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"Ei, eu vou te achar ein"- ele disse com a voz calma e brincalhona.- "1...2...3... HÁ . Te
achei!"
"Aaah"- a garotinha gritou animada.- "Pai essa nã o contou, você estava me olhando
esconder!"
"Eu?"- fez cena fingindo estar se sentindo ofendido.- "Meus olhos estavam coçando."
Aquela era uma das brincadeiras que Melia e Anthony costumavam brincar quando
ele tinha folga do trabalho. Mesmo estando sempre ocupado com negó cios e
reuniõ es ele sempre achava um tempo pra sua família, entã o mesmo com tudo eles
tinham muitas lembranças juntos.
Anthony era alegre, odiava ver pessoas diminuindo as outras pessoas conta de
títulos de sangue. Em geral Anthony ajudava pessoas sem condiçõ es e era sempre
muito atencioso e gentil.
Os pais de Melia sempre buscaram a ensinar muito respeito ao pró ximo, gentileza,
sinceridade e bondade. Aqueles eram os princípios que a familia Clinfford se
orgulhavam em ter. Afinal nã o adianta ser rico de bens materiais e pobre de alma.
Com isso, a menina sempre apoiou os pensamentos do pai e acreditou no que achava
que era certo. A ligaçã o entre ela e seus pais era grande e eles sempre estavam
juntos. Nã o haviam segredos entre eles nem discussõ es bobas.
"O que você acha de descermos e ir ajudar a mamã e no jantar?"- Anthony propô s.
"Eu acho que isso é uma boa ideia. Mas primeiro você tem que prender meu cabelo,
se a mamã e ver um fio na cozinha ela pira."- a menina levantou os braços
encenando.
"você tem razã o."- o homem disse pegando um elá stico de cabelo dando risada.- "Se
sua mã e ver uma coisa dessas eu e você estamos bem encrencados."
Melia e seu pai eram grudados e faziam vá rias brincadeiras juntos. Uma delas,
Melia, aprendeu ainda bem pequena. Toda vez que ela estava entediada nas
reuniõ es formais de seu pai, ele fazia uma graça para distrair a menina. Anthony
puxava suas orelhas e colocava a língua pra fora, fazendo uma careta engraçada.
Logo Melia repetia a mesma piada como cumprimento toda vez que seu pai a fazia.
Os dois desceram as escadas rapidamente, ansiosos com o que a mulher preparava
na cozinha. Ella era uma excelente cozinheira e Melia realmente pensava as vezes
que a mã e poderia ser chefe, todos os domingos Ella preparava uma comida típica
de cada país. Todos na casa adoravam suas comidas e sempre era uma festa.
"Isso meu amor é bife a parmegiana, foi criado por um brasileiro, na cidade de Sã o
Paulo."- Ella se esticou para pegar alguns pratos e talheres.
"Isso mesmo, assim como os outros lugares a cultura do Brasil é muito bonita e rica
em histó ria e tradiçõ es. Você amaria conhecê-lo!"
"E com certeza eu também gostaria"- Anthony disse indo lavar a mã o.- "Melia, venha
lavar as mã os, você nã o vai querer bichinhos na sua comida, vai?"
O jantar foi incrível, a comida como sempre estava uma delícia e o bife melhor ainda.
Melia e seus pais conversavam sobre as diversas culturas e tradiçõ es do Brasil e
cada vez mais a garotinha ficava mais interessada. De todos os lugares que sua mã e
já tinha falado, aquele era com certeza um dos mais interessantes e bonitos.
"Açaí filha, e sim essa fruta existe e em vá rios lugares ela é consumida de diferentes
formas."- Melia ouvia com atençã o.- "No norte do país, as pessoas o consomem com
farinha de mandioca, tapioca ou na forma de pirã o. No nordeste, ele é consumido
como suco pelo tempo quente. E na regiã o sudeste ele é consumido com frutas."
"Isso é incrível…"
O papo continuou na mesa até todos terminarem de comer. Assim que a família
estava satisfeita, Ella conjurou feitiços de limpeza e os pratos começaram a voar em
direçã o da pia, e em um instante toda aquela louça estava limpa e seca no
escorredor.
Anthony como sempre apó s um jantar, subiu para o seu quarto a fim de tirar uma
soneca. Para ele nã o existia tal coisa mais sagrada do que um cochilo no meio da
tarde, já que nos dias normais ele nã o tinha tempo nem para isso. E como mais cedo
brincou com Melia, aquele homem estava devastado.
Ella se sentou no sofá e começou a ver TV, aquela foi uma das melhores aquisiçõ es
trouxas que eles já tiveram e até hoje a mulher se fascinava com aquela caixa que
mantém pessoas falando sem parar dentro dela.
Melia foi ao seu quarto para brincar mais um pouco. Aquele era um dos quartos
mais lindos que poderia existir. Algumas paredes eram brancas e outras um lilá s,
cheia de quadros e bonecas junto com sua cama rosa que ela adorava com todo o
coraçã o.
Assim que Melia chegou ao acolchoado que tinha na sua janela coberto por
brinquedos, ela olhou a vista e se nã o estivesse louca, juraria que também tinha
visto um vulto preto no jardim. A garota achou aquilo estranho mas começou a
pensar que era só o vento, entã o agarrou seus brinquedos e se sentou no chã o para
brincar com todos eles.
"Bom dia mã e"- Melia tinha acabado de acordar e agora estava de pijama subindo no
banquinho da cozinha.
"Bom dia minha filha, quer café da manhã ?"- Ella beijou o topo da cabeça da filha.
"Você sabe que a refeiçã o da manhã é a mais importante do dia, tome um iogurte
pelo menos."
Anthony recebeu uma promoçã o que e conseguia trabalhar tanto em casa quanto no
ministério. E essa promoçã o se tornou sustentá vel com o tempo porque durante a
gravidez Ella desenvolveu alguns problemas de saú de. Depois de muita conversa
com todos os homens do ministério, Anthony conseguiu esse pequeno "desconto" no
seu trabalho. Nã o foi nada fá cil, mas valeu todo o esforço, quando trabalhava em
casa podia ver sua filha e isso sempre fazia seu dia.
"Hoje ele está no escritó rio,amanhã vai estar em casa. Nó s podemos fazer algo
depois...o que você acha?"
"Ei, eu adoro ir no beco diagonal, podemos adotar um gatinho? Por favor!"- Melia
pulou do seu banco.
"Você está pedindo assim em cima da hora? Nã o podemos hoje, eu sinto muito meu
amor, mas posso conversar com o seu pai. Ok?"
Ella nã o poderia resistir, ela adorava gatos e principalmente aqueles bem pequenos
que mal cabem em uma mã o só . Seu sonho de criança era ter um animalzinho mas
sua mã e era rígida e nunca aceitaria um animal dentro de casa.
"Isso é um sim?..."
"Tá bom, mas quando ver o papai nã o se esqueça e fale sobre isso com ele."
O dia foi maravilhoso para as duas, Melia ganhou meias, luvas, calças e camisetas
novas feitas a mã o pela senhora Malkin. Ninguém daquela regiã o comprava ou fazia
roupas com outra pessoa a nã o ser ela, ninguém também era tã o gentil e simpá tica
como ela.
Melia diminuiu seus passos mas eles continuavam apressados. Anthony abriu a
porta de entrada e logo recebeu sua filha contente e alegre por finalmente vê-lo em
casa.- "E-ei, boa noite pequena"- ele disse largando sua maleta no chã o e a
agarrando.
"Eu já estou terminando o jantar, Melia peça para o seu pai levar você para o banho
que hoje andamos muito."
Anthony e Melia subiram para o banheiro, como Melia ainda era muito nova, sempre
tomava banho com sua mã e ou seu pai ficava na porta a esperando para caso algo
acontecesse com a menina alguém estivesse ali por perto.
Melia terminou seu banho e foi para o seu quarto se trocar, colocou seu pijama e
desceu para a sala de jantar junto a seu pai. Todos jantaram ali conversando,
Anthony falou sobre seu dia no trabalho e todas as pilhas de papéis que ele teve que
assinar. Ella tocou no assunto da família adotar um gatinho no beco diagonal mas
nã o durou muito até Melia começar a falar também.
Apó s o jantar, e todo o dia de caminhada que Melia e sua mã e tiveram, a menina foi
escovar seus dentes e se deitar. Anthony e Ella nã o fizeram muito diferente já que os
dois estavam muito cansados também por todo o dia de agitaçã o. Normalmente
aquela rotina simples durante a semana nã o era nada assustadora, Anthony saía
quase todos os dias para trabalhar, e Ella cuidava da casa e ao mesmo tempo
ensinava Melia e cuidava da mesma, entã o era normal esse cansaço e falta de
energia.
"Mas por que você pensou isso, minha filha?"- se aproximou do pé da cama.- "Eu
sempre irei vir aqui te desejar boa noite, sempre."
"Agora que a promessa está feita, e está ficando tarde para você, te desejo uma boa
noite, durma bem e tenha sonhos maravilhosos. E nã o tenha medo caso algo
aconteça, eu estarei aqui quando você acordar. Te amo jujubinha."
"Boa noite papai, durma com os anjos e tenha bons sonhos também. Te amo."
Anthony se inclinou para dar um beijo na testa de sua filha e logo em seguida ela o
beijou na bochecha. Ele se levantou da cama e saiu deixando a porta fechada. Chegou
em seu quarto e beijou sua esposa para dormir e logo em seguida deitou na cama.
19:30 p.m
"Ele tem o que o Lord precisa para obter poder absoluto. Lord confiou essa missão a
mim e eu não vou perdê-la se vocês falharem. Eu já o conheço e sei onde ele mora.
Alguns dias atrás eu fiquei vigiando a casa para ver se algo de diferente dos planos
acontece, mas ninguém me viu ou nada de novo aconteceu naqueles dias. Vocês sabem
o plano certo?"- o homem perguntou.
"Sim chefe"- três dos homens que estavam na sala disseram juntos.
"Pois então saiam daqui e vão se preparar, vai acontecer na madrugada de amanhã e
eu não quero falhas."
No dia seguinte, dia 15 de Outubro, os quatro homens se prepararam para a
madrugada agitada que iria acontecer. Um dos seguidores de Voldemort descobriu
que na casa dos Clinfford's havia um pequeno escritó rio onde Anthony escrevia em
um certo diá rio.
Mas isso nã o acabaria agora e nem tã o cedo. Como o Lord criou hocruxs pelo seu
trajeto ele ainda tinha uma "quase vida". Fazendo com que sua alma buscasse por
hospedeiros humanos ou animais, mantendo ali uma parte sua viva.
"Vocês vão atrás de mim, nós vamos entrar pela janela da frente da casa. A escada é
na sala, prestem atenção e não estraguem tudo."
"Não seu idiota, esse é o quarto deles. Porra vocês não sabem fazer nada certo?... Ali,
aquele é o escritório, fiquem de olho no corredor enquanto eu vou entrar."
Dois dos quatro homens ficaram de vigia no corredor onde os quartos e o escritó rio
estavam enquanto o chefe e outro cumplice estavam juntos. O primeiro tentou abrir
a porta com Alohomora, mas deveria ter pensado que com algo tã o precioso em sua
casa,Anthony logicamente colocaria feitiços mais elaborados.
Para eles, tudo estava normal, até mesmo a mã o do homem que agora gritava muito
com a dor. Um barulho no quarto de Anthony e Ella parou e todos ficaram em
posiçã o de ataque.
"...ABAIXEM-SE"- uma luz forte surgiu no pequeno corredor da casa. Ella havia
atacado primeiro.
Em poucos minutos aquela era uma cena de caos. Lâ mpadas estavam quebradas no
chã o e todos lutavam severamente. Anthony ajudava a esposa desviando todos os
feitiços que vinham em sua direçã o, assim facilitando para ela atacar cada vez mais
rá pido, sem deixar os homens ali sequer pensarem.
"Nó s nã o podemos deixar eles passarem dali. O quarto de Melia está bem atrá s de
nó s!"- Anthony disse a esposa.
"Precisamos tirá -la do quarto e a colocar em um lugar seguro… você faz isso, eu te
dou cobertura."- Ella falou, e um segundo depois conseguiu abater um dos três
homens.
"Querido… isso nã o é hora para discutirmos. Eu consigo segurá -los por algum tempo
até você manter Melia segura. Eu sempre fui boa em feitiços de ataque."
"Por favor querido, confie em mim. Eu sei que posso lutar com eles, só prometa pra
mim que manterá nossa filha segura… por favor."- Ella o olhava nos olhos,
começando a lacrimejar implorando.
"Ok eu vou, eu vou … mas qualquer coisa grite, avise de alguma forma que eu venho
rá pido!"- Anthony bloqueou outra maldiçã o.
"Eu prometo. Agora vá ."- a mulher disse. Agora ela avançava para mais perto dos
dois homens, aumentando a barreira entre a luta e o quarto de Melia.
Anthony correu para o quarto da filha, mas antes de tudo, conjurou dois feitiços de
proteçã o na esposa, conseguindo mais tempo para proteger sua filha. Ele abriu a
porta, olhou ao redor… e nada.
"Ei… shh.. está tudo bem meu amor."- ele disse a pegando nos braços, dando um
beijo no topo de sua cabeça.- "Sua mã e está lá fora, sendo uma verdadeira heroína."
"Eu sei meu amor. Eu vou ajudá -la assim que nó s começarmos a brincar."
"Ta bom."- "Ta bom?... Entã o, ache um lugar bom para se esconder, um lugar muito
bom mesmo que ninguém pensaria. E entã o eu começo a contar."
Anthony colocou Melia no chã o e a garotinha correu para se esconder. Ele se virou
de costas para que Melia nã o desconfiasse, mas na sua frente havia um espelho que
ele ajustou para ver aonde a filha iria.
"Um.."- um raio forte do corredor pairou pelas frechas da porta, entã o Anthony
correu para o corredor.
Um dos comensais havia prendido Ella em algum feitiço, a fazendo ficar acordada
mas mesmo assim imó vel. Os dois homens que restavam estavam ao lado dela,
olhando um para o outro e sorrindo.
A esse ponto, todos estavam à flor da pele. Anthony nervoso por sua esposa e filha,
Ella nervosa pela sua filha e esposo, e os homens nervosos para chegarem ao
escritó rio.
Por um minuto Anthony pô de ouvir algo no quarto de Melia, mas achou que estava
tã o nervoso, que começou a ouvir coisas. Afinal, Melia estava presa em uma bolha de
proteçã o.
"Nó s vamos libertá -la Anthony. Mas em troca queremos a menina."- eles disseram.
"Nó s nã o vamos fazer isso. Tenha a mim! E deixe Ella e Melia irem.. nã o será o
suficiente?"
"Ella.."- Anthony a olhou, um olhar de afeto e carinho.- "Eu irei.. cuide da Melia e
nunca a deixe esquecer de mim."
Ella foi solta assim que Anthony chegou perto dos homens, e assim ela correu para o
marido. O deu um abraço apertado, como a vontade de nunca largá -lo dali.
"Vamos, saia da frente mulher!"- um dos homens disse jogando Ella no chã o.- "você
fez uma péssima escolha." disse um dos homens debochadamente.
O homem tirou sua varinha do bolso em um movimento rá pido. De repente, Melia
apareceu na porta do quarto chamando por seu pai, ele havia demorado muito fora.
"Papai-..."
Naquele momento já nã o tinha controle de absolutamente nada. Melia gritou por seu
pai e caiu no chã o ao lado de sua mã e. Os dois homens assim aparataram, e junto
levaram o corpo de Anthony.
Ella e Melia. As duas ali, sozinhas, em sua casa agora destruída. Estavam desoladas e
acabadas, haviam perdido a pessoa que mais amavam em toda sua vida em um
milésimo de segundo, mas que agora duraria para sempre em suas memó rias.