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FACULDADE do MACIÇO de BATURITÉ

FMBEAD EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Metodologia do
Trabalho Científico

Edilson Silva Castro


Francisco Edmar de Sousa Silva
Jéssyca lages de Carvalho Castro
Metodologia do
Trabalho Científico

Edilson Silva Castro


Francisco Edmar de Sousa Silva
Jéssyca lages de Carvalho Castro

Faculdade do Maciço de Baturité


Sumário

Página 04
NÍVEIS OU TIPOS DE
1 CONHECIMENTO HUMANO

Página 07
DEFINIÇÃO
2 DE CIÊNCIA

Página 11
MÉTODOS
3 CIENTÍFICOS
Página 13
A PESQUISA
4 CIENTÍFICA

Página 16
TIPOS DE
5 PESQUISA

Página 19
ETAPAS DA
6 PESQUISA CIENTÍFICA

Página 23
ARTIGO
7 CIENTÍFICO

Página 36
PESQUISA
8 EM EDUCAÇÃO

Página 38
REFERÊNCIAS
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Introdução

A pesquisa no meio acadêmico, especialmente nos cursos graduação e de


pós-graduação, é fundamental para que o aluno seja capaz de buscar
respostas para os grandes questionamentos que estão subjacentes ao seu
campo especíco de conhecimento, dentro do grande mundo que a ciência.

Os conhecimentos adquiridos ao longo das pesquisas realizadas ao


longo da trajetória acadêmica são de grande valia para o exercício
prossional com excelência. Levadas a cabo com seriedade, são capazes de
despertar o espírito investigativo e a busca por soluções para os mais
variados problemas que surgem no cotidiano laboral.

Em mundo cada vez mais globalizado e complexo não se admite uma


postura prossional estática e sem a preocupação com a busca constante
pelo conhecimento e por métodos inovadores que auxiliem na construção
de empresas mais competitivas.

A presente explanação se coloca dentro de macrocontexto de análise e


propõe, como objetivo geral, a compreensão dos conceitos básicos sobre a
ciência, reexões sobre o método cientíco utilizado para elaboração de
textos e pesquisa, obedecendo ao que rezam as normas da ABNT
(Associação Brasileira de Normas e Técnicas).

Os objetivos especícos que norteiam a produção do presente texto


orbitam em torno do desejo de despertar o espírito investigativo do aluno,
ajudando a perceber a realidade da sua atividade prossional de maneira
mais ampla, crítica e contextualizada, bem como favorecer a
instrumentalização do discente para que ele seja capaz de realizar
produções acadêmicas aprofundadas, de modo muito especial, seja capaz
de produzir um artigo cientíco. Para tanto se utiliza da classicação,
análise, síntese e correlações. A ideia central é buscar leis e princípios que
possam ser considerados relativamente universais e que possam ser, de
alguma forma, validados no campo da produção acadêmica.

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NÍVEIS OU TIPOS DE
1 CONHECIMENTO HUMANO

O conhecimento, de qualquer natureza, não nasce do acaso. Ele precisa ser cuidadosamente
gestado. O que ocorre de fato é uma verdadeira construção do conhecimento. Em sendo assim, é
preciso que se compreenda que o conhecimento é produzido a partir da relação que o sujeito
estabelece, individualmente ou socialmente, com um determinado objeto. É a partir dessa relação
que o conhecimento é produzido. Ademais, cabe destacar que nenhum tipo de conhecimento pode
se sobrepor ou menosprezar o outro, se arrogando no direito de ser detentor da verdade universal.
O respeito por outros tipos de conhecimento auxilia a humanidade na consolidação da percepção
de que a realidade pode ser vislumbrada de várias maneiras.

O conhecimento tem como fontes primeiras de sua construção: sensações, percepção,


imaginação, memória, linguagem, raciocínio, observação, experiências acumuladas ao longo da
vida, crenças religiosas, relacionamentos e as diferentes fontes de leitura.

Dentro desse contexto, existem pelo menos quatro níveis ou tipos de conhecimento: empírico,
teológico, losóco e cientíco.

O conhecimento empírico também pode ser chamado de conhecimento vulgar, popular ou


senso comum. Esse tipo de conhecimento adquire-se ao longo da vida cotidiana, quase sempre ao
acaso, através das complexas e continuas interações humanas e sociais. Nesse sentido, é
assistemático, estando relacionado diretamente com crenças, valores e tradições herdadas
culturalmente. É salutar destacar que do conhecimento do senso comum podem nascer grandes
questões que podem ser resolvidas pela ciência. Muito embora ele não seja capaz de conceder
respostas sistemáticas e metódicas à realidade não é um conhecimento que deve ser descartado à
priori. Entretanto, o pesquisador deve aos poucos ir saindo de um tipo de curiosidade ingênua (que
nasce do senso comum, da sua vivência cotidiana) para uma curiosidade epistêmica (curiosidade
cientíca), que o levará a compreender a realidade sempre de uma maneira renovada.

O conhecimento teológico é um conhecimento sistematizado, mas não se propõe a esclarecer


questões da realidade cientíca. Esse não, denitivamente, o seu campo de ação. Ele se atém as
coisas voltadas à divindade. Por isso, por mais que o estudo teológico exija uma certa racionalidade
ele também demanda uma certa atitude de fé. Por isso, a teologia, como conhecimento
sistematizado pelos teólogos, sempre estará vinculado a um “deus”.

O conhecimento losóco se caracteriza pela abstração intelectual e pela universalidade do seu


pensamento. Está muito mais preocupado em reetir sobre as grandes questões universais que
envolvem a humanidade do que propriamente encontrar respostas denitivas para as questões
levantadas. Não obstante não esteja empenhado em descortinar de forma denitiva os grandes
dilemas humanos e muito menos ser um conhecimento aplicado, é presumível compreender o
conhecimento losóco como aquele que dota o homem de condições de entendimento melhor
balizado da vida e do sentido da vida. Para deixar claro algumas das grandes questões envolvidas
no conhecimento losóco Cervo e Bervian (2002) apresentam alguns exemplos: A máquina
substituirá o homem? As conquistas espaciais comprovam o poder ilimitado do homem? O que é
valor hoje? Não existem respostas prontas e acabadas para a maior parte dessas indagações, mas o
simples fato delas serem levantas elucida muitos aspectos da realidade humana.
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O conhecimento cientíco é, por excelência, um conhecimento sistemático e metódico. É
também um conhecimento próximo ao exato e que busca compreender de forma aprofundada os
porquês e causas dos fatos e fenômenos que cercam a realidade humana.

O conhecimento cientíco reclama, necessariamente, por questionamentos. A partir das


elaborações desses questionamentos, em forma de problemas, as explicações passam, de forma
sistemática e metódica, a serem buscadas. É importante destacar que muito embora o
conhecimento cientíco busque sempre a exatidão ele não pode ser considerado um conhecimento
rígido, pronto e acabado. Ele precisa passar, rotineiramente, por revalidações e revisões que sejam
capazes de convalidar ou não aqueles dados e explicações que foram levantados. A ciência, por
natureza, um processo contínuo de produção de conhecimento.

SINOPSE DOS NÍVEIS (TIPOS) DE CONHECIMENTO


Empírico Teológico Filosófico Científico
Valorativo Valorativo Valorativo Real
Reflexivo Inspiracional Racional Contingente
Falível Infalível Infalível Falível
Assistemático Sistemático Sistemático Sistemático
Verificável Não-verificável Não-verificável Verificável
Inexato Exato Exato Exato

De maneira mais especíca, de acordo com Oliveira (2003), pode-se dizer que:

1. Real (lida com o real, conforme ocorrência dos fatos);


2. Contingente (hipóteses traduzem resultado através da experimentação);
3. Falível (novas proposições podem mudar as teorias existentes);
4. Sistemático (procedimento ordenado forma um sistema encadeado de ideias);
5. Vericável (armações podem ser comprovadas);
6. Exato (a ciência busca se aproximar do exato, sem que isso ocorra de forma rígida).

Exercícios

1. Diferencie os níveis de conhecimento: empírico, teológico, losóco e cientíco.


2. Apresente as principais características do conhecimento cientíco.

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DEFINIÇÃO
2 DE CIÊNCIA

A ciência surge da necessidade do homem de entender as causas e as consequências dos fatos e


fenômenos que sempre o envolveram. O homem sempre nutriu uma necessidade de responder aos
grandes questionamentos sobre a sua própria vida e sobre aquilo que o cercava. Na busca
constante por desvendar tudo aquilo que o cercava (e a ele mesmo), o homem se deparou, ao longo
de um longevo processo de amadurecimento que durou milênios, com a ciência.

Entretanto, antes que chegasse a ciência moderna, tal como nós a conhecemos, o homem passou
por várias etapas de construção do conhecimento humano. Para cada época, um desao e um
problema a ser solucionado; para cada problema que surgiu o homem tentou encontrar uma forma
de resolvê-lo. Nesse sentido, foi avançando e aprimorando a sua forma de entender, compreender
e analisar a realidade através de sucessivas fases de construção do seu conhecimento.

Essas fases podem ser dividas basicamente em: fase do medo, fase do misticismo e fase da
ciência.

A fase do medo se caracteriza, basicamente, pela ausência de qualquer explicação para os


fenômenos. Nessa etapa o homem cava refém do aleatório e não tinha condições concretas de
conceder maiores explicações ao que ocorria no seu entorno. A fase do misticismo é caracterizada
pela tentativa do homem de explicar tudo a partir das magias, crenças e superstições. Muito
embora já representasse um avanço quando comparada com a fase anterior, essa fase ainda carecia
de uma sistematização e correspondência com a realidade concreta que só irá se manifestar na fase
seguinte. A terceira fase, conhecida como fase da ciência, vai ser caracterizada pela especulação
metódica da realidade. A partir desse momento o homem não se encontra mais refém do aleatório
ou mesmo das crenças e superstições típicas das fases anteriores. Através de uma busca metódica e
sistemática ele procurar desvelar os grandes enigmas que o envolvem e estão subjacentes no seu
entorno imediato ou não.

O surgimento da ciência moderna, especialmente a partir do século XVIII, e suas posteriores


subdivisões, fez com o seu conceito casse eivado de controvérsias, não sendo possível encontrar
uma denição consensual ou unanime. Entretanto, compreendendo as diversas alterações que esse
conceito sofreu ao longo do seu percurso histórico, é importante compreende-lo como uma forma
especíca para que o ser humano chegue ao conhecimento, mas não a única.

Quebrar com a lógica que atribui o fazer cientíco aos “gênios” ou pessoas que são “iluminadas”
para tarefa tão hercúlea é um dos propósitos da disciplina de metodologia do trabalho cientíco.
Qualquer individuo que se propõe a seguir metodicamente os passos propostos pela metodologia
cientíca será capaz de produzir ciência. Não se pode, dessa forma, compreender a produção
cientíca com algo miraculoso. Ela depende de dedicação, comprometimento e sistematicidade,
sempre tendo em vista que a sua maturação demanda tempo e paciência e poderá ser marcada por
avanços e retrocessos, típicos de qualquer atividade humana. Assim, ciência tem muito mais
ligação com “transpiração” do que com “inspiração”, como muitas vezes somos levados a pensar.

Etimologicamente podemos compreender ciência como conhecimento. Entretanto, nem todo


tipo de conhecimento, não obstante tenha sua importância para determinado contexto, pode ser
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considerado ciência, dentro daquilo que se preconiza modernamente.

Etimologicamente podemos compreender ciência como conhecimento. Entretanto, nem todo


tipo de conhecimento, não obstante tenha sua importância para determinado contexto, pode ser
considerado ciência, dentro daquilo que se preconiza modernamente.

Em grego, temos três palavras referidas ao


fenômeno do conhecimento: doxa, soa e episteme.
Doxa signica opinião, isto é, o saber próprio do senso
comum, o conhecimento espontâneo ligado
diretamente à experiência cotidiana, um claro-escuro,
misto de verdade e de erro. Soa é a sabedoria fundada
numa longa experiência de vida. É nesse sentido que se
diz que os velhos são sábios e que os jovens devem ouvir
os seus conselhos. Finalmente, episteme signica
ciência, isto é, o conhecimento metódico e
sistematizado (SAVIANI, 2000, p. 19).

A ciência é um tipo de conhecimento que possui vinculação direta com a forma como é
produzido. Nesse sentido pode-se armar que a produção cientíca é intencional e direcionada.
Ademais, ela segue regras e normas bem denidas, que devem ser previamente delimitadas de
modo claro e objetivo.

De um modo mais geral a ciência é uma forma de conhecimento humano, objetivo, racional,
sistemático, geral, vericável e falível. A ciência demonstra que é capaz de fornecer respostas
dignas de conança sujeitas a críticas. É uma forma de entender, compreender os fenômenos que
ocorrem. Na verdade, a ciência é constituída pela observação sistemática dos fatos. Por intermédio
da análise e da experimentação, extraímos resultados que passam a ser avaliados universalmente.

Para tornar mais compreensível a concepção de ciência é imprescindível que se recorra a


algumas denições:

“A ciência é um modo de compreender e analisar o


mundo empírico, envolvendo o conjunto de
procedimentos e a busca do conhecimento cientíco
através do uso da consciência crítica que levará o
pesquisador a distinguir o essencial do supercial e o
principal do secundário” (CERVO e BERVIAN,
2002, p. 16).

“Trata-se do estudo, com critérios metodológicos,


das relações existentes entre causa e efeito de um
fenômeno qualquer no qual o estudioso se propõe a
demonstrar a verdade dos fatos e suas aplicações
práticas. É uma forma de conhecimento sistemático,
dos fenômenos da natureza, dos fenômenos sociais, dos
fenômenos biológicos, matemáticos, físicos e químicos,
para se chegar a um conjunto de conclusões
verdadeiras, lógicas, exatas, demonstráveis por meio
da pesquisa e dos testes” (OLIVEIRA, 2002, p. 47).
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Cabe ainda destacar que a ciência possui, necessariamente, um caráter gregário. Ou seja, ela é
produzida tendo como fundamento o coletivo/ social e também tem como nalidade o
atendimento da coletividade humana e das demais espécies que compõem o nosso planeta.
Por ser um conhecimento sistemático a ciência não se resume a “achismos” ou posturas
eminentemente pessoais e intransigentes. A responsabilidade que envolve a produção de
conhecimento cientíco requer um comportamento ético inarredável e uma conduta cientíca
pautada no compromisso de construir uma sociedade mais justa e mais humana.

Da natureza

Reais
Sociais
Classificação

Formais Lógica e
Matemática
Fonte: Lakatos; Marcone (2007)

TABELA 1 - CARACTERIZAÇÃO, ESQUEMATIZAÇÃO


E FUNÇÃO DAS CIÊNCIAS FORMAIS E REAIS

Ciências Formais Ciências Reais


Possui objetos de estudos Possui objetos de estudos
determinados por um suscetíveis de serem
sistema de definição de vinculados a procedimentos
Características axiomas mais ou menos regulados por constatações
explícita (sic) dos sistemas sensíveis e sensitivas.
que os originaram.

* Esquema casual supõe-se * Esquema casual


uma dependência de causa * Esquema funcional
e efeito entre os fenômenos * Esquema estrutural
Esquematização por
* Esquema dialético
Esquematização por * Esquema de mensuração e * Esquema fenomenológico.
de Probabilidade

* Observação e quantificação * Observação


* Experimentação * Pesquisa quantitativa
* Método dedutivo * Método indutivo
Função de * Verificação dos resultados * Revisões e avaliações
raciocínio contínuas dos seus
resultados.
ou método

Fonte: Barros, Aidil Jesus da Silveira: Lehfeld, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de
Metodologia cientíca: um guia para iniciação cientíca. 2 ed. ampl. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2000, p. 49

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Por m, cabe destacar algumas características essenciais da ciência, a saber: objetividade,
racionalidade, sistematicidade, generalidade, vericabilidade e falibilidade. Sem a clareza desses
pilares toda produção cientíca ca comprometida e não cumpre com o seu papel de construção de
um mundo melhor e mais justo.

Exercícios

1. Dena o que você entende por ciência.


2. A ciência é passível de crítica? Justique.
3. O que signica dizer que a ciência tem um caráter gregário?

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MÉTODOS
3 CIENTÍFICOS

O método, dentro de qualquer pesquisa acadêmica, é assunto complexo, mas que deve ser
enfrentado. A clareza do objeto de estudo e do método são os dois pilares que ajudam a manter e
robustecer a pesquisa. Sem eles, evidentemente, a seriedade e a assertividade da pesquisa cam
seriamente comprometidas.

Por isso, antes de mais nada é necessário denir o que é método cientíco. Método é a ordem
atribuída aos processos de pesquisa tendo em vista um determinado m, sempre em busca da
verdade. Diz respeito aos meios, passos e processos dentro de uma investigação cientíca. É um
instrumento de trabalho / conjunto ordenado de procedimentos. Ele busca entender a realidade
(que é complexa e que possui vários níveis e estruturas). Ele se baseia nas técnicas, precisão,
previsão e planejamento. Usa a análise, comparação, síntese e os processos mentais da indução e
dedução. Tenta-se evitar o acaso, improviso e o “argumento de autoridade”. Não pode ser
inventado (depende do objeto de pesquisa).
Nas palavras de Lakatos e Marconi (2007)

“[...] o método é um conjunto das atividades


sistemáticas e racionais que, com maior segurança e
economia, permite alcançar o objetivo –
conhecimentos válidos e verdadeiros –, traçando o
caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando
as decisões do cientista”.

Não obstante caminhem juntos não é ponderável se confundir método com técnica. As técnicas,
em uma denição bem geral, operacionalizam o método. Elas auxiliam o método e estão a ele
subordinadas, seguindo diversos passos e etapas dentro do método. Em outras palavras, as
técnicas são os meios corretos de executar uma ação.
Considerando o conjunto da pesquisa acadêmica existem alguns passos comuns para todo
processo de construção cientíca (método), a saber: formular questões, problemas ou hipóteses;
observar e mensurar; registrar dados; explicar; generalizar; prever / predizer. Salienta-se,
entretanto, que dependendo do tipo de pesquisa (quantitativa ou qualitativa) algumas etapas
podem ser suprimidas e outras incorporadas.
Existe, do ponto de vista mais genérico, uma quantidade razoável de métodos. Entretanto,
tendo em vista o escopo desse trabalho, serão destacados aqueles que mais se destacam: dedutivo,
indutivo, hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico.
O método dedutivo parte do geral para o particular. Sobre o mesmo exemplo, a autora arma
que todos os metais são condutores de eletricidade. A prata é um metal, logo, é condutor de
eletricidade. Pelo raciocínio dedutivo, se os metais pertencem ao grupo dos condutores de
eletricidade e se a prata conduz eletricidade, necessariamente, entendemos que a prata é um metal.
O método indutivo é um procedimento do raciocínio que, a partir de uma análise de dados
particulares, encaminhamos para as noções gerais. Como exemplo pode-se citar: partindo da
observação empírica de que a prata é minério condutor de eletricidade e que se inclui no grupo dos
metais, ela faz, por sua vez, parte dos minérios. Disso se infere, por análise indutiva, que a prata é
condutor de eletricidade.
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O método hipotético-dedutivo tem como foco inicial a descoberta de um problema que
desencadeia toda a investigação. A denição desse problema tem que ser clara de modo a garantir a
ecácia do método. Quando se tem a clareza do problema passa-se a segunda fase do método que é
a observação. Num terceiro momento será necessário formular hipóteses. As referida hipóteses
serão testadas e poderão ser corroboradas ou refutadas, ou seja, aceitas ou negadas. Dependendo
da situação posta e da resposta das hipóteses aos testes, elas poderão ser reformuladas dando início
a um novo ciclo de testes. É um método muito ligado à investigação nas ciências naturais, pois
pressupõe experimentação e controle de variáveis.

O método dialético se caracteriza, basicamente, pela contraposição de verdades e realidades


com outras verdades e realidades. Na dialética clássica do pensador Hegel a confrontação parte de
uma realidade tomada como verdade (tese), que quando defrontada com outra realidade tomada
também como verdade (antítese) chega-se ao resultado desse confronto (a síntese). Na síntese, para
Hegel, existe a superação da contradição.

Outro pensador alemão, Karl Marx, acaba por conceder uma nova forma ao pensamento de
Hegel, utilizando a dialética para a análise da sociedade capitalista, especialmente voltado para a
compreensão das lutas de classes. Criou assim o que se convencionou denominar de dialética
marxista ou materialismo histórico-dialético. A dialética marxista correlaciona pensamento e
realidade, tentando encontrar as contradições entre eles.

DEMAIS TIPOS DE MÉTODOS


Método experimental
Método observacional
Método comparativo
Método estatístico
Método clínico
Método do estudo de caso
Método histórico
Método tipológico
Método etnográfico
Método de pesquisa-ação
Método Quantitativo
Método Qualitativo

Por fugir do escopo dessa pesquisa esses métodos não serão aprofundados. Entretanto, dada a
importância deles para a compreensão do conjunto dos métodos cientícos, poderá ser realizada
uma pesquisa individual domiciliar para ns de elucidação dos referidos métodos.

Exercícios

1. O que é método cientíco?


2. O método pode ser “inventado”? Justique.
3. Apresente as principais características do método:
a. Indutivo
b. Dedutivo
c. Hipotético-dedutivo

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A PESQUISA
4 CIENTÍFICA

O método, dentro de qualquer pesquisa acadêmica, é assunto complexo, mas que deve ser
enfrentado. A clareza do objeto de estudo e do método são os dois pilares que ajudam a manter e
robustecer a pesquisa. Sem eles, evidentemente, a seriedade e a assertividade da pesquisa cam
seriamente comprometidas.

O ato de investigar pode ser entendido, de maneira bem genérica, como uma busca, uma
investigação. Ao se dedicar à pesquisa o ser humano se propõe a buscar, de maneira sistematizada,
respostas aos seus grandes questionamentos enquanto indivíduo ou enquanto sociedade, sejam
eles imediatos ou mediatos. A ciência moderna será alicerçada sobre o ato da pesquisa. Sem uma
pesquisa séria e comprometida eticamente não existe nenhuma possibilidade de que o
conhecimento cientíco seja construído.

“Pesquisa cientíca é um conjunto de


procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio
lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para os
problemas propostos mediante o emprego de métodos
cientícos”. (ANDRADE, 2001)

Entretanto, a pesquisa cientíca não se constitui numa etapa fácil da construção conhecimento
cientíco, pois:

“...no início de uma pesquisa ou de um trabalho, o


cenário é praticamente o mesmo: sabemos vagamente
que queremos estudar tal ou tal problema, mas não
sabemos muito bem como abordar a questão.
Desejamos que o trabalho seja útil e que possamos
chegar ao m, mas temos o sentimento de nos perder
antes mesmo de termos começado. O caos original não
deve ser fonte de preocupação. Ao contrário, ele é a
marca de um espírito inquieto, que não alimenta
simplismos e certezas já prontas. O problema é como
sair disso”. (QUIVY & CAMPENHOUDT, 1995, p.
10)

O começo de uma pesquisa cientíca é sempre um momento de muita incerteza. Esse é um


cenário facilmente observável naqueles que se apresentam dispostos a enfrentar o grande desao
da pesquisa. Em outras palavras, o iniciante na pesquisa não sabe bem o que pesquisar nem como
pesquisar. Esse cenário não deve originar um sentimento de impotência ou mesmo um
pensamento de desistência. Deverá ser combustível para uma busca mais renovada em busca de
equalizar o problema demandado.
É preciso evitar, o tanto quanto possível, três situações que são nefastas a produção de uma
pesquisa cientíca sistemática, clara e objetiva: a gulodice livresca ou estatística, o impasse da
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hipóteses e ênfase obscura. Entretanto, é bastante comum que aquele que se inicia na pesquisa
passe por uma, duas ou todas as fases citadas. Na medida em que ocorre o amadurecimento da
pesquisa essas situações são dirimidas e objeto de pesquisa se torna mais evidente.

Na gulodice livresca ou estatística é muito comum que o aluno recém admitido ao mundo da
pesquisa acadêmica entenda que o melhor caminho para a construção de um projeto de pesquisa
robusto é uma leitura desesperada e sem sistematicidade de tudo aquilo que encontra na sua
frente. Nesse sentido, ele busca, sem uma maior delimitação, uma quantidade gigantesca de livros,
artigos, dados e indicadores que, mais tarde, se mostraram completamente inecazes na confecção
do projeto de pesquisa. É preciso ter cuidado para que essa etapa não conduza a um processo de
desmotivação que, levado ao extremo, poderá favorecer a desistência da construção da pesquisa.

Não se deve formular hipóteses ou tentar adiantar possíveis resultados sem antes ter clareza que
os dados primários, conhecidos através de uma revisão de literatura, estão relativamente
denidos. Agindo assim o novo pesquisador evita o famigerado impasse das hipóteses. A partir da
leitura de outros trabalhos que tratam da mesma temática ou de temas pertinentes e relacionados
ao propósito geral do trabalho é que será possível estabelecer, com um maior grau de clareza, as
hipóteses e objetivos do projeto.

A ênfase obscura diz respeito, basicamente, a uma necessidade de autoarmação de quem está
sendo iniciado na vida acadêmica. Ela se reete em uma priorização de uma linguagem não muito
clara e objetiva. O novo pesquisador tenta se armar utilizando um linguajar difícil, pouco
acessível e sem muita utilidade prática que seja capaz de auxiliar na construção de um trabalho de
pesquisa melhor denido. Ao permanecer na ênfase obscura o pesquisador permanece na
aparência e não se debruça sobre a essência da problemática estudada.
Tendo como base essa explanação primária pode-se enveredar para os macroeixos da pesquisa
acadêmica, a saber: a ruptura, a construção e constatação.

A ruptura diz respeito ao processo de abdicação dos conceitos e ideias preconcebidas.


Geralmente quando alguém se dispõe a produzir ciência precisa, primeiramente, se livrar das
camisas de força que o conjunto cultural nos impõe. Muito embora esse conjunto de saberes
populares ou cientícos não seja naturalmente nefastos ou devam ser a todo custo evitados, eles se
constituem em um grande entrave para a construção de um conhecimento novo e que tenha
repercussão social. Isso se deve ao fato dessas ideias e conceitos preconcebidos desaguarem, nas
raras vezes, em “achismos”, subjetivismos exacerbados ou preconceitos. Construir a ruptura é
construir uma ponte que permite o pesquisador sair daquilo que é apenas aparência e ilusório pra
caminhar em direção ao real e essencial.

O segundo macroeixo é a construção. Nessa etapa, de modo sistemático e metódico, o


pesquisador buscará as respostas para a problemática apresentada inicialmente no seu projeto de
pesquisa. É uma construção quase que estritamente epistemológica e conceitual. Baseado na
racionalidade e na lógica será necessário construir um arcabouço teórico e metodológico capaz de,
no curso da pesquisa, ser submetido à prova. Sem essa etapa não existe uma pesquisa cientíca de
fato.
O terceiro macroeixo diz respeito a possibilidade, quando a pesquisa assim demandar, de os
argumentos e dados levantados ao longo da investigação, serem colocados à prova. Se uma
pesquisa cientíca não tiver condições, através de vários instrumentos e ferramentas disponíveis,
de minimamente ser testada, ela não pode ser considerada de fato uma pesquisa. As questões ou
hipóteses previamente levantadas deverão ser, necessariamente, testadas, corroboradas ou
refutadas.

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É imprescindível salientar que não é possível entender esses macroeixos de forma isoladas. Eles
devem se comunicar entre si ao longo de toda a pesquisa.

Exercícios

1. O que é pesquisa cientíca?


2. Quais são as três situações que podem surgir e os três macroeixos da pesquisa?

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TIPOS DE
5 PESQUISA

A importância de conhecer os tipos de pesquisas existentes está na necessidade de denição dos


instrumentos e procedimentos que um pesquisador precisa utilizar no planejamento da sua
investigação. O tipo de pesquisa categoriza a pesquisa na sua forma metodológica de estratégias
investigativas. Mas é preciso que o pesquisador saiba usar os instrumentos adequados para
encontrar respostas ao problema que ele tenha levantado.

É na pesquisa que utilizaremos diferentes instrumentos para chegarmos a uma resposta mais
precisa. O instrumento ideal deverá ser estipulado pelo pesquisador para se atingir os resultados
ideais. Um exemplo prático do cotidiano é: ao se cavar um buraco na areia da praia, é preciso
utilizar uma pá. Para fazer um buraco no cimento, é preciso utilizar uma picareta. Nestes casos
utilizam-se ferramentas ideais, apropriadas, que darão melhores resultados em relação ao objetivo
estimado. Nisso reside a importância de denir o tipo de pesquisa, escolhendo, em decorrência, os
instrumentos ideais ao desempenho ótimo.

Existem várias formas de classicar as pesquisas, a depender da natureza, da abordagem


(assunto), do propósito (objetivo) e dos procedimentos efetivados para alcançar os dados (meio).

No que tange à natureza a pesquisa pode ser de dois tipos: básica e aplicada. A pesquisa básica
diz respeito produz conhecimentos novos para o avanço da ciência, mas não tem uma aplicação
prática prevista. Nesse sentido é uma pesquisa que envolve verdades e interesses difusos e
universais, sem a pretensão de ter aplicação imediata. A pesquisa aplicada, por seu turno e como a
própria nomenclatura faz referência, é um tipo de conhecimento que é gerado tendo como
pressuposto uma aplicação prática, com foco na resolução de problemas previamente denidos.

Do ponto de vista da abordagem, as pesquisas podem ser quantitativas ou qualitativas. As


pesquisas qualitativas se caracterizam, basicamente, pelo vínculo indissociável entre objetividade
e subjetividade. Esse vínculo não pode ser expresso em forma de números, uma vez que a
dinamicidade entre o mundo real e o sujeito não é passível de mensuração ou tratamento
estritamente numérico. Dessa forma, o ponto forte das pesquisas qualitativas é a interpretação dos
fenômenos bem como a atribuição de signicados a eles.

Ademais, ela é essencialmente descritiva, o pesquisador é considerado um elemento-chave da


produção de conhecimento e o ambiente natural é percebido como fonte primária de informações
que irá robustecer a pesquisa. A pesquisa quantitativa, por sua vez, considera que a realidade e os
fenômenos podem ser mensurados e quanticados. As opiniões e demais dados podem ser
traduzidos em números que posteriormente serão analisados e classicados de acordo com o
escopo da pesquisa. Nesse sentido, é um tipo de pesquisa que requer o uso de técnicas e
ferramentas estatísticas (percentagem, média, moda, desvio padrão, coeciente de correlação e
etc.).

De maneira mais especíca pode-se entender pesquisa qualitativa e quantitativa da seguinte


forma:
“Pesquisa “Qualitativa” lida com fenômenos – do
grego phainomenon: aquilo que se mostra, que se
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17
manifesta evento cujo sentido existe apenas num
âmbito particular e subjetivo). Pesquisa
“Quantitativa” lida com fatos - tudo aquilo que pode
se tornar objetivo através da observação sistemática;
evento bem especicado, delimitado e mensurável”.
(MARTIN; BICUDO, 1989).

Quando se considera os objetivos da pesquisa, conforme assinala Gil (1991), as pesquisas podem
ser: exploratórias, descritivas ou explicativas.

A pesquisa exploratória ostenta um caráter de aprofundamento da temática que se pretende


estudar. Assim, ela mobiliza conhecimento a partir de levantamentos bibliográcos e entrevistas
com pessoas que trabalhem com o assunto que se pretende estudar, podendo assumir, em
determinados casos, o modelo de estudo de caso.

A pesquisa descritiva se assemelha a um levantamento que tem como objetivo precípuo o


entendimento e exposição das principais características de uma população, fato ou fenômeno
tornando patente a relação existente entre as mais diversas variáveis. Esse tipo de pesquisa
demanda, necessariamente, o uso de técnicas de coleta de dados padronizadas, tais como
questionário, através de uma observação sistemática e metódica, tendo como nalidade entender
da mais maneira mais próxima da realidade a problemática que se propõe estudar.

Nas pesquisas explicativas o foco recai na elucidação dos “porquês”, ou seja, das causas que
favorecem a ocorrência de determinado fenômeno ou fato. Se a sua aplicação ocorrer na área das
ciências naturais requererá, imprescindivelmente, a utilização de experimentos. Se for na seara nas
ciências sociais demandará métodos de observação sistemática.

PESQUISA EXPERIMENTAL
Minayo (2007) e Lakatos et al (1986) informam que quando se determina um objeto de estudo,
selecionam-se as variáveis que seriam capazes de inuenciá-lo, denindo as formas de controle e
de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.

LEVANTAMENTO DE DADOS
A pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer
(MINAYO, 2007; LAKATOS et al, 1986).

ESTUDO DE CASO
Envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o
seu amplo e detalhado conhecimento (MINAYO, 2007; LAKATOS et al, 1986).

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros,
artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet (MINAYO, 2007;
LAKATOS et al, 1986).

PESQUISA DOCUMENTAL
Quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico (MINAYO,
2007; LAKATOS et al, 1986).

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18
PESQUISA-AÇÃO E PESQUISA PARTICIPANTE
Quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um
problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema
estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.Participante se desenvolve a partir da
interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas (MINAYO, 2007; LAKATOS
et al, 1986).

Exercícios

1. Porque é importante conhecer os diversos tipos de pesquisa?


2. Qual é a diferença entre pesquisa qualitativa e quantitativa? Elas possuem algo em comum.
3. Escolha 5 tipos de pesquisa e destaque as suas principais características.

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19

ETAPAS DA
6 PESQUISA CIENTÍFICA

Existe, na literatura de referência, diversas formas de organização de uma pesquisa cientíca. A


presente explanação não pretende ser original ou mesmo delimitar com rigidez todas as etapas. O
objetivo que se tem ao apresentar as possíveis etapas da pesquisa cientíca é dotar o aluno de
instrumentos claros e objetivos na construção do seu trabalho de conclusão de curso.

1. Escolha do tema
2. Revisão de literatura
3. Justicativa
4. Formulação do problema
5. Determinação de objetivos
6. Metodologia
7. Coleta de dados
8. Tabulação dos dados
9. Análise e discussão dos resultados
10. Redação e apresentação do trabalho cientíco

a.ESCOLHA DO TEMA
A pergunta que se quer responder é a seguinte: O que vou pesquisar?
Nessa etapa destaca-se:
· Um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja provar ou desenvolver
· Assunto interessante para o pesquisador
· Originalidade não é pré-requisito
· Fontes de assuntos: vivência diária, questões polêmicas, reexão, leituras, conversações,
debates, discussões

Em outras palavras
É possível armar que essa etapa consiste na descrição do objeto de estudo, evidenciando qual a
pesquisa pretendida. Cabe salientar que o pesquisador deve levar em conta sua formação e/ou
experiência prossional, sua disponibilidade de tempo, bem como as suas concepções e tendências
pessoais. É imprescindível que se seu tema seja muito amplo, o pesquisador deverá restringi-lo ou
delimitá-lo, isto é, denir o que de fato deseja pesquisar, indagar, estudar, questionar, identicar,
utilizar, esclarecer, aprofundar, aplicar etc, de tal sorte que o trabalho não se preste a pesquisar
aquilo que, de fato, não terá condições de tempo para realiza-lo.
Nessa etapa é muito comum que o pesquisador passe por um processo de diculdade, uma vez
que nem sempre ele está devidamente familiarizado com a pesquisa acadêmica.

b.REVISÃO DE LITERATURA
A pergunta que se quer responder é a seguinte: Quem já pesquisou algo semelhante?
Nessa etapa destaca-se:
· Busca de trabalhos semelhantes ou idênticos
· Pesquisas e publicações na área

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20
Em outras palavras
Para direcionar o seu estudo, você deve fazer uma pesquisa bibliográca sobre o problema a ser
pesquisado, o que envolverá uma revisão da literatura sobre o tema escolhido. Devem ser
investigados as teorias, as teses, os pontos de vista existentes sobre o tema a ser pesquisado, os
quais servirão de base ao seu estudo.

c.JUSTIFICATIVA
A pergunta que se quer responder é a seguinte: Por que estudar esse tema?
Nessa etapa destaca-se:
· Vantagens e benefícios que a pesquisa irá proporcionar
· Importância pessoal ou cultural
· Deve ser convincente

Em outras palavras
É necessário justicar as razões de sua escolha, ou seja, porque faz tal pesquisa, quais serão as
contribuições de sua pesquisa para a área do conhecimento em que se insere, sua relevância sob o
ponto de vista social e cientíco.

d.FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
A pergunta que se quer responder é a seguinte: Que respostas estou disposto a responder?
Nessa etapa destaca-se:
· Denir claramente o problema
· Delimitá-lo em termos de tempo e espaço

Em outras palavras
Feita a escolha do tema, em seguida se efetuará a denição do problema (questão não resolvida
que é o objeto de discussão em qualquer área do conhecimento). A formulação do problema deve
ser interrogativa, usando uma linguagem clara e objetiva.

e.DETERMINAÇÃO DE OBJETIVOS
A pergunta que se quer responder é a seguinte: O que pretendo alcançar com a pesquisa?
Nessa etapa destaca-se:
· Objetivo geral – qual o propósito da pesquisa?
· Objetivos especícos – abertura do objetivo geral em outros menores (possíveis capítulos)

Em outras palavras
Os objetivos de estudo denem aonde se quer chegar com a pesquisa: para que fazer esse
trabalho? Seu objetivo deve se referir ao saber – investigar, inquirir, indagar, estudar, pesquisar,
questionar, identicar, utilizar, esclarecer, aprofundar, aplicar etc.

f.METODOLOGIA
A pergunta que se quer responder é a seguinte: Como se procederá a pesquisa?
Nessa etapa destaca-se:
Caminhos para se chegar aos objetivos propostos
· Qual o tipo de pesquisa?
· Qual o universo da pesquisa?
· Será utilizado a amostragem?
· Quais os instrumentos de coleta de dados?

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21
· Como foram construídos os instrumentos de pesquisa?
· Qual a forma que será usada para a tabulação de dados?
Como interpretará e analisará os dados e informações?
· Explicitar a metodologia de pesquisas de campo ou de laboratório é bastante importante
· Pesquisa bibliográca – leitura como material primordial
· Indicar como pretende acessar suas fontes de consulta, chá-las, lê-las e resumi-las,
construir seu texto, etc.

INSTRUMENTOS DE PESQUISA MAIS UTILIZADOS:


· Observação
· Entrevista
· Questionário – perguntas abertas, fechadas e de múltipla escolha
· Formulários

Entrevistas
(quando não há dados ou se busca complementar as informações / verica-se a atitude do
entrevistado)
· Não é simples conversa / tem um objetivo.
· Deve ser planejada.
· Marcar local e hora com antecedência / buscar conhecer o entrevistado, buscando escolher
quem conhece o assunto / conhecer o entrevistado / fazer lista de questões.
· Não ser inoportuno / não interromper / mais ouvir do que falar.
· Começar das perguntas mais simples para as mais complexas.
· Buscar contradições.

Questionários
· O próprio informante preenche / o pesquisador não precisa, necessariamente, se fazer
presente.
· Garante o anonimato (o que pode melhorar a qualidade das respostas).
· Deve ter natureza impessoal e com questões claras e objetivas.
· Podem ser perguntas abertas ou fechadas (possuem maior precisão).

Formulários
· Lista informal / catálogo ou inventário.
· São oriundos das investigações ou observações realizadas pelo próprio pesquisador.
· Pode ser aplicado a grupos heterogêneos.
· Depois os dados precisam ser cuidadosamente tabulados.

g.COLETA DE DADOS

A pergunta que se quer responder é a seguinte: Como será o processo de coleta de dados?

Nessa etapa destaca-se:

– Como?
- Através de que meios?
- Por quem?
- Quando?
- Onde?
– Paciência

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22
Coleta de dados (primeiro delimita o assunto, depois realiza a revisão bibliográca, dene os
objetivos e formula o problema / Busca determinar a população a ser estudada / escolher
instrumentos de coleta, programar a coleta e os dados a serem buscados).

h.TABULAÇÃO DE DADOS
A pergunta que se quer responder é a seguinte: Como organizar os dados obtidos?
Recursos:
· Índices
· Cálculos estatísticos
· Tabelas
· Quadros
· Grácos

i.ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


A pergunta que se quer responder é a seguinte: Como os dados coletados serão analisados?
Nessa etapa destaca-se:
· Sintetizar os resultados obtidos
· Evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo
· Indicar as limitações e as reconsiderações
· Apontar a relação entre fatos vericados e teoria
· Contribuição da pesquisa para o meio acadêmic

j.REDAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO


· Redigir relatório
· Segundo normas da ABNT e da Instituição de Ensino Superior (IES)

Exercícios

1. Faça um quadro síntese das etapas da pesquisa cientíca.


2. Em sua opinião por que é importante conhecer as etapas da pesquisa cientíca?

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23

ARTIGO
7 CIENTÍFICO

O artigo cientíco tem como objetivo precípuo produzir conhecimento para o avanço da ciência.
Esse conhecimento produzido tendo em vista um público especíco. Pode ser um ensaio original,
uma revisão de um assunto anteriormente abordado ou mesmo o esclarecimento e
aprofundamento de um assunto que não foi satisfatoriamente esgotado. O artigo é,
concomitantemente, uma produção sintética e com certo grau de profundidade.
É importante destacar a estrutura do artigo:

ESTRUTURA DO
ARTIGO CIENTÍFICO
Elementos Etapas
Título
Subtítulo (opcional)
Título em inglês
Subtítulo em inglês
Pré-textuais Autores
Resumo
Abstract
Palavras-chave
Keywords

Introdução
Textuais Desenvolvimento
Considerações Finais

Referências (obrigatório)
Pós-textuais Apêndice(s) (opcionais)
Anexo(s) (opcionais)

Fonte: Adaptado de ABNT, NBR 6022 (2003a).

É muito importante, quando da construção de uma pesquisa acadêmica, a preocupação com as


citações, ou seja, com as fontes onde foram buscados e retirados informações e dados que irão
robustecê-la. As fontes se conguram como parte imprescindível do trabalho de pesquisa, uma vez
que concedem credibilidade ao que está sendo exposto e garante a seriedade de todo o processo. Os
trabalhos acadêmicos não são iniciados do nada. Não aparecem de uma geração espontânea. Eles
são reelaborações realizadas a partir de ideias pré-existentes. Mesmo quando são trabalhos
originais, eles partem de propostas previamente apresentadas, sendo corroboradas ou refutadas.
Sendo assim, a alusão às fontes primárias de informações se constitui como caminho metodológico
ético e irrenunciável.
Caso isso não ocorra, tem-se congurado a prática nefasta do plágio que não é apenas
abominável do ponto de vista ético, mas também se materializa em crime, com previsão de
detenção e multas para quem violar ou direitos autorais, a partir do que foi previsto no artigo 184
do código de processo penal.
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24
Diante desse cenário se faz necessário expormos aqui, textualmente, o que preconiza a NBR
(Norma Brasileira) nº 10520, emanada da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que
trata da “Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação”. A correta
leitura e interpretação dessa Norma, sempre auxiliados por um especialista, ajuda a suavizar o
processo de construção de um trabalho acadêmico e evita, do ponto de vista ético e legal,
problemas futuros.
Com esse objetivo, a presente explanação explicita o que está posto na referida NBR:

Sumário

Prefácio
1 Objetivo
2 Referências normativas
3 Definições
4 Localização
5 Regras gerais de apresentação
6 Sistema de chamada
7 Notas de rodapé

Sumário
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum
Nacional de Normalização. As normas Brasileiras, cujo conteúdo é de
responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de
Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas
fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades,
laboratórios e outros).

Os projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e


ABNT/ONS, circulam para Consulta Pública entre os associados e da
ABNT e demais interessados.

1 Objetivo
Esta Norma especíca as características exigíveis para apresentação de
citações em documentos.

2 Referências normativas
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem
citadas neste texto, constituem prescrições para esta Norma. As edições
indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda
Norma está sujeita à revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos
com base nesta que veriquem a conveniência de se usarem as edições
mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação
das normas em vigor em um dado momento.

NBR 6023:2002 – Informação e documentação – Referências – Elaboração

NBR 10522:1998 – Abreviação na descrição bibliográca - Procedimento

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25
3 Definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes denições:
3.1 citações: Menção de uma informação extraída de outra fonte

3.2. citação de citação: Citação direta ou indireta de um texto em que não


se teve acesso ao original.

3.3 citação direta: Transcrição textual de parte da obra do autor


consultado.

3.4 citação indireta: Texto baseado na obra do autor consultado.

3.5 notas de referência: Notas que indicam fontes consultadas ou


remetem a outras partes da obra onde o assunto foi abordado.

3.6 notas de rodapé: indicações, observações ou aditamentos ao texto


feitos pelo autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem
esquerda ou direita da mancha gráca.

3.7 notas explicativas: Notas usadas para comentários, esclarecimentos


ou explanações, que não possam ser incluídos no texto.

4 Localização
As citações podem aparecer:

a) no texto;

b) em notas de rodapé

5 Regras gerais de apresentação


Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição,
responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas
e minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, devem ser letras
maiúsculas.

Exemplos: A ironia seria assim um forma implícita de heterogeneidade


mostrada, conforme a classicação proposta por Authier-
Reiriz (1982)
«Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo
não é uma psicanálise da losoa [...]"
(DERRIDA, 1967, p. 293).
3.1 citações: Menção de uma informação extraída de outra fonte

3.2. citação de citação: Citação direta ou indireta de um texto em que não


se teve acesso ao original.

3.3 citação direta: Transcrição textual de parte da obra do autor


consultado.

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3.4 citação indireta: Texto baseado na obra do autor consultado.

3.5 notas de referência: Notas que indicam fontes consultadas ou


remetem a outras partes da obra onde o assunto foi abordado.

3.6 notas de rodapé: indicações, observações ou aditamentos ao texto


feitos pelo autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem
esquerda ou direita da mancha gráca.

3.7 notas explicativas: Notas usadas para comentários, esclarecimentos


ou explanações, que não possam ser incluídos no texto.

5 Regras gerais de apresentação


Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição,
responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas
e minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, devem ser letras
maiúsculas.

Exemplos: A ironia seria assim um forma implícita de heterogeneidade


mostrada, conforme a classicação proposta por Authier-
Reiriz (1982)
«Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo
não é uma psicanálise da losoa [...]"
(DERRIDA, 1967, p. 293).

5.1 Especicar no texto a(s) páginas, volume(s), tomo(s) ou seção(ões) da


fonte consultada, nas citações diretas. Este(s) deve(m) seguir a data,
separado(s) por vírgula e precedido(s) pelo termo, que o(s) caracteriza, de
forma abreviada. Nas citações indiretas, a indicação da(s) página(s)
consultada(s) é opcional.

Exemplos: A produção de lítio começa em Searles Lake,


Califórnia em 1928 (MUMFORD, 1949, p. 513).
Oliveira e Leonardos (1943, p. 446) dizem que a [...] relação da
série São Roque com os granitos porróides pequenos é
muito clara.

Meyer parte de uma passagem da crônica de "14 de maio, de


A Semana:" Houve sol, e grande sol, naquele domingo de
1888, em que o Senado votou a lei, que a regente sancionou
[...] (ASSIS, 1994, v. 3, p. 583).

5.2 As citações diretas, no texto, de até três linhas, devem estar contidas
entre aspas duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no
interior da citação.

Exemplos: Barbour (1971, p. 35) descreve: "O estudo da


morfologia dos terrenos [...] ativos [...]"

Ou
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27
"Não se mova, faça de conta que está morta." (CLARAC
BONNIN, 1985, p. 72).

Segundo Sá (1995, p. 27): "[...] por meio da mesma arte de


conversação' que abrange tão extensa e signicativa parte da
nossa existência cotidiana [...]»

5.3 As citações diretas, no texto, com mais de três linhas, devem ser
destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a
do texto utilizado e sem as aspas. No caso de documentos datilografados,
deve-se observar apenas o recuo.

Exemplo: A teleconferência permite ao indivíduo


participar de um encontro nacional ou regional sem a
necessidade de deixar seu local de origem. Tipos comuns de
teleconferência incluem o uso da televisão, telefone, e
computador. Através de áudio-conferência, utilizando a
companhia local de telefone, um sinal de áudio pode ser
emitido em um salão de qualquer dimensão. (NICHOLS,
1993, p. 181)

5.4 Devem ser indicadas as supressões, interpolações, comentários, ênfase


ou destaques, do seguinte modo:

a) supressões [...]

b) interpolações, acréscimos ou comentários: [ ]

c) ênfase ou destaque: grifo ou negrito ou itálico.

5.5 Quando se tratar de dados obtidos por informação verbal (palestras,


debates, comunicações, etc...), indicar, entre parênteses, a expressão
informação verbal, mencionando-se os dados disponíveis, em nota de
rodapé.

Exemplos: No texto

O novo medicamento estará disponível até o nal deste


semestre (informação verbal)1

No rodapé da página.

1 Noticia fornecida por John A. Smith no Congresso Internacional de


Engenharia Genética, em Londres, em outubro de 2001

5.6 Na citação de trabalho em fase de elaboração, deve ser mencionado o


fato, indicando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé.

Exemplos: No texto

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Os poetas selecionados contribuíram para a consolidação da poesia
do Rio Grande do Sul, séculos XIX e XX (em fase de elaboração)1.

No rodapé da página.

1 Poetas rio-grandenses, de autoria de Elvo Clemente, a ser editado pela


EDIPUCRS, 2002.

5.7 Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta


alteração com a expressão grifo nosso entre parênteses, após a chamada da
citação, ou grifo do autor caso o destaque já faça parte da obra consultada.

Exemplos: "[...] para que não tenha lugar a produção de


degenerados, quer physicos quer morais, misérias,
verdadeiras ameaças à sociedade ." (SOUTO, 1916, p. 46, grifo
nosso).

"[...] b) desejo de criar uma literatura independente,


diversa, de vez que, aparecendo o classicismo como
manifestação de passado colonial. [...]" (CÂNDIDO, 1993, v.
2, p. 12, grifo do autor).

5.8 Quando a citação incluir texto traduzido pelo autor deve-se incluir, após
a chamada da citação, a expressão tradução nossa, entre parênteses.

Exemplo:

"Ao fazê-lo pode estar envolto em culpa, perversão,


ódio de si mesmo [...] pode julgar-se pecador e identicar-se
com seu pecado." (RAHNER, 1962, v. 4, p. 463, tradução
nossa).'

6 Sistema de chamada
As citações devem ser indicadas no texto por um sistema de chamada:
numérico ou autor-data.

6.1 Qualquer que seja o método adotado deve ser seguido constantemente
ao longo de todo o trabalho, permitindo sua correlação na lista de
referências ou em notas de rodapé.

6.1.1 Quando o(s) nome(s) do(s) autor(es), instituição(ões),


responsável(eis) estiver(em) incluído(s) na sentença, indica-se a data, entre
parênteses, acrescida da(s) página(s), se a citação for direta.

Exemplo: Em Teatro Aberto (1963) relata-se a emergência do


teatro do absurdo

Segundo Morais (1955, p. 32) assinala "[...] a presença de


concreções de bauxita no Rio Cricon."

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29
6.1.2 Quando houver coincidência de sobrenomes de autores,
acrescentam-se as iniciais de seus prenomes: se mesmo assim existir
coincidência, colocam-se os prenomes por extenso.

Exemplo: (BARBOSA, C., 1958) (BARBOSA, Cássio, 1965)


(BARBOSA, O., 1959) (BARBOSA, Celso, 1965)

6.1.3 As citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados


num mesmo ano, são distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas, em
ordem alfabética, após a data e sem espacejamento, conforme a lista de
referências.

Exemplo: De acordo com Reeside (1972a)


(REESIDE, 1927b)

6.1.4 As citações indiretas de diversos documentos da mesma autoria,


publicados em anos diferentes e mencionados simultaneamente, tem as
suas datas separadas por vírgula.

Exemplo: (DREYFUSS, 1989, 1991, 1995)


(CRUZ; CORREA; COSTA, 1998, 1999, 2000)

6.1.5 As citações indiretas de diversos documentos de vários autores,


mencionados simultaneamente, devem ser separadas por ponto-e-vírgula,
em ordem alfabética.

Exemplo: Ela polariza e encaminha, sob a forma de "demanda


coletiva", as necessidades de todos (FONSECA, 1997; PAIVA,
1997; SILVA, 1997).

Diversos autores salientam a importância do "acontecimento


desencadeador" no inicio de um processo de aprendizagem (CROSS, 1984;
KNOX, 1986; MEZIROW, 1991).

6.2 Sistema numérico


Neste sistema, a indicação da fonte é feita por uma numeração única e
consecutiva, em algarismos arábicos, remetendo à lista de referências ao
nal do trabalho, do capítulo ou da parte, na mesma ordem em que
aparecem no texto. Não se inicia a numeração das citações a cada página.
6.2.1 O sistema numérico não deve ser utilizado quando há notas de
rodapé.

6.2.2 A indicação da numeração pode ser feita entre parênteses, alinhada ao


texto, ou situada pouco acima da linha do texto em expoente à linha do
mesmo, após a pontuação que fecha a citação.

Exemplo: Diz Rui Barbosa: "Tudo é viver, previvendo." (15)

Diz Rui Barbosa: "Tudo é viver, previvendo." 15

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30
6.3 Sistema autor-data

Neste sistema, a indicação da fonte é feita:

a) pelo sobrenome de cada autor ou pelo nome de cada entidade


responsável até o primeiro sinal de pontuação, seguido(s) da data de
publicação do documento e da(s) página(s) da citação, no caso de citação
direta, separado por vírgula e entre parênteses:

Exemplos: No texto:

A chamada "pandectísta havia sido a forma particular pela qual


o direito romano fora integrado no século XIX na Alemanha em
particular." (LOPES, 2000, p. 225)."

Na lista de referências:

LOPES, José Reinaldo de Lima. O direito na História. São Paulo:


Max Limonad, 2000.

No texto

Bobbio (1995, p.30) com muita propriedade nos lebra, ao


comentar esta situação, que os "juristas medievais justicaram
formalmente a validade do direito romano ponderando que este
era o direito do Império Romano que tinha sido reconstituído
por Carlos Magno com o nome de Sacro Império Romano."
Na lista de referências:

BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de Filosoa do


Direito. São Paulo, Ícone, 1995.

No texto:

De fato, semelhante equacionamento do problema conteria o


risco de se considerar a literatura meramente como uma fonte a
mais de conteúdos já previamente disponíveis, em outros
lugares, para a teologia (JOSSUA; METZ 1976, p.3).

Na lista de referências:

JOSSUA, Jean Pierre; METZ, Johann Baptist. Editorial: Teologia


e Literatura. Concilium, Petrópolis, v. 115, n. 5, p. 2-5, 1976.

No texto:

Merriam e Caffarella (1991) observam que a localização de


recursos tem um papel crucial no processo de aprendizagem
autodirigida.

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31
Na lista de referências:

MERRIAM, S.; CAFFARELLA, R. Learning in adul'hood: a


comprehensive guide. San Francisco: Jossey-Bass, 1991.

No texto:

"Comunidade tem que poder ser intercambiada em qualquer


circunstância, sem quaisquer restrições estatais, pelas moedas
dos outros Estados-membros." (COMISSÃO DAS
COMUNIDADES EUROPEIAS, 1992, p. 34).

Na lista de referências:

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS. A união


européia. Luxemburgo: Serviço das Publicações Ociais das
Comunidades Européias, 1992.

No texto:

O mecanismo proposto para viabilizar esta concepção é o


chamado Contrato de Gestão, que conduziria à captação de
recursos privados como forma de reduzir os investimentos
públicos no ensino superior 9BRASIL, 1995).

Na lista de referências:

BRASIL. Ministério da Administração Federal e da Reforma do


Estado. Plano diretor da reforma do aparelho do Estado.
Brasília, DF, 1995.

b) pela primeira palavra do título seguida de reticências, no caso das obras


sem indicação de autoria ou responsabilidade, seguida da data de
publicação do documento e da(s) página(s) da citação, no caso de citação
direta, separados por vírgula e entre parênteses;

Exemplos: No texto:

"As IES implementarão mecanismos democráticos, legítimos e


transparentes de avaliação sistemática das suas atividades,
levando em conta seus objetivos institucionais e seus
compromissos para com a sociedade." (ANTEPROJETO..., 1987,
p. 55).

Na lista de referências:

ANTEPROJETO de lei. Estudos e Debates, Brasília, DF,. N. 13, p.


51-60, jan. 1987.

c) se o título iniciar por artigo (denido ou indenido), ou monossílabo, este


deve ser incluído na indicação da fonte.
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Exemplos: No texto:

E eles disseram "globalização", e soubemos que era assim que


chamavam a ordem absurda em que dinheiro é a única pátria à
qual se serve e as fronteiras se diluem, não pela fraternidade,
mas pelo sangramento que engorda poderosos sem
nacionalidade (A FLOR..., 1995, p. 4).

Na lista de referências:

A FLOR Prometida. Folha de S. Paulo, São Paulo, p. 4, 21 abr.


1995.

No texto:

Em Nova Londrina (PR), as crianças são levadas às lavouras a


partir dos 5 anos." (NOS CANAVIAIS..., 1995, p. 2).

Na lista de referências:

NOS CANAVIAIS, mutilação em vez de lazer e escola. O


Globo, Rio de Janeiro, 16 Jul. 1995. O País, p. 12.

7 Notas de rodapé

Deve-se utilizar o sistema autor-data para as citações no texto e o numérico


para notas explicativas. As notas de rodapé podem ser conforme 7.1 e 7.2 e
devem ser alinhadas a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da
primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente e sem
espaço entre elas e com fonte menor.

Exemplos

1 Veja-se como exemplo desse tipo de abordagem o estudo de Netzer


(1976).
2 Encontramos esse tipo de perspectiva na 2ª parte do verbete referido na
nota anterior, em grande parte do estudo de Rahner (1962).

7.1 Notas de referência

A numeração das notas de referência é feita por algarismos arábicos,


devendo ter numeração única e consecutiva para cada capítulo ou parte.
Não se inicia a numeração a cada página.

7.1.1 A primeira citação de uma obra, em nota de rodapé, deve ter sua
referência completa.

Exemplo: No rodapé da página

8 FARIA, José Eduardo (Org.). Direitos humanos, direitos sociais e justiça.


São Paulo: Malheiros, 1994.
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33
7.1.2 As subsequentes citações da mesma obra podem ser referenciadas de
forma abreviada, utilizando as seguintes expressões, abreviadas quando
for o caso:

a) Idem – mesmo autor-Id.:

Exemplo:

__________________
8 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1989, p.9.

9 Id, 2000, p. 19.

b) Ibidem – na mesma obra – Ibid.:

Exemplo:

__________________
3 DURKHEIM, 19215, p. 176.
4 Ibid, p. 190.

c) Opus citatum, opere citato – obra citada – op. cit.:

Exemplo:

__________________
8 ADORNO, 1996, p. 38
9 GARLAND, 1990, p. 42-43
10 ADORNO, op. cit., p. 40.

d) Passim – aqui e ali, em diversas passagens – passim:

Exemplo:

__________________
5 RIBEIRO, 1997, passim.

e) Loco citado – no lugar citado – loc. cit.:

Exemplo:

__________________
4 TOMASELLI: PORTER, 9912, p. 33-46
5 TOMASELLI: PORTER, loc. cit

f) Conra, confronte – cf.:

Exemplo:

__________________
3 Cf. CALDIERA, 1992
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34
g) Sequentia – seguinte ou que se segue – et seq.:

Exemplo:

__________________
7 FOUCALT, 1994, p. 17 et seq.

7.1.3 A expressão apud – citado por, conforme segundo – pode, também ser
usada no texto.

Exemplos: No texto:

Segundo Silva (1983 apud ABREU, 1999, p. 3) diz ser [...]

"[...] o viés organicista da burocracia estatal e antiliberalismo da cultura


política de 1937, preservado de modo encapuçado na Carta de 1946."
(VIANNA, 1986, p. 172 apud SEGATTO, 1995, p. 214-215).

No modelo serial de Gough (1972 apud NARDI, 1993), o ato de ler envolve
um processamento serial que começa com uma xação ocular sobre o texto,
prosseguindo da esquerda para a direita de forma linear.

No rodapé da página:

__________________
1 EVANS, 1987 APUD sage, 1992, P. 2-3.

7.1.4 As expressões constantes nas alíneas a), b), c) e f) de 7.1.2 só podem ser
usadas na mesma página ou folha da citação a que se referem.

7.2 Notas explicativas

A numeração das notas explicativas é feita em algarismos arábicos,


devendo ter numeração única e consecutiva para cada capítulo ou parte.
Não se inicia a numeração a cada página.

Exemplos: No texto:

O comportamento liminar correspondente à adolescência vem se


constituindo numa das conquistas universais, como está, por exemplo,
expresso no Estatuto da Criança e do Adolescente.

No rodapé da página:

__________________
1 Se a tendência à universalização das representações sobre a periodização
dos ciclos de vida desrespeita a especicidade dos valores culturais de
vários grupos, ela é condição para a constituição de adesões e grupos de
pressão integrados à moralização de tais formas de inserção de crianças e
de jovens.

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No texto:

Os pais estão sempre confrontados diante das duas alternativas: vinculação


escolar ou vinculação prossional.4

No rodapé da página:

__________________
4 Sobre essa opção dramática, ver também Morice (1996, p. 269-290).

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36

PESQUISA
8 EM EDUCAÇÃO

A educação escolar, em todos os lugares onde ocorre, está imiscuída em uma grande
complexidade. Os processos de ensino e aprendizagem são, por sua própria natureza, muito
complexos. Por isso, não existe receita pronta que possa ser utilizada em todos os lugares e em
todas as situações. Muitas “soluções” desenvolvidas em uma unidade escolar pode não funcionar
em outra que ca localizada na mesma cidade, no mesmo bairro ou mesmo na mesma rua. E por
quê? Porque cada realidade escolar possui suas particularidades. Cada comunidade escolar e cada
contexto são únicos. Certamente, não é preciso sempre inventar “a roda”, com ideias mirabolantes
e quase sempre com pouco conhecimento do “chão de escola”. Mas é salutar lembrar que essas
particularidades exigem, em grande medida, um grande empenho no desvelamento das
realidades e contextos aos quais a educação está envolta, sempre pensando em como adaptar
conceitos e teorias gerais e abstratas em relações cotidianas concretas no âmbito escolar.

Vivemos contemporaneamente tempos de domínio do mundo digital, onde ideias e valores


circulam em uma velocidade jamais experienciada pela humanidade. Toda essa velocidade na
circulação de informações e ideias eleva mais ainda a complexidade do mundo escolar. As redes
sociais e a mídia de massa no seu conjunto acabam por colocar a escolar diante de situações que
antes nem se imaginava que pudesse a vir a existir. A alteração do conjunto de valores que regem a
vida social também se apresenta, sem que se queira realizar nenhum juízo de valor mais profundo,
em um grande desao para docentes e gestores. A rapidez das informações aliada a uma nova
conguração de sociedade família, colocam em xeque todas as verdades e concretudes pensadas
para a educação nacional.

Um dos caminhos mais seguros para que possa enfrentar essa série de desaos é, sem dúvida, a
criação de uma cultura escolar de docentes e gestores voltados para a pesquisa. Professores e
gestores devem se habituar, eles mesmos, a buscarem respostas aos grandes desaos colocados em
sala de aula e no conjunto das unidades escolares. Cada escola é, potencialmente e concretamente,
um campo aberto de pesquisa. Todos aqueles envolvidos com educação escolar podem e devem
colocar na condição de pesquisador.

Professor e gestor que não pesquisa o ambiente escolar (e no ambiente escolar) tende a se tornar
apenas um consumidor de métodos que, por sua própria natureza teórica e abstrata, possuem
certas limitações, pois exigem algum nível de signicação e adaptação para a realidade onde serão
executados. Quando os educadores se tornam apenas consumidores de métodos, todo o processo
educacional ca comprometido, uma vez que a não signicação e ressignicação contribui para
um processo de alienação.
Dentro desse contexto de exposição, destaca-se que é de suma importância que já na formação
inicial dos professores que irão atuar na educação básica se apresente com toda a intensidade o
desejo da pesquisa docente. Certamente, isso exigirá que seja fomentada uma verdadeira cultura
acadêmica, que seja capaz de motivar os alunos a se tornarem, desde cedo, verdadeiros
pesquisadores. Os professores que atuam na formação de outros professores possuem, portanto,
uma responsabilidade de muita envergadura, pois eles terão que indicar caminhos e motivar os
futuros docentes a se embrenharem nos complexos (mas necessários) caminhos da pesquisa.

A Educação à Distância (EAD) possui um diferencial que pode ser utilizado a favor dos alunos: a
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37
utilização da rede mundial de computadores como fonte de pesquisa. A Internet é uma ferramenta
praticamente irrenunciável nos dias atuais. Ela eleva quase que exponencialmente a capacidade de
buscar e obter informações sobre os mais variados assuntos. Assim, as fontes de pesquisa
disponíveis na internet se ampliam de forma signicativamente. A possibilidade de pesquisar em
teses, dissertações, artigos, anais de eventos e etc., é uma conquista de bem pouco tempo. Gerações
inteiras caram tolhidas da possibilidade de ampliar os seus conhecimentos, uma vez que as fontes
de pesquisa eram muita escassas e em muitos casos inexistentes. Os preços elevados dos livros e a
diculdade de acesso a material impresso de qualquer natureza, sobretudo nos lugares mais
longínquos, acabou por relegar uma geração inteira a fontes reduzidas e empobrecidas de
informações e conhecimentos.

A formação docente também sofreu intensamente com essa limitação nas fontes de informações.
Geralmente a formação docente se reduzia a uma “ideia” defendida por esse o aquele autor, com
pouca capacidade de confrontação entre ideias diferentes. Essa situação acabou por contribuir para
uma formação parcial, passional e com reduzido alcance pedagógico e didático, não obstante o
esforço empreendido pelos professores formadores de então.

Entretanto, a internet quebrou esse paradigma ao introduzir, de forma concreta, a possibilidade


de ampliação das fontes de pesquisas. Sabe-se que nem todo o território nacional está coberto pela
rede mundial de computadores. E onde ela existe, nem sempre apresenta a qualidade desejada.
Mas é também verdade que uma parte considerável dos educadores não aprendeu (porque não foi
ensinado) a como utilizar a internet, com o cabedal de informações que consegue disponibilizar em
diferentes formatos, para ns pedagógicos e didáticos. Não raras vezes essa “pesquisa” na internet
é realizada de maneira pouco metódica e sem maiores preocupações éticas e com os objetivos
educacionais.

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REFERÊNCIAS
9
 ANDRADE, M. M.. Introdução à metodologia do trabalho cientíco: elaboração de trabalhos na
graduação. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2001.
BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de Metodologia cientíca: um guia para
iniciação cientíca. 2 ed. ampl. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000, p. 49.
CERVO, A. L. BERVIAN, P. A. Metodologia cientíca. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A.: Fundamentos de Metodologia Cientíca. São Paulo. Ed.
Atlas, 1985.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Cientíca. 5ª ed. São Paulo:
Prentice Hall, 2002. 242 p.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A.: Fundamentos de Metodologia Cientíca. São Paulo. Ed.
Atlas, 1986.
MARTINS, J.; BICUDO, M.A.V. A pesquisa qualitativa em psicologia: fundamentos e recursos
básicos. São Paulo: EUC/Moraes, 1989.
MINAYO M.C. O desao do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Rio de Janeiro:
Abrasco; 2007.
MINAYO, M. C. de S. O desao do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo,
Hucitec-Abrasco, 1992. .
OLIVEIRA, D.P.R, Sistemas, organização e métodos: uma abordagem gerencial. 15. ed. São
Paulo: Atlas, 2005.
OLIVEIRA, S. L. Tratado de metodologia cientíca: projetos de pesquisa, TGI, TCC,
monograas, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 320 p.
QUIVY, R., CAMPENHOUDT, L. V. (1995). Manual de Investigação em Ciências Sociais.
Lisboa: Gradiva.
ROVER, A. Metodologia Cientíca. Educação a distância / (coord.) Ardinete Rover. Joaçaba:
UNOESC, 2006. 103 p.
SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. 7. ed. Campinas: Autores
Associados, 2000.
VOLPI, J. H.; MORALES, A. G. Normas para publicação de artigo cientíco. Curitiba: Centro
Reichiano, 2004. Disponível em: <www.centroreichiano.com.br>. Acesso em: 12/ 06/2005.

ANEXO I – NORMAS DA ABNT

a) NBR 6024/2012: informação e documentação – numeração progressiva das seções de um


documento escrito – apresentação;
b) NBR 6027/2012: informação e documentação – sumário – apresentação;
c) NBR 14724/2011: informação e documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação.
d) NBR 12225/2004: informação e documentação – lombada – apresentação;
e) NBR 6034/2004: informação e documentação – índice – apresentação;
f) NBR 10520/2002: informação e documentação – citações em documentos – apresentação;
g) NBR 6023/2002: informação e documentação – referências – elaboração;
h) NBR 6028/2003: informação e documentação – resumo – apresentação;
i) NBR 6032/1989: abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas;

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49

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Metodologia do
Trabalho Científico

Rua Edmundo Bastos . s/n


Sanharão . Baturité . Ceará
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@fmbce 85 3347 2774

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