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FUSÕES E AQUISIÇÕES

NO ECOSSISTEMA DE
CONSTRUÇÃO MODULAR
1 FUSÕES E AQUISIÇÕES NO ECOSSISTEMA DE CONSTRUÇÃO MODULAR
Sobre o Autor

Paulo Oliveira

Engenheiro civil, PMP, consultor, conselheiro e mentor. CEO da ARATAU Construção


Modular. Escreve artigos sobre tecnologia, inovação, industrialização da construção
e construção modular para o Buildin, Construliga, C3 – Clube da Construção Civil e
Linkedin.

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paulo.oliveira@arataumodular.com
www.linktr.ee/aratau

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4
2. POR QUE CONSTRUÇÃO MODULAR? 7
3. O ECOSSISTEMA DE CONSTRUÇÃO 10
4. QUE RELEVÂNCIA TEM A CONSTRUÇÃO MODULAR E
AS CONSTRUTECHS PARA O FUTURO DA CONSTRUÇÃO? 12
5. M&A E INVESTIMENTOS RECENTES EM
CONSTRUTECHS 15
6. CONCLUSÃO 28
REFERÊNCIAS 30

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1. INTRODUÇÃO:

A
Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0, embasada
na centralidade no cliente e explorando as inovações
tecnológicas aplicadas aos processos, produtos e
produtividade, vem provocando mudanças importantes
nos principais setores econômicos nas últimas décadas.

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O impacto provocado pelas disrupções e mudanças no mindset são enormes e geram, como
consequência, um amplo redesenho de processos e, sobretudo, na forma como as empre-
sas desenham e integram as suas cadeias de valor, sempre com o objetivo de gerar um fluxo
ágil e contínuo na aquisição de componentes, bem como no transporte, armazenamento e
distribuição de seus produtos. Nesta esteira, o Supply Chain 4.0 vem a reboque da Indústria
4.0 e, em adição às melhores práticas de manufatura, cumpre um papel importante para a
obtenção de ganhos contínuos de produtividade, melhora de desempenho e para a redu-
ção de custos, que é o grande objetivo deste esforço. Mas vale destacar que a razão de ser
da Indústria 4.0 é a experiência ou a jornada do cliente, que deve, portanto estar no cerne
estratégico das organizações.

A pandemia do COVID-19 acelerou tendências e impôs novos hábitos de compra, que consi-
deram a priorização da saúde, o consumo consciente, privilegiando valor e não preço, o menor
desperdício e opções mais sustentáveis, além do aumento de compras através do e-commerce
e nos comércios locais. No que tange ao impacto social, as pessoas passam muito mais tempo
em casa e em atividades de home office - que veio para ficar - e essas mudanças provocaram
alterações comportamentais profundas no jeito de viver, onde e como morar e quais são os
requisitos essenciais de uma habitação para atender estas expectativas.

Com a Indústria 4.0, mesmo com os grandes avanços dos principais setores econômicos e
de manufatura, o setor de construção, apesar de sua importância econômica e social, não
se beneficiou das inovações promovidas pela Quarta Revolução Industrial e, em termos de
ganhos de produtividade, pouco evoluiu nas últimas três décadas. Cabe ressaltar que o se-
tor de construção emprega 7% da população mundial, tem um PIB anual de US$ 10 trilhões,
sendo ainda responsável pelo consumo de cerca de 50% das matérias primas produzidas
no planeta e por cerca de mais de 25% das emissões totais de carbono (McKinsey, 2017).

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Figura 1 – Crescimento da produtividade nos principais setores econômicos nos EUA, de 1947 a 2010 –
Valor bruto adicionado, por hora trabalhada (McKinsey, 2017)

O planeta terá 10 bilhões de habitantes em 2050. Este número é assustador e impõe a ne-
cessidade de ganhos substanciais de produtividade no setor de construção, para conse-
guirmos oferecer à humanidade a infraestrutura necessária para atender o crescimento da
demanda em todos os setores: saúde, transporte, educação, serviços públicos e habitação.
Particularizando esta questão para o Brasil, segundo projeção do professor Robson Gon-
çalves (FGV), em relatório produzido para a ABRAINC, usando dados do IBGE, o déficit
habitacional de 7,8 milhões de unidades, em 2019, será de 30,7 milhões de unidades em
2030! A verdade é que a construção tradicional não consegue, nem conseguirá gerar ga-
nhos de produtividade suficientes para equacionar problemas desta magnitude, além de
ter como características a falta de previsibilidade, deficiências de qualidade e o retrabalho,
com impacto direto no aumento de custos e prazos.
A Construção Modular apresenta soluções eficazes para estes problemas, além de ganhos
de produtividade, de qualidade e de desempenho significativos. Por este motivo tem regis-
trado elevadas taxas de crescimento e vem ocupando um espaço importante no cenário
mundial. Isso justifica o forte aumento da frequência e da relevância dos investimentos de
M&A no ecossistema de Construção Modular.

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2. POR QUE
CONSTRUÇÃO
MODULAR?

A
Construção Modular é uma metodologia de construção em
que partes ou seções repetidas de uma edificação (módu-
los), são produzidas em uma fábrica (off-site), conforme
processos e condições controlados. Os módulos são então
transportados e montados no local da obra (on-site), poden-
do ser montados e conectados lado a lado e/ou empilhados,
compondo edificações horizontais ou verticais, permitin-
do uma grande variedade de configurações e estilos ar-
quitetônicos.

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A coordenação modular e a arquitetura modular, aliadas a processos de fabricação e mon-
tagem cada vez mais automatizados e eficazes, têm gerado projetos e produtos notáveis,
montados com grande rapidez e com elevado nível de qualidade.
Devido às claras vantagens e benefícios oferecidos e à urgente necessidade de atender as
demandas de crescimento populacional, sobretudo nos grandes centros urbanos, de 2016
para cá, a Construção Modular vem recebendo uma atenção especial de boa parte das
grandes empresas de consultoria globais e também do Fórum Econômico Mundial (Figura
2), colaborando para gerar elevados ganhos de produtividade e para melhorar a qualidade,
impulsionando o setor de construção para inseri-lo entre os setores de manufatura mais
modernos, gerando edificações mais eficazes.

Figura 2 – Alguns dos principais relatórios sobre a necessidade de ganhos de


produtividade na construção e sobre a Construção Modular

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O Fórum Econômico Mundial, em conjunto com o Boston Consulting Group, produziu o do-
cumento “Future of Construction” (2018), que apresenta as 10 tecnologias mais disruptivas
para aumentar a produtividade na construção (Figura 3). Não por coincidência, a pré-fabri-
cação e a Construção Modular ocupam a primeira posição entre estas tecnologias.

Figura 3 – As 10 tecnologias mais disruptivas para aumentar a produtividade no


setor de construção (Future of Construction, 2018)

A Construção Modular dobrou de tamanho nos últimos 5 anos e deverá crescer a uma taxa
de 5,75% entre 2020 e 2025, que é praticamente o dobro do crescimento da construção
tradicional (Markets&Markets, 2019).

O ótimo relatório da McKinsey, de 2019, “Modular construction: from projects to pro-


ducts”, projeta que em 2030 o mercado de Construção Modular, somente nos EUA e na Eu-
ropa, deverá atingir US$ 130 bilhões. Este mesmo relatório também enfatiza uma redução
de US$ 22 bilhões anuais nos desperdícios gerados pela construção e ainda, os seguintes
benefícios:

Redução de até 50% nos prazos;


Redução de até 20% nos custos;
Previsibilidade de custos e prazos;
Melhor qualidade;
Edificações mais sustentáveis e de menor custo operacional.

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3. O ECOSSISTEMA
DE CONSTRUÇÃO
MODULAR

A
Construção Modular é um dos tipos de construção in-
dustrializada (Figura 4), podendo compor edificações
permanentes ou temporárias das mais diversas ti-
pologias, para atender uma ampla gama de mercados. O
ecossistema ao qual a Construção Modular pertence é
extenso.

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Além dos blocos destacados na figura, este ecossistema
inclui: usuários das edificações, projetistas, consultores,
fabricantes de materiais e de equipamentos, prestadores
de serviços, fundos de investimento, construtoras,
incorporadoras, loteadoras, agentes imobiliários, empresas
proprietárias e gestoras de ativos, dentre outros.

Figura 4 – A Construção Modular no contexto da construção industrializada e os mercados atendidos

Esta figura é simplificada, uma vez que dentro de cada subcategoria da construção indus-
trializada, existe uma ampla gama de subssistemas voltados para coberturas, vedações ex-
ternas (fachadas), internas, painéis de lajes e de pisos, por exemplo.

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4. QUE RELEVÂNCIA
TEM A CONSTRUÇÃO
MODULAR E AS
CONSTRUTECHS
PARA O FUTURO DA
CONSTRUÇÃO?

J
á mencionamos as pressões por mudanças, como resposta às
necessidades da Indústria 4.0. A Figura 5 destaca as prin-
cipais mudanças nas características do mercado e as di-
retrizes que impuseram uma nova dinâmica para o futuro
do setor de construção.

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Esta dinâmica, por sua vez, impactou em disrupções em direção à industrialização, bem
como técnicas modernas de manufatura off-site, novas tecnologias e materiais, abrangendo
ainda o planejamento, a logística, a digitalização de produtos e processos, através de deci-
sões embasadas em dados. Nestes processos, inclui-se, os smart buildings, o BIM aplicado
aos projetos, à gestão de projetos e ainda, à produção, além dos canais de vendas digitais.
Neste contexto, o papel das startups é essencial para provocar a disrupção nos modelos
tradicionais de negócios (McKinsey, 2020).

Figura 5 – Indústria 4.0: mudanças e disrupções – tradução livre pelo autor (McKinsey, 2020)

No Brasil, há iniciativas recentes, elogiáveis e importantes para inserir o setor de constru-


ção na Indústria 4.0, através da inovação tecnológica, da digitalização, do incentivo ao uso
amplo do BIM no ciclo de vida das edificações. Boa parte deste empenho também concentra
na Construção Modular o seu principal foco, destacando-se, o trabalho da Aliança Constru-
ção Modular, abrangendo o ecossistema CICS-USP e o da RCDI – Rede Construção Digital
e Industrializada, do CTE/Enredes, ambos com a participação de um número expressivo de
empresas de diversos segmentos da cadeia de valor do setor de construção.

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Há ainda blogs que disponibilizam conteúdo técnico relevante, como, por exemplo, o da
ConstruLiga, o do C3 – Clube da Construção Civil e de sites de algumas empresas de Cons-
trução Modular mais comprometidas com o desenvolvimento tecnológico e com a inovação.
Cursos de pós-gradução em construção off-site do Instituto ITIE e também de especializa-
ção, como o da AEA, também colaboram para incentivar o avanço da Construção Modular,
bem como a capacitação dos profissionais de engenharia e arquitetura, impulsionando o
desenvolvimento tecnológico e as inovações no setor de construção civil.
Contudo, há barreiras importantes a serem superadas, que impedem o avanço da constru-
ção industrializada. Cita-se, como exemplo:

A complexidade da estrutura tributária e a necessidade da aprovação da


isonomia tributária entre a construção tradicional e construção industrializada,
que recolhe muito mais tributos;
A Insegurança jurídica e a burocracia para a aprovação de projetos legais e de
processos de licenciamento ambiental;
A postura restritiva e equivocada de códigos de obra municipais e de
condomínios, impedindo o emprego da construção industrializada;
A insuficiência de modelos de financiamento e crédito imobiliário para
edificações produzidas pela construção off-site em prazo muito inferior ao de
uma edificação tradicional;
A necessidade da inclusão da construção industrializada na grade de ensino das
universidades de arquitetura e engenharia.

Outro ponto importante a ser destacado é a carência de invetimentos e de linhas de crédito


para startups novas, com propostas inovadoras e de elevado potencial, mas que ainda estão
na etapa pré-operacional. Há programas para pesquisas acadêmicas e modelos de financia-
mento para empresas já em operação, mas não para startups. Em nosso entendimento isso é
um grande equívoco. O investimento em projeto, protótipo, softwares, aplicativos, sistemas
de gestão e controle da produção, por exemplo, não é pequeno e a falta de linhas de crédito
para as startups “jovens” retarda ou impede o desenvolvimento de negócios inovadores de
alto potencial e obrigam empreendedores talentosos a abandonarem seus sonhos e planos,
retornando ao mercado de trabalho como técnicos ou executivos.
Também precisamos eliminar as travas contra o avanço da construção off-site e modular no
Brasil. Em junho de 2021 foi criado o Movimento Brasil Viável - Construção Industrializada
(www.brasilviavel.com.br), através de uma realização do C3 – Clube da Construção Civil
e do CTE/Enredes, unindo profissionais, empresas, associações e entidades setoriais para
promover a industrialização e remover as barreiras que impedem o avanço da construção
industrializada em nosso país. Com o apoio destas iniciativas a Construção Modular deverá
crescer no Brasil, nos próximos anos, em uma taxa elevada, em linha com o que ocorre hoje
no mundo todo.

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5. M&A E
INVESTIMENTOS
RECENTES EM
CONSTRUTECHS

O
forte avanço da Construção Modular no mundo todo tem
gerado um grande interesse de investidores anjo, family
offices, fundos de investimento, empresas de venture
capital e de crowfunding por startups de Construção Modular.
Fabricantes de materiais de construção, construtoras, in-
corporadoras e loteadoras, também fazem parte do grupo
de empresas envolvidas em operações de M&A neste
segmento.

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As proptechs (utilizam tecnologias como blockchain, internet das coisas, inteligência artifi-
cial, softwares de gestão e drones, dentre outras) e as fintechs (startups especializadas na
oferta de serviços financeiros totalmente digitais e que utilizam a tecnologia como base)
têm cumprido um papel relevante para acelerar áreas específicas de negócios tradicionais
de construção e de incorporação imobiliária*. Destaca-se a atratividade das proptechs e fin-
techs, considerando o menor investimento de capital envolvido nos MVP’s e na aquisição de
equity. Por outro lado, o potencial de uma mudança mais radical e de duração mais prolon-
gada no modelo de negócio é limitado.

*Obs.: numa estratificação mais aprofundada, outras modalidades de startups na construção e no mercado imo-
biliario são as ebuyers (compra, reforma e venda de imóveis), greentechs (soluções sustentáveis), retechs (compra e
venda imobiliária: termo pouco utilizado, pois se confunde com as proptechs) e infratechs (voltadas para a infraes-
trutura de construção).

As construtechs, que também são conhecidas como contechs, são startups “raiz” por estarem
mais relacionadas à engenharia e à construção civil e geralmente possuem proposta e po-
tencial para promover mudanças radicais e duradouras nos negócios correntes, inovando
produtos e processos e, sobretudo, gerando ganhos de produtividade através de soluções
para os problemas da construção tradicional. É o caso da Construção Modular, que vem
explorando vantagens e benefícios já comprovados no mundo todo e que é objeto do ótimo
relatório “Modular construction: from projects to products” (McKinsey, 2019). Este é o motivo
pelo qual as maiores empresas globais de consultoria têm apontado com maior ênfase a
Construção Modular como essencial para o futuro da construção.

Em palestra ministrada, em um evento promovido pela Aliança Construção Modular, em


agosto de 2021, o professor de arquitetura da universidade de Utah, Ryan Smith, autor de
livros e de vários artigos técnicos sobre construção off-site e Construção Modular, apresen-
tou uma análise de investimentos recentes, no mundo todo, em empresas de Construção
Modular e de construção off-site pelos, diferentes agentes da cadeia de valor da construção
(Figura 6).

Uma observação interessante é que o alvo


principal destes investimentos são as cons-
trutechs de Construção Modular e que os
maiores investidores nestas construtechs são
empresas da cadeia de suprimentos da cons-
trução, sobretudo as multinacionais fabrican-
tes de materiais de construção. Há enorme si-
nergia e a lógica é evidente.

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Estas construtechs têm soluções de engenharia eficazes, que exploram a inovação e a tec-
nologia, além de terem estreito contato e sintonia com os clientes. Por outro lado, os fabri-
cantes de materiais têm enorme know-how em tecnologia de manufatura, além de pleno
domínio do supply chain. São, portanto, empresas já inseridas no contexto da Indústria 4.0 e
do Supply Chain 4.0 e podem tracionar fortemente as construtechs investidas, promovendo
ganhos enormes de eficácia e produtividade e, ao mesmo tempo, ampliando as vendas dos
fabricantes de materiais em um segmento que está se expandindo no dobro da velocidade
da construção tradicional e ainda, ampliando as suas vendas em novos mercados e segmen-
tos.

Figura 6 – Principais focos de interesse (círculos do “alvo”) de investidores em empresas de


Construção Modular e de construção off-site – Apresentação do Prof. Ryan E. Smith, em
evento da Aliança Construção Modular (agosto’2021)

No Brasil, apesar de num primeiro momento ter havido um interesse maior por proptechs
e fintechs, seguindo o que vem acontecendo internacionalmente, hoje as construtechs têm
sido alvo de grande atenção pelos diversos tipos investidores, pelos fabricantes de mate-
riais, além de construtoras e incorporadoras que desejam se inserir no universo da constru-
ção off-site e da Construção Modular.

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A Construtech Ventures apresenta um panorama de investimentos em construtechs no Bra-
sil e no mundo, ao longo dos últimos anos. As informações, na sua maioria, foram extraídas
de um relatório da Jones Lang Lasalle (JLL), empresa global de serviços imobiliários corpo-
rativos. O capital para estas aquisições e compra de participação têm como principal ori-
gem os fundos corporativos e privados de venture capital (Bricks & Mortar Ventures, Navi-
tas Capital, New Enterprise Associates, FundersClub, e Andreesen Horowitz, por exemplo)
e ainda as aceleradoras (EASME, 500 startups, Techstars e Y Combinator).
A seguir (Figura 7), estão apontadas as maiores startups, considerando os investimentos
registrados pela JLL.

Figura 7 – Maiores startups por aporte total recebido (CB Insights, JLL Research)

Entre 2017 e 2018, mais de US$ 15,8 bilhões foram investidos em construtechs. De acordo
com o Construtech Ventures, através de dados extraídos do website da empresa americana
Crunchbase, mais de US$ 7,3 bilhões foram investidos em construtechs no mundo, somente
em 2018. Estes valores falam por si e demonstram a confiança e a relevância da industriali-
zação e da digitalização para o setor de construção.
O levantamento do Construtech Ventures considera, as movimentações envolvendo todas
as startups do mercado de construção e imobiliário. Segundo a Terracotta Ventures, somen-
te as startups de Construção Modular captalizaram, globalmente, um total de US$ 2,29 bi-
lhões entre 2010 e 2020. São 77 startups, com grande concentração na Europa e nos EUA.
Destaca-se um aumento anual exponencial dos aportes em construtechs, de 2018 para cá.

*Obs.: unicórnios são startups com forte embasamento tecnológico que, alavancadas pelo capital de risco, atingem
o marco de pelo menos US$ 1 bilhão de valor de mercado, antes da abertura de capital, em bolsas de valores.

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O caso do unicórnio* KATERRA, que pediu concordata em junho de 2021, foi um duro gol-
pe para a construção off-site global, mas é uma exceção. O unicórnio apoiado pelo SoftBank
foi avaliado pela última vez em US$ 3 bilhões em 2018 e arrecadou quase US$ 1,5 bilhões
de investidores como Khosla Ventures e Greenoaks Capital.

A verticalização excessiva, a imposição de uma expansão muito agressiva, a aquisição de


muitas empresas em um curto espaço de tempo, sérios problemas de gestão somados à
falta experiência dos principais executivos no setor, são problemas conhecidos e discuti-
dos, fazendo parte de um bloco importante de lições aprendidas para evitar a repetição
destes erros. Um aspecto positivo deste triste episódio foi a ampla divulgação de conceitos
de construção off-site e modular, jogou os holofotes na necessidade do avanço da industria-
lização da construção no mundo, para solucionar os principais problemas da construção
tradicional.
Mais recentemente, em junho de 2021 – e por isso esta operação de grande envergadura
não está destacada na Figura 7 - um grupo de empresas lideradas pela Brookfield Business
Partners LP anunciou um acordo para adquirir o Modulaire Group, por aproximadamente
US$ 5 bilhões. A Modulaire é uma empresa líder de serviços de leasing modular na Europa
e Ásia-Pacífico atendendo, através de 180 filiais, uma base diversificada de 48 mil clientes
nos setores industrial, de infraestrutura e público, possuindo uma frota global de aproxi-
madamente 260 mil unidades modulares em 25 países.

Em agosto de 2021, através de sua Corporate Venture Capital nos Estados Unidos, a Paris
Ventures, que é parte da Gerdau Next, braço de novos negócios da Gerdau, co-liderou a ro-
dada que captou US$ 30 milhões para a Plant Prefab, startup com sede na Califórnia (EUA),
que atua na construção de casas pré-fabricadas sustentáveis e que cresceu 175% nos úl-
timos 12 meses. O fundo da empresa brasileira contou com a participação da Asahi Kasei,
Amazon Alexa Fund e Obvious Ventures. Após esta captação a Plant Prefab anunciou a
abertura de sua segunda fábrica em Ontário, Califórnia, e a construção de uma terceira
fábrica, que deverá ser inaugurada em 2022. O investimento também provê recursos para
a estruturação do Plant Building System, que compreende um sistema de painéis e módu-
los industrializados, para a produção de construções até 50% mais rápidas e até 25% mais
baratas que as tradicionais.

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Airbnb, WeWork, Houzz, Uptake, Compass e Procore são alguns outros dos maiores uni-
córnios do setor de construção e de real estate. Chama também a atenção, o caso do Fac-
tory OS, que recebeu investimento de US$ 55 milhões de algumas das maiores empresas
globais de tecnologia (Google, Aple e Autodesk). A JLL também lançou, em junho de 2021,
um fundo de US$ 100 milhões voltado para startups do mercado imobiliário, o JLL Spark.
O relatório CB Insights da JLL, mostra que no Brasil foram aportados R$ 450 milhões em
construtechs nos últimos anos, provenientes de fundos de venture capital, aceleradoras e
investidores anjo, de acordo com o levantamento feito pelo Construtech Ventures. As prin-
cipais investidas foram empresas como VivaReal, Quinto Andar, Mobly e Get Ninjas. De
2018 para cá os investimentos se intensificaram bastante em nosso país. Essas empresas
receberam mais de R$ 1,5 bilhão de reais em investimentos. Destacam-se a Loft, de compra
e venda de imóveis, e a Quinto Andar, imobiliária digital, ambas avaliadas em mais de US$
1 bilhão. Segundo Bruno Loreto, Managing Partner da Terracotta Ventures, “a multiplicação
do número de startups e de recursos destinados a elas são um termômetro do interesse que
o setor desperta”.
A intensificação da movimentação no ecossistema de startups brasileiro tem atraído a aten-
ção dos investidores internacionais. De acordo do o relatório Inside Venture Capital, da Dis-
trito, plataforma de inovação aberta, de janeiro a novembro de 2021 foram injetados US$
8,85 bilhões de capital externo em aportes em startups brasileiras, volume quase três vezes
superior ao de 2020, ou US$ 3,65 bilhões. O cofundador da HotMart, João Pedro Resende,
destaque que, depois do sucesso de startups como Nubank, Loft e Gympass, “os investi-
dores passaram a olhar para a América Latina como um oásis”, onde existem boas ideias,
grandes mercados e menos concorrência, (Época Negócios, 2021).

A Y Combinator (YC), empresa fundada no


Vale do Silício (EUA) em 2005, é conside-
rada a maior aceleradora do mundo. Air-
bnb, Twitch e Dropbox já passaram pelo
programa da YC, juntamente com mais de
3 mil startups. Fazem parte de seu portfó-
lio 37 startups brasileiras. A YC começou a
investir no País em 2019 (Terra Notícias,
2021).
Para quem acompanha o setor, o site Tech
Times apresenta as 50 principais startups,
na avaliação da CEMEX Ventures. Cuby
Technologies, Concular, Carbix, GAUSS
Control, JustManage, Minolite e Module
e Modulize são algumas das importantes
empresas relacionadas nesta lista.

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Merecem destaque no cenário brasileiro operações de M&A envolvendo empresas
como a Tecverde, que recebeu aporte da E2E, formada pela ETEX e pela ARAUTO
(acima de R$ 10 milhões – não foi divulgado o valor em notas oficiais), a Brasil ao
Cubo, que vendeu 33% de participação para a GERDAU por R$ 60 milhões e a NOAH,
com investimentos de R$ 15 milhões feitos pela DEXCO. É interessante ressaltar
que no caso da NOAH, este investimento foi realizado em uma startup que ainda
não fez entregas, o que não temos observado com frequência. Para os investidores,
uma situação como essa pode ser extremamente atrativa, já que o investimento em
equity costuma ter uma taxa de desconto elevada, o que gera uma chance de multi-
plicar várias vezes o capital investido, em poucos anos de operação.
A Tenda, através de seu CEO, Rodrigo Osmo, anunciou investimentos entre R$ 300
e R$ 400 milhões em uma indústria em Jaguariúna-SP, para a fabricação off-site de
casas com chassi estrutural de wood frame, que deverá iniciar sua operação nos pró-
ximos meses. Em março de 2021, a Terracota Ventures anunciou que está captando
um fundo 100 milhões de reais, contando com investidores como a Cyrela e o Grupo
Gerdau, para investir em startups da construção civil. A intenção é aportar capital
em até 20 empresas, nos próximos 4 anos.
Recentemente foi anunciada a captação de R$ 103 milhões pela URBEM, unidade
de negócios da AMATA, através de acionistas da AMATA e do DX Ventures, fundo
de corporate venture capital da DEXCO. Esta é uma iniciativa importante, que regis-
tra o amadurecimento da madeira engenheirada e viabilizará a primeira fábrica da
URBEM, no Paraná, para produzir componentes de CLT (Cross Laminated Timber) e
MLC (Madeira Laminada Colada), a partir de pinus proveniente de reflorestamento.
A fábrica já está em construção e o início da operação deverá acontecer no segundo
semestre de 2022.
O site Techcrunch anunciou em 23/12/2021, que a Ambar fez mais uma captação
de R$ 204 milhões. Esta rodada de investimento foi co-liderada pela brasileira Echo
Capital e Oria Capital, contando ainda com a participação da TPG Capital, da Argo-
nautic Ventures, dentre outras empresas. O objetivo da Ambar é usar os recursos
captados para impulsionar o braço de digitalização de seus negócios.
O quadro da Figura 8 apresenta um sumário dos principais investimentos em cons-
trutechs no mundo e no Brasil. Cabe observar que, para preservar a qualidade das in-
formações extraídas do site da Crunchbase, de jornais e de notícias veiculadas pela
internet, não foi feita a conversão dos valores para uma moeda única. Os investi-
mentos estão destacados nas moedas em que foram transacionados, ou seja: em dó-
lar ($), em reais (R$) e em euros (€), conforme as informações divulgadas. A robustez
e o crescimento elevado do volume das operações de M&A, sobretudo nos últimos
três anos, ratificam a importância das construtechs na consolidação do caminho para
o futuro da construção.

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Figura 8 – Principais investimentos em construtechs no mundo e Brasil

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6. CONCLUSÃO
A defasagem do setor de construção em relação à Indústria 4.0,
tem sido objeto de uma forte pressão sobre o setor, para avan-
çar em direção à digitalização e à industrialização, como forma
de buscar ganhos expressivos de produtividade e qualidade, bem
como colaborar para a redução das emissões de CO2 e da enorme
produção de resíduos de construção, de um setor de importância
social e econômica gigante, que consome praticamente 50% das
matérias primas produzidas no mundo e emprega cerca de 7% da
população mundial.

A construção off-site e a Construção Modular, cada vez mais têm ocupado uma posição de
destaque e registrado um crescimento expressivo no setor de construção, sobretudo ao
longo dos últimos 5 anos. A necessidade de atender o forte crescimento da demanda de
infraestrutura, em todas as instâncias, sobretudo em grandes centros urbanos, não vem
sendo suprida pela construção tradicional. A construção off-site e a Construção Modular
também se apresentam como uma solução para estes problemas.
Os avanços tecnológicos e as inovações, através de novos materiais, componentes e siste-
mas construtivos robustos e mais leves, também têm ganhado espaço e maior vazão, atra-
vés de metodologias de construção não convencionais, como a Construção Modular, impri-
mindo um ritmo mais forte na industrialização do setor de construção.

28 FUSÕES E AQUISIÇÕES NO ECOSSISTEMA DE CONSTRUÇÃO MODULAR


Há barreiras a serem superadas nas mais diversas esferas, que têm sido frontalmente en-
frentadas pelo setor, ciente da importância de questões como, por exemplo: a isonomia
tributária entre a construção industrializada e a tradicional e ainda, a necessidade do de-
senvolvimento de novas modalidades de financiamento e crédito imobiliário para as edifi-
cações obtidas através da construção off-site e modular.
A evolução das operações de M&A no mundo e no Brasil, destacadas neste artigo, imprimem
uma elevada velocidade à Construção Modular, que precisa ganhar escala para cumprir o
seu papel de prover infraestrutura, edificações e habitações, atendendo o forte crescimen-
to das demandas dos grandes centros urbanos. A análise dos investimentos mais recentes,
apontam as construtechs como “a bola da vez” e o principal alvo de investidores, fabrican-
tes de materiais, construtoras e incorporadoras. Estas construtechs apresentam produtos
inovadores e soluções de engenharia competentes, já estão no caminho da digitalização e
da Indústria 4.0 e têm grande afinidade e alinhamento com o mercado consumidor, poden-
do alavancar empresas investidoras de perfil mais conservador. Uma boa composição nas
alianças estratégicas e operações de M&A se dá entre estas startups e as indústrias fabri-
cantes de materiais de construção, que possuem fortes competências em manufatura e do-
minam o Supply Chain 4.0, gerando uma força motriz substancial para tracionar fortemente
as construtechs investidas e abrindo ainda novos mercados e segmentos para as vendas de
seus produtos.
Para o setor de construção, a redução de cerca de 25% do custo, de 80% do desperdício e
de 50% ou mais do prazo de construção justificam a evolução e o investimento na constru-
ção off-site e na Construção Modular que, além disso, têm potencial para aumentar o PIB
da cadeia de valor do setor de construção em R$ 1,6 trilhões de dólares anuais, conforme
dados extraídos do relatório da McKinsey de 2019, “Modular construction: from projects to
products”, que merece ser incluído na lista dos principais conteúdos produzidos, relaciona-
dos ao futuro da construção. “Quem viver, verá!”

29 FUSÕES E AQUISIÇÕES NO ECOSSISTEMA DE CONSTRUÇÃO MODULAR


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AGRADECIMENTO
Agradeço à Arq. Brena M. Oliveira pela valiosa co-
laboração na pesquisa de informações sobre opera-
ções de M&A usadas neste artigo.

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