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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco

Redes Industriais
Campus Garanhuns

Foundation Fieldbus Professor: Diego Lopes

Semana 15 GARANHUNS, 2021 1/41


Introdução ao Foundation Fieldbus
•Criada em 1994;
•Resultado da fusão entre a World Factory
Instrumentation Protocol (World FIP) e da
Interoperable Systems Project (ISP);
•O FF (Foundation Fieldbus) faz parte da
padronização definida pela IEC 61158-2;
•A ideia básica é disponibilizar um padrão
internacional de barramento de campo para uso
em instrumentos de processo;
•Substitui a fiação 4-20 mA, mantendo algumas
características positivas tais como a alimentação
e comunicação na mesma fiação.

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Introdução ao Foundation Fieldbus
•A FF tem como proposta ser uma solução para
aplicações em controle de processos e não só
um meio de transmissão de dados digitais;
•Interconexão de instrumentos de campo na
automação de processos e manufaturas;
•Distribuição das ações de controle entre os
instrumentos através dos blocos de função;
•Controle descentralizado;
•Desenvolvido prioritariamente para trabalhar
em áreas classificadas.

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Introdução ao Foundation Fieldbus
•Exemplo de rede Profibus:

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Introdução ao Foundation Fieldbus
•Exemplo de rede FF:

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Introdução ao Foundation Fieldbus
•O FF permitem aos usuários:
• Redução da fiação pelo seu compartilhamento
entre vários dispositivos;
• Comunicação de múltiplas variáveis de processo de
um único instrumento;
• Diagnósticos avançados;
• Interoperabilidade entre dispositivos de diferentes
fornecedores;
• Implementação de técnicas de controle em campo;
• Redução do tempo de partida de uma planta;
• Integração mais simples;
• Maior integridade dos dados e confiabilidade
devido a ausência de erros de conversão D/A e A/D
bem como erros de transmissão.

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Introdução ao Foundation Fieldbus
•Inicialmente foram especificados três tipos de barramento:
• H1 – utilizado em instrumentos de processos em áreas classificadas;
• H2 – Integração de instrumentos em geral;
• HSE (high speed ethernet) – Interligação dos barramentos H1 via linking devices.

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Introdução ao Foundation Fieldbus
•FF H1 e HSE:

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Fieldbus H1
•Protocolo confiável e determinístico para
comunicação em instrumentação e controle de
processos;
•Possui velocidade de 31,25 kbps;
•Comunicação digital;
•Transmissão serial (bit a bit);
•Utiliza Half-Duplex;
•Possibilita o uso de uma rede multidrop;
•Cada equipamento utiliza, em média, 20 mA.

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Fieldbus H1
•A tecnologia FF H1 pode operar nas mesmas
instalações do padrão 4-20 mA;
•Permite o uso de até 32 dispositivos conectados ao
barramento, em que:
• 12 são alimentados pelo próprio barramento;
• 20 não são alimentados pelo próprio barramento.
• Em termos práticos o total de equipamentos não deve
ultrapassar 16 e em áreas classificadas o número
normalmente é até 4.

•A modulação é feita através da variação de uma


corrente de 10 mA em uma carga de 50 ohm,
resultando em 1 Vpp sobre a tensão de alimentação.

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Fieldbus H1
•Permitem cobrir distâncias de até 1,8 km;
•Com até 4 repetidores é possível alcançar 9500 m
usando cabo par trançado com blindagem;
•O uso de multicabos ou cabos sem blindagem
diminuem a distância permitida;
•São necessários terminadores de rede:
• Os terminadores são circuitos RC de 100 ohms e 1/4 W
e um capacitor dimensionado para passar o sinal de
31,25 KHz.

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Fieldbus HSE
•A tecnologia FF H1 possui certas limitações, tal
como o número de nós da rede não pode
crescer muito, sendo normal apenas 5 ou 7
instrumentos por segmento.
•Para conexão de diversos segmentos, utiliza-se
a rede FF HSE operando na velocidade de 100
Mbps, sendo esta rede compatível com o FF H1;
•O FF HSE permite a interligação de dispositivos
que requerem grande capacidade de rede
como CLPs;
•A rede HSE evita a existência de diversos níveis
de hierarquia reduzindo qualquer configuração
a dois níveis apenas.

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Fieldbus HSE
•Integração FF HSE / FF H1:

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Fieldbus HSE
•Além de servir de gateway entre a rede HSE e
H1 os dipositivos de ligação (device link)
permitem a interligação de até 46 sinais
discretos;
•Existem links que possuem interfaces com
outros protocolos (como o Modbus) para
interligar dispositivos inteligentes orientados a
byte.

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Estrutura do FF
•As especificações do protocolo FF podem ser divididas em três: física, comunicação e aplicação.

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Estrutura do FF
•Na camada de comunicação estão as
especificações da:
• FMS – Fieldbus Message Specification;
• FAS – Fieldbus Access Sublayer;
• DATA LINK LAYER – Camada de enlace de dados.

•O FMS serve de fat como uma camada de


aplicação;
•Já o FAS é uma subcamada que mapeia o FMS
nas funções da DLL.

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Estrutura do FF
•Mensagem Fieldbus Foundation:

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FF H1 – Camada Física
•Padronizada pela IEC 61158-2;
•Codificada utilizando codificação Manchester Bifase-L;
•Trata-se de uma comunicação síncrona que envia os sinais de dados combinados com o clock;
•O sinal resultante corresponde a uma função XOR barrada do sinal lógico do relógio e dos dados;
•Transição positiva no meio do período é um bit 0 e transição negativa é um bit 1.

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FF H1 – Camada Física
•Para sincronização do relógio do emissor com o
receptor um preâmbulo é inicialmente
transmitido;
•Para delimitar os quadros são utilizados sinais
especiais correspondentes a violações dos
códigos descritos:
• Os sinais N+ e N- não apresentam uma transição
no meio do tempo correspondente a um bit.

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FF H1 – Camada Física
•Sinais Foundation Fieldbus:

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FF H1 – Camada Física
•Na linha sempre há uma tensão entre 9 e 32 V
usada para a alimentação dos instrumentos;
•O sinal de dados é uma tensão de 1 V
modulada sobre a tensão de alimentação;
•O dispositivo transmissor gera esta
modulação de tensão variando a sua corrente
entre 15 e 20 mA medidos pico-a-pico;
•A fiação deve ser isolada, sem aterramento,
sendo opcional o aterramento do ponto
central de um dos terminadores.

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FF H1 – Camada Física
•Topologia:
•Barramento com Spurs: nesta topologia utiliza-se um barramento único em que o equipamento
ou barramentos secundários (spurs) são conectados diretamente a ele: Pode-se ter ainda vários
equipamentos diferentes em cada spur.

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FF H1 – Camada Física
•Topologia:
•Ponto-a-ponto: nesta topologia tem-se a ligação em série de todos os equipamentos utilizados
na aplicação.

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FF H1 – Camada Física
•Topologia:
•Árvore: a topologia em árvore concentra em acopladores/caixas de campo a ligação de vários
equipamentos.

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FF H1 – Camada Física
•Topologia:
•Fim-a-fim: Esta topologia é utilizado quando se conecta apenas dois equipamentos.

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FF H1 – Camada Física
•Topologia:
•Mista: Utiliza-se a combinação das topologias apresentadas.

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FF H1 – Camada de Comunicação
•Camada de enlace de dados (DLL): Controla o
acesso ao meio via um programador
determinístico para o barramento LAS (Link
Active Scheduler);
•O LAS é responsável por habilitar os dispositivos
e enviarem seus dados de maneira ordenada;
•Para o envio de dados ciclicamente, o LAS envia
um comando, chamado CD (compel data), a
cada elemento da rede, permitindo a
publicação de seus dados.

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FF H1 – Camada de Comunicação
•Nenhum dispositivo pode acessar a rede sem
permissão do LAS;
•O modelo produtor-consumidor é utilizado;
•Tipos de dispositivos:
• Básicos (Basic Devices) – Não podem vir a ser o
LAS;
• Mestre (Link Master) - Podem torna-se o LAS;
• Pontes (Bridges) – Interconectam diferentes
barramentos.

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FF H1 – Camada de Comunicação
•Comunicação Programada: o LAS
possui os tempos em que devem ser
transmitidos ciclicamente os dados
dos dispositivos.
•Emite para o dispositivo uma
mensagem de compilação de dados
(compel data).
•Ao receber o CD o dispositivo envia o
dado a todos os demais dispositivos;
•Aqueles configurados para receber o
dado são chamados de “subscriber”.

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FF H1 – Camada de Comunicação
•Comunicação Não-Programada: todos
os dispositivos tem uma chance de
enviar mensagens não programadas
entre as mensagens programadas;
•O LAS emite uma mensagem de
permissão (pass token) para todos os
dispositivos;
•Com a posse do PT um dispositivo
pode enviar mensagens a qualquer
outro dispositivo ou a toda rede.

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FF H1 – Camada de Comunicação
•O LAS possui algumas funções, dentre elas:
•Manter uma lista dos dispositivos ativos na rede
(Live list):
• Após cada ciclo o LAS envia um comando probe
node (PN);
• O elemento deve enviar uma resposta probe
response (PR);
• Se o elemento não responder três perguntas
consecutivas ele é retirado da Live List;
• Caso o dispositivo responda o LAS confirma a
ativação do dispositivo através da mensagem de
Node Activation.

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FF H1 – Camada de Comunicação
•O LAS possui algumas funções, dentre elas:
•Sincronizar os relógios dos dispositivos através
de uma mensagem específica:
• A sincronização dos relógios é fundamental para o
envio de dados em função do tempo;
• A comunicação deve ser determinística com
precisão de 1ms;
• O LAS envia periodicamente um comando TD
(time distribution) para sincronização dos relógios
por todos da rede.
• Outro sincronismo é o da data e hora, utilizado
para determinar o time stamp em cada dado lido e
nos eventos de alarme ocorrido.

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FF H1 – Camada de Comunicação
•O LAS possui algumas funções, dentre
elas:
•Enviar mensagem para o envio
programado dos dados (compel data);
•Enviar permissão de comunicação não
programada aos dispositivos (pass
token);
•O token carrega um valor de
depuração, ou seja, por quanto tempo
o equipamento que o recebeu pode
utiliza-lo.

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FF H1 – Camada de Aplicação
•Permite uma comunicação entre os dispositivos
através de uma interface padronizada;
•Composta pelas subcamadas FAS (Fieldbus
Access Sublayer) e FMS (Fieldbus Message
Specification) é a interface entre as camadas de
enlace de dados e o usuário.
•O FAS é uma parte da comunicação segura e
utiliza as funções DLL para proporcionar serviço
a camada FMS;
•Esses serviços são descritos como VCR (virtual
communication relationship).

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FF H1 – Camada de Aplicação
•O FMS é uma camada que permite enviar mensagens de um a outro dispositivo através do
barramento usando um padrão de formato de mensagens;
•O FMS descreve o serviço de comunicação, o formato das mensagens e o comportamento
preciso do protocolo para construir mensagens para as aplicações do usuário;
•O dado é descrito por um OD (object description);
•Os ODs são coletados e indexados junto com uma estrutura denominada Object dictionary.

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Controle Distribuído – FF H1
•A implementação do processamento distribuído
na FF é feita através de blocos;
•Um bloco representa uma função ou algoritmo
como um PID ou uma entrada analógica;
•Todas as funções e dados de um dispositivo FF
estão definidos em três tipos de blocos:
• Físico ou fonte;
• Transdutor;
• Função.

•Cada dispositivo tem um bloco físico, podendo


ter um ou mais blocos de função e transdutor.

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Controle Distribuído – FF H1
•Físico: descreve as características do dispositivo,
como identificador (TAG), fabricante, número de
série, versão do firmware, etc.
•Função: descreve quais são as funções do
dispositivo e como elas serão acessadas. A
especificação do FF define vários tipos de blocos
de função:
• AI: Entrada analógica;
• AO: Saída analógica;
• PID: Controlador Proporcional-Integral e Derivativo;
• TOT: Totalizadores;
• DI: Entrada digital;
• DO: Saída digital.

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Controle Distribuído – FF H1
•Trasndutor: contém informações necessárias para
transformar a medição efetuada pelo sensor em
uma grandeza física equivalente. Também contém
dados sobre o tipo de sensor do instrumento e
sua calibração.
•Além dos objetos blocos o FF especifica outros
objetos responsáveis por outros tipos de serviços
para o usuário;
•Através dos blocos pré-programados o usuário
economiza tempo de programação, bem como
permite a substituição de dispositivos sem
maiores problemas.

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Vantagens
•Quando comparado com as redes 4-20 mA e
HART:
• Redução no custo de fiação;
• Manutenção mais simples trazendo maior segurança
com a possibilidade de diagnóstico online dos
dispositivos de campo;
• Melhor desempenho, visto que com o fieldbus um
instrumento de campo pode ser calibrado,
inicializado e operado com mais facilidades.

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Desvantagens
•Atualmente existem redes Ethernet mais
utilizadas;
•Quando comparadas com as Ethernets industriais
possui um desempenho inferior;
• Falta de consistência de dados e de senso de
tempo entre os dispositivos de uma rede;
•Vulnerabilidade a falhas no barramento;
•Gargalo de comunicação:
• único canal de comunicação é compartilhado por
todos os dispositivos e deve ser utilizado tanto para
a transmissão de variáveis críticas de processo como
de informações de baixa prioridade e de
monitoramento.

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Dúvidas?

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