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Comandos Elétricos
Comandos Elétricos
COMANDOS ELÉTRICOS I
2016
1. MÁQUINAS DE INDUÇÃO
1.1 Introdução
A maioria dos motores elétricos monofásicos ou trifásicos encontrados na indústria são do tipo
assíncronos. São motores muito populares por possuírem ótima qualidade, custo reduzido,
construção simples, vida útil longa, facilidade de manobra e manutenção, facilidade de montagem,
não possuem comutador e nem problemas de escovas, porta escovas, plano neutro, etc. O rotor é
quase indestrutível. O estator é bastante simples e livre de centelhamento durante o funcionamento
e com a possibilidade de suportar grandes sobrecargas. São chamados de motores de indução por
não possuírem ligações elétricas entre o rotor e o estator. As correntes rotóricas são geradas por
indução eletromagnética.
Possui uma elevada corrente de partida. A corrente necessária para a partida à plena carga de
um motor assíncrono (acima de 5 cv aproximadamente) provoca uma queda de tensão indesejável
no sistema, às vezes superior ao máximo admissível. É necessário recorrer a métodos de partida
com tensão reduzida.
Estator ou Indutor: É parte estacionária do motor e consiste em três itens: caraça, núcleo e
enrolamentos.
Carcaça : É a estrutura suporte do estator que protege as partes internas do motor. É provido de pés
que servem para a sustentação da mesma.
Rotor ou induzido: O rotor ou induzido é o elemento girante do motor. Consiste em três partes
principais:
Núcleo: É a parte ferromagnética do circuito magnético localizado no rotor.
Eixo: É a parte de sustentação do rotor. É feito de material em forma compacta.
Enrolamento: É introduzido nas ranhuras longitudinais em torno da circunferência do núcleo.
Toda bobina quando percorrida por uma corrente produz um campo magnético cuja fmm é
dada por . A fmm produzida pelas correntes trifásicas é dada então por:
Se as três bobinas estiverem orientadas segundo um eixo comum a força resultante será nula
. Como as três bobinas estão defasadas no espaço de 120°, adotando-se a
bobina percorrida por i (t) a (aa´) na referência tem-se:
1.8 Escorregamento
ns n
S (%) .100
ns
Para um dado escorregamento S(%), a velocidade do motor será, portanto
S (%)
n(rpm) ns (1 )
100
ns : velocidade síncrona do campo girante (rpm)
n: velocidade do rotor (rpm)
S: Escorregamento do motor
Os princípios básicos dos motores monofásicos são similares aos dos motores de indução
trifásicos já apresentados. Como só existem duas fases ou uma fase e um neutro, várias técnicas são
utilizadas para produzir o campo magnético girante necessário para a partida dos motores de
indução monofásicos. Este texto apresenta algumas delas e mostra também que uma vez que o rotor
de um motor de indução monofásico começa a girar, acionado pelo campo girante, continuará a
funcionar com a alimentação monofásica.
1.9 Motores de Indução Monofásicos
1.9.4 Motor monofásico com capacitor de dois valores (Capacitor Start and Run)
O motor monofásico com dois terminais é destinado apenas a um valor de tensão, e não pode
ser adaptado a diferentes valores de tensão. Assim, a tensão aplicada na placa deve ser igual à
tensão da rede de alimentação. Outro inconveniente é o fato de não ser possível a inversão do seu
sentido de rotação, pois ele tem somente dois terminais em que são ligados os condutores de fase
(L) e neutro (N). A inversão dos cabos de alimentação fase e neutro não provoca a inversão do
sentido de giro.
No motor monofásico com quatro terminais o enrolamento é dividido em duas partes iguais.
Torna-se possível a instalação do motor a dois valores de tensão, que são chamados de tensão maior
e tensão menor. O valor de tensão maior é sempre igual a duas vezes o valor de tensão menor,
sendo que os valores mais utilizados são 220V para o de maior tensão e 110V para o de menor
tensão. Não é possível inverter o sentido de rotação desse motor. Pelo diagrama a seguir, os
terminais 1 e 2 são conectados a uma metade e os terminais 3 e 4 à segunda metade do enrolamento.
As duas partes do enrolamento devem ser ligadas em série se a tensão de alimentação for de 220V.
Se a tensão de alimentação for 110V, as duas partes do enrolamento devem ser ligadas em paralelo,
como mostra a figura ao lado.
Com esse tipo de motor podemos efetuar a ligação em dois tipos de tensão de alimentação
diferentes. Além disso, pode-se inverter o sentido de giro desse motor. É necessário ressaltar que
não é possível fazer a inversão com o motor em movimento. Deve-se desligá-lo para que possa ser
dada a partida em outra direção. O enrolamento principal é representado por duas bobinas, sendo os
seus inícios os números 1 e 3 e os seus finais 2 e 4 respectivamente. O enrolamento auxiliar é
representado pelos bornes numerados com início da bobina em 5 e final em 6, conforme Figura 3.
Os terminais 1 até 4 são conectados às duas metades do enrolamento, como nos motores de
quatro terminais. Os terminais 5 e 6 estão ligados à parte e têm como função a inversão do sentido
de rotação, bastando inverter a ligação dos terminais 5 e 6.
A ligação do motor a maior tensão (220 V) é feita como no motor de quatro terminais. Nesse
enrolamento estão um capacitor e uma chave centrífuga, responsável pelo desligamento desse
enrolamento quando o motor atingir 75% de sua velocidade nominal.
A Figura 4 mostra o esquema de ligação para a tensão maior. Para inverter o sentido de
rotação, basta trocar as conexões dos terminais 5 e 6.
A Figura 5 seguinte mostra a ligação na menor tensão (110V). Como no caso da maior
tensão, para inverter a rotação, basta trocar a ligação dos terminais 5 e 6.
Figura 11: Representação das bobinas de um motor de indução trifásico com nove terminais.
Motor com 12 terminais permite que sua alimentação seja realizada com até quatro níveis
de tensão. Isso tudo depende da maneira com a qual iremos realizar a interligação de seus terminais
na caixa de ligação, ou seja, depende da forma como será realizado seu fechamento das bobinas.
A seguir, são apresentadas as ligações adequadas deste motor, tomando como exemplo, um
motor trifásico que possa ser ligado em: 220/380/440/760V
Note que a tensão sob cada bobina é de 220V (tensão que o enrolamento suporta). Lembre-
se ainda que, elementos em paralelo apresentam a mesma tensão entre seus terminais.
Ao se deparar com um motor sem identificação dos seus terminais, não se pode ligar as bobinas
aleatoriamente, correndo o risco de danificar o motor. Assim, devem-se fazer testes de continuidade
para identificar as bobinas e polaridade para ligá-las.
Motor de indução monofásico: os motores monofásicos de fase auxiliar são normalmente os mais
utilizados na prática. A Figura 20 ilustra as bobinas deste tipo de motor, e a seguir será descrito
como identificar as bobinas do mesmo.
O enrolamento principal é representada por duas bobinas, sendo os seus inícios os números
1 e 3 e os seus finais 2 e 4 respectivamente. O enrolamento auxiliar é representado pelos bornes
numerados com início da bobina em 5 e final em 6. Nesse enrolamento estão um capacitor e uma
chave centrífuga, responsável pelo desligamento deste enrolamento quando o motor atingir 75% de
sua velocidade nominal.
Para determinarmos os enrolamentos do motor monofásico, primeiramente com auxilio de
um ohmímetro, deve-se medir o valor de resistência de cada uma das bobinas. A bobina que
apresentar o maior valor de resistência será a auxiliar e as outras duas serão as principais.
O próximo passo é a polarização das bobinas principais em que se devem ligar as duas
boinas em série e aplicar a tensão nominal delas na associação e medir a corrente, como mostra a
Figura 21. Inverte-se uma das bobinas e mede-se a corrente novamente, como indica a Figura 22.
Deve-se aplicar os números 1, 2, 3 e 4 respectivamente, à ligação das bobinas que apresentar ao
menor corrente.
Primeiramente é preciso fazer um teste de continuidade, ligando uma das pontas do ohmímetro
a um dos terminais do motor e testar nos outros terminais até encontrar a continuidade. Com isso,
define-se a primeira bobina como 1 e 4, repetindo os procedimentos com os números 2 e 5 para a
segunda bobina e 3 e 6 para a terceira bobina, conforme a Figura 24.
Figura 24: Identificação das bobinas do motor trifásico.
Se a lâmpada ligada nos terminais da bobina 3 acender, a bobina 1 está com a polaridade
invertida. Nesse caso, deve-se trocar 1 por 4. Se a lâmpada permanecer apagada, as bobinas 1 e 2
estão polarizadas corretamente.
Agora, deve-se verificar a polaridade da bobina 3. É preciso interligar as bobinas 2 e 3 em
série com a fonte de 220V e ligar uma lâmpada na bobina 1 (terminais 1 e 4). A Figura 26 exibe
essas ligações.
Cada tipo de motor possui características próprias, por este motivo, estudaremos as
informações da placa de identificação de motores elétricos. Esta placa é fixada pelo fabricante em
local visível, segundo a norma NBR 15626 e apresenta os requisitos básicos a serem atendidos
pelos motores de indução.
Dessa forma, para fazer a instalação adequada de um motor elétrico, é imprescindível que o
instalador saiba interpretar os dados da placa de identificação.
A Figura 27 apresenta uma placa de um motor de indução. Na parte superior desta placa de
dados estão as informações referentes a marca do fabricante do motor e modelo. As outras informações
são descritas a seguir com maiores detalhes.
2º ALGARISMO
0 Sem Proteção
1 Pingos de água na vertical
2 Pingos de água até a inclinação 15º com a vertical
3 Água de chuva até a inclinação de 60º com a vertical
4 Respingos de todas as direções
5 Jatos d’água de todas as direções
6 Água de vagalhões
7 Imersão temporária
8 Imersão permanente
(10) – Corrente de partida: número de vezes que a corrente de partida será maior que a corrente
nominal.
(11) – Correntes nominais do motor: esta informação informa a corrente nominal do motor a
plena carga.
(12) – Tipos de conexão dos enrolamentos: A grande maioria dos motores é fornecida com
diferentes tipos de ligação, de modo a poderem funcionar em redes de pelo menos duas tensões
diferentes. Os principais tipos de ligação de cada motor, para funcionamento em mais de uma
tensão, são normalmente descritos na placa de identificação do mesmo.
(13) – Tipo de lubrificante: esta informação indica o tipo de lubrificante usado no rotor do motor.
(14) – Fator de Potência: O fator de potência é indicado por cos ϕ, onde ϕ é o ângulo de
defasagem da tensão em relação à corrente. É a relação entre a potência ativa (P) e a potência
aparente (S) do sistema. Um motor não consome apenas potência ativa que é depois convertida em
trabalho mecânico e calor (perdas), mas também potência reativa, necessária para magnetização, mas
que não produz trabalho.
fp cos
P
fp
S
Onde:
P: Potência ativa (W)
S: Potencia aparente(VA)
S V .I
P V .I .cos
Q V .I .sen
(15) – Rendimento: A energia elétrica absorvida da rede por um motor elétrico é transformada em
energia mecânica disponível no eixo. A potência ativa fornecida pela rede não será cedida na
totalidade como sendo potência mecânica no eixo do motor. A potência cedida sofre uma
diminuição relativa as perdas que ocorrem no motor. O rendimento define a eficiência desta
transformação sendo expresso por um número (<1) ou em percentagem.
Exemplo: Qual é a potência fornecida por um motor trifásico, com rendimento de 90%, que recebe
uma potência de 15,5 kW?
P = 15,5 kW x 0,90
P = 13,95 kW
(16) – Tipos de rolamentos: esta informação indica o tipo de rolamento usado no rotor do motor.
(17) - Regime de serviço: Cada tipo de máquina exige uma condição de carga diferente do motor.
Um ventilador ou uma bomba centrífuga, por exemplo, solicita carga contínua, enquanto um
guindaste ou uma ponte rolante solicita carga alternada. O regime de serviço define a regularidade
da carga a que o motor é submetido.
A escolha do tipo do motor deve ser feita pelo fabricante da máquina a ser acionada, comprando o
motor mais adequado a seu caso. Quando os regimes padrões não se enquadram exatamente com o
perfil da máquina, deve escolher um motor para condições no mínimo mais exigentes que a
necessária. Os regimes padronizados estão definidos a seguir:
Regime contínuo (S1)
Regime de tempo limitado (S2)
Regime intermitente periódico (S3)
Regime intermitente periódico com partidas (S4)
Regime intermitente periódico com frenagem elétrica (S5)
Regime contínuo com carga intermitente (S6)
Regime contínuo com frenagem elétrica (S7)
Regime contínuo com mudança periódica na relação carga/velocidade de rotação (S8)
Regime com variações não periódicas de carga e de velocidade (S9)
Regime com cargas constantes distintas (S10)
Regime especiais.
Nas placas dos motores consta seu tipo de regime (S1, S2, S3, S4, S5, S6, S7,.., S10). Alguns
regimes são acompanhados de dados suplementares (Exemplo: S2 60 minutos).
(18) - Tensões nominais do motor: A tensão de funcionamento na grande maioria dos motores
elétricos são fornecidos com os terminais religáveis, de modo que possam funcionar ao menos em
dois tipos de tensões. No caso da placa da Figura 27, pode funcionar em 220 volts, 380 volts e 440
volts.
(19) - Classe de isolamento: é a determinação da temperatura máxima de trabalho, que o motor
pode suportar continuamente sem ter prejuízos em sua vida útil. A classe de cada motor é em
função de suas características construtivas. As classes de isolamento padronizadas para máquinas
elétricas são:
CLASSE A - 105°C
CLASSE B - 130°C
CLASSE E - 120°C
CLASSE F - 155°C
CLASSE H - 180°C.
(20) - Fator de serviço: Chama-se fator se serviço o fator que, aplicado com a potência nominal,
indica a carga permissível que pode ser aplicada continuadamente ao motor sob condições
específicas, ou seja, uma reserva de potência que dá ao motor uma capacidade de suportar melhor o
funcionamento em condições desfavoráveis. A utilização do fator de serviço implica numa vida útil
inferior aquela do motor com carga nominal. Onde o fator de serviço não deve ser confundido com
a capacidade de sobrecarga momentânea que o motor pode suportar.
Exemplo: Motor de 8,7 A e FS 1,15:
Corrente máxima admissível = 8,7 A x 1,15 = 10,005 A
(21) – Potência do motor: informar a potencia nominal deste motor, normalmente em cv ou hp.
Convertendo CV e HP para Watts, temos que:
1 cv = 735,5 W
1 hp = 745,7 W
2. COMANDOS ELÉTRICOS
3.1 Contator
Chave de operação não manual, eletromagnética, que tem uma única posição de repouso e é
capaz de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais do circuito, inclusive
sobrecargas no funcionamento.
Os principais elementos construtivos de um contator são:
Contatos;
Núcleo;
Bobina;
Molas;
Carcaça.
Contato principal: É aquele componente de ligação que, em estado fechado, conduz a corrente do
circuito principal. Os contatos principais de um contator são dimensionados com o objetivo
principal de estabelecer e interromper correntes de motores, podendo ainda, acionar cargas
resistivas, capacitivas e outras.
Contatos auxiliares: São dimensionados para a comutação de circuitos auxiliares para comando,
sinalização e intertravamento elétrico, entre outras aplicações.
O formato dos contatos auxiliares está de acordo com a função: normalmente aberto (NA)
ou normalmente fechado (NF), podendo ser ainda adiantados ou retardados, dependendo da linha e
modelo do contator utilizado.
Sistema de Acionamento
O acionamento dos contatores WEG pode ser realizado com corrente alternada (CA) ou
contínua (CC), por serem dotados de sistemas específicos (bobina, núcleo) para cada tipo de
corrente.
Acionamento CA
O campo magnético é produzido através da bobina, atraindo a parte móvel dos contatos,
fazendo assim a movimentação dos contatos principais e auxiliares.
Para este sistema de acionamento, existem os anéis de curto-circuito, que situam-se sobre o
núcleo fixo do contator e evitam o ruído devido à passagem da corrente alternada por zero.
Um entreferro reduz a remanência após a interrupção da tensão de comando e evita o
“colamento” do núcleo. Após a desenergização da bobina de acionamento, o retorno dos contatos
principais (bem como dos auxiliares) para a posição original de repouso, é garantido através de
molas (de compressão).
3.1.1 Utilização do contator
Os terminais 1L1, 3L2 e 5L3 voltam-se para a rede (fonte) e os terminais 2T1, 4T2 e 6T3
para a carga.
Terminais de contatos auxiliares: Os terminais dos circuitos auxiliares devem ser marcados
ou identificados nos diagramas, através de figura com dois números, a saber:
- a unidade representa a função do contato;
- a dezena representa a seqüência de numeração.
O exemplo abaixo ilustra este sistema de marcação:
Os traços antes dos números indicam a seqüência. Os números de função 5,6 são próprios de
contatos NF retardados na abertura, enquanto os números de função 7,8 são próprios de contatos
NA adiantados no fechamento.
5
Contato normalmente fechado, atrasado na abertura.
6
7
Contato normalmente aberto, adiantado no fechamento.
8
São os elementos mais tradicionais para proteção contra curto-circuito de sistemas elétricos.
Sua operação é baseada na fusão do “elemento fusível”, contido no seu interior. O “elemento
fusível” é um condutor de pequena seção transversal, que sofre, devido a sua alta resistência, um
aquecimento maior que o dos outros condutores, à passagem da corrente.
O “elemento fusível” é um fio ou uma lâmina, geralmente, prata, estanho, chumbo ou liga,
colocado no interior de um corpo, em geral de porcelana, hermeticamente fechado. Possuem um
indicador, que permite verificar se operou ou não; ele é um fio ligado em paralelo com o elemento
fusível e que libera uma mola que atua sobre uma plaqueta ou botão, ou mesmo um parafuso, preso
na tampa do corpo. Os fusíveis contém em seu interior, envolvendo por completo o elemento,
material granulado extintor; para isso utiliza-se, em geral, areia de quartzo de granulometria
conveniente. A figura abaixo mostra a composição de um fusível (no caso mais geral).
O elemento fusível pode ter diversas formas. Em função da corrente nominal do fusível, ele
compõe-se de um ou mais fios ou lâminas em paralelo, com trecho(s) de seção reduzida. Nele existe
ainda um ponto de solda, cuja temperatura de fusão é bem menor que a do elemento e que atua por
sobrecargas de longa duração.
Os fusíveis Diazed são construídos com corpo cilíndrico como se pode ver na foto abaixo.
3.2.5 Classificação
Os fusíveis podem ser classificados de acordo com diversos critérios. Destes critérios os mais
usados são:
a) Tensão de alimentação: alta tensão ou baixa tensão;
b) Características de interrupção: ultra-rápidos ou retardados.
Os fusíveis usados na proteção de circuitos de motores são da classe funcional (gL),
indicando que são fusíveis com função de “proteção geral”. A característica de interrupção destes
fusíveis é de efeito retardado (gG), pois os motores (cargas indutivas) no instante de partida,
solicitam uma corrente diversas vezes superior à nominal e que deve ser “tolerada”.
Caso fossem utilizados fusíveis com características de interrupção “ultra-rápida” estes
fundiriam (queimariam), em função da corrente de partida do motor, o que não estaria de acordo
com a função do fusível, pois a corrente de partida não representa nenhuma condição anormal.
c) Forma construtiva dos Fusíveis retardados:
Classificam-se basicamente em fusíveis tipo “D” e do tipo “NH”.
Os fusíveis do tipo “D” (Diametral ou Diazed) são recomendados para uso tanto residencial
quanto industrial. São produzidos para correntes normalizadas de 2 a 63A, capacidade de ruptura de
50kA e tensão máxima de 500V.
Os fusíveis do tipo “NH” (alta capacidade, baixa tensão) são recomendados para uso
industrial e devem ser manuseados apenas por pessoal qualificado. São fabricados para correntes
normalizadas de 4 a 630A, capacidade de ruptura de 120kA e tensão máxima de 500V.
Na prática (por questões econômicas), costuma-se utilizar fusíveis do tipo “D” até 63A e
acima deste valor fusíveis do tipo “NH”.
3.3 BOTÕES DE COMANDO
Esses botões são acoplados a painéis ou caixas que protegem seus contatos e mecanismos de
choques mecânicos, somente o elemento acionador fica exposto. Quanto a forma de acionamento do
botão, temos dois tipos de botões de comando: de impulso e com retenção. O botão de impulso,
muda a posição de seus contatos no momento do acionamento, porém ao ser desacionado, seus
contatos voltam a posição de origem. Enquanto que os botões de retenção mantêm o contato na
nova posição e para voltar a posição de origem é necessário um novo acionamento no sentido
contrário.
A seguir são apresentados a simbologia dos botões de impulso e com retenção.
O acionamento desses botões pode ocorrer de várias formas; pulsador simples, pulsador tipo
cogumelo, comutador simples e comutador por chave. Segue as fotos desses tipos de acionamentos.
Quanto aos elementos de contatos, são possíveis uma série de combinações, de acordo com
cada fabricante. Segue abaixo as combinações mais comuns de contatos.
3.4 CHAVES FIM-DE-CURSO
Quanto aos elementos de contatos, são possíveis algumas combinações de acordo com o
fabricante. Um bloco de contato é apresentado na foto abaixo.
A norma define as cores e as condições que o sinalizador está alertando. A tabela a seguir
ilustra essa descrição.
3.6 DISJUNTOR
3.7 DISJUNTOR-MOTOR
Disparadores
Magnético - Através do disparador magnético, os disjuntores-motores oferecem proteção
contra curto-circuito da instalação e do motor, com disparo fixo em 13 vezes a máxima corrente da
faixa de ajuste do disjuntor-motor.
Térmico - O disparador térmico é ajustável e responsável pela proteção contra sobrecarga e
sensibilidade contra a falta de fase da instalação.
3.8.1 Termostatos
Para temperaturas acima da classe de isolamento do motor, o PTC através de sua variação
brusca de resistência, sensibiliza o relé que desliga a bobina do contator, protegendo assim o motor.
O religamento do motor será possível tão logo o enrolamento volte à temperatura normal.
Esta temperatura está 5ºC abaixo da temperatura nominal de atuação.
Podem ser ligados vários PTC em série, de modo que a soma de suas resistências a frio não
ultrapasse 550 (aproximadamente 6 PTC’s).
Caso seja desejável um comando de alarme antes que o motor atinja a temperatura limite,
deve-se utilizar dois protetores por fase. O primeiro deles dimensionado para a temperatura de
alarme, que deve ser abaixo da classe de isolação do motor. O segundo deverá ser dimensionado
para atuar quando a temperatura alcançar o valor máximo permitido pela classe de isolamento do
motor.
Quando a corrente que está circulando é a nominal do motor, a curvatura dos bimetais
ocorre, mas não é suficiente para o desarme.
No caso de uma sobrecarga, os bimetais apresentarão uma curvatura maior. Com isso
ocorrerá o deslocamento da alavanca de desarme. Este deslocamento é transferido ao circuito
auxiliar, provocando, mecanicamente, o desarme do mesmo. A temperatura ambiente não afeta a
atuação do relé, pois o bimetal de compensação sofrerá o mesmo deslocamento, mantendo assim a
relação inicialmente definida.
O relé permite que seu ponto de atuação, ou seja, a curvatura das lâminas, e o conseqüente
desligamento, possa ser ajustado manualmente. Isto possibilita ajustar o valor de corrente que
provocará a atuação do relé.
3.9.1 Terminais do relé de sobrecarga
Os terminais do circuito principal dos relés de sobrecarga são marcados da mesma forma
que os terminais de potência dos contatores.
Os relés tripolares também podem ser utilizados para proteção de cargas monofásicas e
bifásicas, ligando-os como se estivessem carregados para carga trifásica:
Os terminais dos circuitos auxiliares do relé são marcados da mesma forma que os de
contatores, com funções específicas, conforme exemplos a seguir.
O número de seqüência deve ser o 9 e, se uma segunda seqüência existir, será identificada
com o zero.
3.9.2 Tecla multifunção
Eletrônico
O relé comuta seus contatos de saída, após transcorrido o tempo selecionado na escala,
sendo o início da temporização dado quando da energização dos terminais de alimentação A1 e A2.
Pode possuir um ou dois contatos reversores.
Bloco temporizador pneumático
Usado diretamente na parte frontal dos contatores. Funciona como temporizador com retardo
na energização e desenergização, possuindo uma faixa de ajuste de 0,1 a 30 segundos. Tem a
possibilidade de combinação com blocos de contatos auxiliares frontais e laterais.
3.10.2 Relés de tempo com retardo na desenergização
Diferencia-se do anterior pela existência dos terminais de acesso ao comando de pulso (1,2);
comando este executado por contatos externos ao relé (contatos auxiliares de contatores, botões
pulsadores, etc.) que cumprem função de ponte entre dois pontos do circuito eletrônico. É
importante salientar que por se tratarem de bornes de acesso ao circuito eletrônico, os terminais 1
e 2 jamais poderão receber qualquer sinal externo de tensão, sob o risco de se danificar. Os
terminais A1 e A2 devem ficar energizados durante todo o ciclo de funcionamento do relé. São
utilizados em sequenciamento de comando e interrupção e painéis de comando.
Funcionamento
Quando fechado o contato que executa a conexão entre os bornes 1 e 2, os contatos de saída
comutam e somente após a abertura do contato que mantém a conexão entre os bornes 1 e 2 é que
inicia a temporização, sendo que após transcorrida a mesma, os contatos de saída retornam a
posição de repouso.
Devido ao seu baixo custo e simplicidade de aplicação, é o elemento ideal para monitoração
e controle de seqüência de fase em sistemas trifásicos, com uso na proteção de motores trifásicos,
painéis de comando, acionamento CA, detectando qualquer inversão na seqüência de fases R, S , T.
No caso de inversão de fases, o contato de saída não comuta, bloqueando desta forma
comando do sistema no qual se encontra inserido.
3.13 RELÉ DE PROTEÇÃO PTC
Este relé é utilizado para proteção térmica de motores que utilizam sondas tipo PTC como
sensor, podendo ser aplicado também com outros sensores que tenham variação de resistência maior
que 3500, levando o contato de saída a abrir, e só ocorre o retorno à operação quando o valor
resistivo do PTC diminuir para cerca de 2300.
Chave de partida direta é o método mais simples, em que não são empregados dispositivos
especiais de acionamento. A chave de comando direto existe em grande número de modelos e
diversas capacidades de corrente, onde as principais são:
chave tipo faca;
interruptor simples;
chave rotativa tipo tambor;
chave simples para montagem em quadros, o contactor.
Os motores somente podem partir diretamente desde que sejam satisfeitas as seguintes
condições:
a corrente nominal da rede é tão elevada que a corrente de partida do motor não é
relevante;
a corrente de partida do motor é de baixo valor porque sua potência é pequena;
a partida do motor é feita sem ou com mínima carga, o que reduz a corrente de partida.
Desvantagens:
A chave só pode ser aplicada em motores com no mínimo seis terminais acessíveis;
A tensão de linha da rede deve coincidir com a tensão da ligação triângulo do motor;
Reduzindo a corrente de partida em 1/3 reduz-se também o momento de partida em 1/3;
Se o motor não atingir 90% da velocidade nominal no momento da troca de ligação, o pico
de corrente na comutação será quase como se fosse uma partida direta.
Vantagens:
A comutação da derivação de tensão reduzida para a tensão de suprimento não acarreta
elevação da corrente, já que o autotransformador comporta-se, neste instante,
semelhantemente a uma reatância que impede o crescimento da mesma;
Variação gradativa dos taps e níveis de tensão.
Desvantagens:
Custo elevado em relação a chave Y- devido ao autotransformador;
Volumosa;
Pesada.
Este sistema permite o motor partir com tensão reduzida em suas bobinas, proporcionando uma
redução de corrente para 25% do seu valor para partida direta. Ela é apropriada para cargas com
partida necessariamente em vazio, pois o conjugado de partida fica reduzido a 1/4 de seu valor para
tensão nominal. Este tipo de chave de partida necessita que o motor utilizado tenha no mínimo 9
terminais e opere em 4 valores de tensões. A partida do motor é feita com as bobinas conectadas
em série, fazendo com que tensão se divida entre elas. Depois que o motor atinge rotação nominal,
faz-se a troca das ligações para paralelo, recebendo, assim, cada bobina a tensão total. Divide-se em
dois tipos:
série-paralelo triângulo (onde o triângulo é para partida em 440V e o triângulo paralelo para
rotação nominal a 220V), aplicável às redes de 220 V,
série-paralelo estrela (onde o estrela é para partida em 760V e o estrela paralela é para
rotação nominal a 380V), para redes de 380 V.
Chave de partida própria para motor com a execução dos enrolamentos em 220/380/440/660
ou 220/440, onde a tensão da rede, nesta especificação, deve ser necessariamente 220 V. Na partida
executa-se a ligação triângulo série (D), apto a receber 440 V e aplica-se a tensão de 220 V. Após a
partida o motor deve ser ligado em triângulo paralelo (DD) assim as bobinas passam a receber
tensão nominal de 220 V.
4.4.2 Estrela série-paralelo (Y-YY)
Chave de partida própria para motor com execução dos enrolamentos em 220/380/440/760
ou 380/760, onde a tensão da rede, nesta especificação, deve ser necessariamente 380 volts. Na
partida executa-se a ligação estrela série, apto a receber 760 volts e aplica-se tensão de estrela-
paralelo 380 volts. Após a partida o motor deve ser ligado em estrela paralelo (YY), assim as
bobinas passam a receber a tensão nominal. Os desenhos a seguir mostram os dois momentos de
funcionamento deste sistema:
5. AULAS PRÁTICAS - CIRCUITOS FUNCIONAIS DE COMANDO
Obs.: O retorno para a contatora após o relé é em função da vida útil da contatora.
5.3 Chave de partida de um motor trifásico, com reversão manual rápida.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA
5.6 Chave de partida de um motor trifásico, com comando de reversão instantânea por chave fim
de curso.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA
Obs.: As chaves fim de curso servem para fazer a reversão instantânea do sentido de rotação do
motor.
5.7 Chave de partida de um motor trifásico, com reversão automática rápida.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA
5.8 Chave de partida de dois motores trifásicos, com comando seqüencial manual lento.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA
5.9 Chave de partida de três motores trifásicos, com comando seqüencial manual lento.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA
5.10 Chave de partida de dois motores trifásicos, com comando seqüencial automático.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA
5.11 Chave de partida de três motores trifásicos, com comando seqüencial automático.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA
5.14 Chave de partida para um motor trifásico, com sistema compensador automático.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA
5.15 Chave de partida, motor trifásico, com sistema compensador automático, com reversão
manual rápida.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA
CIRCUITO DE COMANDO
CIRCUITO DE FORÇA
CIRCUITO DE COMANDO