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O Centro Acadêmico Hugo Simas, como representante legítimo dos estudantes desta casa,
deve ser gerido com responsabilidade e probidade. Por isso, seu conselho administrativo deve
ser fiscalizado com rigor pelo corpo discente de maneira neutra, independente e democrática,
garantindo que seus rumos sejam escolhidos em conformidade com o verdadeiro e amplo
interesse estudantil. Sendo assim, candidato-me ao cargo de ouvidora para receber críticas,
reclamações e sugestões da comunidade acadêmica sobre a atuação do CAHS e para
manifestar-me abertamente em seus meios de comunicação (em conformidade com o art. 53
do Estatuto), intermediando a comunicação entre estudantes e gestão de forma a
salvaguardar a demanda discente e fiscalizar o devido cumprimento dos respectivos
interesses.
Turno: 1º Noturno
Como disse certa socióloga, "Todas as origens são secretas". Difícil tarefa a de
encontrar os recôndidos meandros que presidem ao advento do fenômeno. Imprescindível, no
entanto, observar a formação desse fato.
A ouvidoria é, antes de mais nada, um gesto de amor. Uma ponte, dir-se-ia, ligando
poder à população. Incumbindo-se da tarefa de atenuar as disparidades entre aqueles que
exercem o poder e aqueles que o acatam. O ouvidor, ao tramitar entre ambas esferas sociais,
percorre essa ponte de dual sentido em busca do funcionamento ótimo da instituição. É
indispensável, portanto, o comprometimento de ouvidor com a imparcialidade de suas
subjetividades pessoais(crenças e preferências) em nome de um todo que ele representa e,
ainda mais importante, o amor pela causa, por aqueles que representa e pela sua necessária
função; sendo esse sentimento a engrenagem máxima para o bom exercício do ouvidor.
Tudo aquilo que convenciona-se chamar de altruísmo é posto em crise pela filosofia.
Não obstante, a origem do desejo de candidatar-me a tal vaga, em muito, surge de
características pessoais. Há de recordar-se o que disse o professor de filosofia e presidente
do Instituto Brasileiro de Filosofia, Tarcisio M. Padilha: "Ora, o relacionamento entre o 'eu' e o
'tu' é condição indispensável à própria afirmação existencial do 'eu', pelo que o 'eu' só se
aprimora em contato com o 'tu'.". Busco através da atividade de ouvidor aprimorar-me, ao
passo que posso aprimorar a realidade acadêmica. Atentar para as necessidades e desejos
dos acadêmicos. Priorizar a atividade intelectual, cultural e social que deve ser oferecida pela
universidade. Situar-me nos debates e interesses dos acadêmicos, bem como nos do CAHS.
Prezando sempre pelo bom senso, pela unidade, e pelo bem comum.
Pablo Neruda