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Fundamentação da moral

A fundamentação da moral implica procurar


determinar as origens e condições da moral,
dando resposta a questões como:
• Porque sentimos necessidade da moral?
• Que critérios permitem distinguir o bem do
mal, o certo do errado?
Fundamentação da moral
Na história da Filosofia surgem duas grandes
correntes que procuram resolver estas questões:

Define o bem em função do fim a atingir. Se a finalidade da


Ética ética for a felicidade do ser humano, as ações são boas
teleológica sempre que contribuem para que a humanidade atinja esse
bem.

Define o conjunto de normas que nos permitem definir o


Ética que é o bem sem ter em conta um fim específico exterior à
deontológica moral. As ações são boas na medida em que se adequam ao
dever definido pelas leis e princípios estabelecidos.
Utilitarismo
A ética utilitarista foi adotada por vários filósofos, tendo
como ideia geral o seguinte princípio:
• Uma ação é boa desde que seja útil para se
atingir a finalidade estabelecida.
Exemplo:
Para John Stuart Mill a finalidade da moral
é a promoção da felicidade.

Felicidade: o máximo prazer e ausência de dor.


Para Stuart Mill, a ação humana é boa na medida
em que promove o melhor bem para o maior
número de pessoas possível.
Utilitarismo
Aquilo que determina se uma ação é moralmente boa é a
forma como esta contribui para a felicidade.
A felicidade deve ser definida como:

Mais do que a simples Cada indivíduo deve dar


procura egoísta da primazia à felicidade do
felicidade do agente. maior número de pessoas.

O agente moral deve ser maximamente


imparcial, deve agir como espectador
desinteressado e benevolente.
Utilitarismo
Para garantir a aplicação prática da ética utilitarista
devem verificar-se duas condições:
• As leis e a organização social devem ter um
papel na criação de uma harmonia entre os
interesses do indivíduo e os de todos os outros.

• A ideia de que a sua própria felicidade e a de


todos estão associadas de forma inseparável
deve ser fomentada pela educação.
Utilitarismo
No exercício do “princípio da maior felicidade”, pode ser
necessário que o sujeito sacrifique a sua própria felicidade
em nome de um ideal que é considerado um bem maior.
Para Stuart Mill, o sacrifício por si só é um desperdício e
só deve ser valorizado nos casos em que contribua para
incrementar a felicidade.
Utilitarismo e hedonismo
Hedonismo

O valor da ação é avaliado


exclusivamente em
função da quantidade de
prazer que provoca.

Os critérios de avaliação
da ação são: intensidade,
duração, certeza,
proximidade e extensão.
Hedonismo – Jeremy Bentham
Intensidade:
O prazer visado deveria ser o mais forte possível.
Duração:
Deveria escolher-se o prazer mais duradouro.
Certeza:
Entre dois prazeres, o escolhido deveria ser aquele que
temos maior probabilidade de conseguir atingir.
Proximidade:
Se podemos escolher entre um prazer muito distante e
outro que está próximo, devemos escolher este último.
Extensão:
Quantas pessoas irão beneficiar da ação.
Utilitarismo e hedonismo
Hedonismo Utilitarismo

O valor da ação é avaliado O valor da ação é avaliado


exclusivamente em em função da quantidade
função da quantidade de e da qualidade de prazer
prazer que provoca. que provoca.

Os critérios de avaliação Há prazeres superiores e


da ação são: intensidade, prazeres inferiores,
duração, certeza, devendo o sujeito dar
proximidade e extensão. primazia aos primeiros.
Utilitarismo
Prazeres superiores e inferiores:
PRAZERES SUPERIORES
Associados ao intelecto, à dignidade, ao amor pela
liberdade e independência pessoais. Resultam do
exercício das capacidades intelectuais do ser humano.

PRAZERES INFERIORES
Associados ao prazer físico e imediato de
natureza animal.

“É melhor ser um ser humano insatisfeito


do que um porco satisfeito.”
Críticas ao utilitarismo
O utilitarismo permite justificar a realização de ações
moralmente reprováveis.

Ex. Um ditador pode legitimar o extermínio de uma


minoria argumentando que está a contribuir para o
benefício da maioria.

Moralmente reprovável, pois a vida de cada ser


humano deve ser considerada um valor inalienável
e independente de condicionantes externas.
Críticas ao utilitarismo
Por ser uma ética consequencialista, o utilitarismo não
faz a avaliação das intenções mas apenas do resultado da
ação, pois só as consequências de um ato podem
determinar se este é certo ou errado.

Quando fazemos a avaliação moral de qualquer ação não


consideramos apenas as suas consequências, mas
também a intenção da pessoa que a realizou.

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