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Apostila Didática

COMANDOS ELÉTRICOS I

Prof: Fernando Beltrame, Eng.

Santa Rosa, RS, Brasil

2016
1. MÁQUINAS DE INDUÇÃO

1.1 Introdução

Motor elétrico é a máquina destinada a transformar energia elétrica em energia mecânica. O


motor de indução é o mais usado de todos os tipos de motores, pois combina as vantagens da
utilização de energia elétrica - baixo custo, facilidade de transporte, limpeza e simplicidade de
comando - com sua construção simples, custo reduzido, grande versatilidade de adaptação às cargas
dos mais diversos tipos e melhores rendimentos. Os tipos mais comuns de motores elétricos são:
a) Motores de corrente contínua: São motores de custo mais elevado e, além disso, precisam de
uma fonte de corrente contínua, ou de um dispositivo que converta a corrente alternada comum em
contínua. Podem funcionar com velocidade ajustável entre amplos limites e se prestam a controles
de grande flexibilidade e precisão. Por isso seu uso é restrito a casos especiais em que estas
exigências compensam o custo muito mais alto da instalação.
b) Motores de corrente alternada: São os mais utilizados, porque a distribuição de energia
elétrica é feita normalmente em corrente alternada. Os principais tipos são:
Motor síncrono: Funciona com velocidade fixa, utilizado somente para grandes potências (devido
ao seu alto custo em tamanhos menores) ou quando se necessita de velocidade invariável.
Motor Assíncrono ou motor de indução: Funciona normalmente com uma velocidade constante,
que varia ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao eixo. Devido a sua grande simplicidade,
robustez e baixo custo é o motor mais utilizado de todos. Atualmente é possível controlarmos a
velocidade dos motores de indução com o auxílio de inversores de freqüência.
1.2 Principais Características das Máquinas de Indução

A maioria dos motores elétricos monofásicos ou trifásicos encontrados na indústria são do tipo
assíncronos. São motores muito populares por possuírem ótima qualidade, custo reduzido,
construção simples, vida útil longa, facilidade de manobra e manutenção, facilidade de montagem,
não possuem comutador e nem problemas de escovas, porta escovas, plano neutro, etc. O rotor é
quase indestrutível. O estator é bastante simples e livre de centelhamento durante o funcionamento
e com a possibilidade de suportar grandes sobrecargas. São chamados de motores de indução por
não possuírem ligações elétricas entre o rotor e o estator. As correntes rotóricas são geradas por
indução eletromagnética.

1.3 Desvantagem do motor de Indução

Possui uma elevada corrente de partida. A corrente necessária para a partida à plena carga de
um motor assíncrono (acima de 5 cv aproximadamente) provoca uma queda de tensão indesejável
no sistema, às vezes superior ao máximo admissível. É necessário recorrer a métodos de partida
com tensão reduzida.

1.4 Aplicação do motor de indução

Muito utilizado na indústria e na agricultura. Aplicações típicas da máquina de indução:


 Ventiladores industriais e domésticos.
 Bombas d´água,
 Moinhos,
 Britadores,
 Exaustores.
 Compressores, etc.
 Motores para atmosferas explosivas
 Industrias de mineração.
 Industrias de saneamento.
 Industrias de cimento.
 Industrias petroquímicas.
 Industrias do ramo siderúrgico.
 Industrias de açúcar e etanol.,
 Industrias de celulose e papel;
1.5 Estrutura dos Motores de Indução

Estator ou Indutor: É parte estacionária do motor e consiste em três itens: caraça, núcleo e
enrolamentos.
Carcaça : É a estrutura suporte do estator que protege as partes internas do motor. É provido de pés
que servem para a sustentação da mesma.

Núcleo: É parte ferromagnética do circuito magnético localizado no estator. O núcleo é formado


por um conjunto de chapas de ferro entre 0,15 à 0,25 milímetros de espessura. Possui ranhuras em
sua superfície cilíndrica interior no qual serão colocadas suas bobinas de campo.
Enrolamento: É feito de fio de cobre isolado e distribuído uniformemente em volta do estator. Sua
construção é simples. Seus pólos poderão ser 2, 4, 6 ou mais pólos dependendo do projeto da
máquina para a obtenção de uma determinada rotação desejada.

Rotor ou induzido: O rotor ou induzido é o elemento girante do motor. Consiste em três partes
principais:
Núcleo: É a parte ferromagnética do circuito magnético localizado no rotor.
Eixo: É a parte de sustentação do rotor. É feito de material em forma compacta.
Enrolamento: É introduzido nas ranhuras longitudinais em torno da circunferência do núcleo.

1.6 Princípio de Funcionamento

O principio do motor de indução poder ser ilustrado simplesmente usando o dispositivo da


figura abaixo. Um imã permanente é suspenso por um fio sobre um disco de alumínio ou cobre num
mancal de apoio sobre uma placa fixa de ferro. O campo do ímã permanente completa-se assim
através da placa de ferro. O pivô deve ter tão pouco atrito quanto possível e o ímã permanente deve
ter suficiente densidade de fluxo. Conforme o ímã gira no fio, o disco abaixo dele girará com ele,
independentemente do sentido de rotação do imã. O disco segue o movimento do ímã, devido às
correntes induzidas que aparecem devido ao movimento relativo do condutor (o disco) em relação
ao campo magnético. Pela lei de Lenz, o sentido da tensão induzida (e das conseqüentes correntes
parasitas) produz um campo que tende a opor-se à força, ou seja, ao movimento que produziu a
tensão induzida.
As correntes induzidas tendem a produzir um pólo S no disco num ponto situado sob o pólo
girante N do ímã, e um pólo N no disco sob o pólo girante S do ímã. Enquanto o ímã continua seu
movimento, portanto, continuará a produzir correntes parasitas e pólos de polaridades opostas no
disco sob ele. O disco, assim, gira no mesmo sentido que o imã, mas deve girar a uma velocidade
menor que a do ímã. Se o disco fosse acionado à mesma velocidade do imã, não haveria movimento
relativo entre o condutor e o campo magnético, e não se produziriam correntes parasitas no disco.
A velocidade do disco nunca pode ser igual à do imã. Se o fosse, a corrente induzida seria zero
e não se produziriam fluxo magnético nem torque. Assim ele deve “escorregar” em velocidade a
fim de que se produza torque. Isso resulta numa diferença de velocidades produzidas entre: a
velocidade síncrona do campo magnético girante, basicamente uma função da freqüência para
qualquer máquina de indução dada; e a velocidade de “escorregamento” na qual gira o disco como
resultado do torque produzido por interação entre seu campo e o campo magnético girante.

1.7 Princípio de funcionamento - campo girante

Um campo magnético girante está na base do princípio de funcionamento da máquina de


indução. Este campo é produzido da seguinte maneira: coloca-se nas ranhuras do estator um
conjunto de três bobinas independentes, defasadas de 120° no espaço, e faz-se circular por estas
bobinas correntes trifásicas defasadas de 120° no tempo. Estas correntes trifásicas, aplicadas às
bobinas do estator podem ser representadas por:

Toda bobina quando percorrida por uma corrente produz um campo magnético cuja fmm é
dada por . A fmm produzida pelas correntes trifásicas é dada então por:

Se as três bobinas estiverem orientadas segundo um eixo comum a força resultante será nula
. Como as três bobinas estão defasadas no espaço de 120°, adotando-se a
bobina percorrida por i (t) a (aa´) na referência tem-se:

Após o desenvolvimento trigonométrico tem-se:


Ou seja, a fmm total produzirá um campo magnético girante com velocidade e intensidade
constantes, com a velocidade dependendo das correntes aplicadas às bobinas. Na figura abaixo,
representamos esta soma gráfica para seis instantes sucessivos.

1.8 Escorregamento

Se o motor gira a uma velocidade diferente da velocidade síncrona, ou seja, diferente da


velocidade do campo girante, o enrolamento do rotor “corta” as linhas de força magnética do campo
e, pelas leis do eletromagnetismo, circularão nele correntes induzidas.
Quanto maior a carga, maior terá que ser o conjugado necessário para acioná-la. Para obter o
conjugado, terá que ser maior a diferença de velocidade para que as correntes induzidas e os
campos produzidos sejam maiores. Portanto, à medida que a carga aumenta cai a rotação do motor.
Quando a carga é zero (motor em vazio) o rotor girará praticamente com a rotação síncrona. A
diferença entre a velocidade do motor n e a velocidade síncrona ns chama-se escorregamento, que
pode ser expresso em rpm, como fração da velocidade síncrona, ou como porcentagem desta:

ns  n
S (%)  .100
ns
Para um dado escorregamento S(%), a velocidade do motor será, portanto

S (%)
n(rpm)  ns (1  )
100
ns : velocidade síncrona do campo girante (rpm)
n: velocidade do rotor (rpm)
S: Escorregamento do motor

Os princípios básicos dos motores monofásicos são similares aos dos motores de indução
trifásicos já apresentados. Como só existem duas fases ou uma fase e um neutro, várias técnicas são
utilizadas para produzir o campo magnético girante necessário para a partida dos motores de
indução monofásicos. Este texto apresenta algumas delas e mostra também que uma vez que o rotor
de um motor de indução monofásico começa a girar, acionado pelo campo girante, continuará a
funcionar com a alimentação monofásica.
1.9 Motores de Indução Monofásicos

1.9.1 Motor monofásico de fase auxiliar ou fase dividida (Split-Phase)

Motor de indução monofásico com um enrolamento principal conectado diretamente à rede


de alimentação e um enrolamento auxiliar defasado, geralmente, em 90º elétricos do enrolamento
principal. O enrolamento auxiliar está inserido no circuito de alimentação somente durante o
período de partida do motor e cria um deslocamento de fase que produz o conjugado necessário
para a rotação inicial e a aceleração. Quando o motor atinge uma rotação pré-definida, o
enrolamento auxiliar desconecta-se da rede através de uma chave que normalmente é acionada pela
força centrífuga. Como o enrolamento auxiliar é dimensionado para atuação somente na partida, seu
não desligamento provocará a sua queima. O ângulo de defasagem entre as correntes do
enrolamento principal e do enrolamento auxiliar é pequeno e, por isso, estes motores têm conjugado
de partida igual ou pouco superior ao nominal, o que limita a sua aplicação as potências fracionárias
e as cargas que exigem reduzido conjugado de partida, tais como máquinas de escritórios,
ventiladores e exaustores, pequenos polidores, compressores herméticos, bombas centrífugas, etc.

B.P.: Bobina Principal


B.A.: Bobina Auxiliar
C.C.: Conjunto Platinado e Centrífugo

1.9.2 Motor monofásico com capacitor de partida (Capacitor Start)

Motor de indução monofásico com um enrolamento principal conectado diretamente à rede


de alimentação e um enrolamento auxiliar defasado, geralmente, em 90º elétricos do enrolamento
principal e conectado em série com um capacitor. Tanto o enrolamento auxiliar quanto o capacitor
estarão inseridos no circuito de alimentação somente durante o período de partida do motor. O
capacitor permite um maior ângulo de defasagem entre as correntes dos enrolamentos principal e
auxiliar, proporcionando assim, elevados conjugados de partida. O circuito auxiliar desconecta-se
quando o motor atinge rotação pré-definida.
Neste intervalo de velocidade, o enrolamento principal sozinho desenvolve quase o mesmo
conjugado que os enrolamentos combinados. Para velocidades maiores, entre 80% e 90% da
velocidade síncrona, a curva de conjugado com os enrolamentos combinados cruza a curva de
conjugado do enrolamento principal de maneira que, para velocidades acima deste ponto, o motor
desenvolve maior conjugado com o circuito auxiliar desligado. Devido ao fato de o cruzamento das
curvas não ocorrer sempre no mesmo ponto, e ainda, a chave centrífuga não abrir exatamente na
mesma velocidade, é prática comum fazer com que a abertura aconteça, na média um pouco antes
do cruzamento das curvas. Após a desconexão do circuito auxiliar, o seu funcionamento é idêntico
ao do motor de fase dividida. Com o seu elevado conjugado de partida (entre 200% e 350% do
conjugado nominal), o motor de capacitor de partida pode ser utilizado em uma grande variedade de
aplicações (bombas, compressores, lavadoras de roupa, geladeiras industriais).

B.P. Bobina Principal


B.A. Bobina Auxiliar
C.C. Conjunto Platinado e Centrífugo
C.P. Capacitor de Partida

1.9.3 Motor monofásico com capacitor permanente (Permanent Split Capacitor)

Motor de indução monofásico com um enrolamento principal conectado diretamente à rede


de alimentação e um enrolamento auxiliar defasado, geralmente, em 90º elétricos do enrolamento
principal e conectado em série com um capacitor. Durante todo período de funcionamento do motor
o circuito auxiliar com o capacitor permanece conectado ao circuito de alimentação. O efeito deste
capacitor é o de criar condições de fluxo muito semelhante às encontradas nos motores polifásicos,
aumentando com isso, o conjugado máximo, o rendimento e o fator de potência, além de reduzir
sensivelmente o ruído. Construtivamente são menores e isentos de manutenção, pois não utilizam
contatos e partes móveis como os motores anteriores. Porém, seu conjugado de partida,
normalmente é inferior ao do motor de fase divida (50% a 100% do conjugado nominal), o que
limita sua aplicação a equipamentos que não requeiram elevado conjugado de partida. São
fabricados normalmente para potências de 1/50 à 3,0 cv.
B.P. Bobina Principal
B.A. Bobina Auxiliar
C.Pe. Capacitor Permanente

1.9.4 Motor monofásico com capacitor de dois valores (Capacitor Start and Run)

Motor de indução monofásico com um enrolamento principal conectado diretamente à rede


de alimentação e um enrolamento auxiliar defasado, geralmente, em 90º elétricos do enrolamento
principal e conectado em série com dois ou mais capacitores, obtendo-se assim dois valores de
capacitâncias, uma utilizada na condição de partida e outra na condição de regime. É um motor que
utiliza as vantagens dos motores monofásicos: capacitor de partida e capacitores permanente,
caracteriza-se por obter um ótimo desempenho na partida e em regime. Porém, devido ao seu custo
elevado, geralmente, são fabricados somente em potências superiores a 1 cv.

B.P. Bobina Principal


B.A. Bobina Auxiliar
C.C. Conjunto Platinado e Centrífugo
C.P. Capacitor de Partida
C.Pe. Capacitor Permanente

1.9.5 Motor monofásico com campo distorcido ou pólos sombreados (Shaded–Pole)

Motor de indução monofásico com um enrolamento auxiliar curto-circuitado. O motor de


campo distorcido se destaca entre os motores de indução monofásicos, por seu método de partida,
que é o mais simples, confiável e econômico. Uma das formas construtivas mais comuns é a de
pólos salientes, sendo que cerca de 25 a 35% de cada pólo é enlaçado por uma espira de cobre em
curto circuito. A corrente induzida nesta espira faz com que o fluxo que a atravessa sofra um atraso
em relação ao fluxo da parte não enlaçada pela mesma.
O resultado disto é semelhante a um campo girante que se move na direção da parte não
enlaçada para a parte enlaçada do pólo, produzindo conjugado que fará o motor partir e atingir a
rotação nominal. O sentido de rotação depende do lado que se situa a parte enlaçada do pólo,
conseqüentemente o motor de campo distorcido apresenta um único sentido de rotação. Este
geralmente pode ser invertido, mudando a posição da ponta de eixo do rotor em relação ao estator.
Os motores de campo distorcido apresentam baixo conjugado de partida (15 a 50% do nominal),
baixo rendimento (35%) e baixo fator de potência (0,45). Normalmente são fabricados para
pequenas potências, que vão de alguns milésimos de cv até o limite de 1/4cv. Pela sua simplicidade,
robustez e baixo custo são ideais em aplicações tais como: ventiladores, exaustores, purificadores
de ambiente, unidades de refrigeração, secadores de roupa e de cabelo, pequenas bombas e
compressores, projetores de slides, toca discos e aplicações domésticas.

B.P. Bobina Principal


A.C.C. Anel de Curto Circuito

1.9.6 Motores de Indução Monofásico de dois terminais

O motor monofásico com dois terminais é destinado apenas a um valor de tensão, e não pode
ser adaptado a diferentes valores de tensão. Assim, a tensão aplicada na placa deve ser igual à
tensão da rede de alimentação. Outro inconveniente é o fato de não ser possível a inversão do seu
sentido de rotação, pois ele tem somente dois terminais em que são ligados os condutores de fase
(L) e neutro (N). A inversão dos cabos de alimentação fase e neutro não provoca a inversão do
sentido de giro.

Figura 1: Motor monofásico de dois terminais.


1.9.7 Motores de Indução Monofásico de quatro terminais

No motor monofásico com quatro terminais o enrolamento é dividido em duas partes iguais.
Torna-se possível a instalação do motor a dois valores de tensão, que são chamados de tensão maior
e tensão menor. O valor de tensão maior é sempre igual a duas vezes o valor de tensão menor,
sendo que os valores mais utilizados são 220V para o de maior tensão e 110V para o de menor
tensão. Não é possível inverter o sentido de rotação desse motor. Pelo diagrama a seguir, os
terminais 1 e 2 são conectados a uma metade e os terminais 3 e 4 à segunda metade do enrolamento.
As duas partes do enrolamento devem ser ligadas em série se a tensão de alimentação for de 220V.
Se a tensão de alimentação for 110V, as duas partes do enrolamento devem ser ligadas em paralelo,
como mostra a figura ao lado.

Figura 2: Ligações do motor monofásico a quatro terminais.

1.9.8 Motores de Indução Monofásico de seis terminais

Com esse tipo de motor podemos efetuar a ligação em dois tipos de tensão de alimentação
diferentes. Além disso, pode-se inverter o sentido de giro desse motor. É necessário ressaltar que
não é possível fazer a inversão com o motor em movimento. Deve-se desligá-lo para que possa ser
dada a partida em outra direção. O enrolamento principal é representado por duas bobinas, sendo os
seus inícios os números 1 e 3 e os seus finais 2 e 4 respectivamente. O enrolamento auxiliar é
representado pelos bornes numerados com início da bobina em 5 e final em 6, conforme Figura 3.

Figura 3: Bobinas de um motor de indução monofásico

Os terminais 1 até 4 são conectados às duas metades do enrolamento, como nos motores de
quatro terminais. Os terminais 5 e 6 estão ligados à parte e têm como função a inversão do sentido
de rotação, bastando inverter a ligação dos terminais 5 e 6.
A ligação do motor a maior tensão (220 V) é feita como no motor de quatro terminais. Nesse
enrolamento estão um capacitor e uma chave centrífuga, responsável pelo desligamento desse
enrolamento quando o motor atingir 75% de sua velocidade nominal.
A Figura 4 mostra o esquema de ligação para a tensão maior. Para inverter o sentido de
rotação, basta trocar as conexões dos terminais 5 e 6.

Figura 4: Esquema de ligação do motor monofásico com 6 terminais. Maior Tensão.

A Figura 5 seguinte mostra a ligação na menor tensão (110V). Como no caso da maior
tensão, para inverter a rotação, basta trocar a ligação dos terminais 5 e 6.

Figura 5: Inversão de rotação de motor com 6 terminais. Menor Tensão.

1.10 Ligação dos Motores de Indução Trifásicos

Os motores de indução trifásicos podem ser adquiridos com 3, 6, 9 ou 12 terminais externos.


Se o motor tiver 3 terminais as três fases da rede são conectadas diretamente a esses
terminais.

Figura 6: Motor trifásico de 3 terminais.

Motor trifásico com 6 terminais só 2 tensões: 220/380V ou 440/760V.


Depende da tensão máxima suportada pela bobina
 Usa ligação em TRIÂNGULO para a menor tensão;
 Usa ligação em ESTRELA para a maior tensão.
OBS: Nos motores de seis terminais, é comum encontrarmos as marcações:
 U, V W, X, Y, e Z (nomenclatura alemã)
 1, 2, 3, 4, 5, e 6 (nomenclatura americana)
No caso do motor de 6 terminais existem dois tipos de ligação:
 Triângulo ou Delta (Δ)
 Estrela (Y)
Na maioria dos casos os motores possuem 6 pontas de cabos em sua caixa de ligação.

Figura 7: Bobinas de um motor trifásico a 6 terminais.

A ligação do motor trifásico a 6 terminais em triângulo é ilustrada na Figura 8. Observe que


os terminais 1-6, 2-4 e 3-5 são interligados entre si e estas pontas são interligadas com a rede de
alimentação trifásica

Figura 8: Ligação do motor trifásico a 6 terminais em triângulo.

No caso da ligação em estrela, este fechamento é basicamente o mais simples de ser


desenvolvido, observe que o fechamento se dá com a realização do curto circuito dos terminais 4-5-
6 e realiza-se a alimentação trifásica utilizando os terminais 1, 2 e 3, Figura 9. A Figura 10 ilustra o
esquema de ligação de um motor trifásico a 6 terminais conforme placa de identificação do mesmo.

Figura 9: Ligação do motor trifásico a 6 terminais em estrela.


Figura 10: Esquemas de ligação de um motor trifásico a 6 terminais.

No caso do motor trifásico de 9 terminais, pode-se ligar em 3 tensões: 220/380/440V


Os motores de indução trifásicos com 9 terminais acessíveis podem ser ligados em redes de
alimentação com valores de tensão de linha iguais ao valor de tensão de bobina e com valor de
tensão de linha igual a duas vezes o valor de tensão de bobina. Se V bobina = 220 Vac esse motor pode
ser ligado em VL = 220 Vac ou VL = 440 Vac. Esse motor é usado em chaves de partida do tipo
série – paralelo, sendo que já há a ligação das bobinas de cada fase entre si ligadas em paralelo,
quando usado a chave triângulo série - paralelo (V L = 220 Vac), ou as bobinas estão ligadas em
estrela (une-se os terminais 10, 11 e 12) e usa-se a chave estrela série - paralela (VL = 380 Vac).

Figura 11: Representação das bobinas de um motor de indução trifásico com nove terminais.

Figura 12: Ligação do motor trifásico a 9 terminais em triângulo e duplo-triângulo.


Figura 13: Ligação do motor trifásico a 9 terminais em estrela e duplo-estrela.

No caso do motor trifásico de 12 terminais, existem quatro tipos possíveis de ligação:


→ Triângulo em paralelo: a tensão nominal é 220 V
→ Estrela em paralelo: a tensão nominal é 380 V
→ Triângulo em série: a tensão nominal é 440 V
→ Estrela em série: a tensão nominal é 760 V

Motor com 12 terminais permite que sua alimentação seja realizada com até quatro níveis
de tensão. Isso tudo depende da maneira com a qual iremos realizar a interligação de seus terminais
na caixa de ligação, ou seja, depende da forma como será realizado seu fechamento das bobinas.
A seguir, são apresentadas as ligações adequadas deste motor, tomando como exemplo, um
motor trifásico que possa ser ligado em: 220/380/440/760V

Figura 14: Bobinas de um motor trifásico a 12 terminais.


Fechamento duplo triângulo (Δ paralelo) – Alimentação em 220V
Este tipo de fechamento fará com que seja possível a conexão motor na menor tensão
suportada por ele, em nosso exemplo 220V. Partindo do pressuposto que independente da tensão de
alimentação, o motor 12 pontas sempre receberá em seus enrolamentos o mesmo nível de tensão e
que em nosso exemplo, cada bobina permanecerá com 220V

Figura 15: Ligação do motor trifásico a 12 terminais em duplo triângulo.

Note que a tensão sob cada bobina é de 220V (tensão que o enrolamento suporta). Lembre-
se ainda que, elementos em paralelo apresentam a mesma tensão entre seus terminais.

Fechamento duplo estrela (Y paralelo) – Alimentação em 380V


Por se tratar do mesmo motor, temos que levar em consideração que cada bobina do motor
elétrico trifásico deve receber um nível de tensão de 220V. Este fechamento proporcionará uma
divisão da tensão elétrica da rede de alimentação. Considerando a tensão elétrica nominal de cada
enrolamento como sendo de 220V teremos que para o fechamento ao lado a disposição das bobinas
do motor está apto a receber uma alimentação com uma tensão elétrica de 380V (entre fases). Entre
qualquer uma das fases e o ponto comum, a tensão será de 220V

Figura 16: Ligação do motor trifásico a 12 terminais em duplo estrela.


Fechamento Triângulo (Δ série) – Alimentação em 440V
Quando a necessidade é interligar o motor a uma tensão de 440V, então realizamos o
fechamento triângulo. Levando em consideração as características do motor, permitiremos através
deste fechamento que cada um dos enrolamentos receba o nível de tensão 220V, mesmo a rede
tendo 440V. O fato de associarmos os enrolamentos em série permite que esta tensão seja dividida
entre os dois enrolamentos fazendo com que cada um receba 220V.

Figura 17: Ligação do motor trifásico a 12 terminais em triângulo série.

Fechamento Estrela (Y série) – Alimentação em 760V


Quando há necessidade de interligar o motor 12 pontas em um nível elevado de tensão, neste
nosso exemplo 760V, fazemos o uso do fechamento estrela. Levando em consideração a
especificação de tensão máxima em cada bobina, permitiremos através deste fechamento que cada
um dos enrolamentos receba o mesmo nível de tensão dos fechamentos anteriores, ou seja, 220V.

Figura 18: Ligação do motor trifásico a 12 terminais em estrela série.


Figura 19: Esquema de ligação do motor trifásico a 12 terminais.

1.11 Identificação das bobinas de um motor de indução

Ao se deparar com um motor sem identificação dos seus terminais, não se pode ligar as bobinas
aleatoriamente, correndo o risco de danificar o motor. Assim, devem-se fazer testes de continuidade
para identificar as bobinas e polaridade para ligá-las.
Motor de indução monofásico: os motores monofásicos de fase auxiliar são normalmente os mais
utilizados na prática. A Figura 20 ilustra as bobinas deste tipo de motor, e a seguir será descrito
como identificar as bobinas do mesmo.

Figura 20: Bobinas de um motor de indução monofásico.

O enrolamento principal é representada por duas bobinas, sendo os seus inícios os números
1 e 3 e os seus finais 2 e 4 respectivamente. O enrolamento auxiliar é representado pelos bornes
numerados com início da bobina em 5 e final em 6. Nesse enrolamento estão um capacitor e uma
chave centrífuga, responsável pelo desligamento deste enrolamento quando o motor atingir 75% de
sua velocidade nominal.
Para determinarmos os enrolamentos do motor monofásico, primeiramente com auxilio de
um ohmímetro, deve-se medir o valor de resistência de cada uma das bobinas. A bobina que
apresentar o maior valor de resistência será a auxiliar e as outras duas serão as principais.
O próximo passo é a polarização das bobinas principais em que se devem ligar as duas
boinas em série e aplicar a tensão nominal delas na associação e medir a corrente, como mostra a
Figura 21. Inverte-se uma das bobinas e mede-se a corrente novamente, como indica a Figura 22.
Deve-se aplicar os números 1, 2, 3 e 4 respectivamente, à ligação das bobinas que apresentar ao
menor corrente.

Figura 21: Determinação da polaridade dos enrolamentos principais do motor monofásico.

Figura 22: Determinação da polaridade dos enrolamentos principais do motor monofásico.

Motor de indução trifásico: As bobinas do motor trifásico a 6 condutores são normalmente


representadas pela Figura 23. Para a identificação dessas bobinas, caso as mesmas não estejam
numeradas, o procedimento é descrito a seguir:

Figura 23: Bobinas de um motor trifásico.

Primeiramente é preciso fazer um teste de continuidade, ligando uma das pontas do ohmímetro
a um dos terminais do motor e testar nos outros terminais até encontrar a continuidade. Com isso,
define-se a primeira bobina como 1 e 4, repetindo os procedimentos com os números 2 e 5 para a
segunda bobina e 3 e 6 para a terceira bobina, conforme a Figura 24.
Figura 24: Identificação das bobinas do motor trifásico.

O próximo passo é verificar a polaridade das bobinas do motor. Primeiramente verifica-se a


polarização das bobinas 1 e 2. Liga-se a bobina 1 (terminal 1 e 4) em série com a bobina 2
(terminais 2 e 5) e liga-se uma lâmpada aos terminais 3 e 6. A Figura 25 mostra essa ligação.

Figura 25: Verificação da polarização das bobinas do motor.

Se a lâmpada ligada nos terminais da bobina 3 acender, a bobina 1 está com a polaridade
invertida. Nesse caso, deve-se trocar 1 por 4. Se a lâmpada permanecer apagada, as bobinas 1 e 2
estão polarizadas corretamente.
Agora, deve-se verificar a polaridade da bobina 3. É preciso interligar as bobinas 2 e 3 em
série com a fonte de 220V e ligar uma lâmpada na bobina 1 (terminais 1 e 4). A Figura 26 exibe
essas ligações.

Figura 26: Verificação da polarização das bobinas do motor.


Se a lâmpada que está colocada nos terminais da bobina 1 acender a polarização está
invertida. Assim, deve-se trocar 3 por 6 e verificar se a lâmpada continua apagada. Em caso
afirmativo, confirmar a numeração da bobinas do motor.

1.12Placa de identificação dos motores elétricos

Cada tipo de motor possui características próprias, por este motivo, estudaremos as
informações da placa de identificação de motores elétricos. Esta placa é fixada pelo fabricante em
local visível, segundo a norma NBR 15626 e apresenta os requisitos básicos a serem atendidos
pelos motores de indução.
Dessa forma, para fazer a instalação adequada de um motor elétrico, é imprescindível que o
instalador saiba interpretar os dados da placa de identificação.
A Figura 27 apresenta uma placa de um motor de indução. Na parte superior desta placa de
dados estão as informações referentes a marca do fabricante do motor e modelo. As outras informações
são descritas a seguir com maiores detalhes.

Figura 27: Dados da placa de um motor.

(1) - Tipo de corrente de alimentação: identificação da corrente que é representada na placa de


identificação através de símbolos. Motores elétricos podem ser alimentados por:
 Corrente Alternada: Aparece com as abreviaturas C.A. (de Corrente Alternada) ou A.C.
(do inglês, Alternating Current).
 Corrente Contínua: Aparece com as abreviaturas C.C. (Corrente Contínua) ou D.C. (do
inglês, Direct Current). As pilhas e as baterias são os melhores exemplos de onde é possível
encontrar este tipo de corrente.
(2) - Tipo de motor: motor do tipo monofásicos ou trifásicos.
(3) - Tipo de carcaça: No caso da Figura 27, o número (90L), se refere à distância, em milímetros,
medida entre o meio do furo de centro do eixo e a base sobre a qual o motor esta afixado da carcaça,
definindo o tipo de carcaça deste motor. A notação “L” deriva do inglês large (grande) e se refere a
distância entre os furos presentes nos pés do motor. Nos demais modelos podem existir também S
de Short (curto) e M de medium (médio).
(4) - Data de fabricação do motor: a numeração (03/99), refere-se ao mês e ano de fabricação do
motor, neste caso, o motor foi fabricado em março de 1999.
(5) - Número do lote: Esta notação (FB90702) está presente na placa de identificação de todos os
motores trifásicos e monofásicos, sendo o número de série do motor.
(6) - Frequência: A existência da variação continua de polaridade que ocorre entre as fases
determina a frequência do sistema de alimentação. No caso dos países europeus, a frequência com
que ocorre a variação da polaridade entre as fases é de 50 vezes em um segundo, ou seja, 50 Hz, e
nos países americanos é de 60 vezes em um segundo, 60 Hz.
(7) - Categoria de conjugado: Segundo a norma NBR 7094, os motores de indução do tipo gaiola
classificam-se em cinco categorias, conforme as características de conjugado em relação à
velocidade e à corrente de partida:
Categoria N: conjugado de partida normal, corrente de partida normal e baixo escorregamento.
Categoria NY: conjugado de partida normal, corrente de partida normal, baixo escorregamento e
tem previsão de uma partida estrela – triângulo.
Categoria H: conjugado de partida alto, corrente de partida normal e baixo escorregamento.
Categoria HY: conjugado de partida alto, corrente de partida normal, baixo escorregamento e tem
previsão de uma partida estrela – triângulo.
Categoria D: conjugado de partida alto, corrente de partida normal e alto escorregamento (s> 5%).
(8) - Rotação nominal: rotação nominal do motor, conhecida também como rotação por minuto ou
rotação a plena carga.
(9) - Grau de proteção: As normas definem o grau de proteção dos equipamentos elétricos por meio
das características IP seguida por dois algarismos:
1º Algarismo – Indica o grau de proteção contra penetração de corpos sólidos estranhos e
contato artificial;
 2º Algarismo – Indica o grau de proteção contra a penetração de líquidos.
1º ALGARISMO
0 Sem Proteção
1 Corpos estranhos de dimensões acima de 50mm
2 Corpos estranhos de dimensões acima de 12mm
3 Corpos estranhos de dimensões acima de 2,5mm
4 Corpos estranhos de dimensões acima de 1,0mm
5 Proteção contra acúmulos de poeiras prejudiciais ao motor
6 Totalmente protegido contra poeira

2º ALGARISMO
0 Sem Proteção
1 Pingos de água na vertical
2 Pingos de água até a inclinação 15º com a vertical
3 Água de chuva até a inclinação de 60º com a vertical
4 Respingos de todas as direções
5 Jatos d’água de todas as direções
6 Água de vagalhões
7 Imersão temporária
8 Imersão permanente

(10) – Corrente de partida: número de vezes que a corrente de partida será maior que a corrente
nominal.
(11) – Correntes nominais do motor: esta informação informa a corrente nominal do motor a
plena carga.
(12) – Tipos de conexão dos enrolamentos: A grande maioria dos motores é fornecida com
diferentes tipos de ligação, de modo a poderem funcionar em redes de pelo menos duas tensões
diferentes. Os principais tipos de ligação de cada motor, para funcionamento em mais de uma
tensão, são normalmente descritos na placa de identificação do mesmo.
(13) – Tipo de lubrificante: esta informação indica o tipo de lubrificante usado no rotor do motor.
(14) – Fator de Potência: O fator de potência é indicado por cos ϕ, onde ϕ é o ângulo de
defasagem da tensão em relação à corrente. É a relação entre a potência ativa (P) e a potência
aparente (S) do sistema. Um motor não consome apenas potência ativa que é depois convertida em
trabalho mecânico e calor (perdas), mas também potência reativa, necessária para magnetização, mas
que não produz trabalho.
fp  cos 
P
fp 
S
Onde:
P: Potência ativa (W)
S: Potencia aparente(VA)
S  V .I
P  V .I .cos 
Q  V .I .sen
(15) – Rendimento: A energia elétrica absorvida da rede por um motor elétrico é transformada em
energia mecânica disponível no eixo. A potência ativa fornecida pela rede não será cedida na
totalidade como sendo potência mecânica no eixo do motor. A potência cedida sofre uma
diminuição relativa as perdas que ocorrem no motor. O rendimento define a eficiência desta
transformação sendo expresso por um número (<1) ou em percentagem.
Exemplo: Qual é a potência fornecida por um motor trifásico, com rendimento de 90%, que recebe
uma potência de 15,5 kW?
P = 15,5 kW x 0,90
P = 13,95 kW
(16) – Tipos de rolamentos: esta informação indica o tipo de rolamento usado no rotor do motor.
(17) - Regime de serviço: Cada tipo de máquina exige uma condição de carga diferente do motor.
Um ventilador ou uma bomba centrífuga, por exemplo, solicita carga contínua, enquanto um
guindaste ou uma ponte rolante solicita carga alternada. O regime de serviço define a regularidade
da carga a que o motor é submetido.
A escolha do tipo do motor deve ser feita pelo fabricante da máquina a ser acionada, comprando o
motor mais adequado a seu caso. Quando os regimes padrões não se enquadram exatamente com o
perfil da máquina, deve escolher um motor para condições no mínimo mais exigentes que a
necessária. Os regimes padronizados estão definidos a seguir:
 Regime contínuo (S1)
 Regime de tempo limitado (S2)
 Regime intermitente periódico (S3)
 Regime intermitente periódico com partidas (S4)
 Regime intermitente periódico com frenagem elétrica (S5)
 Regime contínuo com carga intermitente (S6)
 Regime contínuo com frenagem elétrica (S7)
 Regime contínuo com mudança periódica na relação carga/velocidade de rotação (S8)
 Regime com variações não periódicas de carga e de velocidade (S9)
 Regime com cargas constantes distintas (S10)
 Regime especiais.
Nas placas dos motores consta seu tipo de regime (S1, S2, S3, S4, S5, S6, S7,.., S10). Alguns
regimes são acompanhados de dados suplementares (Exemplo: S2 60 minutos).
(18) - Tensões nominais do motor: A tensão de funcionamento na grande maioria dos motores
elétricos são fornecidos com os terminais religáveis, de modo que possam funcionar ao menos em
dois tipos de tensões. No caso da placa da Figura 27, pode funcionar em 220 volts, 380 volts e 440
volts.
(19) - Classe de isolamento: é a determinação da temperatura máxima de trabalho, que o motor
pode suportar continuamente sem ter prejuízos em sua vida útil. A classe de cada motor é em
função de suas características construtivas. As classes de isolamento padronizadas para máquinas
elétricas são:
 CLASSE A - 105°C
 CLASSE B - 130°C
 CLASSE E - 120°C
 CLASSE F - 155°C
 CLASSE H - 180°C.
(20) - Fator de serviço: Chama-se fator se serviço o fator que, aplicado com a potência nominal,
indica a carga permissível que pode ser aplicada continuadamente ao motor sob condições
específicas, ou seja, uma reserva de potência que dá ao motor uma capacidade de suportar melhor o
funcionamento em condições desfavoráveis. A utilização do fator de serviço implica numa vida útil
inferior aquela do motor com carga nominal. Onde o fator de serviço não deve ser confundido com
a capacidade de sobrecarga momentânea que o motor pode suportar.
Exemplo: Motor de 8,7 A e FS 1,15:
Corrente máxima admissível = 8,7 A x 1,15 = 10,005 A
(21) – Potência do motor: informar a potencia nominal deste motor, normalmente em cv ou hp.
Convertendo CV e HP para Watts, temos que:
1 cv = 735,5 W
1 hp = 745,7 W
2. COMANDOS ELÉTRICOS

2.1 Conceitos Básicos

Acionamento Manual: Componente mecânico de acionamento de um equipamento. Exemplo:


botão de comando, alavanca, etc.
Acionamento por corrente alternada (CA): Circuito de comando alimentado por corrente
alternada.
Acionamento por corrente continua (CC): Circuito de comando alimentado por corrente
contínua.
Botão: Designação dada a dispositivos de comando, aos quais pertencem os botões de comando de
diversos tipos, que possibilitam o acionamento ou interrupção da corrente de comando. Podem ser
do tipo pulsante ou travante, com contatos normalmente abertos ou normalmente fechados, ou
ambos.
Botão de comando de fim de curso: Botão acionado mecanicamente para sinalização, comando e
limitação de curso. O miolo da botoeira é que contém os contatos e os terminais do dispositivo fim
de curso.
Botão Sinalizador: Botoeira com botão transparente de forma tal, que se obtenha, assim como no
sinalizador luminoso, uma indicação ótica dada por uma lâmpada embutida no mesmo.
Capacidade de Interrupção: Máxima corrente que um dispositivo de manobra ou proteção
(contator, disjuntor, chave seccionadora, etc) pode interromper em condições definidas.
Chave: Dispositivo de manobra mecânico, capaz de ligar, conduzir e interromper correntes sob
condições de sobrecarga previstas e, também, de conduzir por tempo especificado, correntes sob
condições anormais pré-estabelecidas, tais como as de curto-circuito. Certos tipos de chaves podem
ligar mas não interromper correntes de curto-circuito.
Circuito auxiliar ou de comando: Circuito por onde são acionados os dispositivos de manobra.
Pode ser usado para fins de medição, comando, travamento e sinalização.
Circuito principal: Circuito formado pelas partes mais importantes, incluindo os contatos
principais, destinados a conduzir a corrente de operação.
Contato: Parte de um dispositivo de manobra, através da qual um circuito é ligado ou interrompido:
 Contato NF (Normalmente Fechado): Contato que abre, quando do estabelecimento, e fecha
quando da interrupção;
 Contato NA (Normalmente Aberto): Contato que fecha, quando do estabelecimento, e abre
quando da interrupção;
 Contato auxiliar: Contato de chave auxiliar; Contato inserido em um circuito auxiliar e
operado mecanicamente pelo contator.
 Contato de selo: É um contato auxiliar do contator, que tem a finalidade de selar a
alimentação da bobina do contator. Este contato é ligado em paralelo com o botão de
ligação do contator.
 Contato principal: Contato no circuito principal de um dispositivo de manobra;
- Contato inserido no circuito principal de um contator, previsto para conduzir na posição
fechada, a corrente desse circuito.
Corrente de curto-circuito: Designação genérica para a corrente possível de ocorrer no local de
instalação de um dispositivo de manobra, quando os terminais estão curto-circuitados.
Corrente nominal: Corrente de operação de um circuito, determinada pelas condições de emprego,
em função da qual são escolhidos os diversos dispositivos.
Corrente de partida: Corrente que o motor consome quando ligado, porém ainda em repouso (na
partida ou frenagem). Seu valor médio é de seis a nove vezes a corrente nominal dos motores.
Sobrecarga: Quando é ultrapassado o valor da corrente nominal de um equipamento elétrico. Pode
ser por excesso de carga no eixo do motor ou defeito mecânico no motor ou acoplamentos.
Nível de Isolamento: Conjunto de valores de tensão suportáveis nominais que caracterizam o
isolamento de um equipamento elétrico em relação a sua capacidade de suportar solicitações
dielétricas.
Partida lenta: São partidas em que a inércia de carga é alta, provocando um tempo de partida
acima de:
 5s – partida direta;
 10s – partida estrela-triângulo e partida estrela série-paralelo.
 15s – partida compensadora;
Proteção do motor: Proteção contra efeitos de sobrecarga e curto-circuito sobre o motor, isto é,
proteção da instalação do enrolamento contra aquecimentos e esforços eletrodinâmicos
inadmissíveis através de:
 Relé térmico de sobrecarga;
 Sondas térmicas;
 Fusíveis;
 Disjuntores.
Vida útil mecânica: Caracterizada pela resistência ao desgaste do equipamento, sendo
determinado pelo número de manobras sem carga que o equipamento pode realizar sem defeitos
mecânicos.
3. COMPONENTES EM COMANDOS ELÉTRICOS

3.1 Contator

Chave de operação não manual, eletromagnética, que tem uma única posição de repouso e é
capaz de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais do circuito, inclusive
sobrecargas no funcionamento.
Os principais elementos construtivos de um contator são:
 Contatos;
 Núcleo;
 Bobina;
 Molas;
 Carcaça.

Contato principal: É aquele componente de ligação que, em estado fechado, conduz a corrente do
circuito principal. Os contatos principais de um contator são dimensionados com o objetivo
principal de estabelecer e interromper correntes de motores, podendo ainda, acionar cargas
resistivas, capacitivas e outras.
Contatos auxiliares: São dimensionados para a comutação de circuitos auxiliares para comando,
sinalização e intertravamento elétrico, entre outras aplicações.
O formato dos contatos auxiliares está de acordo com a função: normalmente aberto (NA)
ou normalmente fechado (NF), podendo ser ainda adiantados ou retardados, dependendo da linha e
modelo do contator utilizado.

Sistema de Acionamento
O acionamento dos contatores WEG pode ser realizado com corrente alternada (CA) ou
contínua (CC), por serem dotados de sistemas específicos (bobina, núcleo) para cada tipo de
corrente.
Acionamento CA
O campo magnético é produzido através da bobina, atraindo a parte móvel dos contatos,
fazendo assim a movimentação dos contatos principais e auxiliares.
Para este sistema de acionamento, existem os anéis de curto-circuito, que situam-se sobre o
núcleo fixo do contator e evitam o ruído devido à passagem da corrente alternada por zero.
Um entreferro reduz a remanência após a interrupção da tensão de comando e evita o
“colamento” do núcleo. Após a desenergização da bobina de acionamento, o retorno dos contatos
principais (bem como dos auxiliares) para a posição original de repouso, é garantido através de
molas (de compressão).
3.1.1 Utilização do contator

A utilização de contatores em sistemas industriais apresenta várias vantagens:


 Comando a distância;
 Alto número de manobras;
 Ocupa pouco espaço;
 Maior segurança ao sistema e operador.

3.1.2 Nomenclatura de contatos

A identificação de terminais de contatores e relés associados tem por finalidade fornecer


informações a respeito da função de cada terminal ou sua localização com respeito a outros
terminais ou para outras aplicações:
 Bobinas: São identificadas de forma alfanumérica com A1 e A2.
 Terminais do circuito principal (força): São identificados por números unitários e por um
sistema alfanumérico.

Os terminais 1L1, 3L2 e 5L3 voltam-se para a rede (fonte) e os terminais 2T1, 4T2 e 6T3
para a carga.
 Terminais de contatos auxiliares: Os terminais dos circuitos auxiliares devem ser marcados
ou identificados nos diagramas, através de figura com dois números, a saber:
- a unidade representa a função do contato;
- a dezena representa a seqüência de numeração.
O exemplo abaixo ilustra este sistema de marcação:

 Número de função: Os números de função 1,2 são próprios de contatos normalmente


fechados e 3,4 próprios de contatos normalmente abertos.

Os traços antes dos números indicam a seqüência. Os números de função 5,6 são próprios de
contatos NF retardados na abertura, enquanto os números de função 7,8 são próprios de contatos
NA adiantados no fechamento.

5
Contato normalmente fechado, atrasado na abertura.
6

7
Contato normalmente aberto, adiantado no fechamento.
8

 Número de seqüência: Os terminais pertencentes a um mesmo elemento de contato devem


ser marcado com o mesmo número de seqüência. Logo, todos os contatos de mesma função
devem ter número de seqüência diferentes.
3.2 Fusíveis

São os elementos mais tradicionais para proteção contra curto-circuito de sistemas elétricos.
Sua operação é baseada na fusão do “elemento fusível”, contido no seu interior. O “elemento
fusível” é um condutor de pequena seção transversal, que sofre, devido a sua alta resistência, um
aquecimento maior que o dos outros condutores, à passagem da corrente.
O “elemento fusível” é um fio ou uma lâmina, geralmente, prata, estanho, chumbo ou liga,
colocado no interior de um corpo, em geral de porcelana, hermeticamente fechado. Possuem um
indicador, que permite verificar se operou ou não; ele é um fio ligado em paralelo com o elemento
fusível e que libera uma mola que atua sobre uma plaqueta ou botão, ou mesmo um parafuso, preso
na tampa do corpo. Os fusíveis contém em seu interior, envolvendo por completo o elemento,
material granulado extintor; para isso utiliza-se, em geral, areia de quartzo de granulometria
conveniente. A figura abaixo mostra a composição de um fusível (no caso mais geral).

O elemento fusível pode ter diversas formas. Em função da corrente nominal do fusível, ele
compõe-se de um ou mais fios ou lâminas em paralelo, com trecho(s) de seção reduzida. Nele existe
ainda um ponto de solda, cuja temperatura de fusão é bem menor que a do elemento e que atua por
sobrecargas de longa duração.

3.2.1 Fusíveis de força (tipo D ou NH)

São dispositivos de proteção que quando usados em circuitos alimentadores de motores,


protegem-nos contra correntes de curto-circuito e de forma seletiva (em combinação com relés)
contra sobrecargas de longa duração.
Os fusíveis industriais se dividem em dois modelos: Fusíveis NH e Fusíveis Diazed. São
especificados conforme a necessidade e tipo de circuito que vão proteger. A foto que segue ilustra
esses dois modelos de fusíveis industriais.

3.2.2 Especificações técnicas

Para a especificação desses componentes num determinado circuito são necessários os


seguintes dados: Corrente nominal tensão nominal e capacidade de interrupção.
A corrente nominal é aquela que ao circular pelo fusível não causa a interrupção do elo-
fusível. Esse valor de corrente pode circular por tempo indeterminado que não ocorrerá a
interrupção da circulação de corrente elétrica no circuito.
O valor especificado de tensão nominal determina a tensão máxima que o fusível pode ser
submetido para operar sem causar danos na sua isolação.
A capacidade de interrupção determina o valor máximo da corrente de curto-circuito que o
fusível é capaz de interromper trabalhando na tensão nominal.

Tipos de fusíveis industriais


Os fusíveis industriais são fabricados em dois tipos, conforme o tempo de atuação; Ação
Rápida ou Ação Retardada.
Os Fusíveis de Ação Rápida são utilizados onde a corrente do circuito em todos os
momentos é inferior ao valor da corrente nominal do circuito e qualquer sobrecorrente deve ser
inter-rompida imediatamente, como por exemplo circuitos eletrônicos e resistivos.
Já os Fusíveis de Ação Retardada, quando submetidos a uma sobrecorrente só vão atuar se
essa sobrecorrente prevalecer por alguns segundos. Esse tipo de fusível é recomendado para
proteção de circuitos sujeitos a sobrecargas periódicas, como por exemplo circuitos com motores e
capacitores.
Desta forma, os fusíveis industriais são utilizados somente como dispositivos de proteção
contra curto-circuito nas redes dos circuitos elétricos industriais. Para proteção contra sobrecarga é
utilizado um outro componente que ainda estudaremos.

3.2.3 Fusível Diazed

Os fusíveis Diazed são construídos com corpo cilíndrico como se pode ver na foto abaixo.

Para facilitar a identificação da corrente nominal do fusível, quando em operação em um


circuito, o indicador de queima apresenta uma cor que define sua corrente nominal.
A tabela a seguir apresenta a cores normalizadas e as respectivas correntes.

Para a conexão do fusível ao circuito é necessário a utilização dos seguintes acessórios:


base, parafuso de ajuste, anel de proteção e tampa. A foto a seguir ilustra esses componentes.
A base tem como finalidade alojar o fusível. O parafuso de ajuste deve ter a mesma
especificação do fusível e não permite que sejam colocados fusíveis com correntes nominais acima
do especificado no circuito. O anel de proteção isola a parte metálica energizada da base e a tampa é
o elemento que permite a colocação e retirada do fusível sem ter o contato humano com as partes
energizadas do conjunto. Pode ainda ser utilizado uma proteção adicional ao conjunto, a cobertura.
A seguir é apresentado a foto de um conjunto com a tampa.

A fusão do elo-fusível de um diazed ocorre em função dos valores de corrente e tempo de


circulação. O gráfico a seguir ilustra a curva característica desse componente com esses valores
para os fusíveis da Siemens.
3.2.4 Fusível NH

Os fusíveis NH têm sua forma construtiva conforme foto a seguir.

Para a utilização e conexão do fusível ao circuito é necessário a utilização da base. Para a


manipulação do fusível utiliza-se o punho. As fotos a seguir ilustram esses componentes.
Da mesma forma que ocorre com os fusíveis tipo diazed, os fusíveis NH obedecem a uma
curva característica traçada pelo fabricante para a fusão do elo fusível.

3.2.5 Classificação

Os fusíveis podem ser classificados de acordo com diversos critérios. Destes critérios os mais
usados são:
a) Tensão de alimentação: alta tensão ou baixa tensão;
b) Características de interrupção: ultra-rápidos ou retardados.
Os fusíveis usados na proteção de circuitos de motores são da classe funcional (gL),
indicando que são fusíveis com função de “proteção geral”. A característica de interrupção destes
fusíveis é de efeito retardado (gG), pois os motores (cargas indutivas) no instante de partida,
solicitam uma corrente diversas vezes superior à nominal e que deve ser “tolerada”.
Caso fossem utilizados fusíveis com características de interrupção “ultra-rápida” estes
fundiriam (queimariam), em função da corrente de partida do motor, o que não estaria de acordo
com a função do fusível, pois a corrente de partida não representa nenhuma condição anormal.
c) Forma construtiva dos Fusíveis retardados:
Classificam-se basicamente em fusíveis tipo “D” e do tipo “NH”.
Os fusíveis do tipo “D” (Diametral ou Diazed) são recomendados para uso tanto residencial
quanto industrial. São produzidos para correntes normalizadas de 2 a 63A, capacidade de ruptura de
50kA e tensão máxima de 500V.
Os fusíveis do tipo “NH” (alta capacidade, baixa tensão) são recomendados para uso
industrial e devem ser manuseados apenas por pessoal qualificado. São fabricados para correntes
normalizadas de 4 a 630A, capacidade de ruptura de 120kA e tensão máxima de 500V.
Na prática (por questões econômicas), costuma-se utilizar fusíveis do tipo “D” até 63A e
acima deste valor fusíveis do tipo “NH”.
3.3 BOTÕES DE COMANDO

Os botões de comando, ou botoeiras, são equipamentos de comandos elétricos com a finalidade


de enviar um sinal elétrico para o acionamento de um equipamento ou interrupção de um circuito de
comando. O acionamento dos botões de comando deve ser feito sempre por um operador.
A foto a seguir ilustra alguns modelos de botões de impulso.

Esses botões são acoplados a painéis ou caixas que protegem seus contatos e mecanismos de
choques mecânicos, somente o elemento acionador fica exposto. Quanto a forma de acionamento do
botão, temos dois tipos de botões de comando: de impulso e com retenção. O botão de impulso,
muda a posição de seus contatos no momento do acionamento, porém ao ser desacionado, seus
contatos voltam a posição de origem. Enquanto que os botões de retenção mantêm o contato na
nova posição e para voltar a posição de origem é necessário um novo acionamento no sentido
contrário.
A seguir são apresentados a simbologia dos botões de impulso e com retenção.

O acionamento desses botões pode ocorrer de várias formas; pulsador simples, pulsador tipo
cogumelo, comutador simples e comutador por chave. Segue as fotos desses tipos de acionamentos.

Quanto aos elementos de contatos, são possíveis uma série de combinações, de acordo com
cada fabricante. Segue abaixo as combinações mais comuns de contatos.
3.4 CHAVES FIM-DE-CURSO

As chaves fim-de-curso são elementos de comando com a finalidade de enviar sinais ao


comando elétrico de um determinado sistema. Esse tipo de equipamento é acionado por elementos
de máquinas que compõe um sistema industrial.
A função principal deste componente é “avisar” o comando que determinada situação foi
alcançada, como por exemplo, uma parte móvel da máquina chegou numa determinada posição. A
seguir é apresentado a foto de uma chave fim-de-curso.

Quanto aos elementos de contatos, são possíveis algumas combinações de acordo com o
fabricante. Um bloco de contato é apresentado na foto abaixo.

O acionamento da chave fim-de-curso pode ocorrer de várias formas, de acordo com o


elemento acoplado no componente. O elemento a ser acoplado deve ser escolhido de acordo com a
necessidade do sistema que acionará o fim-de-curso. As fotos a seguir ilustram alguns tipos de
acionamentos.
3.5 SINALIZADORES

Os sinalizadores são equipamentos de comandos elétricos com a finalidade de sinalizar uma


ocorrência ou status de um equipamento ou máquina. Os sinalizadores são fabricados de diversas
cores e formas. Os mais comuns são os sonoros e luminosos.
Os sinalizadores sonoros podem ser buzinas ou campainhas. A principal função desse
equipamento num sistema industrial é alertar os operadores que uma máquina iniciou um
movimento ou uma ação de risco.
Os sinalizadores luminosos são os mais utilizados nos painéis de comando, pois com esse
elemento é possível monitorar todo sistema da planta industrial. Segue abaixo a foto de um
sinalizador luminoso.

A norma define as cores e as condições que o sinalizador está alertando. A tabela a seguir
ilustra essa descrição.
3.6 DISJUNTOR

O disjuntor é um dispositivo eletromecânico que, além de executar a mesma função do


fusível, age como dispositivo de manobra. Nessas condições, pode substituir as chaves com
fusíveis, protegendo e desligando circuitos.
Seu funcionamento pode ser térmico, magnético ou uma combinação de ambos, dependendo
do tipo. A ação térmica difere da do fusível, sendo análoga à de um termostato. O calor gerado pela
passagem de uma sobrecorrente faz com que um elemento se mova e solte um mecanismo de
travamento, abrindo os contatos e, por conseguinte, o circuito. A ação magnética exercida por uma
bobina de núcleo móvel faz o papel do fusível; com a passagem de uma elevada corrente, as forças
magnéticas agem sobre o núcleo da bobina que, movendo-se, solta o mecanismo de travamento.
Ambas as ações, térmica e magnética, são tanto mais rápidas quanto maior a corrente que a
originou.
O disjuntor deve possuir dois elementos de acionamento ou disparo com características
distintas para cada tipo de falha:
a) Disparador térmico contra sobrecargas - consiste em uma lâmina bimetálica (dois metais de
coeficientes de dilatação diferentes), que ao ser percorrida por uma corrente acima de sua
calibragem, aquece e entorta, acionando o acelerador de disparo que desliga o disjuntor.

b) Disparador magnético contra curtos-circuitos - é formado por uma bobina (tubular ou


espiralada) intercalada ao circuito, que ao ser percorrida por uma corrente de curto-circuito, cria um
campo magnético que atrai a armadura, desligando instantaneamente o disjuntor.
A combinação desses dois disparadores protege o circuito elétrico contra correntes de alta
intensidade e de curta duração, que são as correntes de curto-circuito (disparador magnético) e
contra as correntes de sobrecarga (disparador térmico).

Neste ponto é bom relembrar a diferença entre sobrecarga e curto-circuito:


Sobrecarga: é uma corrente elétrica acima da capacidade de condução dos fios e cabos, diminuindo
a vida útil desses componentes. Uma sobrecarga pode provocar um aquecimento, danificando a
isolação dos fios.
Curto-circuito: é uma corrente elétrica muito superior a capacidade de condução dos fios e cabos.
Se o disjuntor não atuar instantaneamente, coloca em risco pessoas e o patrimônio, que poderão até
mesmo provocar incêndios.
Os disjuntores são caracterizados pela corrente nominal, pela tensão nominal e pela
capacidade de ruptura. Podem ser definidos, de acordo com a sua aplicação, em:
 Disjuntor para manobra e proteção de motores;
 Disjuntor para manobra e proteção de circuitos de distribuição e de entrada industrial,
comercial ou residencial.
Aqueles utilizados para manobra e proteção de motores devem admitir a partida e a manobra
de motores (dependendo do motor e da carga a ser acionada, este valor pode ser de 6 a 8 vezes a
corrente nominal durante o tempo de partida), assim como ter a capacidade de ligar e interromper
correntes de sobrecarga e de curto-circuito.

3.7 DISJUNTOR-MOTOR

O disjuntor-motor oferece a proteção adequada em aplicações industriais onde se requer um


equipamento compacto e de grande desempenho. Ele segue as normas técnicas no que diz respeito a
manobra e proteção de motores.
Os disjuntores-motores são a solução compacta para partida e proteção de motores
elétricos. Possuem alta capacidade de interrupção, permitindo sua utilização mesmo em instalações
com elevado nível de corrente de curto-circuito. Asseguram total proteção ao circuito elétrico e ao
motor através de seus disparadores térmico (ajustável para proteção contra sobrecargas e dotado de
mecanismo diferencial com sensibilidade a falta de fase) e magnético (calibrado para proteção
contra curtos-circuitos).
Possuem versões com acionamento através de botões ou por acionamento rotativo e
indicação de disparo, permitindo ao operador a visualização do estado do disjuntor. Os disjuntores
podem ser bloqueados com cadeado na posição "desligado", garantindo assim a segurança em
manutenções.

Disparadores
Magnético - Através do disparador magnético, os disjuntores-motores oferecem proteção
contra curto-circuito da instalação e do motor, com disparo fixo em 13 vezes a máxima corrente da
faixa de ajuste do disjuntor-motor.
Térmico - O disparador térmico é ajustável e responsável pela proteção contra sobrecarga e
sensibilidade contra a falta de fase da instalação.

O disjuntor-motor tem como principais características:


 Sensibilidade contra falta de fase e compensação de temperatura;
 Possibilidade de elevação da capacidade de interrupção através de módulos;
 Admite montagem sobre trilho DIN de 35mm ou fixação por parafusos para todas as faixas
de ajuste.
3.8 PROTETORES TÉRMICOS (SONDAS TÉRMICAS) PARA MOTORES ELÉTRICOS

Protegem os motores diretamente contra elevações de temperaturas acima das


especificações. Normalmente aplicados em motores:
 À prova de explosão (sem ventilador);
 Com freqüência de manobras elevadas;
 Com tempo de partida muito elevado (partida lenta);
 Em ambientes quentes.
São determinados em função da classe de isolamento dos motores.

3.8.1 Termostatos

O termostato é um instrumento que tem a função de impedir que a temperatura de


determinado sistema varie além de certos limites preestabelecidos.
Seu princípio de funcionamento baseia-se na deformação de lâminas bimetálicas com o
calor. Possuem contatos auxiliares NF que se abrem quando o elemento atinge determinada
temperatura (por exemplo classe de isolamento de motores).
Os termostatos são colocados entre as espiras, nas cabeças de bobina do motor, sempre do
lado oposto ao ventilador. São ligados em série com a bobina do contator principal.
Para temperaturas acima da classe de isolamento do motor, os termostatos desligam a bobina
do contator que alimenta o motor. O religamento será possível tão logo o motor retorne à
temperatura inicial.
Em motores trifásicos utiliza-se um termostato por fase, podendo ser utilizado dois
termostatos por fase para operar em alarme e desligamento. Neste caso, os termostatos de alarme
deverão ser apropriados para atuação de temperatura prevista do motor e os termostatos de
desligamento deverão atuar na temperatura da classe de isolamento do motor.

3.8.2 Termistores –PTC

São dispositivos feitos de material semicondutor que, para um determinado valor de


temperatura sofrem uma variação brusca no valor da sua resistência.
A utilização de PTC’s exige a instalação de um relé externo, que recebe o sinal das sondas,
atuando com base nele, interrompendo a alimentação dos contatores.
O PTC (positive temperature coeficient) é um termistor cuja resistência aumenta
bruscamente para um valor bem definido de temperatura.
A instalação dos PTC’s é feita entre as espiras, nas cabeças de bobinas do motor, sempre do
lado oposto ao ventilador. Normalmente utiliza-se um PTC por fase, sendo estes estão ligados em
série.

Para temperaturas acima da classe de isolamento do motor, o PTC através de sua variação
brusca de resistência, sensibiliza o relé que desliga a bobina do contator, protegendo assim o motor.
O religamento do motor será possível tão logo o enrolamento volte à temperatura normal.
Esta temperatura está 5ºC abaixo da temperatura nominal de atuação.
Podem ser ligados vários PTC em série, de modo que a soma de suas resistências a frio não
ultrapasse 550 (aproximadamente 6 PTC’s).
Caso seja desejável um comando de alarme antes que o motor atinja a temperatura limite,
deve-se utilizar dois protetores por fase. O primeiro deles dimensionado para a temperatura de
alarme, que deve ser abaixo da classe de isolação do motor. O segundo deverá ser dimensionado
para atuar quando a temperatura alcançar o valor máximo permitido pela classe de isolamento do
motor.

3.8.3 Termoresistências –PT100


Termoresistências são elementos que tem sua operação baseada na característica de variação
linear de resistência com a temperatura intrínseca a alguns materiais. Os elementos mais utilizados
nesta área são a platina e o níquel, que possuem uma resistência de 100 a 0ºC e o cobre com 10
a 0ºC.
Esses elementos possuem resistência calibrada que varia linearmente com a temperatura,
possibilitando um acompanhamento contínuo do processo de aquecimento do motor, pelo “display”
do controlador. Esse sistema de proteção permite ainda a sinalização de advertência com sinais
luminosos ou sonoros, antes da temperatura alcançar limites proibitivos. E por isso, o sistema de
custo mais elevado, havendo a necessidade de um controlador (relé para PT100).

3.8.4 Protetores bimetálicos de disco


 Usualmente aplicados em motores monofásicos;
 Normalmente se utiliza protetores bimetálicos de disco com dois contatos NF ligados em
série com a alimentação do motor;
 Instalados na tampa do motor, do lado oposto da ventilação;
 A corrente solicitada pelo motor circula pelo disco metálico aquecendo-o e quando a
temperatura limite é atingida, os contatos se abrem desligando o motor. Após resfriado o
bimetal, os contatos se fecham automaticamente ou ainda manualmente, dependendo do
sistema de rearme escolhido. Este tipo de bimetálico tem característica de retardo para
suportar a corrente de partida dos motores monofásicos;
 Especificado em função da classe de isolamento e da corrente nominal onde estiver inserido.
3.9 RELÉS DE SOBRECARGA

São dispositivos baseados no princípio da dilatação de partes termoelétricas (bimetálicos). A


operação de um relé está baseado nas diferentes dilatações que os metais apresentam, quando
submetidos a uma variação de temperatura.
Relés de sobrecarga são usados para proteger equipamentos elétricos, como motores e
transformadores, de um possível superaquecimento.
O superaquecimento de um motor pode, por exemplo, ser causado por:
 Sobrecarga mecânica na ponta do eixo;
 Tempo de partida muito alto;
 Rotor bloqueado;
 Falta de uma fase;
 Desvios excessivos de tensão e freqüência da rede.
Em todos estes casos citados acima, o incremento de corrente (sobrecorrente) no motor é
monitorado em todas as fases pelo relé de sobrecarga.
As principais vantagens na utilização dos relés térmicos são:
 Proteção do circuito contra correntes acima dos valores predeterminados;
 Não desarma com corrente de pico na partida de motores;
 Sinaliza o desarme;
 Permite a utilização de contatos NA e NF para sinalização e comando
Circuito principal ou de potência
É composto por uma carcaça de material isolante, três bimetais de aquecimento, alavanca de
desarme, terminais de entrada (1, 3 e 5) e terminais de saída (2, 4 e 6).

Circuito auxiliar ou de comando


Consiste basicamente dos contatos auxiliares (NA e NF) por onde circula a corrente de
comando, botão de regulagem, botão de rearme (reset), botão de seleção (manual e automático) e
bimetal de compensação de temperatura (dá ao relé condições de operar na faixa de –20ºC a 50ºC
sem modificação da curva de desarme).
Com a circulação da corrente nominal do motor (para o qual o relé está regulado), os
bimetais curvam-se. Isto porque o bimetal é uma liga de dois materiais com coeficientes de
dilatação diferentes. A curvatura do bimetal se dá para o lado do material de menor coeficiente.

Quando a corrente que está circulando é a nominal do motor, a curvatura dos bimetais
ocorre, mas não é suficiente para o desarme.
No caso de uma sobrecarga, os bimetais apresentarão uma curvatura maior. Com isso
ocorrerá o deslocamento da alavanca de desarme. Este deslocamento é transferido ao circuito
auxiliar, provocando, mecanicamente, o desarme do mesmo. A temperatura ambiente não afeta a
atuação do relé, pois o bimetal de compensação sofrerá o mesmo deslocamento, mantendo assim a
relação inicialmente definida.
O relé permite que seu ponto de atuação, ou seja, a curvatura das lâminas, e o conseqüente
desligamento, possa ser ajustado manualmente. Isto possibilita ajustar o valor de corrente que
provocará a atuação do relé.
3.9.1 Terminais do relé de sobrecarga

Os terminais do circuito principal dos relés de sobrecarga são marcados da mesma forma
que os terminais de potência dos contatores.

Os relés tripolares também podem ser utilizados para proteção de cargas monofásicas e
bifásicas, ligando-os como se estivessem carregados para carga trifásica:

Os terminais dos circuitos auxiliares do relé são marcados da mesma forma que os de
contatores, com funções específicas, conforme exemplos a seguir.
O número de seqüência deve ser o 9 e, se uma segunda seqüência existir, será identificada
com o zero.
3.9.2 Tecla multifunção

3.10 RELÉS DE TEMPO (TEMPORIZADOR)

São temporizadores para controle de tempos de curta duração. Utilizados na automação de


máquinas e processos industriais, especialmente em sequenciamento, interrupções de comandos e
em chaves de partida.

3.10.1 Relés de tempo com retardo na energização

Aplicados no sequenciamento de comandos e interrupções, painéis de comando e chaves


compensadoras.

Eletrônico
O relé comuta seus contatos de saída, após transcorrido o tempo selecionado na escala,
sendo o início da temporização dado quando da energização dos terminais de alimentação A1 e A2.
Pode possuir um ou dois contatos reversores.
Bloco temporizador pneumático
Usado diretamente na parte frontal dos contatores. Funciona como temporizador com retardo
na energização e desenergização, possuindo uma faixa de ajuste de 0,1 a 30 segundos. Tem a
possibilidade de combinação com blocos de contatos auxiliares frontais e laterais.
3.10.2 Relés de tempo com retardo na desenergização

Diferencia-se do anterior pela existência dos terminais de acesso ao comando de pulso (1,2);
comando este executado por contatos externos ao relé (contatos auxiliares de contatores, botões
pulsadores, etc.) que cumprem função de ponte entre dois pontos do circuito eletrônico. É
importante salientar que por se tratarem de bornes de acesso ao circuito eletrônico, os terminais 1
e 2 jamais poderão receber qualquer sinal externo de tensão, sob o risco de se danificar. Os
terminais A1 e A2 devem ficar energizados durante todo o ciclo de funcionamento do relé. São
utilizados em sequenciamento de comando e interrupção e painéis de comando.
Funcionamento
Quando fechado o contato que executa a conexão entre os bornes 1 e 2, os contatos de saída
comutam e somente após a abertura do contato que mantém a conexão entre os bornes 1 e 2 é que
inicia a temporização, sendo que após transcorrida a mesma, os contatos de saída retornam a
posição de repouso.

3.11 RELÉ DE TEMPO ESTRELA-TRIÂNGULO

Relés de tempo estrela-triângulo são especialmente fabricados para utilização em chaves de


partida estrela-triângulo. Este relé possui dois contatos reversores e dois circuitos de temporização
em separado, sendo um de tempo variável para controle do contator que executa a conexão estrela, e
outro, com tempo pré-estabelecido e fixo (100ms) para controle do contator que executa a conexão
triângulo.
Funcionamento
Após aplicada tensão nominal aos terminais A1 e A2, o contato de saída da etapa de
temporização estrela comuta (15–18). Após decorrida a temporização selecionada (0 a 30s), o
contato de saída da etapa estrela retorna ao repouso (15–16), principiando então a contagem do
tempo fixo (100ms), ao fim do qual é atuado o contato de saída da etapa triângulo (25–28).
3.12 RELÉ DE SEQÜÊNCIA DE FASE

Devido ao seu baixo custo e simplicidade de aplicação, é o elemento ideal para monitoração
e controle de seqüência de fase em sistemas trifásicos, com uso na proteção de motores trifásicos,
painéis de comando, acionamento CA, detectando qualquer inversão na seqüência de fases R, S , T.
No caso de inversão de fases, o contato de saída não comuta, bloqueando desta forma
comando do sistema no qual se encontra inserido.
3.13 RELÉ DE PROTEÇÃO PTC

Este relé é utilizado para proteção térmica de motores que utilizam sondas tipo PTC como
sensor, podendo ser aplicado também com outros sensores que tenham variação de resistência maior
que 3500, levando o contato de saída a abrir, e só ocorre o retorno à operação quando o valor
resistivo do PTC diminuir para cerca de 2300.

3.14 RELÉ DE FALTA DE FALTA DE FASE

Com neutro na instalação


O controle de proteção contra falta de fase com neutro supervisiona redes trifásicas nas quais
as fases R, S e T estão defasada entre si de 120º elétricos. Detecta a falta de uma ou mais fases e
do neutro e opera o desligamento da carga quando a falta ocorre. O neutro deve ser ligado
ao aparelho. Normalmente é fornecido com retardo para desligamento de até 5s para que não opere
desnecessariamente durante a partida do motor que, muitas vezes, pode provocar na rede quedas de
tensão maiores que a programada do aparelho para atuação. É dotado de um contato reversor.
Sem neutro na instalação
Este supervisiona redes trifásicas com defasagens elétricas também de 120º e tem as demais
características do anterior, porém não sendo necessária a ligação do neutro ao aparelho.

3.15 RELÉ DE MÍNIMA E MÁXIMA TENSÃO

São utilizados na supervisão de redes de alimentação monofásicas e trifásicas. Permitem o


acionamento de alarme ou o desligamento de circuitos de modo a proteger equipamentos contra
variação da tensão da rede além dos limites pré-fixados.
O ajuste dos valores máximos e mínimo de tensão admissíveis para o equipamento a ser
protegido, pode ser feito através de dois potenciômetros independentes.
O relé de saída estará energizado para tensões de alimentação dentro da faixa ajustada e
desenergizado acima ou abaixo desta. Estes relés também atuam por falta de fase sem neutro e
também podem ser dotados de retardos no desligamento de até 5s para evitar que ocorram
desligamentos dos sistemas durante o tempo de partida no caso de instalação de motores de grandes
potências.
4. CHAVES DE PARTIDA

4.1 Chave de partida direta

Chave de partida direta é o método mais simples, em que não são empregados dispositivos
especiais de acionamento. A chave de comando direto existe em grande número de modelos e
diversas capacidades de corrente, onde as principais são:
 chave tipo faca;
 interruptor simples;
 chave rotativa tipo tambor;
 chave simples para montagem em quadros, o contactor.
Os motores somente podem partir diretamente desde que sejam satisfeitas as seguintes
condições:
 a corrente nominal da rede é tão elevada que a corrente de partida do motor não é
relevante;
 a corrente de partida do motor é de baixo valor porque sua potência é pequena;
 a partida do motor é feita sem ou com mínima carga, o que reduz a corrente de partida.

Nas concessionárias de fornecimento de energia elétrica permite-se partida direta de motores


trifásicos até 5 CV em 220V e de 7,5CV em 380V.

4.2 Chave de partida estrela-triângulo

A chave de partida do tipo estrela-triângulo consiste na alimentação do motor com redução


de tensão nas bobinas durante a partida. Na partida as bobinas do motor recebem 58% (1/ 3 ) da
tensão que deveriam receber. A chave estrela-triângulo é um dispositivo que liga as três fases do
motor em estrela durante a partida até uma rotação próxima da nominal (90%), quando comuta a
ligação para triângulo. Isto significa que a tensão por fase na ligação estrela será 3 vezes menor
que a tensão de alimentação, conseqüentemente, a corrente de linha na partida será 3 vezes
menor, assim como o seu conjugado motor. É fundamental para esta chave de partida que o motor
tenha possibilidade de ligação em dupla tensão, (127/220V, 220/380V, 440/760V) e que a menor
tensão coincida com a tensão de linha da rede e os motores tenham no mínimo 6 terminais.
Vantagens:
 Muito utilizada, devido ao seu custo reduzido;
 Não tem limites quanto ao seu número de manobras;
 Os componentes ocupam pouco espaço;
 A corrente de partida fica reduzida para aproximadamente 1/3 da nominal.

Desvantagens:
 A chave só pode ser aplicada em motores com no mínimo seis terminais acessíveis;
 A tensão de linha da rede deve coincidir com a tensão da ligação triângulo do motor;
 Reduzindo a corrente de partida em 1/3 reduz-se também o momento de partida em 1/3;
 Se o motor não atingir 90% da velocidade nominal no momento da troca de ligação, o pico
de corrente na comutação será quase como se fosse uma partida direta.

4.3 Chave de partida com chave compensadora

Este sistema consiste na utilização de um autotransformador, ligado em série com as


bobinas, que reduz a corrente absorvida da linha devido a redução de tensão, onde a corrente sofre
uma redução proporcional a queda de tensão. Este método possui um alto custo inicial, mas
possibilita um melhor ajuste da corrente, cujo este ajuste é feito simplesmente mudando a tensão
fornecida ao motor através dos taps ou regulador do autotransformador. Normalmente este
autotransformador de partida vem equipado com taps ou bornes de 65% e 80%. A redução da
corrente de partida depende do Tap em que estiver ligado o autotransformador. Esta chave pode ser
usada para motores que partem com carga, onde o conjugado resistente de partida da carga deve ser
inferior à metade do conjugado de partida do motor e o motor que vai utilizar a partida
compensadora pode ser de tensão única, com apenas três terminais. Normalmente, este tipo de
partida é empregado em motores de potência elevada, acionando cargas com alto índice de atrito
tais como britadores, máquinas acionadas por correias, calandras e semelhantes.

Vantagens:
 A comutação da derivação de tensão reduzida para a tensão de suprimento não acarreta
elevação da corrente, já que o autotransformador comporta-se, neste instante,
semelhantemente a uma reatância que impede o crescimento da mesma;
 Variação gradativa dos taps e níveis de tensão.
Desvantagens:
 Custo elevado em relação a chave Y- devido ao autotransformador;
 Volumosa;
 Pesada.

Tabela 1: Comparativo entre a chave estrela-triângulo e a compensadora.


ESTRELA-TRIÂNGULO COMPENSADORA
Custo menor Custo maior
Menores dimensões Tipo de chave com maiores dimensões
Deve partir praticamente a vazio Admite partidas com carga, pois pode variar o tap conforme
exigência da carga, como ex. as partidas longas
A corrente de partida é reduzida para 33% A corrente de partida é reduzida para 64% no tap de 80% e 42%
no tap de 65%

4.4 Chave de partida série-paralela

Este sistema permite o motor partir com tensão reduzida em suas bobinas, proporcionando uma
redução de corrente para 25% do seu valor para partida direta. Ela é apropriada para cargas com
partida necessariamente em vazio, pois o conjugado de partida fica reduzido a 1/4 de seu valor para
tensão nominal. Este tipo de chave de partida necessita que o motor utilizado tenha no mínimo 9
terminais e opere em 4 valores de tensões. A partida do motor é feita com as bobinas conectadas
em série, fazendo com que tensão se divida entre elas. Depois que o motor atinge rotação nominal,
faz-se a troca das ligações para paralelo, recebendo, assim, cada bobina a tensão total. Divide-se em
dois tipos:
 série-paralelo triângulo (onde o triângulo é para partida em 440V e o triângulo paralelo para
rotação nominal a 220V), aplicável às redes de 220 V,
 série-paralelo estrela (onde o estrela é para partida em 760V e o estrela paralela é para
rotação nominal a 380V), para redes de 380 V.

4.4.1 Triângulo série-paralelo - (D-DD)

Chave de partida própria para motor com a execução dos enrolamentos em 220/380/440/660
ou 220/440, onde a tensão da rede, nesta especificação, deve ser necessariamente 220 V. Na partida
executa-se a ligação triângulo série (D), apto a receber 440 V e aplica-se a tensão de 220 V. Após a
partida o motor deve ser ligado em triângulo paralelo (DD) assim as bobinas passam a receber
tensão nominal de 220 V.
4.4.2 Estrela série-paralelo (Y-YY)

Chave de partida própria para motor com execução dos enrolamentos em 220/380/440/760
ou 380/760, onde a tensão da rede, nesta especificação, deve ser necessariamente 380 volts. Na
partida executa-se a ligação estrela série, apto a receber 760 volts e aplica-se tensão de estrela-
paralelo 380 volts. Após a partida o motor deve ser ligado em estrela paralelo (YY), assim as
bobinas passam a receber a tensão nominal. Os desenhos a seguir mostram os dois momentos de
funcionamento deste sistema:
5. AULAS PRÁTICAS - CIRCUITOS FUNCIONAIS DE COMANDO

5.1 Chave de partida direta de um motor trifásico.


CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

Obs.: O contato NA de C1 executa a função de retenção elétrica da contatora. A lâmpada L1


sinaliza que a bobina da contatora C1 esta energizada.

5.2 Chave de partida direta para um motor monofásico.


CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

Obs.: O retorno para a contatora após o relé é em função da vida útil da contatora.
5.3 Chave de partida de um motor trifásico, com reversão manual rápida.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

Obs.: Os contatos NA de C1 e de C2 executam a função de retenção elétrica da contatora e os


contatos NF de C1 e C2 executam a função de intertravamento elétrico, além de se ter a segurança
pelos botões. No lugar da lâmpada L3 podemos colocar um sistema de alarme para o relé de
sobrecarga. L1 e L2 sinalizam a energização das bobinas das contatoras C1 e C2 respectivamente.

5.4 Chave de partida de um motor trifásico, com reversão manual lenta.


CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

Obs.: Os contatos NA de C1 e de C2 executam a função de retenção elétrica da contatora e os


contatos NF de C1 e C2 executam a função de intertravamento elétrico, além de se ter a segurança
pelos botões. No lugar da lâmpada L3 podemos colocar um sistema de alarme para o relé de
sobrecarga. As lâmpadas L1 e L2 sinalizam a energização das bobinas das contatoras C1 e C2
respectivamente.
5.5 Chave de partida de um motor trifásico, com comando de parada por chave fim de
curso e reversão manual rápida.

CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

Obs.: As chaves fim de curso servem para desligar o motor.

5.6 Chave de partida de um motor trifásico, com comando de reversão instantânea por chave fim
de curso.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

Obs.: As chaves fim de curso servem para fazer a reversão instantânea do sentido de rotação do
motor.
5.7 Chave de partida de um motor trifásico, com reversão automática rápida.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

5.8 Chave de partida de dois motores trifásicos, com comando seqüencial manual lento.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

5.9 Chave de partida de três motores trifásicos, com comando seqüencial manual lento.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA
5.10 Chave de partida de dois motores trifásicos, com comando seqüencial automático.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

5.11 Chave de partida de três motores trifásicos, com comando seqüencial automático.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

5.12 Chave de partida para um motor trifásico, com sistema estrela-triângulo.


CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA
5.13 Chave de partida para um motor trifásico, com sistema estrela-triângulo automática, com
reversão por botões.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

5.14 Chave de partida para um motor trifásico, com sistema compensador automático.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

5.15 Chave de partida, motor trifásico, com sistema compensador automático, com reversão
manual rápida.
CIRCUITO DE COMANDO CIRCUITO DE FORÇA

5.16 Chave de partida para um motor trifásico, Série/Paralelo Estrela/Duplo Estrela.


CIRCUITO DE FORÇA No momento da partida ligarão os
contatores K1 e K3 (fechamento em estrela)
no diagrama de carga, D1 contará um tempo
e depois acionarão os contatores K1, K2 e K4
(fechamento em estrela paralelo).

CIRCUITO DE COMANDO

5.17 Chave de partida para um motor trifásico, Série/Paralelo Triângulo/Duplo Triângulo.


CIRCUITO DE FORÇA
CIRCUITO DE COMANDO
5.18 Sinaleira

CIRCUITO DE FORÇA

CIRCUITO DE COMANDO

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