer
dimensão)
– Água
• Águas superficiais (ex. rios)
• Águas subterrâneas (apenas transportam iões em
solução)
• Todos estes mecanismos transportam os produtos da
meteorização física e os materiais insolúveis
resultantes da meteorização química.
• A água é único agente que consegue transportar os
iões solúveis produzidos durante a meteorização
química.

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Transporte
• Durante o transporte, as partículas detríticas
continuam a sofrer meteorização química.
• Os minerais mais estáveis são transportados mais
longe da área fonte.

Minerais nos sedimentos detríticos derivados da meteorização


de uma área fonte constituída por granitos
INTENSIDADE DA METEORIZAÇÃO E TEMPO DE
TRANSPORTE

Quartzo Quartzo

Feldspato Minerais das


argilas
Micas
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Transporte

• Durante o transporte pelo vento e pela água, as partículas


detríticas sofrem abrasão.
• Perto da área fonte da área fonte as partículas são angulosas
• Longe da área fonte as partículas são arredondadas

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Transporte
• Geralmente, quanto maior for o transporte, as partículas
detríticas tendem a apresentar menores dimensões e melhor
calibragem.

Duração do transporte 8
TRANSPORTE, ARREDONDAMENTO DAS PARTÍCULAS,
CALIBRAGEM E MATURIDADE DO SEDIMENTO

Increasing distance of transport

Imaturo:
má calibragem,
fragmentos de minerais Maturo:
instáveis, fragmentos de calibragem elevada,
rocha. Grãos angulosos. constituído por
grãos arredondados
de quartzo.
SEDIMENTAÇÃO
• As partículas detríticas, transportadas no estado sólido, e as substâncias
transportadas em solução chegam a um local onde são permanentemente
depositadas e acumuladas.
• As características das rochas sedimentares reflectem o ambiente
sedimentar onde se depositaram.
– Os ambientes sedimentares antigos podem ser interpretados através
da comparação com os ambientes actuais.

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Ambientes sedimentares
Ambientes continentais

Ambientes de transição

Ambientes
marinhos11
Ambientes sedimentares

Continentais: glaciares, leques aluviais, fluvial,


lagos, desertos

Transicionais: deltas, praias

Marinhos: pouco profundos (plataforma


continental), profundos (planície abissal)

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Ambientes sedimentares
Exemplo: Leques aluviais

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Ambiente fluvial

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Ambiente fluvial

Factores que afectam a erosão e sedimentação fluvial:

• Velocidade da corrente

• Caudal

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Velocidade vs. tamanho das partículas

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Velocidade da corrente e largura do canal

Width change due to


Strength change

Channel narrows -> increases stream velocity

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CAUDAL

Volume de água que passa num determinado ponto numa unidade de tempo

Caudal (m3/s)
= Largura da corrente (m) x profundidade (m) x velocidade média (m/s)

Q=Lxpxv

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Downstream changes

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SEDIMENTAÇÃO FLUVIAL
Condição: diminuição da velocidade da corrente
 Diminuição do declive
 Diminuição do caudal
 Mudança na largura do canal

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Sedimentação detrítica nos canais
Erosão e sedimentação fluviais: meandros

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Erosão e sedimentação fluviais: meandros

Sedimentação detrítica

Erosão

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Erosão e sedimentação fluviais: meandros

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Erosão lateral: planícies de inundação

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Planície de inundação

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Inundações
• Ocorrem periodicamente, quando o caudal da corrente aumenta e
a capacidade do canal é excedida
• Com o aumento do caudal, aumenta a velocidade da corrente e a
sua capacidade de transporte
• A água extravasa o canal => diminuição da velocidade =>
sedimentação detrítica na planície de inundação

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inundações

Após o pico da inundação, a descarga diminui e a corrente regressa ao canal

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Inundações e urbanização

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Algumas questões

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O gráfico seguinte mostra as velocidades necessárias para
que uma corrente de água provoque erosão, transporte e
sedimentação de partículas sedimentares com diferentes
tamanhos.

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Considere que o leito de um rio está constituído por partículas
detríticas das fracções argila, silte, areia e cascalho.
1. Quais são as fracções de partículas que são removidas do
leito quando a velocidade da corrente é 10 cm/s?

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Considere que o leito de um rio está constituído por partículas
detríticas das fracções argila, silte, areia e cascalho.
2. Quando a velocidade da corrente aumenta para 100 cm/s,
Quais são as fracções de partículas que são removidas do
leito?
3. Suponha que a velocidade da corrente volta a diminuir
para 10 cm/s. Que acontece às partículas removidas do
leito na alínea 2)?

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Sedimentação nos oceanos

As partículas sedimentares dos sedimentos marinhos provêm, essencialmente:


• da meteorização e erosão das rochas das áreas emersas (sedimentos
terrígenos): areia, silte, argila
• de organismos marinhos (sedimentos biogénicos): partes duras de
organismos que segregam CaCO3 e SiO2
• da precipitação química e bioquímica de iões dissolvidos na água

ÁREA FONTE TRANSPORTE SEDIMENTAÇÃO

Poeiras transportadas pelo vento


Sedimentos
terrígenos
Transporte dos sedim Plataforma
entos Precipitação química de
continental substâncias dissolvidas NÍVEL DO MAR
Areia e cascalho Restos de Partículas
micro-organismos de argila
Areia
Silte Talude
Argila continental
Partículas angulosas Partículas sub-angulosas Partículas arredondadas
Calibragem baixa a sub -arredondadas Calibragem elevada Fundos oceânicos
Calibragem média
Sedimentação nos oceanos
Os ambientes oceânicos podem ser subdivididos em:
plataformas continentais
(pouco profundas e próximas de áreas emersas)

fundos oceânicos
(grandes profundidades e afastadas das áreas emersas)
Sedimentação nas plataformas continentais
• Sedimentação detrítica
•O tamanho das partículas detríticas diminui com a distância à linha de costa

• Sedimentação carbonatada (plataformas carbonatadas)


•Se o influxo de sedimentos terrígenos é baixo, predominam os sedimentos
carbonatados constituídos por restos de organismos (corais e outros)
•As actuais plataformas carbonatadas ocorrem apenas em climas tropicais e
subtropicais
Sedimentação nos fundos oceânicos
• origem dos sedimentos:
 Externo (sedimentos terrígenos)
 Interno (sedimentos biogénicos e os que resultam da precipitação de
iões dissolvidos na água do mar)
Sedimentos terrígenos: argilas
As argilas abissais frequentemente são ricas em ferro. São
frequentemente designadas como argilas vermelhas (“red clays”)
Sedimentos biogénicos
• Os sedimentos biogénicos dos fundos oceânicos são essencialmente
constituídos por partes duras de organismos unicelulares
• A composição química dos esqueletos é CaCO3 (Ex. foraminíferos) ou
SiO2 (Ex. diatomáceas e radiolários)
Diatomáceas

tamanho ~1 mm tamanho ~1 mm
Sedimentação nos fundos oceânicos

A acumulação de sedimentos carbonatados ocorre acima do


nível de compensação do CaCO3

Ca2+ + CO32- ↔ CaCO3

A dissolução da calcite (Ca2+ + CO32- ← CaCO3) é favorecida

pelo aumento de P, pela diminuição da T e por pH baixo

– Estes três factores ocorrem nos fundos oceânicos mais profundos.

– A profundidade da água para a qual o CaCO3 é dissolvido designa-se


NÍVEL DE COMPENSAÇÃO DO CARBONATO DE CÁLCIO
(“carbonate compensation depth” - CCD).

– O nível de compensação situa-se a ~4000 m de profundidade.


Sedimentação nos fundos oceânicos: nível de compensação do CaCO3
4-2
SEDIMENTAÇÃO DETRÍTICA

AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO DETRÍTICA


Ambiente Agente de transporte e de Sedimentos
deposição
CONTINENTAL
Aluvial Rios Areia, cascalho, silte, argila
Desertos Vento Areia, silte, argila
Glaciares Gelo Areia, cascalho, silte, argila
TRANSIÇÃO
Deltas Rios, ondas e marés Areia, silte, argila
Praia Ondas e marés Areia, cascalho
MARINHO
Plataforma continental Ondas e marés Areia, silte, argila

Talude continental Correntes oceânicas, Areia, silte, argila


correntes de turbidez
Fundos oceânicos Correntes oceânicas, Silte, argila
gravidade
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SEDIMENTAÇÃO QUÍMICA / BIOQUÍMICA
AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO QUÍMICA E BIOQUÍMICA
Ambiente Agente de transporte e de Sedimentos
deposição
MARINHO E DE TRANSIÇÃO
Acumulação de partes duras
Plataforma continental e de organismos, precipitação Carbonatos
fundos oceânicos inorgânica a partir da água do
mar
Marinhos com circulação Evaporitos
Evaporação da água do mar
limitada
Fundos oceânicos Acumulação de partes duras Siliciosos
de organismos
CONTINENTAL
Lagos Evaporação da água Evaporitos

Pântanos Acumulação de restos Carvões


vegetais

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PROCESSOS SEDIMENTARES
1
2) e 3)
Meteorização
transporte e
deposição

Diagénese
(transformação do
4 sedimento 41
em rocha sedimentar)
Diagénese ou litificação

Transformação do
sedimento
em rocha
sedimentar

Inclui:
compactação,
cimentação,
recristalização

Tipos de cimento
mais comuns são Cement
calcite, sílica e
hematite 42
Abundância relativa das rochas sedimentares

• 66% da superfície da Terra está coberta por sedimentos ou


rochas sedimentares
Abundância relativa das rochas na Abundância relativa das rochas na
crusta superfície da Terra

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Classificação das rochas sedimentares

Ver apontamentos aulas práticas

• Rochas detríticas, compostas


predominantemente por partículas que
foram transportadas no estado sólido.
• Rochas químicas e bioquímicas,
resultantes da precipitação directa de
substâncias transportadas em solução
e/ou da acumulação de restos de
organismos.
44
Rochas sedimentares detríticas

45
Rochas sedimentares detríticas
4 tipos de arenitos
Quartzo-arenito Arcose Grauvaque Arenito lítico

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Rochas sedimentares químicas e bioquímicas
GRUPO COMPOSIÇÃO ORIGEM DESCRIÇÃO ROCHA

Grão muito Calcário

Fazem efervescência com HCl


fino. Cor clara microcristalino
a vários tons (calcário

CALCÁRIOS
de cinzento. micrítico)
Formado por
ROCHAS Bioquímica
Calcite (CaCO3) fragmentos Calcário
CARBONATADAS e química
macroscópicos fossilífero
de fósseis
Contém
grande Calcário
quantidade de oolítico
oolitos.
Grão extremamente
ROCHAS Bioquímica fino, suave ao tacto,
Sílica (SiO2) CHERT
SILICIOSAS e química risca o vidro,
fractura conchoidal
Transparente ou cor
branca, sabor
Halite (NaCl) SAL-GEMA
salgado. Dureza
ROCHAS
Química 2,5.
EVAPORÍTICAS
Geralmente de cor
Gesso
branca ou rosa. É GESSO
(CaSO4•2H2O)
riscado pela unha.
Orgânica
ROCHAS (acumulação Cor preta, suja as
Carbono (C) CARVÃO
CARBONOSAS de restos mãos.
vegetais) 47
ESTRUTURAS SEDIMENTARES

48
ESTRUTURAS
SEDIMENTARES

• Estratificação

49
ESTRUTURAS SEDIMENTARES

No interior dos estratos


– Grano-selecção

50
ESTRUTURAS SEDIMENTARES

– Grano-selecção

É comum nos
sedimentos que se
depositam na base do
talude continental

51
ESTRUTURAS SEDIMENTARES

No interior dos estratos


– Laminação cruzada

52
ESTRUTURAS SEDIMENTARES

– Laminação cruzada
Forma-se quando o
sedimento é depositado
no seio de uma corrente
de água ou de ar

53
ESTRUTURAS SEDIMENTARES

Na superfície dos estratos


– Marcas de corrente e marcas de ondulação (“ripple marks”)

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ripple marks (on surface)

Current Direction

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Rochas sedimentares - Conclusão

Composição dos clastos: informação sobre as rochas


da área fonte e sobre a intensidade da meteorização na
fonte e durante o transporte

Textura/maturidade dos sedimentos detríticos informação


sobre a distância a área fonte, intensidade da meteorização na
fonte e durante o transporte

Estruturas sedimentares: informação sobre o ambiente


de sedimentação

Fósseis: informação sobre o ambiente de sedimentação e


sobre a idade da sedimentação.

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BIBLIOGRAFIA

• Plummer, C., Carlson, D. & Hammersley, L. (2015).


Physical Geology, 15ª Ed. McGraw–Hill, 672 pp. (Capítulo
6)
• Press, F. & Siever, R (2001). Understanding Earth.
Freeman & Co. New York. (Capítulo 7)
Site de interesse:
http://webgeology.alfaweb.no/

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