nas comunidades locais,

Moçambique - Pesquisa e Análise pertencendo-lhes a iniciativa (AM

1294). No entanto, uma ofensiva contra
FRELIMO “Veta” Força Regional Pemba implica recursos que os
em Cabo Delgado insurgentes nã o terã o ainda. A
possibilidade de utilizaçã o de meios
marı́timos capturados no ataque a
1. O sucesso militar dos grupos Palma é considerada elevada, mas o
armados insurgentes de inspiraçã o domı́nio destes meios pelos insurgentes
islâ mica em Palma , que ocuparam e é limitado.
abandonaram estrategicamente a vila,
O sucesso em Palma é decisivo para a
permitiu-lhes a recolha de material de
consolidaçã o do movimento armado em
combate, veı́c ulos, dinheiro,
Cabo
Delgado . E reportado um nú mero
medicamentos e vı́veres,
crescente de adesõ es, sobretudo por
concedendo-lhes “fô lego” e capacidade
parte de jovens das provı́ncias de Cabo
operacional para prepararem um
Delgado, Nampula e N iassa .
prová vel ataque a Pemba num prazo
que poderá nã o ser imediato. A capacidade de resposta do governo
permanece limitada e, à excepçã o do
Sã o esperadas novas ofensivas durante
helicó ptero Mi24 e dos Mi17 já a operar
o perı́odo do Ramadã o (antes de
a partir de Pemba, os helicó pteros
meados de MAI.2021 ) contra
Gazelle e as viaturas de combate
localidades igualmente estraté gicas
Marauder , adquiridas recentemente
como Mueda , conhecida como a capital
(AM Flash 92), permanecem em N acala .
dos “macondes”, e Montepuez .
As tripulaçõ es encontram-se ainda em
Registam-se presentemente
formaçã o e nã o é esperada a entrada em
concentraçõ es de cé lulas armadas em
combate antes de meados de MAI.2021 .
Nangade, Mocímboa da Praia,
Muidumbe, Macomia e Quissanga . A falta de protecçã o das populaçõ es
manté m-se, havendo informaçã o de
A superioridade operacional das cé lulas
centenas de habitantes da vila de
insurgentes sobre as FADM foi clara,
reassentamento de Quitunda e de
tendo a seu favor o efeito surpresa, o
funcioná rios das empresas contratadas
conhecimento do terreno e a in iltraçã o
pelos consó rcio de GNL em Afungi sem
 Nº 1295 |15.ABR.2021 |Ano XVII

comida ou á gua potá vel e sem abrigo, Apesar do insucesso militar e da

ainda aguardando indicaçõ es ou o
respectivo resgate em voos privados.
2. Perante o cená rio de perdas
constantes, o PR FILIPE N YUSI (FN),
sob crı́ticas internas e sobretudo
externas devido à falta de proteçã o das
populaçõ es e expatriados em Palma , foi
forçado a pronunciar-se sobre um
alegado pedido de ajuda internacional.
A aparente cedê ncia de FN esvaziou-se
face à inexistê ncia de apoio na FRELIMO Libertação Nacional a sua estraté gia
quanto ao recurso a tropas estrangeiras
e à persistê ncia de divisõ es entre os
membros da SADC .
A linha “dura” da FRELIMO,
nomeadamente o chamado “clã
maconde” liderado pelo Gen. ALBERTO
CHIPANDE , manté m-se hostil à
eventualidade de forças estrangeiras se
envolverem nos assuntos internos,
posiçã o assumida publicamente por
iguras como TOMAZ SALOMÃO (TS),
pró ximo de FN e in luente no processo
de decisã o. TS, membro do Comité concorrem nos negó cios reais ou
Central da FRELIMO, tem vasta
experiê ncia governamental como
ministro dos Transportes e das
Finanças, mas passou igualmente pelo
sector da Defesa nos anos 1980 .
Segundo fontes consultadas, TS
interveio publicamente, via
comunicaçã o social do Estado, em nome
de FN, manifestando-se abertamente
contra uma intervençã o militar
regional, alegando que o apoio logı́stico
e alguma formaçã o militar serã o
su icientes e que as contrapartidas de
um contingente militar seriam pesadas
para o paı́s.
pressã o externa para aceitar uma
intervençã o militar, FRELIMO e FN
estã o alinhados em manter o rumo
seguido até agora, pelo menos num
futuro pró ximo. Apesar de divergê ncias
entre FN e o partido em muitos
aspectos de governaçã o, a questã o de
evitar a intervençã o externa é
practicamente consensual.
FN apresentou no inal de 2020 à
Comissão Política da FRELIMO e aos
Antigos Combatentes da Luta de
militar de combate à insurgê ncia
islâ mica em Cabo Delgado. Esta consiste
em transferir completamente a
liderança da contra-insurgê ncia da PRM
para os militares, dispensando os
serviços da Dyck Advisory Group ,
contratada pela Polı́c ia para dar apoio
aé reo à s forças governamentais.
E atribuı́da a existê ncia de 2 alas no
partido que disputam - de forma que
in iltra o o icialato nas FADM - a
in luê ncia sobre Cabo Delgado e
potenciais na provı́ncia:
a) Ala norte, composta pela elite
maconde originá ria da regiã o;
b) A la sul, onde predomina o clã
“guebuzista” (ie. afecto ao ex-PR
ARMANDO GUEBUZA ).
3. No bloco regional, a Tanzânia
continua indisponı́vel para integrar uma
força conjunta regional e mostra-se
relutante para cooperar bilateralmente
com Maputo, devido à falta de con iança
entre os dois paı́ses. Acentua-se

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entretanto a tese de que a falta de (“logı́stica”), ignorando os apelos

colaboraçã o tanzaniana se prende com
interesses econó micos, ie o objectivo de
recolocar o projecto de Lindi , mais
atrasado e secundá rio que os de Cabo
Delgado, na agenda dos grandes
investidores e multinacionais do gá s. A
partilha da mesma bacia geoló gica, a
posiçã o geoestraté gica semelhante em
maté ria de abastecimento dos mercados
externos e a situaçã o de segurança,
menos conturbada, sã o a irmadas como
“vendá veis” para o projecto Likongo,
pró ximo da fronteira moçambicana.
O arranque da construçã o do projecto
de Lindi estava previsto iniciar-se em
2022 e ser concluı́do em 2028 , ano de
inı́c io da produçã o, mas os atrasos
colocaram em causa a previsã o de inı́c io
da produçã o. O consó rcio, constituı́do
pela Tanzania Petroleum Development renitente. FN e a FRELIMO aceitam
Corporation (TPDC), Shell, Equinor, acçõ es de cooperaçã o e ajuda bilateral,
ExxonMobil, BG Group e Ophir Energy ,
nã o assinaram ainda o Host
Government Agreement (HGA), pré v io à
assinatura da decisã o inal de
investimento (FID).
As di iculdades nas negociaçõ es com o
Conselho Municipal de Lindi e
desorganizaçã o governamental
bloquearam as contrapartidas no
negó cio, incluindo o inanciamento da
operaçã o de realojamento da populaçã o
afectada, levando à suspensã o das
negociaçõ es, mas tudo indica que o
governo alimenta agora expectativas
renovadas face à crise em Cabo Delgado.
A di iculdade que se chegar a uma
posiçã o comum na SADC assenta
igualmente na postura de Moçambique,
que tem insistido em reduzir o apoio
externo a material de guerra
regionais no sentido de ser criada uma
força de intervençã o regional,
eventualmente de “imposiçã o da paz”
caso seja rati icada pelas Nações Unidas .
Favorá veis a uma intervençã o regional
em Cabo Delgado, em coordenaçã o com
a União Africana (UA), surgem o actual
presidente do Orgã o de Cooperaçã o
Polı́tica, de Defesa e de Segurança da
SADC, MOKGWEETSI MASISI , PR do
Botswana , o presidente da “troika” da
SADC e do Zimbabwe , EMMERSON
MNANGAGWA , e CYRIL RAMAPHOSA ,
PR sul-africano, membro da “troika” e
pró ximo presidente do ó rgã o.
FN, na dupla qualidade de presidente
em exercı́c io da SADC e chefe de Estado
moçambicano, continua a mostrar-se
sendo expectá vel o peso crescente de
parceiros nã o regionais como os EUA ,
mas rejeitam uma intervençã o em bloco
com a presença de paı́ses como a
Tanzâ nia e a Africa do Sul. A recente
cimeira extraordiná ria da SADC
(08.ABR ) nã o alterou o “status quo”
interno, à semelhança dos vá rios
encontros pré v ios.
A presença em Moçambique de uma
missã o té c nica da SADC para avaliar o
tipo de apoio a prestar é esperada a
qualquer momento e o relató rio da
missã o será apresentado na pró xima
cimeira extraordiná ria da organizaçã o, a
ter lugar em Maputo em inais de
ABR.2021 , mas as expectativas sã o
reduzidas.

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Moçambique: Afungi Murada unidades especiais da Polı́c ia (PRM),

O Ministério da Defesa moçambicano
vai pagar a construçã o de um muro
com torres de vigia para a proteçã o
do complexo de GNL em Afungi . A
construçã o será feita em betã o
armado e incluirá vá rias rampas de
acesso e torres de vigia, com uma
extensã o que poderá rondar os 3 kms.
O custo para o Governo será de
aproximadamente EUR 1 milhão .
A obra estará a cargo da empresa de
empreitadas e obras pú blicas CEMAT signi icativa dos empregados locais
Lda , de direito moçambicano e
també m com actividades no sector
mineiro. Com sede em Pemba , a
CEMAT pertence a MUSSA MOMADE deslocar-se apenas por via aé rea.
e PELAGIO SANTOS MARQUES , com
participaçõ es noutras empresas do
sector. A CEMAT tem vindo a executar
diversas obras para o governo
provincial de Cabo Delgado , como o
centro de formaçã o pro issional de
Pemba.
O muro irá “encerrar” a á rea da
operaçã o de GNL, que receberá o gá s
extraı́do das plataformas “offshore”
atravé s de um gasoduto de 45 Kms, a
cargo do consó rcio liderado pela Total populaçã o. A 24.MAR. , com o ataque
(Área 1) . O “site” incluirá os mó dulos
de GNL, residê ncias para c. 9500 icou isolada e sem qualquer apoio do
funcioná rios, o aeroporto e a vila de
realojamento de Quitunda .
O projecto “onshore” estende-se por
uma zona de 7.000 ha (DUAT),
concessionada à Area 1 (Total) mas
futuramente partilhada com o
consó rcio da Área 4, liderada pela
Exxon Mobil .
A construçã o do muro é o
reconhecimento da incapacidade de
proteçã o da zona pelo Governo. A
força conjunta aı́ colocada resultou do
acordo entre a Total e o Governo, e é
composta por elementos das
militares do Batalhã o de Fuzileiros
Navais da Marinha (FADM) e
unidades tá c ticas/ batalhõ es do
Exé rcito para segurança e combate
em terra, num total de c. 5.000
elementos. A Total exigiu o aumento
do contingente no inı́c io de JAN.2021 .
As 3 forças deverã o garantir a
segurança no local e també m as
deslocaçõ es de e para Afungi, por
trabalhadores, fornecedores,
provedores de serviços, etc. Parte
irá residir no interior do complexo e a
comunidade estrangeira expatriada
terá instalaçõ es pró prias, devendo
O perı́metro de segurança tem sido
ameaçado sucessivamente desde
inais de 2020 , em resultado da
aproximaçã o das cé lulas jihadistas a
Palma . A barreira de segurança do
“site” foi quebrada nos ú ltimos dias
de 2020 , obrigando a Total a retirar
todo o pessoal nã o essencial para
Pemba e Maputo (AM Flash 90).
Ficou entã o comprovada a capacidade
de in iltraçã o dos insurgentes entre a
e ocupaçã o da vila de Palma, Afungi
Governo, tendo sido as empresas
privadas a assumirem essa funçã o. As
operaçõ es de retirada do pessoal
ainda nã o estã o completas e sã o
descritas situaçõ es de carê ncia
alimentar. E avaliaçã o corrente entre
os meios ligados à segurança que só a
insu iciê ncia de operacionais entre os
insurgentes, empenhados em Palma,
impediu a tomada de Afungi, já que
parte da força de protecçã o do
perı́metro de segurança se tinha
mobilizado para o apoio a Palma.

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Angola - Pesquisa e Análise gradualmente remetendo ante reacçõ es

Lourenço Desaponta seus propó sitos reformistas. A saber:
Americanos
1. O PR angolano, JOÃO LOURENÇO (JL)
é apresentado como “uma certa
desilusã o” por altos funcioná rios do
Departamento de Estado (DE) cujos
pontos de vista usualmente re lectem
tendê ncias da polı́tica externa dos EUA .
A desapreciaçã o é especialmente
alimentada por aquilo que consideram
ser a “incipiê ncia” das polı́ticas
reformistas de JL.
Em MAI.2017 , lembram a propó sito, JL
efectuou uma visita aos EUA na sua
qualidade de ministro da Defesa, mas
també m já na condiçã o de candidato
presidencial. As suas intençõ es, entã o
anunciadas, de lançar um vasto plano de
reformas e o conhecimento que havia de
que dispunha para isso de vastos apoios
na sociedade, levaram o DE acreditar
que teria sucesso.
De acordo com aná lises habilitadas, JL,
já eleito PR, nã o tirou o devido partido
dos “vastos apoios” com que
inicialmente contou na sociedade para
impor à s “oligarquias do seu partido” as
reformas que tinha em mente, parte
importante das quais a do combate à
corrupçã o – esta contendendo com
obscuros interesses materiais e
patrimoniais da mesma.
adversas das referidas oligarquias aos
- Desperdiçou/alienou o apoio inicial da
sociedade; fez elevar o tom da
contestaçã o à sua acçã o por parte da
oposiçã o.
- Passou a depender de apoios internos
(aparelho do partido e do regime)
identi icados como “imobilistas” ou
avessos a reformas, em especial a do
combate à corrupçã o.
As principais reservas da sociedade à
natureza e/ou ao alcance das polı́ticas
de combate à corrupçã o de JL foram
alimentadas pela implantaçã o de ideias
que passaram a apresentar as mesmas
como ilusó rias e/ou selectivas.
Conforme tal visã o das coisas, o alvo das
referidas polı́ticas foi particularmente o
nepotismo e os visados correspondiam
a crité rios polı́ticos e de poder.
2. Os compromissos que JL tem vindo a
estabelecer com iguras e grupos do
regime que se afastaram dele e/ou
passaram a contestá -lo, tiveram por
inalidade promover um reagrupamento
do partido à sua volta – objectivo
considerado decisivo para vir a ser
apresentado como “cabeça de lista” do
MPLA à s eleiçõ es de 2022 , a disputar
num clima que se prevê de reforço da
oposiçã o.

A razã o de ser da “desilusã o” associada E a efeitos da recente reaproximaçã o

ao desempenho de JL é em larga escala (AM 1292) de JL ao seu antecessor,
atribuı́da a duas consequê ncias da JOSÉ EDUARDO dos SANTOS (JES), que
atitude vacilante a que se foi sã o atribuı́das medidas como a que já

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levou a um desagravamento da prognó sticos (AM 1276) de acordo com

condiçã o de arguidos aplicada a iguras
pró ximas do antigo PR, como
LEOPOLDINO DO NASCIMENTO grandes
“DINO” e MANUEL VIEIRA DIAS democracia como condiçã o para a boa
“KOPELIPA” (devoluçã o dos seus
passaportes individuais).
3. A corrupçã o em Angola é um tema
particularmente delicado no DE por
razõ es entre as quais as seguintes:
- Desfavorece o estabelecimento de uma
pretendida parceria estraté gica com
Angola; a estagnaçã o e o polı́ticos e outros com o propó sito de
empobrecimento do paı́s, assim como a
sua reputaçã o “menos positiva”, sã o
promovidos pela corrupçã o no Estado.
- Prejudica a capacidade dos EUA de
concorrer economicamente com a
China no mercado angolano; a
corrupçã o constitui um ó bice ao
investimento em Angola de empresas
norte-americanas, sujeitas a africano) a RD CONGO (a sua condiçã o
penalizaçõ es legais quando envolvidas
em actos ilı́c itos praticados no
estrangeiro.
No entendimento de meios
empresariais norte-americanos, o
ambiente de negó cios de Angola,
considerado fraco devido à realidade da
corrupçã o e a factores adicionais como
a burocracia e a falta de segurança
jurı́dica (dependê ncia dos tribunais em
relaçã o ao poder polı́tico) apenas é
facilmente contorná vel por estados da
natureza da China ou da Rússia .
O novo secretá rio de Estado, ANTONY
BLINKEN , tem vindo a con irmar
os quais a polı́tica africana da nova
administraçã o se apoiaria em dois
pilares: promoçã o da
governaçã o e o respeito pelos direitos
humanos; concorrer com a China tendo
em vista disputar as suas in luê ncias e
interesses em Africa.
4. Funcioná rios da Embaixada de
Angola em Washington , aparentemente
instruı́dos pelo MIREX , tê m vindo a
estabelecer contactos em meios
determinar as razõ es pelas quais Angola
nã o foi convidada para participar numa
conferê ncia internacional “on-line”
sobre o clima, 22/23.ABR , organizada
sob os auspı́c ios de JOE BIDEN .
Os paı́ses africanos convidados foram a
ÁFRICA DO SUL (vista como lı́der das
alteraçõ es climá ticas no continente
de “pulmã o da Africa” aconselha a
comprometê -lo com boas polı́ticas
ambientais), o Quénia e Gabão (paı́ses
com polı́ticas domé sticas consideradas
“amigas” do ambiente)
As diligê ncias de diplomatas angolanos
em Washington foram sugeridas por
deduçõ es das autoridades em Luanda
de que a ausê ncia de um convite para
Angola participar na conferê ncia se terá
devido a razõ es polı́ticas ou outras,
decorrentes de repercussõ es de cariz
ambientalista (AM 1293) a planos para
a prospecçã o de hidrocarbonetos na
bacia do Okavango .

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5.
C om DONALD TRUMP (DT) na Casa
Branca, os assuntos polı́ticos africanos
perderam relevâ ncia face à s anteriores
administraçõ es (AM 1158). No caso de
Angola, revelaram-se infrutı́feros (AM
1214) mú ltiplos esforços da PR para
assegurar uma visita de JL à Casa
Branca, e até para um encontro com DT
na ONU (AM 1214). Para aumentar o
seu acesso a meios do Governo e
empresariais dos EUA, a Presidê ncia
recorreu a empresas de “lobby” (AM
1198), incluindo a Squire, Patton
Boggs promulgou a decisã o do Governo de
(AM 1205).
O encontro com o PR dos EUA era
entendido por cı́rculos da Presidê ncia
como importante para a recuperaçã o do
prestı́gio externo angolano e captaçã o
de investimento dos EUA, que tem sido
escasso. Na impossibilidade de
realizaçã o do encontro, o ex-secretá rio
de Estado MIKE POMPEO incluiu
Luanda num pé riplo por diversos paı́ses
africanos em FEV.2020 .
Previsõ es do antecedente (AM 1276) de
acordo com as quais as polı́ticas
africanas da nova administraçã o
tenderiam a afastar-se da letargia que
marcou a seguida por DT tê m també m
vindo a con irmar-se em Angola por via
de iniciativas a favor da promoçã o dos
Direitos Humanos e do aprofundamento
da Democracia.
No mesmo dia, 01.ABR , em que a
embaixadora norte-americana, NINA polı́tico em Africa na questã o do
MARIA FITE , foi recebida no palá c io
presidencial pelo PR, uma delegaçã o da
embaixada encabeçada pelo adido
polı́tico, TODD
BELMEAR , reuniu-se na
sede da UNITA com o secretá rio das
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Relaçõ es exteriores do partido, RAFAEL
MASSANGA SAVIMBI . O gesto foi
interpretado como uma manifestaçã o
de apoio ao pluralismo partidá rio.
Consulado de São Tomé e
Príncipe no Saara Ocidental
O PR EVARISTO de CARVALHO
criaçã o do Consulado-Geral de São
Tomé e Príncipe em Laayoune , na
regiã o marroquina do Saara
Ocidental . A custas de Marrocos , que
vê na abertura de representaçõ es
estrangeiras o reconhecimento da sua
soberania sobre o territó rio,
contestado pela Frente Polisário (FP),
o posto consular já estava em
operaçã o desde JAN. (AM 1272). Por
decisã o do Governo, o posto terá
como á rea de jurisdiçã o a Provı́ncia
de Laayoune , essencialmente
desé rtica, e outras a de inir.
També m promulgada pelo PR foi a
criaçã o da Embaixada sã o-tomense
em Rabat .
A ex-ministra dos Negó cios
Estrangeiros sã o-tomense, ELSA
PINTO havia anunciado em 2019 a
intençã o de promover uma polı́tica de
reaproximaçã o à Argélia , principal
apoiante da FP, visando a obtençã o de
novas ajudas (AM 1234).
Marrocos tem vindo a ganhar terreno
Saara Ocidental, territó rio ainda nã o
reconhecido internacionalmente
como parte da soberania marroquina,
mas administrado de facto por Rabat.
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Angola - Pesquisa conta que um outro quali icado membro

do seu gabinete, EDELTRUDES COSTA é
Isaac Dos Anjos, Novo Embaraço igualmente visado por acusaçõ es de
de Lourenço corrupçã o (AM 1269).

També m é admitida uma versã o que

A decisã o da PGR de Angola de con iscar
vá rios empreendimentos habitacionais
construı́dos com fundos pú blicos
(Sonangol ) em proveito pessoal de
ISAAC dos ANJOS (IA), causou
perplexidade em meios polı́ticos de
Luanda .
A razã o de ser de tal reacçã o é devida a
factos como os seguintes:
a) IA desempenha o cargo de secretá rio
do PR para a Area Produtiva, é
comumente apontado como um dos
membros do gabinete presidencial mais
pró ximos de JOÃO LOURENÇO (JL) e
passa por ser um dos mais in luentes
dirigentes do aparelho do MPLA ;
b) o anú ncio pú blico da decisã o da PGR
(també m atingida outra igura da elite
nacional, PAIXÃO JUNIOR , ex-PCA do
banco pú blico BPC), coincidiu
temporalmente com a visita o icial a
Angola do PM de Espanha , PEDRO Conhecido pela frontalidade e posiçõ es
SANCHEZ . IA, como secretá rio
presidencial, teve um papel
preponderante na preparaçã o da visita
e tomou parte nas conversaçõ es o iciais
ocorridas no quadro da mesma.
A aparente inoportunidade da medida,
tendo em conta os embaraços polı́ticos
que tenderia a criar no plano da visita
do PM espanhol, é atribuı́da a uma
“falha” da PGR – també m considerada
embaraçosa para o pró prio JL, tendo em
apresenta a medida como intencional,
neste caso para demonstrar isençã o e
irmeza de atitudes da justiça em
relaçã o à corrupçã o.
Ex-governador de Benguela , IS tem
sido desde inı́c io do mandato de JL um
apoio só lido ao nı́vel do Bureau
Político /MPLA (AM 1117), juntamente
com MÁRIO ANTÓNIO , que tem sido o
“braço direito” do PR, NORBERTO
FERNANDES dos SANTOS “KWATA
KANAWA” , EUGÉNIO LABORINHO e
PEDRO SEBASTIÃO .
Uma disputa com empresá rios da regiã o
de Benguela, em particular ADÉRITO
AREIAS , terá ditado o afastamento de IA
do cargo de governador provincial, em
2017 , substituı́do por RUI FALCÃO ,
ex-governador do Namibe -
recentemente nomeado Secretá rio do
BP para Informaçã o e Propaganda (AM
1294).
crı́ticas, IA assumiu um discurso crı́tico
em relaçã o ao PR JOSÉ EDUARDO dos
SANTOS no inal do mandato deste,
divergindo de posiçõ es o iciais do
partido (AM 1101). No seguimento do
anú ncio pú blico da retirada de JES, IA e
“Kwata Kanawa”, deixaram
indirectamente transparecer regozijo
(AM 1100).

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Guiné-Bissau - Update do paı́s.

Crise no Sector do Caju A Guiné -Bissau manté m-se ainda como

Pressiona Reformas o 5º maior produtor de caju do mundo.
Mais de ¾ das famı́lias dependem da
produçã o de caju e c. 20% das receitas
iscais do Estado resultam da sua
1. A baixa do preço da castanha de caju
exportaçã o. O papel do Estado na
no mercado internacional (de USD
regulaçã o é por muitos considerado
1.250 para USD 1.000 / ton.) é tida
demasiado pesado e intrusivo. Os
como um risco para a sobrevivê ncia da
pequenos produtores de caju
economia guineense, fortemente
representam c. 80% da produçã o e a
dependente desta produçã o. O
dimensã o da plantaçã o varia entre 3-5
fenó meno re lecte-se na reduçã o do
ha. Os restantes 20% sã o produzidos
preço no produtor, já notó rio em 2020
pelas grandes plantaçõ es (“ponteiros”),
devido à pandemia Covid-19 . A
que variam entre os 100-1.300 ha.
campanha do caju de 2021 iniciou-se a
07.ABR.

O preço da castanha de caju é o 2. Face à inexistê ncia de capacidade de

resultado do preço da amê ndoa no
mercado inal e da antecipaçã o das
necessidades de curto prazo dos
processadores. A volatilidade dos
preços é alta para a castanha bruta e
mais reduzida para o produto acabado
(amê ndoa).
A pandemia de Covid-19 tende a
contribuir para uma reduçã o do volume
das exportaçõ es de caju, que representa
a quase totalidade das vendas do paı́s
ao exterior (98% ). O nú mero de
importadores estrangeiros
normalmente indianos, vietnamitas e
chineses - a deslocarem-se ao paı́s este
ano deverá cair substancialmente face
à s circunstâ ncias sanitá rias e limitaçõ es
de circulaçã o de pessoas.
Nos ú ltimos anos, a produçã o e
comercializaçã o da castanha de caju
tê m vindo a crescer em quantidade,
cobrindo c. 7% da á rea total cultivá vel
transformaçã o efectiva, sendo grande
parte da produçã o de caju exportada em
bruto e transformada nos mercados
intermé dios, o sector regista uma
constante perda de valor. No paı́s,
existem apenas 4 unidades activas de
processamento de grande escala -
Agribissau, Sicaju, Licaju e B&Bcaju –
cuja capacidade nã o ultrapassa os 2%
do total produzido.
Os constrangimentos para a falta de
capacidade transformadora prendem-se
- sobretudo com o risco polı́tico do paı́s,
associado à instabilidade cró nica e
dissuasora de investidor estrangeiro, e
com o elevado custo de implantaçã o de
uma unidade de processamento, em
comparaçã o com outros paı́ses
africanos como a Costa de Mar im ,
Benim e Moçambique . A actividade é
també m onerada pelo custo do terreno,
dos equipamentos e da construçã o,

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agravados pelas taxas de importaçã o Caju do Estado para a gestã o da CCIAS,

(5% ) e impostos (IGV) sobre como acontece em paı́ses da regiã o;
equipamentos importados.
- A necessidade de melhorar um
Os investidores e privados guineenses conjunto de infraestruturas
consideram que o papel do Estado tem relacionadas com o escoamento da
sido limitador das potencialidades do produçã o de caju, entre estas o terminal
sector, sendo correntes as polé micas fronteiriço de Sa im e a ligaçã o
anuais sobre a de iniçã o pelo governo rodoviá ria com Bissau . Em JAN.2021
do preço mı́nimo do caju para foi lançada a 1ª pedra para a construçã o
comercializaçã o. da auto-estrada de 14 K ms que ligará
as duas localidades, totalmente
O presidente da Associação de inanciada pela RP China ;
Agricultores da Guiné-Bissau (ANAG),
JAIME GOMES , tem sido uma das vozes - Criaçã o de uma feira internacional do
crı́ticas, a começar pela utilizaçã o do caju bioló gico e de um fó rum nacional
Fundo de Promoção de Investimento do caju, organizados pela CCIAS;
Industrial (FUNPI), que nã o tem
chegado aos produtores agrı́c olas, e do - Criaçã o de um laborató rio de
sector do caju em particular, acusando certi icaçã o e controlo de qualidade do
os governos de icarem com o dinheiro. caju;

- Criaçã o de um guiché ú nico para o

3. A inda sob forte in luê ncia do seu
fundador, BRAIMA CAMARÁ (BC), a
Câmara de Comércio, Indústria, emergê ncia para o relançamento da
Agricultura e Serviços (CCIAS) tem
pressionado o governo de NUNO
NABIAN para, inalmente, encetar um
conjunto de reformas no sector.
Principais propostas:
- A criaçã o de uma marca nacional para
o cajú bioló gico;
- A atribuiçã o ao sector privado de um
valor percentual das receitas iscais
relativas à exportaçã o de caju;
- A reduçã o dos impostos sobre as
empresas, sobretudo na actual situaçã o
de crise econó mica global;
sector do caju;
- Lançamento de um plano de
indú stria transformadora do caju.
Segundo operadores do sector, o paı́s
tem també m de investir de imediato na
renovaçã o das plantaçõ es de caju, sob
pena de uma queda gradual da
produçã o interna nos pró ximos anos.
BC é també m lı́der do MADEM-G15 ,
partido da coligaçã o de Governo. Os
sinais de mudança permanecem
limitados, ante interesses instalados na
classe polı́tica e no Estado, impeditivos
da reduçã o da estatizaçã o das
operaçõ es correntes do sector,
excedendo o mero papel de regulaçã o.

- A transferê ncia da Agência Nacional do

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Guiné-Bissau - Pesquisa partes de meios da sociedade guineense

Petróleo Permite Estreitar de uma perigosa subalternizaçã o da
Laços Entre Bissau e Dacar Guiné -Bissau face ao Senegal. A
O Senegal e a Guiné-Bissau c riaram
um gabinete conjunto com a missã o de
estudar projectos integrados de
desenvolvimento econó mico e social a
lançar em cada um dos paı́ses. A
iniciativa é apresentada como re lexo do
crescente estreitamento por que tê m
passado as relaçõ es bilaterais desde que
UMARU SISSOCO EMBALÓ (USE), se
tornou PR da Guiné -Bissau.
MACKY SAAL (MS), PR do Senegal, foi
um dos principais apoiantes de USE na
sua campanha eleitoral e, depois, na
disputa jurı́dica e polı́tica travada pelo
mesmo com o seu adversá rio,
DOMINGOS SIMÕES PEREIRA (DSP).
A inclinaçã o de MS por USE é atribuı́da
à con iança que lhe tê m merecido
garantias deste no que toca a uma
“completa interdiçã o” do territó rio da
Guiné -Bissau à instalaã o de bases de
refú gio do movimento separatista da
provı́ncia senegalesa de Casamansa. (jurisdiçã o ainda nã o resolvida) a
O clima de permanente instabilidade
polı́tico-militar que a Guiné -Bissau
atravessa (AM 1286), levou USE a
solicitar ao Senegal e à Nigéria apoios
capazes de ajudar a uma
descompressã o do ambiente e, por via
disso, a prevenir uma eventual
convulsã o (AM 1288).
O estabelecimento de uma aliança entre
os dois paı́ses é objecto de reservas por
que identi icam na mesma riscos de
economia senegalesa é muito mais forte
que a do paı́s vizinho, ao mesmo tempo
que as suas instituiçõ es també m sã o
mais só lidas.
Entre os projectos econó micos de
interesse comum que está previsto
lançar em ambos os paı́ses contam-se
vá rios nos campos da pesca, incluindo
piscicultura, da agricultura e da
pecuá ria (bovinicultura e suinicultura).
Está igualmente prevista a
contruçã o/melhoramento de
infraestruturas de interesse econó mico
e social – estradas, pontes, etc.
O inanciamento dos projectos provirá
em larga escala da futura exploraçã o
conjunta de petró leo no offshore da
fronteira marı́tima dos dois paı́ses. De
acordo com a soluçã o encontrada para o
litı́gio até recentemente mantido entre
os dois paı́ses no que toca à repartiçã o
de rendimentos, o Senegal icará com
85% dos lucros e a Guiné com 15% ;
numa faixa de inida como tampã o
repartiçã o será de 50% . Uma
companhia petrolı́fera nó rdica, Svenska ,
estima as respectivas reservas em
1.000 milhões de barris.
Os trabalhos recentes de prospecçã o na
Zona de Gestã o Comum entre os dois
paı́ses permitiram identi icar 12
perfuraçõ es com interesse econó mico
(AM 1292).ç

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A Fechar
SUMARIO


Moçambique: FRELIMO Resiste a Força
|| UE/África - Na sequê ncia de Regional em Cabo Delgado (1-3)
anteriores previsõ es de impossibilidade
Moçambique: Afungi Murada (4)
de realizaçã o da Cimeira União
Europeia-África no inal de 2020 e de Angola: Lourenço Desaponta Americanos (5-7)
assinatura do novo acordo-quadro de
Angola: Isaac Dos Anjos, Novo Embaraço de
cooperaçã o (“Aliança”) UE-Africa Lourenço (8)
durante a Presidê ncia Portuguesa da
Guiné-Bissau: Crise no Sector do Caju
UE, no primeiro semestre de 2021 (AM Pressiona Reformas (9,10)
1166), ambas as iniciativas foram
Guiné-Bissau: Petróleo Permite Estreitar de
adiadas `sine die´ (AM Flash 87), devido Laços Entre Bissau e Dacar (11)
sobretudo a restriçõ es de deslocaçã o e
outras relacionadas com a pandemia de
Covid-19 (AM 1248). A situaçã o forçou o FICHA TECNICA
prolongamento até 30.SET da validade Propriedade e Edição - M onitorius Lda.
do Acordo de Cotonou , que será Registo ERC 124606
substituı́do pela nova Aliança UE-Africa, Director - Paulo Guilherme
Endereço/ Redacção - C onsiglieri Park,
admitindo fontes diplomá ticas em Estrada Consiglieri Pedroso 71, Edi ício D/
Bruxelas que a Cimeira tenha lugar em Queluz de Baixo - 2730-055 Barcarena -
inal de SET.
ou OUT. A con irmaçã o irá Portugal
E-mail - g
eral@africamonitor.net
depender da evoluçã o da pandemia na
Tel./ WhatsApp - + 351 936 307 183
UE - que se prevê nessa altura estar
mais controlada graças a uma ESTATUTO EDITORIAL
aceleraçã o da vacinaçã o. A assinatura
da “Aliança” depende da ultrapassagem
de divergê ncias persistentes na
conclusã o do acordo - entre as
delegaçõ es europeia e africana, mas
també m entre Estados-Membros da UE
- relacionadas com os Direitos Humanos
e Estado de Direito, alé m das migraçõ es
e da resposta à pandemia de Covid-19.
O acordo-quadro é estimado pelas
fontes consultadas como fechado em
mais de 90% dos pontos, mas com
divergê ncias polı́ticas persistentes.

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