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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

ANALISE MATEMÁTICA II

INTEGRAL DE SUPERFÍCIE
Integral de superfície do segundo tipo
1º ANO, SEGUNDO SEMESTRE 2020

DISCENTES:
Samuel Machone
Herzen Roseli
Zito António
Arlindo Mafuchana
Edson Cândido

DOCENTE: Msc. Gedeon Sevene

Beira, Abril de 2021

1
Índice
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3
SUPERFÍCIE ORIENTÁVEL ........................................................................................................ 4
INTEGRAL DE SUPERFÍCIE DO SEGUNDO TIPO .................................................................. 5
TEOREMA (SOBRE A EXISTÊNCIA DO INTEGRAL DE SUPERFÍCIE DO SEGUNDO
TIPO) .............................................................................................................................................. 7
Teorema de Green ....................................................................................................................... 7
Teorema de Gauss ....................................................................................................................... 9
CÁLCULO DO INTEGRAL DE SUPERFÍCIE DO SEGUNDO TIPO ..................................... 10
CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 13
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 14

2
INTRODUÇÃO

O cálculo integral teve início cerca de 440 a.C. a partir do surgimento de problemas de quadratura
e cubatura.
Foram muitos os matemáticos que contribuíram com a história da integral, dentre eles podemos
destacar Arquimedes (287 − 212 a.C.) cujo trabalho mais famoso se deu através da estimativa do
centro da gravidade de certas regiões bidimensionais e de certos sólidos tridimensionais.

Durante o período medieval no ocidente, houve um progresso na teoria sobre integrais, obtido
através das aplicações das ideias de cálculo a problemas de movimento.

O termo integral foi cunhado por Johann Bernoulli (1667 − 1748) e publicado primeiramente por
seu irmão mais velho Jaakob Bernoulli (1654 − 1705). Principalmente como consequência do
poder do Teorema Fundamental do Cálculo de Newton e Leibniz, integrais eram consideradas
simplesmente como derivadas "inversas". A área era uma noção intuitiva, quadráticas que não
podiam ser encontradas usando o Teorema Fundamental do Cálculo eram aproximadas. Foi apenas
Newton que, entre os séculos 18 e 19, teve a visão de combinar limites e áreas para definir a
integral matematicamente.

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SUPERFÍCIE ORIENTÁVEL

Definição: Diz-se que uma superfície regular S é orientável, quando nela pode-se definir um
campo normal unitário e diferenciável. Feita a escolha de um tal campo, diz-se que o mesmo define
uma orientação em S e que S está orientada pelo mesmo.

Segue-se das considerações que precedem a definição que:

• Toda superfície regular é localmente orientável;


• Toda superfície regular, a qual pode ser coberta pela imagem de uma única parametrização,
é orientável.

Vejamos, nos exemplos seguintes, que as superfícies regulares usuais são orientáveis.

Exemplo 1 (planos): Seja 𝑆 = 𝐼𝐼(𝑝0 , 𝑤) o plano de ℝ3 que contém o ponto 𝑝0 ∈ ℝ3 e é


ortogonal ao vetor unitário 𝑤 ∈ ℝ3 . Claramente, S é orientável, pois a aplicação constante
𝑁(𝑝) = 𝑤, 𝑝 ∈ 𝑆, é um campo normal unitário e diferenciável em S.

Exemplo 2 (esferas): Dado um ponto p de uma esfera S de raio 𝑟 > 0 e centro c, conforme
𝑝−𝑐
constatamos anteriormente, 𝑇𝑝𝑆 = {𝑝 − 𝑐}⊥ . Logo, a aplicação 𝑁 ∶ 𝑆 → ℝ3 , 𝑁(𝑝) = ,
⃦𝑝−𝑐⃦

define em S um campo normal unitário diferenciável, donde se infere que S é orientável.

Exemplo 3 (gráficos): Seja S o gráfico de uma função diferenciável f definida num aberto 𝑈 ⊂
ℝ2 . Uma vez que S é a imagem da parametrização 𝑋(𝑢, 𝑣) = (𝑢, 𝑣, 𝑓(𝑢, 𝑣)), (𝑢, 𝑣) ∈ 𝑈, temos
que S é orientável.

Exemplo 4 (imagens inversas de valores regulares): Sejam 𝜑 uma função diferencial


definida num aberto de ℝ3 , 𝑎 ∈ ℝ um valor regular de 𝜑 e 𝑆 = 𝜑 −1 . Então ∇𝜑 =
(𝜑𝑥 , 𝜑𝑦 , 𝜑𝑧 ) é um campo diferencial em S. alem disso, para todo 𝑝 ∈ 𝑆, tem-se que ∇𝜑(𝑝)
∇𝜑(𝑝)
é não nulo e ortogonal a S. logo, a aplicação 𝑁: 𝑆 → ℝ3 , 𝑁(𝑝) = , é um campo normal
⃦∇𝜑(𝑝)⃦

unitário e diferencial em S, donde S é orientável.

Verifiquemos agora que uma superfície regular conexa orientável admite duas, e somente duas,
orientações distintas.

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Proposição: Sejam S uma superfície regular conexa e 𝑁1 , 𝑁2 ∶ 𝑆 → ℝ3 campos normais
unitários e diferenciáveis definidos em S. Então, 𝑁1 = 𝑁2 ou 𝑁1 = −𝑁2.

Demonstração: Dado 𝑝 ∈ 𝑆, temos que 𝑁1(𝑝) = 𝑁2(𝑝) ou 𝑁1(𝑝) = −𝑁2(𝑝), pois, ambos,
𝑁1(𝑝) 𝑒 𝑁2(𝑝), são vetores unitários e ortogonais a 𝑇𝑝𝑆. Logo, 𝑆 é a união dos conjuntos.

𝐴 = {𝑝 ∈ 𝑆; 𝑁1(𝑝) = 𝑁2(𝑝)} e 𝐵 = {𝑝 ∈ 𝑆; 𝑁1(𝑝) = −𝑁2(𝑝)}.

Uma vez que 𝑁1 𝑒 𝑁2 são aplicações contínuas, tem-se que A e B são fechados em S. Assim, uma
vez que S é conexa, devemos ter 𝐴 = 𝑆 e 𝐵 = ∅ ou 𝐴 = ∅ e 𝐵 = 𝑆.

INTEGRAL DE SUPERFÍCIE DO SEGUNDO TIPO

Definição: Sejam 𝑓: 𝐷∁ℝ3 → ℝ uma funcao continua, com D uma região, e 𝑆∁𝐷 uma superficie
regular e orientavel dada pelas equacoes parametricas

𝑥 = 𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦 = 𝑦(𝑢, 𝑣) e 𝑧 = 𝑧(𝑢, 𝑣), (𝑢, 𝑣) ∈ 𝑈,

Com U uma região compacta. Quando 𝑣 = 𝑐2 e 𝑢 = 𝑐1 em U podemos ver as equações


paramétricas da superfície S como uma curva sobre S. Logo, os vetores tangentes. No ponto P, as
curvas 𝒓(𝑢, 𝑐2) e 𝒓(𝑐1, 𝑣) são:

𝜕𝒓 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝒓 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
=( , , ) 𝑒 =( , , )
𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣

Em particular, os vetores

𝜕𝒓 𝜕𝒓
𝑎= ∆𝑢 𝑒 𝑏 = ∆𝑣
𝜕𝑢 𝜕𝑣

São também tangentes as curvas 𝒓(𝑢, 𝑐2) e 𝒓(𝑐1, 𝑣).

As curvas 𝒓(𝑢, 𝑐2) e 𝒓(𝑐1, 𝑣) podem ser usadas para particionar a regiao U em elementos de área
∆𝐴 = ∆𝑢∆𝑣 de modo semelhante a formacao da integral dupla. Observe que cada retangulo de
area ∆𝐴 desta divisão corresponde um elemento de área ∆𝒓 sobre S, com área dada,
aproximadamente, pela área do paralelogramo determinado pelos vetores a e b, isto é,

𝜕𝒓 𝜕𝒓
∆𝒓 = |𝑎 ∗ 𝑏| = | ∗ | ∆𝑢∆𝑣
𝜕𝑢 𝜕𝑣

5
Com vetor

𝜕𝒓 𝜕𝒓
𝑁= ∗
𝜕𝑢 𝜕𝑣

Normal a superfície S em r(u, v), confere-se na figura a seguir:

Portanto, é razoável definirmos a integral de superfície de f sobre S por

𝜕𝒓 𝜕𝒓
∬ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 = ∬ 𝑓(𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣), 𝑧(𝑢, 𝑣)) | ∗ | 𝑑𝑢𝑑𝑣,
𝑆 𝐷 𝜕𝑢 𝜕𝑣

Com 𝑑𝑆 = 𝑑𝑟.

Na área de calculo vetorial e geometria analítica vimos que a identidade vetorial:

𝜕𝒓 𝜕𝒓 2 𝜕𝒓 2 𝜕𝒓 2 𝜕𝒓 𝜕𝒓 2
| ∗ | =| | | | =( ∗ )
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑣

Assim, pondo

𝜕𝒓 2 𝜕𝒓 𝜕𝒓 𝜕𝒓 2
𝐸 = | | ,𝐹 = ∗ 𝑒 𝐺=| |
𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣

Obtemos

∬ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 = ∬ 𝑓(𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣), 𝑧(𝑢, 𝑣)) √𝐸𝐺 − 𝐹 2 𝑑𝑢𝑑𝑣,
𝑆 𝐷

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Observe que quando 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 1 a omtegral de superificie de f sobre S representa a area da
superficie S, ou seja:

𝐴(𝑆) = ∬ √𝐸𝐺 − 𝐹 2 𝑑𝑢𝑑𝑣


𝑈

Exemplo: Determine a área da superfície de um cone de revolução S gerado pela reta 𝑧 = 𝑥, 𝑦 =


0 e 𝑧 = 1.

Solução:

𝒓(𝑢, 𝑣) = (𝑣 𝑐𝑜𝑠𝑢)𝒊 + (𝑣 𝑠𝑒𝑛𝑢)𝒋 + 𝑣𝒌, (𝑢, 𝑣) ∈ 𝑈

Com

𝑈 = {(𝑢, 𝑣) ∈ ℝ2 : 0 ≤ 𝑢 ≤ 2𝜋 𝑒 0 ≤ 𝑣 ≤ 1}

Como

𝜕𝒓 𝜕𝒓
= −(𝑣 𝑠𝑒𝑛𝑢)𝒊 + (𝑣 𝑐𝑜𝑠𝑢)𝒋 𝑒 = 𝑐𝑜𝑠𝑢𝒊 + 𝑠𝑒𝑛𝑢𝒋 + 𝒌
𝜕𝑢 𝜕𝑣

Temos que

𝜕𝒓 𝜕𝒓
∗ = (𝑣 𝑐𝑜𝑠𝑢)𝒊 + (𝑣 𝑠𝑒𝑛𝑢)𝒋 − 𝑣𝒌
𝜕𝑢 𝜕𝑣

Portanto,

2𝜋
1
𝜕𝒓 𝜕𝒓 4𝜋
𝐴(𝑆) = ∬ | ∗ | 𝑑𝑢𝑑𝑣 = ∫ ∫ 2𝑣 2 𝑑𝑣𝑑𝑢 = 𝑢𝑎
𝑈 𝜕𝑢 𝜕𝑣 0 3
0

TEOREMA (SOBRE A EXISTÊNCIA DO INTEGRAL DE SUPERFÍCIE DO SEGUNDO


TIPO)

Teorema de Green
Neste ponto, por meio de Teorema de Green, estabeleceremos uma relação entre uma integral de
linha ao longo de uma curva fechada simples C no plano e uma integral dupla comum na região

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plana D delimitada por C. George Green (1793-1841), matemático inglês. Neste caso, a orientação
de C é definida como sendo aquela tal que a região D esteja sempre a esquerda quanto o ponto r(t)
percorre C, ou seja, o vetor obtido do vetor tangente unitário
1
𝒖 = 𝒖(𝑡) = 𝑟′(𝑡)
|𝑟′(𝑡)|

Mediante uma rotação anti-horário de 90° aponta sempre para dentro da região D.

Definição: Seja C uma curva fechada simples, regular por partes que delimita a região D no plano.
Se 𝐿, 𝑀: 𝑋∁ℝ2 → ℝ são funções escalares continuas que possuem derivadas parciais de primeira
ordem continuas em X, com X uma região aberta contendo D, então:

𝜕𝑀 𝜕𝐿
∮ 𝐿𝑑𝑥 + 𝑀𝑑𝑦 = ∬ ( − ) 𝑑𝑥𝑑𝑦
𝐶 𝐷 𝜕𝑥 𝜕𝑦

Com a integral de linha ao longo de C orientada no sentido anti-horário.

Exemplo: Calcule a integral de linha

∮ 3𝑥𝑦𝑑𝑥 + 2𝑥 2 𝑑𝑦
𝜕𝐷

Com D a região delimitada pela reta 𝑦 = 𝑥 e aparabola 𝑦 = 𝑥 2 − 2𝑥

Solução: primeiro deve-se fazer um esboço da região D. como 𝐿 = 2𝑥𝑦 e 𝑀 = 2𝑥 2 temos que:

𝜕𝐿 𝜕𝑀 𝜕𝑀 𝜕𝐿
= 3𝑥, = 4𝑥, − ,
𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦

Logo, pelo Teorema de Green,

∮ 3𝑥𝑦𝑑𝑥 + 2𝑥 2 𝑑𝑦 − ∬ 𝑥𝑑𝐴 = ∬ 𝑥𝑑𝑥𝑑𝑦.


𝜕𝐷 𝐷 𝐷

Os pontos de interseções dos gráficos são obtidos quando:

𝑥 2 − 2𝑥 = 𝑥 ≫ 𝑥 = 0 𝑒 𝑥 = 3.

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Assim

3 𝑥 3
27
∬ 𝑥𝑑𝑥𝑑𝑦 = ∫ [∫ 𝑥𝑑𝑦] 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑥 2 (𝑥 − 3)𝑑𝑥 = ,
𝐷 0 𝑥 2 −2𝑥 0 4

Por fim,

27
∮ 3𝑥𝑦𝑑𝑥 + 2𝑥 2 𝑑𝑦 =
𝜕𝐷 4

Que é o resultado desejado.

Teorema de Gauss
Este teorema (Teorema de Divergência, também chamado teorema de Gauss) estabelece o fluxo
de um campo vetorial através de qualquer superfície fechada S que é fronteira de uma região em
três dimensões.
Definição: Sejam S uma superfície regular, fechada e orientável, que delimita uma região 𝑈∁ℝ3 e
n o vetor normal unitário exterior a S. Se 𝑭: 𝐷∁ℝ3 → ℝ3 é um campo vetorial definido por:

𝑭: 𝐿𝒊 + 𝑀𝒋 + 𝑁𝒌,

Com 𝐿, 𝑀, 𝑁: 𝐷∁ℝ3 → ℝ funções escalares contínuos que possuem derivadas parciais de primeira
ordem continuas em D e D uma região aberta contendo S, então:

∬ 𝐹𝑁 𝑑𝑆 = ∬ (𝑭 ∗ 𝒏)𝑑𝑆 = ∭ (𝑑𝑖𝑣𝑭)𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝑆 𝑆 𝑈

Com 𝐹𝑁 a componente normal de F na direção do vetor n, ou seja, o fluxo de F através de S é igual


a integral tripla do divergente F de sobre U. alternativamente,

𝜕𝐿 𝜕𝑀 𝜕𝑁
∬ 𝐿𝑑𝑦𝑑𝑧 + 𝑀𝑑𝑧𝑑𝑥 + 𝑁𝑑𝑥𝑑𝑦 = ∭ ( + + )𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝑆 𝑈 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

Neste caso,

𝜕𝐿
∬ 𝐿𝑑𝑦𝑑𝑧 = ∭ 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝑆 𝑈 𝜕𝑥

9
𝜕𝑀
∬ 𝑀𝑑𝑦𝑑𝑧 = ∭ 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝑆 𝑈 𝜕𝑦

𝜕𝑁
∬ 𝑁𝑑𝑦𝑑𝑧 = ∭ 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝑆 𝑈 𝜕𝑧

A integral

𝜕𝐿 𝜕𝑀 𝜕𝑁
∭ ( + + )𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝑈 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

É chamada o fluxo de campo vetorial F através da superfície S.

Exemplo: Seja U a região delimitada pelos planos coordenados e pelos planos 𝑥 = 1, 𝑦 = 1 𝑒 𝑧 =


1. Determine a integral de superfície.

∬ (𝑭 ∗ 𝒏)𝑑𝑆
𝑆

Com 𝑭 = (2𝑥 − 𝑧)𝒊 + 𝑥 2 𝒋 − 𝑥𝑧 𝟐 𝒌 e S a superfície que delimita U.

Solução: como

𝑑𝑖𝑣𝑭 = 2 + 0 − 2𝑥𝑧 = 2(1 − 𝑥𝑧)

Temos, pelo Teorema de Gauss, que

1 1 1
3
∬ (𝑭 ∗ 𝒏)𝑑𝑆 = 2 ∭ (1 − 𝑥𝑧)𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = 2 ∫ ∫ ∫ (1 − 𝑥𝑧)𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = ,
𝑆 𝑈 0 0 0 2

Que é o resultado desejado.

CÁLCULO DO INTEGRAL DE SUPERFÍCIE DO SEGUNDO TIPO

Há vários procedimentos para calcular integrais de superfície que dependem de como a superfície
𝜎 é representada.
Seja 𝜎 uma superfície paramétrica lisa cuja equação vetorial é 𝒓 = 𝑥(𝑢, 𝑣)𝒊 + 𝑦(𝑢, 𝑣)𝒋 + 𝑧(𝑢, 𝑣)𝒌
onde (𝑢, 𝑣) varia numa região R do plano 𝑢𝑣. Se 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) for continua em 𝜎, então:

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𝜕𝒓 𝜕
∬ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 = ∬ 𝑓( 𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣), 𝑧(𝑢, 𝑣)) ‖ ∗ ‖ 𝑑𝐴
𝑎 𝑅 𝜕𝑢 𝜕𝑣

Exemplo: Calcule a integral de superfície ∬𝑎 𝑥 2 𝑑𝑆 na esfera 𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2 = 1

Solução:
𝒓(∅, 𝜃) = 𝑠𝑒𝑛∅ 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑖 + 𝑠𝑒𝑛∅ 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑗 + 𝑐𝑜𝑠∅𝑗 (0 ≤ ∅ ≤ 𝜋, 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋)
𝜕𝒓 𝜕𝒓
‖ ∗ ‖ = 𝑠𝑒𝑛∅
𝜕∅ 𝜕𝜃
Pelo componente i de r, o integrando da integral de superfície pode ser dado em termos de ∅ 𝑒 𝜃
como 𝑥 2 = 𝑠𝑒𝑛2 ∅𝑐𝑜𝑠 2 𝜃.

𝜕𝒓 𝜕
∬ 𝑥 2 𝑑𝑆 = ∬ (𝑠𝑒𝑛2 ∅𝑐𝑜𝑠 2 𝜃) ‖ ∗ ‖ 𝑑𝐴
𝑎 𝑅 𝜕∅ 𝜕𝜃
2𝜋 𝜋 2𝜋 𝜋
3 2
=∫ ∫ 𝑠𝑒𝑛 ∅𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝑑∅𝑑𝜃 = ∫ [∫ 𝑠𝑒𝑛3 ∅ 𝑑∅]
0 0 0 0
2𝜋
1 4 2𝜋 4 1 1
=∫ [ 𝑐𝑜𝑠 3 ∅ − 𝑐𝑜𝑠∅] 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 𝑑𝜃 = ∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 𝑑𝜃 = [ 𝜃 + 𝑠𝑒𝑛2𝜃]
0 3 3 0 3 2 4
4𝜋
=
3
No caso em que 𝜎 for da forma 𝑧 = 𝑔(𝑥, 𝑦), podemos tomar 𝑥 = 𝑢 e 𝑦 = 𝑣 como parâmetros e
expressar a equação da superfície como:
𝒓 = 𝑢𝒊 + 𝑣𝒋 + 𝑔(𝑢, 𝑣)𝒌
Caso em que obtemos

𝜕𝒓 𝜕𝒓 𝜕𝒛 𝜕𝒛
| ∗ | = √( )2 + ( )2 + 1
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑥 𝜕𝑦

Assim:

𝜕𝒛 2 𝜕𝒛
∬ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑆 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑔(𝑥, 𝑦)) √( ) + ( )2 + 1 𝑑𝐴
𝑎 𝑅 𝜕𝑥 𝜕𝑦

Observe-se que, nessa fórmula, a região R fica no plano 𝑥𝑦 porque os parâmetros são x e y.
geometricamente, essa região é a projeção de 𝜎 no plano 𝑥𝑦.
Exemplo: calcule a integral de superfície

∬ 𝑥𝑧𝑑𝑆
𝑎

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Onde a é a parte do plano 𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 1 que fica no primeiro octante.
Solução: a equação do plano pode ser escrita como
𝑍 =1−𝑥−𝑦
Consequentemente, podemos aplicar 𝑧 = 𝑔(𝑥, 𝑦) = 1 − 𝑥 − 𝑦 e 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥𝑧. Temos
𝜕𝒛 𝜕𝒛
= −1 𝑒 = −1
𝜕𝑥 𝜕𝑦

∬ 𝑥𝑧𝑑𝑆 = ∬ 𝑥(1 ∗ 𝑥 ∗ 𝑦)√(−1)2 + (−1)2 + 1 𝑑𝐴


𝑎 𝑅

Onde R é a projeção de 𝜎 no plano 𝑥𝑦.


1 1−𝑥 1
𝑥𝑦 2
∬ 𝑥𝑧𝑑𝑆 = √3 ∫ ∫ (𝑥 − 𝑥 2 ∗ 𝑥𝑦)𝑑𝑦𝑑𝑥 = √3 ∫ [𝑥𝑦 − 𝑥 2 𝑦 − ] 𝑑𝑥
𝑎 0 0 0 2
1 3 2
𝑥 𝑥 𝑥 𝑥3 𝑥4 √2
= √3 ∫ ( − 𝑥 2 + ) 𝑑𝑥 = √3 [ − + ] =
0 2 2 4 3 8 24

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CONCLUSÃO

De modo a concluir o trabalho de pesquisa, há que salientar que uma integral de superfície segue
um princípio semelhante ao das integrais duplas. Nas integrais duplas nós pegamos uma função
𝑓(𝑥, 𝑦) e integramos ela em um intervalo de x e em um intervalo de y. No caso de integrais de
superfície nós pegamos uma função e integramos ela em uma superfície no plano 𝑥𝑦 e não mais
em intervalo.

Uma integral de superfície é uma integral definida de uma função sobre uma superfície. Integrais
desta natureza representam a grandeza chamada fluxo de um campo vetorial F através de uma
superfície S, ou simplesmente fluxo, e é indicado pela letra grega maiúscula Φ. Aplicações de
integrais de superfícies aparecem em vários ramos da ciência e das engenharias, tais como em
problemas envolvendo fluxo de fluido e de calor, eletricidade, magnetismo, massa e centro de
gravidade. Por exemplo, ao integrarmos uma função densidade de massa sobre uma superfície,
obteremos a massa aplicada sobre a superfície. Em uma superfície orientável, a integral de
superfície do produto interno de um campo vetorial pelo campo normal à superfície fornece o fluxo
desse campo.

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REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

MINHÓS F.; Análise Matemática II; Volume 2; 2017.

Ávila, G., Cálculo, Vol. 3, Editora LTC, 7 Edição, 2006.

Guidorizzi, H. L., Um Curso de Cálculo, Vol. 3, Editora LTC, 5 Edição, 2002.

Lima, E. L.: Curso de Análise Vol.2, IMPA, Rio de Janeiro 2009.

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