#CriaçãoFAIL

Propostas

ESPM/SP
abril de 2011
Este documento é composto por, pelo
menos, 12 propostas para o curso de
Criação da ESPM. Elas surgiram a partir das
reclamações de alunos e ex-alunos em
redes sociais e no blog #CriaçãoFail no inicio
de abril. O assunto continua sendo discutido
constantemente em redes sociais fechadas e
no ambiente da faculdade.

Muitas propostas já foram faladas mais de

uma vez à Direção e Coordenação no inicio
de fevereiro e em março. Quase todas foram
apresentadas novamente em reuniões com
Professor Garcia e Professor Heraldo nos
dias 12, 13 e 14 de abril (nas últimas duas
reuniões o Prof. Heraldo não esteve
presente).

Este documento será apresentado à parte

dos alunos de Criação no inicio da semana
do dia 25 de abril e será entregue à Direção
na mesma semana.

Não há outro objetivo senão ter melhorias no

curso ainda este semestre e nos próximos.

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INTRODUÇÃO
Por que mudar?

Desde o inicio de fevereiro, antes mesmo das aulas começarem, alguns alunos
conversaram com o Professor Garcia sobre a qualidade (ou a falta dela) no curso de
Criação da Escola. Em março, uma reunião que durou mais de 3 horas foi feita com o
Professor Heraldo sobre o mesmo tema. De fevereiro a abril diversos e-mails foram
trocados entre alunos e os Professores.

No dia 12 de abril de 2011, um texto intitulado “Se você não quer trabalhar com
Criação, ignore este texto” foi publicado no Sr Laranja e no blog “#CriaçãoFail”, junto a
propostas, argumentos e depoimentos de alunos. Os Professores Garcia e Heraldo já
sabiam que o texto seria publicado.

Em 3 dias, o blog teve 2.800 visitas, foi compartilhado em quase 200 “Walls” no
Facebook, amplamente falado no Twitter, teve mais de 30 comentários e depoimentos
espontâneos de alunos, além de dezenas (talvez centenas) de e-mails enviados aos
Professores Garcia e Heraldo falando sobre o curso.

O importante é ter a consciência inquestionável de que, construtivas ou não, as críticas

feitas por todos esses meios não nasceram no dia 12 e não nasceram do texto ou do
blog. A insatisfação geral vem de muito tempo – tanto que uma grande parcela das
críticas é feita por alunos do 7o e 8o semestre, por alunos que viram sua vontade em
trabalhar com Criação frustrada pela falta de apoio da ESPM e até mesmo por ex-
alunos. O texto é reflexo do descontentamento dos alunos com o curso de Criação, e
não o contrário.

A repercussão deu-se pela vontade dos alunos em expressar esse descontentamento.

Os alunos se organizaram e montaram propostas e agora esperam que a Coordenação
de Criação trabalhe incansável e efetivamente na busca por melhorias, atualizações e
resultados. Todas as propostas apresentadas serão cobradas constantemente.

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PROPOSTAS
PARA ESTE
SEMESTRE
Os alunos acreditam que todas as
propostas a seguir podem ser
realizadas ainda neste semestre.

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 1. Portfolio Night ESPM

Justificativa
Não é compreensível como e porque a ESPM não tem até hoje seu próprio Portfolio
Night – ou “Pasta na Pasta” ou qualquer outro nome e dinâmica com essa ideia. Além
de melhorar o trabalho de alunos com visões diferentes e atualizadas do mercado, de
reconhecer bons trabalhos e divulgar o nome da Criação da Escola, o Portfolio Night
ESPM poderia ser mais uma porta de talentos da ESPM para diferentes agências.

Solução possível
Criação imediata de um Portfolio Night ainda este sem estre. Com pelo menos 5
profissionais de diferentes áreas e agências* - redator, diretor de arte, internet, mídias,
sociais, planners, conteúdo, ... – o profissional vem até a ESPM ver a pasta de alunos
da optativa de Criação já pré-selecionados por professores, até para que dúvidas
básicas e portfolios ainda iniciantes não sejam mostrados.

* não contam professores da ESPM.

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 2. Jobs extras

Justificativa
Alunos se esforçam muito mais em Jobs passados por professores mais respeitados,
por palestrantes externos ou em concursos. Isso porque têm vergonha de mostrar um
trabalho feito nos 15 minutos anteriores à aula. Também costumam considerar
bastante os conselhos e opiniões externos à Escola.

Solução possível
Um profissional vem em determinado dia e os alunos de Criação interessados vão e
assistem uma palestras ou apenas a passagem de briefing – o que pode ser
substituído por uma passagem de briefing via internet.

Num segundo momento o profissional vem até a ESPM assistir a apresentação dos
trabalhos e na hora já diz o que pensa sobre cada um.

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 3. Premiação Interna

Justificativa
Reforça o nome da Criação da Escola interna e externamente, destaca talentos interna
e externamente, chama a atenção do mercado, reconhece os bons trabalhos e inspira
alunos que ainda não escolheram optativa.

Solução possível
Professores indicam bons trabalhos e os próprios alunos – de qualquer semestre -
podem inscrever qualquer trabalho de Criação no Prêmio. Uma comissão julga os
melhores, não tendo obrigatoriedade de ter um número mínimo ou máximo de
trabalhos premiados, nem de rankear os vencedores. O que é imprescindível é que
todos os trabalhos premiados sejam excelentes.

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 4. Concursos externos

Justificativa
Participar e vencer concursos externos reforça o nome da Criação da Escola interna e
externamente, destaca talentos interna e externamente, chama a atenção do mercado,
reconhece os bons trabalhos e inspira alunos que ainda não escolheram optativa.

Jobs externos ainda servem de parâmetro de comparação entre a qualidade do

trabalho da ESPM e de outras escolas.

Solução possível
Tornar concursos externos como o CCSP, Future Lions, FIAP, D&AD, One Show,
YouTube Good Work, etc job obrigatórios de aula. Assim, o tempo investido nos jobs
de aula pode concorrer a prêmios fora da ESPM.

Se o trabalho ficar bom, outros professores podem orientar o trabalho e a ESPM paga
a inscrição no prêmio em questão.

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PROPOSTAS
PARA OS
PRÓXIMOS
SEMESTRES
Os alunos entendem que as propostas
a seguir demandam tempo e que
dificilmente serão realizadas neste
semestre, mas acreditam que devam
ser trabalhadas com senso de urgência
para serem feitas o quanto antes.

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 1. Apresentação de Criação: de
alunos para alunos
Por que a mais sedutora das optativas não está
seduzindo os alunos?

Justificativa
Diversos alunos de 7º e 8º semestres disseram que teriam feito Criação, mas não se
sentiram estimulados pelo curso. Os professores muitas vezes dão noções da trajetória
que deve ser feita para conseguir um estágio, montar um portfolio, etc, mas isso muitas
vezes não é ouvido pelos alunos. Além disso, diversos alunos citaram o fato de Criação
na vida real não se parecer em nada com as aulas e Professores dos primeiros
semestres.

Outros ainda disseram que a palestra de optativa como é feita, desestimula os alunos a
optarem por Criação.

Solução possível
No segundo semestre, nas primeiras aulas de Criação, um aluno de semestres mais
avançados (5o a 8o) participa de uma aula apresentando aos novos alunos as realidades
inevitáveis como a dificuldade em fazer portfolio, pessoas que podem ajudar, materiais
disponíveis e pouco utilizados na ESPM (anuários, Shots, POP, etc...) e falam o lado
bom da profissão. A palestra de optativa também pode ter a participação de alunos.

O objetivo é que o aluno interessado em Criação comece a trabalhar seu portfolio e

saiba a quem recorrer desde o inicio do curso e a optativa seja mais considerada pelos
alunos ao chegar no 4o semestre. Mostrar que as aulas de Criação na ESPM podem
nem sempre serem legais, mas a profissão é fascinante.

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 2. Sobre Criação “teórica”
no 2º semestre

Justificativa
Muitos alunos reclamaram das aulas teóricas no segundo semestre, como neste
depoimento de um aluno do 7º semestre: “O semestre ministrado pelo Heraldo, é outra
lástima. perde-se ele inteiro estudando sobre os nomes da propaganda, fazendo
seminários inúteis e sem sentido, onde ninguém presta atenção. Em muitas matérias,
são sugeridos bibliografias complementares. porque não fazeer isso com esses temas e
tentar dar uma aula focada na propaganda atual? (...)”. E este do 3o semestre: “(...) ele
põe uma prova mais difícil no final do semestre pra compensar (...)”.

Embora muitos alunos questionem a necessidade de aulas teóricas e apresentações e

seminários sobre agências, grupos e hot shops atuais –a faculdade já disse nas últimas
reuniões, através da Direção, acreditar que esta base é importante.

Solução possível
Se um semestre vai ser “gasto” passando teoria sobre agências de ontem e de hoje,
poderia ser aproveitado também para passar tendências do mercado (sobre
publicidade ou não) e contextualizar os alunos sobre que novas disciplinas de
Comunicação devem despontar nos próximos anos.

Se a aula não for, além de repertório do passado, um momento que dê suporte ao

portfolio no futuro ou que, no mínimo inspire e instigue os alunos, ela não tem sentido.

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 3. Os semestres
restantes da manhã

Justificativa
É necessário ter portfolio para se conseguir um estágio em agência e, se estivermos
falando de boas e grandes agências, onde o aluno terá a chance de desenvolver
potencial criativo, esse portfolio competirá com outros excelentes. Logo, as matérias de
Criação II e Criação III (no 3o e 4o semestres) não deve ser uma abordagem ao mundo
da Criação ou nada do tipo e sim preparar o aluno e seu portfolio para conseguir um
estágio no 5o. Importante ressaltar que há inúmeros alunos que não tem portfolio no 5o
semestre e, os poucos existentes nem sempre tem a qualidade que já poderiam ter – o
que pode ser confirmado com os professores orientadores de portfolio e outros
professores de Criação.

Solução possível
Criação II e III devem ser intensivos de portfolio, de critério, de referência dentro e fora
de sala de aula. Menos vídeos de propagandas, de exercícios que não podem entrar na
pasta, de trabalhos de referência. O aluno tem que saber que se quiser trabalhar com
Criação, precisará de boas peças na pasta. E o professor precisará saber que o aluno
que quer trabalhar com Criação não conseguirá estágio se as peças forem ruins.

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 4. Sobre os professores e
a grade da optativa

Justificativas + soluções possíveis

• Tirando particularidades de cada professor, as matérias da grade são
predominantemente semelhantes, tanto que os alunos chamam a matéria pelo
nome de quem dá a aula e não pelo nome da disciplina. A principio, uma melhor
seleção dos professores já melhoraria o curso, mas o pensamento do curso
como um todo e dos pontos abordados por ele e como isso reflete-se na
formação do aluno é imprescindível. Pensar em quais serão as demandas do
mercado nos próximos anos e como isso deverá ser refletido nas pastas dos
alunos também é essencial e, hoje, aparentemente o curso é montado apenas
pela disponibilidade dos professores.
• Há no sexto semestre disciplinas conflitantes que passam a mesma matéria e,
dar um curso de Produção a essa altura do curso, quando a maioria das
pessoas já deveria estar empregada em suas áreas é, no mínimo estranho. Se a
intenção é aperfeiçoar as habilidades de quem já tem uma noção, a aula deveria
ser específica, apenas para Diretores de Arte ou quem mais tiver interesse.
• IMPORTANTE: Uma vez que a pasta será construída com visões diferentes,
Jobs diferentes, referências diferentes, não faz qualquer sentido ter os mesmos
professores em vários momentos da grade. Seja os Professores Brioschi, Ruy
Sanches, Cristina Leão ou Matuck, na visão dos alunos, deveriam dar aula
apenas para UM sem estre no curso. Até porque, uma vez que já deram
aula, o aluno já tem liberdade o suficiente para pedir conselhos e mostrar a
pasta, se necessário.
• No 5o semestre, aparentemente, não há motivo para ter duas aulas de “Criação
de Conceitos de Comunicação” semanais. Seria mais produtivo ter um quarto
professor no semestre.

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 5. Aulas específicas

Justificativa
Embora existam alunos que não se encaixam ainda nem em DA, nem em redator e
muitos profissionais e pessoas do mercado acreditem que a tendência é que a Criação
seja cada vez mais unificada, sem a distinção de redatores e diretores de arte, esta não
é – e não parece ser tão cedo – a realidade do mercado. É praticamente im possível
um diretor de arte conseguir um estágio se não dominar ferramentas e tiver repertório
visual aguçado. Da mesma forma que é inconcebível admitir um redator que não
domine texto com maestria.

A faculdade oferece a “optativa da optativa” de Direção de Arte no 6o semestre, o que é

louvável, mas cabe o questionamento sobre se ela não deveria vir antes - a essa altura
o aluno já deveria estagiar e dominar essas ferramentas, até para a produção de seu
portfólio nos 4 ( ! ) semestres anteriores.

Solução possível
Pelo menos em uma das matérias de todos os semestres da optativa, ao invés das
duas salas de optativa terem sua configuração de sempre (DAs, redatores e outros
misturados), uma sala terá aula de específica de redação com um redator e uma sala
terá uma aula específica de direção de arte.

Note que não seria preciso criar matérias extras, mas incorporar esta dinâmica à grade.

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 6. Mais Criação, menos
Marketing. E quanto mais
Criação, menos Criação.

Justificativa + solução possível

No 5o semestre, os alunos têm um conhecimento sólido em Marketing, tanto que
conseguem facilmente empregos em grandes empresas. Por outro lado, pouquíssimos
têm um bom portfolio e quase nenhum trabalha em grandes agências.

Fica clara a necessidade de, pelo menos para esta optativa, ter menos carga de tronco
e gastar mais tempo dedicando-se à Criação. No 5o semestre, matérias como Finanças,
Gestão de Negócios e CRM demandam o mesmo ou mais tempo que as matérias de
Criação – e é óbvio que as chances de um aluno que faz Criação abrir um Balanço
Patrimonial nos próximos anos (ou décadas) são bastante pequenas.

Com mais aulas de Criação é possível ter menos aula de Criação. Isso quer dizer que
com mais horários disponíveis, seria possível ter aula com artistas plásticos, cronistas,
analistas de tendências, pesquisadores, planners, músicos, comediantes e outros
criadores que não só redatores e DAs.

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 7. Aula sem professor

Justificativa
Alunos se esforçam muito mais em Jobs passados por professores mais respeitados,
por palestrantes externos ou em concursos. Isso porque têm vergonha de mostrar um
trabalho feito nos 15 minutos anteriores à aula. Também costumam considerar
bastante os conselhos e opiniões externos à Escola.

Solução possível
Uma matéria que não tem professor. Para exigências legais, pode até haver um
professor que vai receber os convidados, mas na prática ele jamais da aula. O que
acontece é toda semana alguém vindo, conversando com os alunos, passando um job
e voltando na semana seguinte para corrigir os trabalhos apresentados. O palestrante
da semana seguinte será outro e assim em diante.

Para profissionais muito ocupados (o que é bastante comum), a primeira visita à ESPM
pode ser substituída por um briefing online.

Para maior aproveitamento, esta aula poderia ser comum a todos os semestre de
optativa.

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 8. Andar/corredor da Criação

Justificativa
É, sem dúvida, a proposta com maior aprovação e apoio entre os alunos. Um
andar ou, pelo menos, parte de um andar dedicado exclusivamente à Criação e suas
disciplinas reafirma a Criação da ESPM dentro da faculdade, mostra aos alunos que há,
sim, gente fazendo Criação, expõe bons trabalhos, cria um ambiente que favorece,
fomenta e inspira a criatividade, aproxima fisicamente professores e alunos diferentes,
propiciando maior troca de ideias e avaliações de pasta. Além disso, cria ambientes
mais leves, que facilitam a criação de trabalhos fora de horário de aulas e facilita o
contato dos alunos com anuários, DVDs, livros, Archives, etc – materiais já disponíveis,
mas pouquíssimo utilizados pelos alunos. Sem contar que passa a ser mais um
ambiente que “impressiona” futuros alunos, como o retail lab, laboratórios, etc.

Solução possível
Andar ou corredor que concentra todas as salas de Criação nas aulas de manhã e da
noite. Com ambiente mais leve, com paredes grafitadas – por alunos, pela equipe do
Parede Viva ou quem sabe por ambos – murais autogeridos pelos alunos, TVs com
trabalhos de alunos e externos passando, trabalhos de alunos nas paredes, trabalhos
premiados, exposições diversas de arte e cultura, e o que mais rolar. Formando um
ambiente “poluidamente” inspirador.

Uma sala de estudos coletiva estimula alunos a criarem e fazerem brainstorms

coletivamente. Com puffs e mesas grandes, pode ter estantes com anuários, Archives,
DVDs e outros materiais de consulta relacionados. Mesas com tampo de vidro e vidros
nas paredes podem ser escritos por qualquer um com pincel atômico, etc.

O ambiente perde a cara de hospital ou de escola de negócios e ganha cara de agência

de propaganda.

Importante: esta ideia é um espaço minimamente amplo para salas e sala de estudo
e não é substituível por um mural, ou algo do tipo.

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