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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


CAMPUS PATOS DE MINAS

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Cap. VII – Aterramento em Instalações Elétricas

Prof. Thiago Vieira da Silva


thiagovs@unipam.edu.br

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Definições

 Aterramento é a ligação de estruturas ou instalações com


a terra, com o objetivo de estabelecer uma referência
para a rede elétrica e permitir o fluxo para a terra de
correntes elétricas de naturezas diversas, tais como:
 correntes de raios;
 descargas eletrostáticas;
 correntes de filtros, supressores de surtos e pára-raios de linha;
 correntes de curto-circuito para a terra.

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Definições

 Choque Elétrico: É o efeito fisiológico que resulta da


passagem de uma corrente elétrica pelo corpo humano,
denominada corrente de choque. O choque elétrico deve
ser analisado em função de três elementos fundamentais.
São eles:
 Parte Viva: É um condutor elétrico ou qualquer outro elemento condutor
que pode ser energizado em uso normal. Neste caso, como parte viva,
também é considerado o condutor neutro e excluído o condutor PE ou PEN
(função combinada do neutro e proteção). O termo condutor vivo ou
condutor carregado é frequentemente utilizado para designar os condutores
fase e o neutro.

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Definições

 Massa ou Massa Condutora Exposta São os elementos condutores que


normalmente não são energizados, mas que numa eventualidade de
problemas de isolação podem tomar-se vivos ou energizados e, assim,
provocar um acidente;
 Elemento Condutor Estranho (à Instalação Elétrica): É qualquer elemento não
pertencente à instalação, mas pode nela introduzir um potencial, geralmente o
de terra.
 Equipotencialização: A NBR 5410:2004, item 3.3.1, define a
equipotencialização como "procedimento que consiste na interligação de
elementos especificados (todos os barramentos e infraestrutura), visando
obter a equipotencialização necessária para os fins desejados". Tem a função
de "proteção contra choques elétricos e contra sobretensões e perturbações
eletromagnéticas. Uma determinada equipotencialização pode ser satisfatória
para proteção contra choques elétricos, mas insuficiente para proteção contra
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perturbações eletromagnéticas".
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Prescrições da NBR 5410:2004

 A NBR 5410:2004, item 4.2.2.2, apresenta cinco exemplos de


esquemas de aterramento de sistemas elétricos trifásicos
comumente utilizados.
 Deve-se observar que "as massas indicadas não simbolizam um
único, mas sim qualquer número de equipamentos elétricos".
Pode-se observar também que "uma mesma instalação pode
eventualmente abranger mais de uma edificação.
 As massas devem necessariamente compartilhar o mesmo eletrodo
de aterramento, se pertencentes a uma mesma edificação, mas
podem, em princípio, estar ligadas a eletrodos de aterramento
distintos".
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Significado das Letras

 Primeira letra - Situação da alimentação em relação à terra:


 • T - um ponto diretamente enterrado;
 • I - isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento através
de uma impedância.
 Segunda letra - Situação das massas da instalação em relação à terra:
 • T - massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento
eventual de um ponto de alimentação;
 • N- massas ligadas diretamente ao ponto de alimentação aterrado (em corrente
alternada, o ponto aterrado é normalmente o ponto neutro).
 Outras letras (eventuais) -Disposição do condutor neutro e do
condutor de proteção:
 • S - funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos;
 • C- funções de neutro e de proteção combinadas em um único (condutor PEN).
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Esquema TN

 Tem como característica "possuir um ponto da alimentação


diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a esse ponto através
de condutores de proteção". "São consideradas três variantes de
esquemas TN, de acordo com a disposição do condutor neutro e do
condutor de proteção". Podem ser:
 Esquema TN-S : O condutor neutro e o condutor de proteção são distintos
 Esquema TN-C-S: As funções de neutro e de proteção são combinadas em um único condutor
em uma parte da instalação,
 Esquema TN-C: As funções do neutro e de proteção são combinadas em um único condutor ao
longo de toda a instalação.
 Nota: A confiabilidade do esquema TN, particularmente quando a proteção
contra contatos indiretos for realizada por dispositivos à sobrecorrente, fica
condicionada à integridade do neutro, o que, no caso de instalações alimentadas
por rede pública em baixa tensão, depende das características do sistema da
concessionária. 7
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Esquema TN

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Esquema TN

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Esquema TT

 Esquema no qual as correntes de falta direta fase-massa são


inferiores a uma corrente de curto-circuito, podendo, todavia, ser
suficiente para provocar o surgimento de tensões perigosas. O
esquema TT possui um ponto de alimentação diretamente
aterrado, estando as massas da instalação ligadas a eletrodos de
aterramento eletricamente distintos do eletrodo de aterramento
da alimentação.

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Esquema TT

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Esquema IT

 É o esquema em que "todas as partes vivas são isoladas da terra ou


um ponto da alimentação é aterrado através de impedância. As
massas da instalação são aterradas, verificando-se as seguintes
possibilidades:"
 • "Massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da alimentação, se
existente"; e
 • "Massas aterradas em eletrodo(s) de aterramento próprio(s), seja porque
não há eletrodo de aterramento da alimentação, seja porque o eletrodo de
aterramento das massas é independente do eletrodo de aterramento da
alimentação".

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Esquema IT

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Esquema IT

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Esquema IT

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Aterramento e Equipotencialização

 Nas instalações elétricas existem, basicamente, dois tipos principais


de aterramento:
 • O aterramento funcional, que consiste na ligação à terra de um dos
condutores do sistema (geralmente o neutro), e está relacionado com o
funcionamento correto, seguro e confiável da instalação.
 • O aterramento de proteção, que consiste na ligação à terra das massas e dos
elementos condutores estranhos à instalação, cujo objetivo é a proteção
contra choques elétricos por contato indireto.
 Além desses dois tipos, pode-se fazer, eventualmente, um
aterramento de trabalho, que tem por finalidade tomar possíveis,
sem perigo de acidente, atividades de manutenção em partes da
instalação normalmente sob tensão, colocadas fora de serviço para
esse fim. É um tipo de aterramento provisório, que deve ser desfeito
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no final dos trabalhos de manutenção.
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Eletrodo de Aterramento
 A NBR 5410:2004, item 6.4.1.1.1, determina que o aterramento é uma infra-
estrutura e faz parte da integralidade da edificação, denominada de "eletrodo de
aterramento". Pode ser da seguinte forma:
a) Preferencialmente, uso das próprias armaduras do concreto das fundações (armaduras de
aço das estacas, dos blocos de fundação e vigas baldrames), esse procedimento é suficiente
para se obter um eletrodo de aterramento com características elétricas adequadas.
b) Uso de fitas, barras ou cabos metálicos, especialmente previstos, imersos no concreto das
fundações, "formando um anel em todo o perímetro da edificação. A fita, barra ou cabo
deve ser envolvido por uma camada de concreto de no mínimo 5 em de espessura, a uma
profundidade de no mínimo 0,5 m. As seções mínimas da fita, barra ou cabo podem ser
vistas na tabela 13 .1.
c) Uso de malhas metálicas enterradas, no nível das fundações, cobrindo a área da edificação
e complementadas, quando for necessário, por hastes verticais radialmente ("pés-de-
galinha").
d) No mínimo, uso de anel metálico enterrado, circundando o perímetro da edificação e
complementado, quando for necessário, por hastes verticais e/ou cabos dispostos
radialmente ("pés-de-galinha").
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Eletrodo de Aterramento
 Todo sistema (infra-estrutura) de aterramento deve:
• Proporcionar confiabilidade e satisfazer todos os requisitos de
segurança.
• Conduzir as correntes de falta à terra sem risco de danos térmicos,
termomecânicos e eletromecânicos, ou de choques elétricos
causados por essas correntes.
• Quando aplicável, atender também aos requisitos funcionais da
instalação. Um bom aterramento depende, além dos fatores
mencionados pela norma, de outros fatores, tais como:
• Resistividade do solo;
• Comprimento de cada haste (eletrodos);
• Volume de dispersão disponível para cada haste (eletrodos);
• Número de hastes (eletrodos) ligadas(os) em paralelo. 18
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Eletrodo de Malha

 "A chamada "malha de terra" é constituída pela combinação


de hastes e condutores. Nela a interconexão dos lados
opostos do eletrodo com a forma poligonal fechada
(triângulo, quadrado, hexágono, etc.) tem a função de
equalizar a superfície do terreno, abaixando ou anulando as
tensões de passo e de contato. Para atenuar o gradiente de
tensão ao longo do perímetro da malha, é de boa prática
enterrar verticalmente, ao longo dos lados externos, uma
série de hastes profundas e distanciadas entre si. Assim, é
superado o problema das tensões de passo, muito perigosas
no caso de cabines de distribuição em média e alta tensão"
(figura 13.9). 19
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Eletrodo de Malha

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Condutor de Aterramento
 O condutor de aterramento é aquele que fará a interligação da barra de
eqüipotencialização principal (BEP) com a barra de proteção (PE) ao(s)
eletrodo(s) de aterramento (haste de terra).
 "A seção dos condutores de aterramento deve ser dimensionada conforme
13.6.1. Para condutores enterrados no solo, a seção não deve ser inferior às
indicadas" na Tabela 13.2.
 É importante ressaltar que "a conexão de um condutor de aterramento ao
eletrodo (haste) de aterramento deve assegurar as características elétricas e
mecânicas" necessárias ao bom funcionamento de todo o sistema. Uma falha
na conexão da infraestrutura de aterramento pode ocasionar acidentes para os
usuários da instalação e danos em equipamentos e na edificação (6.4.1.2.2).

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Eqüipotencialização
 A NBR 5410:2005, item 6.4.2.1.1, determina que "em cada edificação deve ser
realizada uma eqüipotencialização principal, reunindo os seguintes elementos":
 a) As armaduras de concreto armado e outras estruturas metálicas da edificação;
 b) As tubulações metálicas de água, de gás combustível, de esgoto, de sistema de ar-
condicionado, de gases industriais, de ar comprimido, de vapor, etc., bem como os elementos
estruturais metálicos a elas associados;
 c) Os condutos metálicos das linhas de energia e de sinal que entram e/ou saem da edificação;
 d) As blindagens, armações, coberturas e capas metálicas de cabos das linhas de energia e de
sinal que entram e/ou saem da edificação;
 e) Os condutores de proteção das linhas de energia e de sinal que entram e/ou saem da
edificação;
 f) Os condutores de interligação provenientes de outros eletrodos de aterramento porventura
existentes ou previstos no retomo da edificação;
 g) Os condutores de interligação provenientes de eletrodos de aterramento de edificações
vizinhas, nos casos em que essa interligação for necessária ou recomendável;
 h) O condutor neutro da alimentação elétrica, salvo se não existente ou se a edificação tiver que
ser alimentada, por qualquer motivo, em esquema TT ou IT;
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 i) O(s) condutor(es) de proteção principal(is) da instalação elétrica (interna) da edificação.
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Condutores de Proteção (PE)


 Os condutores de proteção são necessários em todas as instalações elétricas
de baixa tensão, independentemente do tipo de esquema de aterramento,
quer seja TN, TT ou IT, cuja finalidade é a proteção contra contatos indiretos.
Esses condutores permitem o escoamento das correntes de fuga e/ou de falta
da instalação, garantindo assim uma perfeita continuidade do circuito de terra.
 Os condutores de proteção dos circuitos são designados internacionalmente
pelas letras PE (de Protection Earth), e entre nós de proteção equipotencial.
 O condutor de proteção de um circuito terminal liga as massas (estruturas
metálicas) dos equipamentos de utilização e, se for o caso, o terminal "terra"
das tomadas de corrente, alimentado pelo circuito ao terminal de aterramento
(barramento de terra) do quadro de distribuição respectivo.
 No caso de circuito de distribuição, o condutor de proteção interliga o terminal
de aterramento do quadro de onde parte o circuito ao terminal de aterramento
do quadro alimentado pelo circuito. A seção do condutor de
 proteção pode ser determinada pela tabela 13.3. 23
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Seção mínima dos Condutores de


Proteção (PE)

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