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Bacias Paleozoicas Brasileiras:

Novos Paradigmas e Potencial Remanescente


Webinar ABGP 1ª Live de 2021
Por

Jaime Fernandes Eiras


Geólogo Sênior
Canal do Youtube da ABGP, 28 de janeiro 2021
Bacias sedimentares paleozoicas brasileiras
Localização, área sedimentar e características geológicas
❖ Forma: N

• Arredondada ou ovalada em mapas.


• Rampa em seções geológicas.
Boa Vista
Macapá
• Prato em perspectiva. Belém
São Luís
Manaus Amazonas
❖ Profundidade do Embasamento: Solimões
Parnaíba
Teresina

• Entre 3 e 6 km. K-T


Porto Velho
Rio Branco

❖ Características comuns:
• Origem no Cambro-ordoviciano.
Oceano Oceano
Paraná
• Ocupam vastas áreas no interior cratônico. Pacífico Atlantico

• Diques e soleiras de diabásio nas bacias do Solimões e


do Amazonas.

• Diques e soleiras de diabásio e derrames de basalto nas Área


bacias do Parnaíba e do Paraná. Solimões: 480.000 km2
Amazonas: 500.000 km2
• O diabásio é um agente muito importante nos sistemas Parnaíba: 600.000 km2
petrolíferos dessas bacias. Paraná: 1.100.000 km2
500 km Total: 2.680.000 km2
• Principais rochas geradoras são devonianas.
(~1/3 do território brasileiro)
• Principaisrochas-reservatório são devonianas e
permocarboníferas. 2
Bacias sedimentares paleozoicas brasileiras
Antigos paradigmas sobre as bacias intracratônias brasileiras:
❖ São bacias rasas, com baixo gradiente geotérmico para transformar a matéria orgânica em óleo e
gás por soterramento.

❖ Estão situadas em áreas cratônicas estáveis, sem trapas estruturais para reter o óleo e o gás.

❖ A resolução sísmica é baixa devido às características geológicas das rochas paleozóicas e vulcânicas.

❖ Contêm várias soleiras de diabásio e derrames de basalto difíceis de serem perfurados.

Novos paradigmas sobre as bacias intracratônicas brasileiras:


❖ A ausência de sobrecarga sedimentar foi compensada pelo efeito térmico de soleiras de diabásio
uniformemente concordantes com as camadas sedimentares.

❖ Os esforços tectônicos intraplaca afetaram as bacias intracratônicas brasileiras, formando


excelentes trapas estruturais. As províncias do Juruá e do Urucu são bons exemplos desse processo.

❖ Novos parâmetros de aquisição e processamento sísmico estão sendo aplicados para aumentar a
resolução sísmica, integrada com dados não sísmicos. Bons exemplos das bacias intracratônicas do
Solimôes, do Amazonas, do Parnaíba e do Paraná estão disponíveis. Todas essas bacias paleozóicas
estão cobertas com aerolevantamentos grav e mag da ANP, além de magnetotelúrico.

❖ Novos desenhos de brocas e novas tecnologias de perfuração têm ajudado a reduzir o tempo e o
custo de perfuração de rochas muito duras, tipo diabásio.
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Bacias sedimentares paleozoicas brasileiras
Antigos paradigmas sobre rochas vulcânicas intrudidas nas bacias intracratônicas:
❖ Antigos paradigmas sobre as características petrológicas das rochas vulcânicas:
• A temperatura elevada da lava destrói a matéria ogânica.

• A temperatura elevada da lava destrói o óleo e o gás previamente gerados.

• Intrusões vulcânicas obliteram os poros da rocha-reservatório.

• Os esforços extensivos durante o vulcanismo causam perda da integridade das


rochas selantes.
❖ Antigos paradigmas sobre os aspectos exploratórios relacionados às rochas vulcânicas:
• Camadas vulcânicas deterioram a imagem sísmica:
✓ Causam perda de sinal.

✓ Geram reflexões múltiplas..

✓ Causam divergência esférica.


• Formam falsas estruturas.

• Dificultam a perfuração de poços.

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Bacias sedimentares paleozoicas brasileiras
Novos paradigmas sobre rochas vulcânicas intrudidas nas bacias intracratônicas:
❖ Rochas vulcânicas podem atuar como excelentes marcos estratigráficos (Marco Três Dedos, Bacia de Campos).

❖ Podem ser indicadores de processos turbidíticos (reservatórios turbidíticos da Bacia Potiguar).

❖ Podem ser bons reservatórios (Bacia de Neuquén na Argentina).

❖ Podem ser bons selos (Bacias do Parnaíba e do Paraná).

❖ Podem formar trapas combinadas atípicas (Bacias do Parnaíba e do Paraná).

❖ Podem fornecer calor extra para transformação da matéria orgânica (todas as bacias paleozóicas brasileiras).

Campo de gás de Barra Bonita, Bacia do Paraná Campo de gás de Capinzal, Bacia do Parnaíba
RG V V Densidade Resistividade RG V V Resistividade Sônico
Queima de gás em teste de formação Oceano
V V Belém São V
Diabásio V V Atlântico Diabásio V V Neutrão Densidade
realizado no poço 1BB 0001 PR Luís
Operador: Petrobras
Área: Barra Bonita Arenito 4o Operador: Petrobras Gás
3.450m Gás
Poço: 1BB 0001 PR Área: Capinzal
Reservatório: arenito Poço: 2CP 0001 MA Teresina
do Grupo Itararé Reservatório: arenito
1.700 m
Selante: diabásio Diamictito da Fm Cabeças
Selante: diabásio

? 8o
Arenito Bacia do
3.475m Parnaíba
Água Palmas
Arenito 48o 44o
1.750 m

Eiras e Wanderley Filho, 2002


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Bacias sedimentares paleozoicas brasileiras
Bloco-diagrama com os diversos tipos de estruturas relacionadas a rochas vulcânicas

❖ Saltos de soleira de diabásio:


• Dependendo da rocha encaixante e do volume do magma em ascensão, a intrusão
pode mudar de nível estratigráfico com inclinações que geralmente variam de 10o a
40o (constatações na Bacia do Paraná).

• Os saltos de soleiras de diabásio ocorrem em descontinuidades geológicas tipo


fraturas, falhas, charneiras, mudança de fácies etc.

3 6
5
6
4
2

1 1

Machado, 2005, simplificado de Zalán et al., 1986


6
Saltos de soleiras de diabásio
Tipos de salto de soleiras de diabásio em seções sísmicas:
❖ Salto tipo “corcova de dromedário”
• Salto curvo, convexo para cima, Salto tipo “corcova” “Corcova” de dromedário
sem descontinuidades geológicas
visíveis em seções sísmicas. Pode
ser simétrico ou assimétrico. O
salto pode ter ocorrido em falhas
com pequeno rejeito ou em
fraturas. Maior efetividade como
rocha selante.
❖ Salto tipo alça retangular Salto tipo alça retangular Bolsa com alça retangular
• Salto abrupto em ambos os lados,
convexo para cima, com
descontinuidades geológicas em
seções sísmicas. O salto pode ter
ocorrido em falhas com rejeito
grande. Menor efetividade como
rocha selante.
7
Saltos de soleiras de diabásio
Tipos de salto de soleiras de diabásio em seções sísmicas:

❖ Salto tipo escalonado simétrico


Salto escalonado simétrico Escada simétrica
• Salto escalonado, convexo para
cima, com descontinuidades
geológicas em seções sísmicas. O
salto pode ter ocorrido num
sistema de fraturas ou falhas com
rejeito pequeno. Menor
efetividade como rocha selante.

❖ Salto tipo escalonado assimétrico Salto escalonado assimétrico Escada assimétrica


• Salto curvo, convexo para cima,
com descontinuidades geológicas
visíveis em seções sísmicas. O
salto abrupto pode ter ocorrido
em falhas com rejeito grande.
Menor efetividade como rocha
selante.
8
Saltos de soleiras de diabásio
Tipos de salto de soleiras de diabásio em seções sísmicas:
❖ Salto tipo bifurcado
• Salto bifurcado, convexo para Salto bifurcado Estrada bicurfada
cima, onde o corpo superior salta
como rampa e platô. As
descontinuidades geológicas não
estão bem definidas em seções
sísmicas. Ainda não foram
identificadas acumulações neste
tipo de estrutura.
❖ Salto de soleira falso Salto falso: poço seco É fake!

• Estrutura anticlinal tardia formada


por tectônica compressiva pós-
diabásio. As sequência paleozoicas
estão truncadas pela discordância
Jurotriássica. Ao se aplicar
flattening, nota-se que não há
salto de soleira (slide mais
adiante). 9
Bacias sedimentares paleozoicas brasileiras
Histogramas de distribuição das soleiras de diabásio nas bacias paleozoicas brasileiras
❖ Os valores de espessura (abcissas) são acumulados e estão em escalas diferentes

Os “triângulos das soleiras”


0
Bacia do Solimões Bacia do Amazonas
0 Grupamento superior de soleiras 204 Ma +/-2
Grupamento superior de soleiras 204 Ma +/-2 (Ar/Ar)
-1.000 (Ar/Ar) -1.000 203,5 Ma
203 Ma Grupamento intermediário
Grupamento intermediário
-2.000 -2.000 203 Ma
202 Ma Grupamento inferior
Grupamento inferior
-3.000 -3.000
Moda 3.694 m (12%) Moda 3.755 m (13%)
Intervalo -700 m / -800 m Intervalo -400 m / -500 m

1.000 Bacia do Paraná Bacia do Parnaíba


0 0

-1.000 -1.000
Capeadora

-2.000 -2.000
Aquecedora
-3.000

-4.000 Moda 1.351 m (5%) Moda 489 m (11%)


Intervalo -1.400 m / -1.500 m Intervalo -700 m / -800 m
-5.000

Histogramas de Conceição et al., 1993


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Bacias sedimentares paleozóicas brasileiras
Distribuição das soleiras de diabásio nas bacias paleozoicas brasileiras
❖ O “triângulo das soleiras de diabásio”, diagrama esquemático baseado em Conceição et al., 1993
Espessura Espessura

Evento
Grupamento mais antigo
superior (selante e trapa)

Grupamento Soleira “maldita”


intermediário (no Parnaíba)

Grupamento Evento
inferior mais jovem
(fonte extra de calor)

Profundidade

Modelo esquemático baseado nos histogramas de Conceição et al., 1993


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Bacias sedimentares paleozóicas brasileiras
Bacias Paleozóicas Brasileiras versus Bacia de Illinois (EUA)
❖ Importância dos dados geofísicos e geológicos disponíveis e do amadurecimento da Exploração

Bacia do Solimões: 480.000 km2 Bacia de Illinois (EUA): 155.000 km2


• Poços: menos de 300 • Desde 1853, aproximadamente 155.000 poços
de óleo, gás e injeção foram perfurados na
Bacia de Illinois (um poço a cada 1 km2).
Bacia do Amazonas: 500.000 km2
• Poços: em torno de 220 • Há aproximadamente 32.000 poços de
produção de óleo e gás, 10.500 poços de
injeção e 1.759 poços de armazenamento de
Bacia do Parnaíba: 600.000 km2 gás.
• Poços: em torno de 200
• Esses poços são controlados por 1.500
operadores.
Bacia do Paraná: 1.220.000 km2 • Aproximadamente 800 concessões para
• Poços: menos de 150 perfuração de poços para óleo, gás e injeção
são emitidas a cada ano.

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Bacias sedimentares paleozoicas brasileiras

Árvore de natal num poço do campo do Urucu

Bacia Sedimentar
do Solimões
Um mundo de gás natural no
coração da Amazônia brasileira

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Bacias sedimentares paleozoicas amazônicas
Mapa gravimétrico de anomalias Bouguer das Bacias do Solimões e do Amazonas
Mapa Bouguer com superposição dos N
principais elementos estruturais das
bacias paleozoicas amazônicas
RR
Bacia do Tacutu

AP

Escudo das Guianas


1
1
AM
1 2
3

1
3
4 4
4
4
3
3
4

4 PA

Escudo Brasileiro

AC

Costa, 2002
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Bacias sedimentares paleozoicas brasileiras
Províncias geotectônicas do Proterozoico amazônico

Província Amazônia Central Província Geotectônica N


(Cráton do Xingu) Maroni - Itacaiúnas
Província Geotectônica
Rio Negro - Juruena
Cobertura Macapá
Terciário- 0°
Quaternária
Domo de Bacia
de Belém
Mte. Alegre
Santarém Marajóo
Manaus
Arco de
Bacia do Amazonas
Carauari Arco do
Purus

Bacia do Solimões
Sub-Bacia do Sub-Bacia
Jandiatuba do Juruá
Rochas
Sedimentares
Proterozóicas
e Vulcânicas
Porto Velho 8°
Cinturão Cinturão Móvel
Rondoniense Araguaia - Tocantins

200 km
70° 66° 62° 58° 54° 50°

Modificado de Cordani et al., 1984


15
Bacia Sedimentar do Solimões
Mapa em profundidade do Embasamento Proterozoico, baseado em sísmica e poços
Proterozoico

Proterozoico

Prof. máx. Jandiatuba


3.000 m

Prof. máx. Juruá


3.800 m
Poço de controle
Limite de ocorrência Proterozoico
de rochas paleozoicas
I.C. = 500 m
200 km

Eiras, 1998
16
Bacia Sedimentar do Solimões, Sub-bacia do Juruá
Superfície em profundidade do topo do reservatório JR-70, Formação Juruá

Jatobá (JOB) Araracanga (SMT) Leste do Ig. Chibata (?)

NE do Juruá (NEJ) Taquaré (TAQ) Arara Azul (ICB) Leste do Urucu (LUC)

Juruá/Jaraqui (JR/JI)
Embasamento
raso
SW do Juruá (SOJ)
Província de
Araracanga Província
Igarapé Pucá (IP) do Urucu
Província
do Juruá Rio Urucu (RUC)
Mamuriá (MR)
SW do Urucu (SUC)
Carauari (CI) Cupiúba (CUP)
Carapanaúba (CRP)
Castanheira (HRT-9) Embasamento
raso
Canela (HRT-4)
Sândalo (HRT-5) Tucumã (HRT-10) 0 km 100
Aroeira (HRT-8)
17
Bacia Sedimentar do Solimões
Seção geológica com os arcabouços estrutural e estratigráfico e campos petrolíferos
Óleo, gás e
Gás e condensado
condensado
A Juruá S. Mateus Urucu B
WSW ENE
0m

-1.500

-3.000 Arco de Arco de Carauari Arco do


Iquitos Purus
Sub-bacia do Jandiatuba
100 km
Sub-bacia do Juruá

Legenda
Terciário – Quaternário (Fm Solimões) N
Cretáceo Superior (Fm Alter-do-Chão)
Carbonífero Superior – Permiano Inferior (Gr Tefé) Bacia do
B Bacia do
Soleira de Diabásio (Vulcânica Penatecaua) Solimões Amazonas
Devoniano Médio – Carbonífero Inferior (Fm Marimari) Sub-bacia
Siluriano Superior – Devoniano Inferior (Fm Jutaí) A
do Jandiatuba Sub-bacia
do Juruá
Ordoviciano Inferior (Fm Benjamin Constant) 200 km
Proterozoico Superior (Gr Purus)
Embasamento Cristalino Modificado de Eiras, 1998
18
Bacia Sedimentar do Solimões
Seção sísmica 40-RL-73 adquirida em 1976: quando tudo começou
-65º

70° 65° Limite de ocorrência


de rochas paleozóicas

A linha sísmica 40-RL-73 foi adquirida


ortogonalmente (dip) ao atual campo
do Nordeste do Juruá (NEJ).
Bacia do
Depois, após uma rápida aquisição de Sonda Amazonas
sísmica de refração, foram adquiridas Sonda SC-31
outras linhas sísmicas regionais pela SC-45 Arco do
equipe 36 para rastrear o alinhamento Purus

estrutural recém-descoberto.
Bacia do Solimões
Sonda 480.000 km2
SC-34
Arco de Carauari
-5° Carauari
Sub-bacia do Juruá Sonda
Sub-bacia do Jandiatuba
SC-44
Sonda
Sonda SC-45
Arco de SC-45 Legenda
Iquitos
Poço seco
Bacia
do Acre
200 km Poço abandonado por
problemas mecânicos

19
Bacia Sedimentar do Solimões
Processo exploratório na descoberta da Província Gaseífera do Juruá

Levantamentos sísmicos
regionais realizados em
1976
1NEJ 0001 AM

1-JR-1 AM

20
Bacia Sedimentar do Solimões
Cópias dos anexos originais da locação 1-JR-1-AM (Rio Juruá No 1)
Mapa estrutural sísmico em tempo duplo
Interpretação em cópia sépia feita pelo saudoso geofísico Gastão Juca

Seção sísmica 36-RL-151


1-JR-1 AM
36-RL-151

1-JR-1 AM

Jucá, 1977 ESCALA


1:2.5000.000

Jucá, 1977
21
Bacia Sedimentar do Solimões
Seção sísmica 40-RL-73 adquirida em 1976: quando tudo começou
-65º

70° 65°

A linha sísmica 40-RL-73 foi adquirida


ortogonalmente (dip) ao atual campo
do Nordeste do Juruá (NEJ).
Bacia do
Depois, após uma rápida aquisição de Amazonas
sísmica de refração, foram adquiridas
outras linhas sísmicas regionais pela Arco do
equipe 36 para rastrear o alinhamento Purus

estrutural recém-descoberto.
Bacia do Solimões
480.000 km2

Arco de Carauari
-5° Carauari
Sub-bacia do Juruá
Sub-bacia do Jandiatuba

Arco de
Iquitos
Limite de ocorrência
Bacia de rochas paleozóicas 200 km
do Acre

22
September 2020 | Strictly Private & Confidential
Primeira linha sísmica adquirida na bacia: 1976
Linha 40-RL-73: reprocessamentos Landmark (Petra 2006) e CPGeo (HRT 2010)
2TUst 0001 AM
1NEJ 0001 AM 1NEJ 0001 AM

Fm Solimões
Fm Alter-do-Chão

1NEJ 0001 AM Paleozóico +


Soleiras

Reprocessamento
Landmark

Não interpretada 1NEJ 0001 AM Interpretada 1NEJ 0001 AM

Fm Solimões

Fm Alter-do-Chão

Paleozóico +
Soleiras

Reprocessamento
CPGeo

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Bacia Sedimentar do Solimões, Província do Juruá
Seção sísmica 2D dip 36-RL-155 adquirida em 1976 e reprocessada em 1999

3-JR-4-AM
Terciário +
Quaternário

Cretáceo Superior

Truncamento erosivo

Permocarbonífero
+ soleiras de diabásio

Selante Gás
Reservatório
Geradora

Seção sísmica: Petrobras 24


Bacia do Solimões, Província Petrolífera do Urucu
Mapas estruturais baseados em sísmica 3D adquirida na Província do Urucu
N
Ring fence
3D RUC
1988 e 1991
300 km2

3D IMT
1991
150 km2
3D LUC
1988
65 km2

3D SUC
1995
400 km2
10 km

25
Bacia do Solimões, Província Petrolífera do Urucu
Campos de óleo, gás e condensado: seções sísmicas 3D A-B e C-D nos próximos slides

Campo de óleo,
gás e condensado
do Rio Urucu

Campo de óleo,
gás e condensado
do E do Urucu

Campo de gás e Campo de óleo,


condensado do gás e condensado
Cupiúba do SW do Urucu

Campo de gás e
condensado do
Carapanaúba

Eiras, 1998
26
Bacia do Solimões, Campo do Rio Urucu
Seção sísmica 3D dip: efeito de push-down no flanco da anticlinal (Permiano mais espesso)

A B
NW SE
0 0
Poço A Poço B Poço C
Tempo Fm Solimões Perfil sônico
duplo
(s)
Fm Alter-do-Chão

Push Discordância Pré-K


down Soleira Superior
Fm Carauari

Soleiras ínterm. e inferior

1,0 Fm Carauari 1,0


Selante
Reservatórios
Geradora

Embasamento Bloco alto


do Urucu Bloco baixo
do Urucu

2 km
Eiras, 1998, adaptado de Souza, 1998 27
Bacia do Solimões, Campo do Leste do Urucu
Seção sísmica 3D dip: efeito CAMPO
de push-down
DE LESTEno
DOflanco
URUCUda anticlinal (Permiano mais espesso)
NW C
D SE
4-LUC-5-AM
Fm Solimões

Fm Alter do Chão

Push
down Fm Fonte Boa

Soleira superior de diaásio

Fm Carauari

Soleiras intermediária e inferior

Fm Carauari

Reservatórios
Geradora JR-70

Embasamento

SEÇÃO SÍSMICA DIP (3D IGARAPÉ MARTA)


Seção sísmica: Petrobras 28
Bacia do Solimões, Província Petrolífera do Urucu
Mapa estrutural sísmico 3D em tempo e campos do Urucu, Sw do Urucu, Cupiúba e Carapanaúba

Bloco alto do Rio Urucu


Poço RUC-15A
Óleo, gás e condensado
Gás e condensado

Bloco baixo do Rio Urucu


Óleo, gás e condensado
Cupiúba
Gás e condensado

Carapanaúba
Sudoeste do Urucu
Gás e condensado
Óleo, gás e condensado

Mapa estrutural
sísmico 3D do topo 10 km
do reservatório JR-70
Mapa sísmico 3D: Petrobras 29
Província Petrolífera do Urucu: efeito de push down
Anomalia de velocidade na soleira superior de diabásio, no ápice da braquianticlinal do Urucu
Mapa estrutural
sísmico 3D do topo N
do reservatório JR-70

Push-down
Poço
RUC 29

Mapa sísmico 3D: Petrobras 30


Província Petrolífera do Urucu: efeito de push down
Anomalia de velocidade (push-down) no ápice da braquianticlinal do Urucu

RUC 29 RUC 20

Sinal
deteriorado

Seção sísmica
3D arbitrária

31
Seção sísmica: Petrobras
Província Petrolífera do Urucu: efeito de push down
Efeito de push-down em seção sísmica 3D devido intenso fraturamento da soleira superior
RUC-29 RUC-20

Sinal
deteriorado

Seção sísmica: Petrobras 32


September 2020 | Strictly Private & Confidential
Província Petrolífera do Urucu: efeito de push down
Anomalia de velocidade na soleira superior de diabásio, no ápice da braquianticlinal do Urucu

Anomalia de velocidade
Sela sísmica falsa
Sela sísmica falsa (push-down)
(push-down) (soleira superior muito fraturada)
Contato
óleo-água N

Bloco alto Poço


Poço RUC 29
RUC 29 do Urucu

Bloco baixo
Mapa estrutural sísmico 3D do topo do do Urucu
reservatório JR-70 do Campo do Rio Urucu

Fonte: Petrobras 33
Bacia do Solimões, Campo do Urucu: efeito de push down
Anomalia de velocidade (push down) no ápice da braquianticlinal do Urucu

Raios gama Sônico Raios gama Sônico

Anticlinal intensamente Velocidade baixa Velocidade alta


fraturada no ápice. O efeito (muitas fraturas) (poucas fraturas)
de push-down deve ser
levado em consideração na
modelagem do reservatório
e na estimativa volumétrica

34
Bacia do Solimões, Campo do Rio Urucu - RUC
Seção geológica longitudinal (strike) ao nível dos reservatórios do campo do Urucu
❖ Os reservatórios JR-70, JR-80 e JR-85 constituem um sistema hidráulico único, com contato gás/óleo -
CGO a -2.421 m, e contato óleo/água – COA a -2.441 m. A coluna de óleo de 20 m tem uma capa de gás
que atinge 80 m no topo da estrutura.
❖ O reservatório JR-90 (A e B) pertence a outro sistema hidráulico, com contato gás/óleo – CGO a -2.419
m, e contato óleo/água a -2,458 m. A capa de gás nesta zona é muito delgada.
❖ Os reservatórios das zonas superiores estão isolados entre eles e entre os das zonas inferiores, e
contêm somente gás.
Poço RUC 29

JR-40

JR-70B

Gás
JR-90A
JR-90B Gás
Óleo Óleo

Poço RUC 29:


O poço mais baixo em tempo Seção geológica: Petrobras
e mais alto em profundidade
35
Bacia do Solimões, Província Petrolífera do Urucu
Mapas estruturais baseados em sísmica 3D adquirida na Província do Urucu
N

3D IMT
1991
150 km2
3D LUC
1988
65 km2

10 km

36
Fonte: Petrobras
Bacia do Solimões, Campo do Leste do Urucu
Anomalia de velocidade na soleira superior, no ápice da braquianticlinal do Leste do Urucu
Mapa estrutural sísmico 3D em tempo do topo do reservatório JR-70

Ring fence
Contato N
óleo-água
Efeito de push-down
(sela sísmica falsa)

Poço
LUC 42

Sísmica 3D do Igarapé Marta

Mapa sísmico 3D: Petrobras 37


Bacia do Solimões, Província Petrolífera do Urucu
Anomalia de velocidade na soleira superior, no ápice da braquianticlinal do Leste do Urucu

Mapa estrutural sísmico em tempo N


Topo do reservatório JR-70

Efeito de push-down
(sela sísmica falsa)

Ring fence

Poço
LUC 42

Mapa sísmico 3D: Petrobras


38
Bacia do Solimões, Campo do Leste do Urucu - LUC
Seção geológica longitudinal (strike) ao campo de óleo, gás e condensado do Leste do Urucu
❖ Os reservatórios JR-70A/B, JR-80 e JR-90A/B formam um sistema hidráulico único, com contato
gás/óleo (CGO) a -2.383 m, e contato óleo/água (COA) a -2.398 m. A coluna de 15 m de óleo tem
uma capa de gás que atinge 58 m no topo da estrutura.
❖ Os reservatórios JR-40 e JR-60 (zonas superiores) estão comunicados com as zonas inferiores através
de falhas geológicas que ocorrem no campo.
❖ Em tempo sísmico, parece se tratar de três anticlinas separadas por selas devido efeito de push
down. Em profundidade, nota-se que se trata de um anticlinório.
SW NE
Poço LUC 01 Poço LUC 05

JR-10

JR-40
JR-60
JR-70A
JR-70B Gás Gás
Óleo JR-90A Óleo
JR-90B

JR-90B

Fonte: Petrobras 39
Bacia do Solimões, Sub-bacia do Juruá
Salto de soleira de diabásio induzido por descontinuidade geológica (charneira estrutural)
Seções sísmicas 2D compostas da região do médio Tefé
SW 212-RL-303 234-RL-010 NE

Tempo
duplo Terciário + Quaternário

Cretáceo Superior

Permocarbonífero
Base da soleira intermediária + soleiras
650 m Marco 280
150 m
Base da soleira inferior
Reservatório

Embasamento
Charneira do
médio Tefé

Gás e condensado Óleo, gás e condensado

40
Bacia do Solimões, Sub-bacia do Juruá
Seção geológica com salto da soleira inferior de diabásio numa charneira estrutural
1-BV-1 AM 1-CAT-1-AM 1-PQA-1-AM
NW SE
0m N.M.
Terciário + Quaternário

Cretáceo Superior

Soleira
Perm. Inf.
Soleira
1.000 Perm. Inf.
Soleira

Soleira
Marco 770
Carb. Sup.
Soleira Intermediária
2.000
Carb. Sup.
Salto de
Marco 500 650 m
Horizonte soleira
Carb. Sup.
mapeado
Selante (sal) Soleira Inferior Situação
3.000 1BV 0001 AM
Reserv. Carb.
Geradora 150 m

Embasamento Favorável a óleo, gás 1CAT 0001 AM


Favorável a gás e condensado Charneira do e condensado 1PQA 000 -AM
médio Tefé

41
Bacia Sedimentar do Solimõe
Potencial para óleo ou gás em função do posicionamento estratigráfico da soleira inferior

Área favorável a óleo


gás e condensado
Área favorável a
gás e condensado

Óleo,
gás e
Gás e cond.
cond.

Modificado de Eiras, 1998


42
Bacia do Solimões, Província do Urucu
Empilhamento (zoneamento) das fácies-reservatório da Formação Juruá: 10 zonas
Ambiente
RG
Marco 320
1-RUC-1-AM Maré
Fm JR - 10
RG
Carauari

Sabhka costeira
LPS
Carbonífero (Pensilvaniano)

JR - 40 Praia a costeiro
sandswaves
Fm Juruá

JR - 60 Praia a costeiro
sandswaves
JR- 70A Duna eólica costeira
JR- 70B Duna eólica costeira
Maré
JR- 85 Sabhka costeira
LS
JR- 86 Fluvial
Fm
JR- 88
Jandiatuba Deltaico
Devoniano

JR- 90A
(geradora)
Fluvial
JR- 90B

Fm Uerê Limite de sequência - LS


Limite de sequência - LS
Embasamento
43
Bacia do Solimões, Província Petrolífera do Urucu
Determinação da idade da chegada do óleo no reservatório
❖ Método utilizado: datação radiométrica 40Ar-39Ar de ilitas diagenéticas

MEV

Pontes de ilita Pontes de ilita Pontes de ilita selecionadas

Eiras, 1998
Chegada do óleo no reservatório: 200 Ma (Neotriássico) (Datação Radiométrica 40Ar-39Ar)
Datação do diabásio: 204 Ma +/- 2 Ma 44
Bacia do Solimões, Sub-bacia do Juruá
Volumes originais e vazões de óleo, gás e condensado das principais descobertas
Araracanga (SMT) Leste do Igarapé Chibata (?)
OGIP = 8.896 MMm3 (0.314 TCF) OO&GIP = 20 MMboe
Jatobá (JOB)
OCIP = 8.076 MMbbl Oil:gas 5:0.67
OGIP = 5.120 MMm3 (0.181 TCF)
Qg = 335,000 m3/d (32”/64”) Qo = 1.400 bbl/d (41° API)
Qg = 153.000 m3/d (16”/64”)
Qg = 45.000 m3/d
Arara Azul (ICB)
Nordeste do Juruá (NEJ) Taquaré (TAQ) OO&GIP = 32 MMbbl
OGIP = 3,729 MMm3 (0,131 TCF) Leste do Urucu (LUC)
OGIP = 449.479 MMm3 (0,016 TCF) Oil:gas 8:1
OCIP = 1.170 MMbbl OGIP = 58,248 MMm3 (2,056 TCF)
Qg = 371.000 m3/d (32”/64”) Qo = 2.500 bbl/d (46° API)
Qg = 270,000 m3/d (24”/64”) OOIP = 387.143 MMbbl

Juruá/Jaraqui (JR/JI)
OGIP = 32,775 MMm3 (1.156 TCF)
OCIP = 8.517 MMbbl
Qg = 335,000 m3/d (32”/64”)
Embasamento
Sudoeste do Juruá (SOJ) raso
OGIP = 1.967 MMm3 (0.069 TCF)
OCIP = 0,616 MMbbl
Qg = 253.000 m3/d (32”/64”) Província de
Araracanga Província
Igarapé Pucá (IP) do Urucu
OGIP = 1.489 Mm3 (0,052 TCF) Província
OCIP = 0.465 MMbbl
Rio Urucu (RUC)
Qg = 372.000 m3/d (48”/64”) do Juruá OGIP = 42,872 MMm3 (1.513 TCF)
OOIP = 336.358 MMbbl
Mamuriá (MR) Sudoeste do Urucu (SUC)
OGIP = 1,997 MMm3 (0.070 TCF)
OGIP =5.125 Mm3 (0,181 TCF)
OOIP = 23.776 MMbbl
Qg = 240.000 m3/d (24”/64”)
Cupiúba (CUP)
Carauari (CI) OGIP = 1,865 MMm3 (0.065 TCF)
OGIP = 3.067 Mm3 (0,108 TCF) OCIP = 2.082 MMbbl
Qg = 145.800 m3/d (24”/64”) Qg = 144,527 m3/d (24”/64”)
Carapanaúba (CRP) Qc = 198.14 bbl/d (70° API)
Castanheira (HRT-9) OGIP = 2.777 Mm3 (0,098 TCF)
OGIP = 9.146/12.743 Mm3 (0,323/0,450 TCF) Embasamento OCIP = 1.956 MMbbl
Qg = 710.000 m3/d (40”/64”) Qg = 525.000 m3/d (40”/64”)
raso Canela (HRT-4)
OGIP = 2,250/3,240 MMm3 (0.075/0.108 TCF)
Sândalo (HRT-5)
OGIP = 5.607/8,495 MMm3 (0,198/0,300 TCF)
Tucumã (HRT-10)
Qg = 195,430 m3/d (40”/64”)
Superfície em profundidade
Qg = 370,000 m3/d (40”/64”)
OGIP = 5,239/10,222 MMm3 (0.185/0.361 TCF) (m) do topo do reservatório
0 km 100 Aroeira (HRT-8) Qg = 525,000 m3/d (40”/64”)
OGIP = 8,929/17,217 MMm3 (0.315/0.608 TCF) JR-70 da Formação Juruá
Qg = 525,000 m3/d (40”/64”)
45
Fontes consultadas: ANP/Petrobras/Petra/HRT
Bacia do Sedimentar do Solimões
Volumes originais de gás in place (VOGIP) das principais descobertas da Bacia do Solimões

VOGIP VOGIP
Ano Descoberta Localização Operador Status Ano Descoberta Localização Operador Status
Mm3 TCF Mm3 TCF
1978 Juruá/Jaraqui 27.079,206 0,956 2011 Canela 2.250,000 0,079
1980 SW do Juruá 1.966,872 0,069 2011 Sândalo 5.607,000 0,198
1981 Igarapé Pucá 1.489,240 0,053 2012 Aroeira Sub-bacia Blocos da 8.929,000 0,315
HRT O&G
1982 Carauari 3.067,000 0,108 2013 Castanheira do Juruá Rosneft 9.146,000 0,323
1983 Mamuriá 5.125,000 0,181 2013 Tucumã 5.239,000 0,185
1983 NE do Juruá 3.729,005 0,132 Subtotal de gás natural descoberto pela HRT (Rosneft) 31.171,000 1,101
1986 Rio Urucu Sub-bacia Em 42.872,442 1,514
Petrobras
1987 Leste do Urucu do Juruá desinvest. 58.247,958 2,057 VOGIP
Ano Descoberta Localização Operador Status
1988 SW do Urucu 1.996,522 0,071 Mm3 TCF
1989 Cupiúba 1.865,827 0,066 1983 Igarapé Ipoca 4.120,843 0,146
1989 Carapanaúba 2.777,374 0,098 1983 Igarapé Ipixuna 4.225,432 0,149
Arco de
1995 Arapiranga 8.895,755 0,314 1983 Rio Bauana Branco Sem 13.199,930 0,466
Carauari
2010 Arara Azul 0,022 1984 Nasc. do Marimari concessão 3.724,663 0,132
635,949 Petrobras
1984 Rio Biá 2.994,180 0,106
2011 Leste do Chibata 635,949 0,022
1996 Rio Copacá 280,750 0,010
Subtotal de gás natural nos blocos atuais da Petrobras 160.384,099 5,664 Sub-bacia
1997 Taquaré Blocos da 449,479 0,016
do Juruá
1998 Jatobá Rosneft 5.120,057 0,181
Subtotal de gás natural nas áreas devolvidas pela Petrobras
34.115,334 1,205

Volume original de gás in place (VOGIP) descoberto na Bacia do Solimões até o momento

223.051,801 Mm3 / 7,877 Tcf


Fontes consultadas: ANP/Petrobras/Petra/HRT

46
Bacia Sedimentar do Solimões
Volumes originais de gás in place das descobertas feitas na bacia até o momento

❖ Distribuição dos tamanhos dos campos: média de 8,3 bilhões de m3 OGIP


70
VOGIP descoberto até o momento
60 Leste do Urucu
223.051,801 Mm3 / 7,877 Tcf
50
Bilhões de m3

Rio Urucu
40

30
Juruá-Jaraqui Tamanho médio = 8,3 bilhões de m3 de gás
20

Rio Bauana Branco


10

0
0 5 10 15 20 25 30
Número de campos

47
Província do Urucu no cenário nacional
Os 20 maiores campos produtores de gás natural (MMm3/d)

❖ Leste do Urucu e Rio Urucu estão em 4º e 5º lugares, respectivamente

Leste do Urucu
Rio Urucu

Fonte: ANP/SOP/SIGEP, julho de 2020

48
Província do Urucu no cenário nacional
Os 20 campos terrestres com maior produção diária de óleo equivalente (Mboe/d)

❖ Leste do Urucu e Rio Urucu estão em 1º e 2º lugares, respectivamente


Leste do Urucu
Rio Urucu

O poço 1-BRSA-769-AM, campo de Arara Azul,


é o segundo poço terrestre em produção de
óleo : 1.363 bbl/d em julho de 2020. Produz de
reservatório arenoso devoniano.

Fonte: ANP/SOP/SIGEP, julho de 2020

49
Província do Urucu no cenário nacional
Os 20 campos terrestres com maior produção total acumulada de óleo (MMbbl)

❖ Leste do Urucu e Rio Urucu estão em 7º e 8º lugares, respectivamente

Leste do Urucu
Rio Urucu

Fonte: ANP/SOP/SIGEP, julho de 2020

50
Província do Urucu no cenário nacional
Os 20 campos terrestres com maior produção total acumulada de óleo equivalente (Mmboe)

❖ Leste do Urucu e Rio Urucu estão em 3º e 4º lugares, respectivamente


Leste do Urucu Rio Urucu

Fonte: ANP/SOP/SIGEP, julho de 2020


51
Província Petrolífera do Urucu
Movimentação de gás natural por destinação (Mm3/d)

Fonte: ANP/SOP/SIGEP, julho de 2020

52
Bacia do Sedimentar do Solimões
Curvas de produção acumulada de óleo e gás natural

Fontes consultadas: ANP/Petrobras


53
Bacia do Solimões, Província Petrolífera do Urucu
Uma homenagem àqueles que nos deixaram um legado
Base de Operações Geólogo Pedro de Moura – BOGPM
(Base Urucu)

Comitiva em visita à Base do Urucu

54
Bacias sedimentares paleozóicas brasileiras

Boca do poço 1-RUT-1-AM, Campo do Azulão

Bacia Sedimentar
do Amazonas
Ainda uma incógnita! Até
quando?

55
Bacia Sedimentar do Amazonas
Mapa geológico e seção geológica regional

Brasil

K-T

A B

56
Bacia Sedimentar do Amazonas
Faixa de afloramentos de rochas paleozóicas em imagem de radar processada

Afloramentos
do rio Negro
Domo de
Monte Alegre

Santarém

Azulão

Manaus
Itacoatiara

Itaituba

57
Bacia Sedimentar do Amazonas
Dados sísmicos (~67.000 km) e poços existentes (~220 exploratórios)

Sísmica
Aproximadamente 67.000 km lineares de sísmica

Poços 58
Aproximadamente 220 poços
Bacia Sedimentar do Amazonas
Mapa gravimétrico de anomalia Bouguer da Bacia do Amazonas
Importância das zonas de cizalhamento no sistema petrolífero da bacia

N 59° 58° 57° 56° 55° 54°

1° Escudo das Guianas

203° Campo do Oriximiná


Japiim Domo de
Monte Alegre

Santarém


Manaus Campo do
Plataforma Azulão
estrutural de
Manaus

4° Plataforma
estrutural de
Mamuru-Abacaxis
Itaituba Escudo Brasileiro


0 km 100

Costa, 2002 59
Bacia Sedimentar do Amazonas
Mapa estrutural do Embasamento

N Escudo das Guianas Ilha do


Marajó

Santarém

Manaus

Bacia do Itaituba
Escudo Brasileiro
Solimões Prof. do Embasamento

60
Estratigrafia das bacias cratônicas amazônicas
Correlação entre as cartas estratigráficas das Bacias do Solimões e do Amazonas

Eiras et al., 1994; Cunha et al., 1994 61


Bacia do Amazonas, área do Uatumã
Reprocessamento de dados magnéticos antigos feito pela Petra para aumentar a resolução
Magnetometria regional antiga Magnetometria com melhor resolução Soleira
Diques
N B

D
C
A

C D
Levantamento de muito alta resolução
Fm Alter do Chã0

Fm Nova Olinda

Fm Itaituba
Fm Monte Alegre
Fm Barreirinha

Fm Pitinga

Deconvolução de Euler
3D Dal Pozzo, inédito 62
Bacia Sedimentar do Amazonas
Principais ocorrências de óleo e gás

N
Escudo das Guianas

CM/FC
OA

PLATAFORMA IMP SANTARÉM


NORTE RUT
Manaus
PAM
ICA

AQ-1
NO MS
ATZ-1
RX
Itaituba

0 100km
Lineamentos
Escudo Brasileiro

63
Bacia Sedimentar do Amazonas
Mapa de isópacas da rocha geradora: folhelho radioativo neodevoniano da Fm Barreirinha

Folhelho Barreirinha: rocha geradora de classe mundial. É top!


Espessura máxima: 130 m (seção radioativa)
COT máximo: 11%

Escudo das N
Guianas
Fm Barreirinha

Santarém
Manaus

Fm Barreirinha
Bacia do Escudo
Solimões Brasileiro

64
Folhelho Barreirinha: geradora de classe mundial
Características da seção-tipo: localidade Barreirinha, rio Tapajós, Itaituba, Pará

Folhelho preto, altamente radioativo

65
Folhelho radioativo devoniano da Fm Barreirinha
Estruturas “cone em cone” formadas no folhelho radioativo devoniano da Fm Barreirinha
• Concreção carbonática (dolomita levemente
ferrosa). Este tipo de concreção é chamada de
estrutura "cone em cone“. É uma feição de
substituição que ocorre em folhelho rico em
matéria orgânica. Os componentes orgânicos
observados são palinomorfos do grupo
Tasmanites. Presença também de pirita, tanto no
núcleo das esferas de Tasmanites como dispersas
na matriz. Presença rara de sílica (< 5%), restrita a
precipitação ao redor de alguns palinomorfos.

66
Bacia do Amazonas, área do Rio Uatumã
Distribuição espacial dos grupamentos de soleiras de diabásio (usado na modelagem)

Azulão Japiim

Bender et al., 2002 67


Bacia Sedimentar do Amazonas
Sistema petrolífero: característica da rocha geradora secundária da Fm Pitinga
Modelagem da maturação da matéria orgânica do folhelho radioativo siluriano Pitinga

Azulão

Imaturo
Maturo
Senil
50 km

68
Bender et al., 2002
Bacia Sedimentar do Amazonas
Sistema petrolífero: característica da rocha geradora principal Fm Barreirinha
Modelagem da maturação da matéria orgânica do folhelho radioativo devoniano Barreirinha

Azulão
Manaus

50 Km

Imaturo
Maturo
Senil

69
Bender et al., 2002
Bacia do Amazonas: modelagem termomecânica
Massa de óleo e vapor (em toneladas) gerados ao longo do tempo pela Fm Barreirinha

grupo de soleiras
Intrusão do 2º
grupo de soleiras
Intrusão do 1º

Bender et al., 2002


70
Bacias do Solimões e do Amazonas
Tipo de fluido presente em função da distância entre o diabásio e a rocha geradora

71
Campo de gás do Azulão (Rio Uatumã)
Mapa estrutural sísmico em profundidade (m) corrigido para o efeito do diabásio

Antigo ring fence N


da Petrobras

Barra de cores

3RUT 0002 AM

3RUT 0004 AM

1RUT 0001 AM

3RUT 0003 AM

Costa, 2005 72
Bacia do Amazonas, Campo de Gás do Azulão
Seção estratigráfica A-A’: datum base do folhelho capeador do reservatório Nova Olinda

UR-1 LSA-1 RUT-1 UMst-1 JUst-1


A 64691m 21212m 73535m 62179m
A’
10

Folhelho
TSMA
-1047,20 -1410,10 -1562,80 -299,10 -253,20
0m Datum
Eólico Praia
TST Praia
Escala relativa

LS
SET
TSMB Fluviodeltaico/ Carbonato
-10
Siltito estuarino Barras de desembocadura
-1060,70

-20 -1582,80 -273,20

Modelo Geológico Sedimentos


lamosos
Planície IMP-1
de maré IMP-2
-30 Pântano ITP-1
Legenda RUT-2 Mapa de situação
Canal
de maré RUT-1 - N JUst-1
} Reservatório Uatumã Duna
LSA-1
UMst-1
LS = Limite de seqüência
Praia RUT-1
SET = Superfície erosiva transgressiva Lagoon
Laguna
Ilha de LSA-1
Indício de óleo barreira UR-1
Shoreface
Shoreface
Indício de gás superior

Souza Cruz et al., inédito; modelo geológico baseado em Reinson, 1992


73
Bacia do Amazonas, Campo de Gás do Azulão
Seção estratigráfica B-B’: datum base do folhelho capeador do reservatório Nova Olinda

LSA-1 RUT-1 RUT-2 ITP-1 IMP-2 IMP-1 NAst-1


B 21km 25km 14km 23km 3km 111km B’
10

TSMA
-1409 -1563 -1547 -1748 -1492 -1456 -780
0m Datum
Anidrita
Eólico Praia SET Praia
TST
Escala relativa

SET LS
TSMB Barras de
Fluviodeltaico/ inframaré
-10 estuarino
Siltito
Carbonato
Folhelho
-20
Sedimentos
Modelo Geológico lamosos
Planície
IMP-1
de maré IMP-2
-30 Pântano ITP-1
Legenda Canal Mapa de situação
RUT-2
de maré RUT-1 - N NAst-1
} Reservatório Uatumã Duna
LSA-1
LS = Limite de seqüência Praia IMP-1
Lagoon RUT-2 IMP-2
SET = Superfície erosiva transgressiva Laguna Ilha de ITP-1
Indício de óleo barreira LSA-1 RUT-1
Shoreface

Indício de gás

Souza Cruz et al., inédito; modelo geológico baseado em Reinson, 1992


74
Bacia do Amazonas, Campo de Gás do Azulão
Seção hipotética de TST paralelo à costa – baseada em modelos análogos modernos
Preservação completa dos depósitos estuarinos

Superfície de
Lamas de ravinamento
Superfície de plataforma
inundação máxima

Bancos de
plataforma

Barras arenosas
Discordância Planície de
estuarinas
maré lagunar
Planície lamosa 0
Canal e pantanosa
0 km 2
estuarino m
Fluvial
10

Parte estuarina baseada nos estuários na


baía de Cobequid / foz dos rios Salmon e Superfície erosiva alocíclica relacionada
Severn. a mudança relativa do nível do mar.
Superfície erosiva autocíclica gerada por migração
Parte marinha baseada no sul do Mar do de canal de maré.
Norte.
Adaptado de Dalrymple, 1992
75
Bacia do Amazonas, Campo de Gás do Azulão
Permoporosidade do arenito reservatório da Fm Nova Olinda no Campo do Azulão

76
Bacia do Amazonas: modelagem geoquímica
Cálculo da quantidade de petróleo expelido do folhelho gerador da Fm Barreirinha

230 Ma

Santarém
Manaus

Itaituba

Área = 70.625 km2 Área = 7.500 km2


Espessura = 132 m Espessura = 160 m HCs expelidos:
Densidade = 2,52 t/m3
S2o = 15 kg HC/t de rocha
Taxa de transformação = 80%
Eficiência de expulsão = 27%
+
Densidade = 2,52 t/m3
S2o = 15 kg HC/t de rocha
Taxa de transformação = 95%
Eficiência de expulsão = 55%
= 1,13 x 1014 kg
(1,88 x 1011 m3

Estimativa da quantidade de óleo equivalente expelida: 1,18 trilhão de barris

Gonzaga et al., 2000


77
Campos de Gás do Azulão (RUT) e do Japiim (IMP)
Conclusões
Quanto aos elementos essenciais do sistema petrolífero:
❖ Rocha geradora devoniana de classe mundial: folhelho preto, radioativo da Fm Barreirinha;
❖ Rocha-reservatório arenosa devoniana: arenito glacial da Fm Curiri (extensão duvidosa) ;
❖ Rocha-reservatório arenosa carbonífera: arenito eólico da Fm Monte Alegre (selo duvidoso);
❖ Rocha-reservatório arenosa carbonífera: arenito de ilha de barreira da Fm Nova Olinda (trapa sutil);
❖ Rocha selante argilosa: folhelho e diamictito da Fm Curiri (selo efetivo);
❖ Rocha selante carbonático-evaporítica: calcário e anidrita da Fm Itaituba (perda da integridade se fraturadas); e
❖ Rocha selante evaporítica: halita inferior da Fm Nova Olinda (selo efetivo);

Quanto à efetividade das rochas selantes:


❖ O óleo não ficou retido na Fm Monte Alegre devido perda da integridade do selo;
❖ Assim, anidritas e calcários fechados não são selos efetivos em áreas fraturadas como a do Uatumã; e
❖ O sal (halita) é o selo efetivo das acumulações do Azulão e do Japiim.
Quanto às soleiras de diabásio:
❖ As soleiras de diabásio deterioram o sinal sísmico, gerando reflexões múltiplas e divergência esférica;
❖ Variações na espessura do diabásio causam pull-up, gerando falsas estruturas.

❖ A anticlinal do Uatumã é falsa. A trapa é combinada (nariz estrutural com caimento para sul);
❖ A soleira superior de diabásio causou craqueamento secundário do óleo em gás;
❖ Áreas com ausência desse corpo ígneo podem ser favoráveis a óleo. 78
Campos de Gás do Azulão (RUT) e do Japiim (IMP)
Conclusões
Quanto ao processo de formação das trapas:
❖ Trapa estratigráfica na Fm Curiri: corpos isolados de arenito glacial podem ser interligados por poços horizontais;
❖ Trapa estrutural na Fm Monte Alegre: anticlinais suaves, com pequeno fechamento horizontal; e
❖ Trapa estratigráfica ou combinada na Formação Nova Olinda: óleo ou gás “invisíveis” sismicamente;

Quanto aos processos de geração / migração / acumulação do petróleo:


❖ Houve geração de óleo por soterramento nas partes mais profundas da bacia;
❖ Houve migração a média/longa distância do depocentro para a área do rio Uatumã;
❖ Há evidências da passagem do óleo pela Formação Monte Alegre, sem retenção (falta de selo efetivo);
❖ Houve migração predominantemente vertical através de anidritas e calcários fraturados;
❖ Houve acumulação de óleo no reservatório Nova Olinda; e
❖ Houve craqueamento secundário (no reservatório) de óleo em gás (análise geoquímica).

Quanto ao potencial petrolífero:


❖ Modelagem termomecânica de geração: geração por soterramento no depocentro há 250 Ma;
❖ Estimativa do volume expelido de petróleo: 1,18 trilhão de barris;

❖ Modelagem termomecânica de migração: migração de óleo para as linhas se charneira e plataformas;


❖ Craqueamento local do óleo em gás: craqueamento secundário pelo efeito térmico do diabásio há 203 Ma; e
❖ Destino do petróleo gerado: não há exsudações na bacia; então …
79
Praia fluvial na borda sul da Bacia do Amazonas
Participantes da excursão de 1984, primeira realizada oficialmente pela Petrobras
Praia do Papagaio, rio Tapajós, Itaituba, Pará
Outubro de 1984 Na foto de
Osvaldo Braga da Silva Pellon novo, Pellon?
(In memoriam)

Da esquerda para a direita: Ernani Porsche, Sérgio Michelucci, Osvaldo da


Silva, Joel de Castro, José Roberto Corrêa, Fernando Esteves, Mário Caputo,
Fernando Pellon, Mariano Stamato, Maria das Graças da Costa e Jaime Eiras
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