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CAPÍTULO I
Noções de
lógica
I. Proposição
1. Chama-se proposição ou sentença toda oração declarativa que pode ser clas-
sificada em verdadeira ou em falsa.
Observamos que toda proposição apresenta três características obrigatórias:
1ª) sendo oração, tem sujeito e predicado;
2ª) é declarativa (não é exclamativa nem interrogativa);
3ª) tem um, e somente um, dos dois valores lógicos: ou é verdadeira (V) ou é
falsa (F).
Exemplos:
São proposições:
a) Nove é diferente de cinco. (9 5)
b) Sete é maior que três. (7 . 3)
c) Dois é um número inteiro. (2 )
d) Três é divisor de onze. (3 11)
e) Quatro vezes cinco é igual a vinte. (4 5 20)
A frase f não tem predicado, a frase g é interrogativa e a frase h não pode ser
classificada em verdadeira ou falsa.
II. Negação
2. A partir de uma proposição p qualquer, sempre podemos construir outra, deno-
minada negação de p e indicada com o símbolo p.
Exemplos:
a) p: Nove é diferente de cinco. (9 5)
p: Nove é igual a cinco. (9 5)
b) p: Sete é maior que três. (7 . 3)
p: Sete é menor ou igual a três. (7 3)
c) p: Dois é um número inteiro. (2 )
p: Dois não é um número inteiro. (2 )
d) p: Três é divisor de onze. (3 11)
p: Três não é divisor de onze. (3 11)
e) p: Quatro vezes cinco é igual a vinte. (4 5 20)
p: Quatro vezes cinco é diferente de vinte. (4 5 20)
Para que p seja realmente uma proposição, devemos ser capazes de classi-
ficá-la em verdadeira (V) ou falsa (F). Para isso vamos postular (decretar) o seguinte
critério de classificação:
EXERCÍCIOS
1. Quais das sentenças abaixo são proposições? No caso das proposições, quais
são verdadeiras?
a) 5 4 20 e) 1 3 1 6
b) 5 4 3 f) (2)5 (2)3
c) 2 7 3 5 4 3 g) 3 4 . 0
d) 5(3 1) 5 3 5 1 h) 11 4 2
2. Qual é a negação de cada uma das seguintes proposições? Que negações são
verdadeiras?
1 1
1 7 3
1
a) 3 7 21 e)
2 2
b) 3 (11 7) 5 f) √
2 1
c) 3 2 1 . 4 g) (4) 7
d) 5 7 2 5 6 h) 3 7
3. Conectivo
Colocando o conectivo entre duas proposições p e q, obtemos uma nova
proposição, p q, denominada conjunção das sentenças p e q.
Exemplos:
1º) p: 2 . 0
q: 2 1
p q: 2 . 0 e 2 1
2º) p: 2 1
q: (2)2 (1)2
p q: 2 1 e (2)2 (1)2
4º) p: 2 5 (2 é divisor de 5)
q: 3 5 (3 é divisor de 5)
p q: 2 5 e 3 5 (2 e 3 são divisores de 5)
Vamos postular um critério para estabelecer o valor lógico (V ou F) de uma
conjunção a partir dos valores lógicos (conhecidos) das proposições p e q:
2º) p: 2 1 (V)
q: (2)2 (1)2 (F)
então:
p q: 2 1 e (2)2 (1)2 (F)
4º) p: 2 5 (F)
q: 3 5 (F)
então:
p q: 2 5 e 3 5 (F)
4. Conectivo
Colocando o conectivo entre duas proposições p e q, obtemos uma nova
proposição, p q, denominada disjunção das sentenças p e q.
Exemplos:
4º) p: 34 26
q: 22 (3)5
p q: 34 26 ou 22 (3)5
1º) p: 5 . 0 (V)
q: 5 . 1 (V)
então:
p q: 5 . 0 ou 5 . 1 (V)
2º) p: 3 3 (V)
q: 3 3 (F)
então:
p q: 3 3 (V)
4º) p: 34 26 (F)
q: 22 (3)5 (F)
então:
p ∨ q: 34 26 ou 22 (3)5 (F)
EXERCÍCIO
3. Classifique em verdadeira ou falsa cada uma das seguintes proposições com-
postas:
1 3
a) 3 . 1 e 4 . 2 e) ou 5 11
2 4
b) 3 . 1 ou 3 1 f) (1)6 1 e 25 (2)7
c) 2 4 ou 2 (4 1) g) √16 6 ou mdc (4, 7) 2
d) 3(5 2) 3 5 3 2 e 3 7
IV. Condicionais
Ainda a partir de proposições dadas podemos construir novas proposições me-
diante o emprego de outros dois símbolos lógicos chamados condicionais: o condicio-
nal se... então... (símbolo: →) e o condicional ... se, e somente se, ... (símbolo: ↔).
5. Condicional →
Colocando o condicional → entre duas proposições p e q, obtemos uma nova
proposição, p → q, que se lê: “se p, então q”, “p é condição suficiente para q”, “q é
condição necessária para p”.
Exemplos:
6. Condicional ↔
Colocando o condicional ↔ entre duas proposições p e q, obtemos uma nova
proposição, p ↔ q, que se lê: “p se, e somente se, q”, “p é condição necessária e
suficiente para q”, “q é condição necessária e suficiente para p” ou “se p, então q e
reciprocamente”.
Exemplos:
1º) p: 2 12
q: 2 7 12 7
p ↔ q: 2 12 ↔ 2 7 12 7
3 6
2º) p:
2 4
q: 3 4 6 2
3 6
p ↔ q: ↔ 3 4 6 2
2 4
3º) p: 6 12 3
q: 3 6 18
p ↔ q: 6 12 3 ↔ 3 6 18
4º) p: 4 3
q: 4 5 3 5
p ↔ q: 4 3 ↔ 4 5 3 5
EXERCÍCIOS
4. Classifique em verdadeira ou falsa cada uma das proposições abaixo.
a) 2 1 1 → 5 7 3 4 e) 2 8 → mmc (2, 8) 2
b) 22 4 ↔ (2)2 4 f) 6 2 ↔ 6 2 0
3 2
c) 5 7 1 10 → 3 3 9 g) →3725
5 7
d) mdc (3, 6) 1 ↔ 4 é número primo
V. Tautologias
7. Seja v uma proposição formada a partir de outras (p, q, r, ...) mediante o em-
prego de conectivos ( ou ) ou de modificador () ou de condicionais (→ ou ↔).
Dizemos que v é uma tautologia ou proposição logicamente verdadeira quando v
tem o valor lógico V (verdadeira) independentemente dos valores lógicos de p, q, etc.
Assim a tabela-verdade de uma tautologia v apresenta só V na coluna de v.
Exemplos:
1º) (p p) → (q p) é uma tautologia, pois:
p q p p p q p (p p) → (q p)
V V F F V V
V F F F V V
F V V F V V
F F V F F V
V V V F F F F V
V F F V F V V V
F V F V V F V V
F F F V V V V V
Exemplos:
p p p p
V F F
F V F
p q p q p q p q (p q) ↔ (p q)
V V F F V F F
V F F V V F F
F V V F F V F
F F V V V F F
Observações:
1ª) Notemos que p implica q quando o condicional p → q é verdadeiro.
2ª) Todo teorema é uma implicação da forma
hipótese ⇒ tese
Exemplos:
1º) 24 ⇒ 24 5
significa dizer que o condicional “se 2 é divisor de 4, então 2 é divisor de 4 5” é
verdadeiro.
Observações:
1ª) Notemos que p equivale a q quando o condicional p ↔ q é verdadeiro.
2ª) Todo teorema cujo recíproco também é verdadeiro é uma equivalência.
hipótese ⇔ tese
Exemplos:
1º) (p → q) ⇔ (q → p)
p q p→q q p q → p
V V V F F V
V F F V F F
F V V F V V
F F V V V V
EXERCÍCIO
7. Verifique, por meio das tabelas-verdades, a validade das equivalências abaixo.
a) da conjunção c) da conjunção relativamente à disjunção
pq⇔qp p (q r) ⇔ (p q) (p r)
(p q) r ⇔ p (q r) p (q r) ⇔ (p q) (p r)
pp⇔p p (p q) ⇔ p
pv⇔p p (p q) ⇔ p
pf⇔f
b) da disjunção d) da negação
pq⇔qp (p) ⇔ p
(p q) r ⇔ p (q r) (p q) ⇔ p q
pp⇔p (p q) ⇔ p q
pv⇔v
pf⇔p
em que p, q e r são proposições quaisquer, v é uma tautologia e f uma proposi-
ção logicamente falsa.
que contêm variáveis e cujo valor lógico (verdadeira ou falsa) vai depender do valor
atribuído à variável.
Nos exemplos citados, temos:
Exemplos:
14. Algumas vezes utilizamos também outro quantificador: ∃ , que se lê: “existe
um único”, “existe um e um só” ou “existe só um”.
Exemplos:
EXERCÍCIO
8. Transforme as seguintes sentenças abertas em proposições verdadeiras usan-
do quantificadores:
a) x2 5x 4 0 e) (x) x
b) (a 1)(a 1) a 1
2 f) 5a 4 11
y y y
c) g) √x2 = x
3 4 7
a2 a
d) √m2 + 9 m 3 h) =a1
a
2º) p: 2 4
q: 3 9
p q: 2 4 e 3 9
(p q): 2 4 ou 3 9
Exemplos:
1º) p: o triângulo ABC é isósceles
q: o triângulo ABC é equilátero
p q: o triângulo ABC é isósceles ou equilátero
(p q): o triângulo ABC não é isósceles e não é equilátero
2º) p: a 0
q: b 0
p q: a 0 ou b 0
(p q): a 0 e b 0
(∃ a) 1a
1 1
2º) sentença:
2 3
1
negação: (∀ a) a
1
2
1
3
3º) sentença: (∃ a)
1
a1
(∀ a) 1 a
1
negação:
EXERCÍCIOS
9. Diga qual é a negação de cada proposição abaixo.
a) mdc (2, 3) 1 ou mmc (2, 3) 6
3 6
b) ou 3 10 6 5
5 10
3
c) 1 e 3 7
7
d) 2 4 → √
2 4 2
e) (3) 9 → √
2 9 3
f) 2 5 → 3 52
2
g) (∀ x) (x . 2 → 3x . 32)
h) (∃ x) (√
x 0)
i) Todo número inteiro primo é ímpar.
j) Todo triângulo isósceles é equilátero.
k) Existe um losango que não é quadrado.
l) Existe um número cuja raiz quadrada é zero.
m) Todo triângulo que tem três ângulos congruentes tem três lados congruentes.