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Prof. Ildo Teixeira

4 PASSOS PARA ENTREGAR


RESULTADOS NO TRATAMENTO
DE GORDURA LOCALIZADA
Um guia prático para
profissionais da estética
A entrega de resultados é, com
certeza, o maior objetivo de
profissionais da estética.
Mas também é um dos maiores desafios. E, ape-
sar de não existir absolutamente uma fórmula
mágica que possa ser aplicada em todos os ca-
sos e gerar os tão esperados resultados – há
uma série de compreensões que podem tornar
a prática clínica melhor e mais assertiva.

É isso que veremos neste e-book:


04 passos que você deve ter em todo atendi-
mento clínico para entregar resultados no tra-
tamento de gordura localizada.

Vamos lá?

Equipe de produção:
Coordenação:
Alexia Ribeiro
Revisão de texto:
Alexia Ribeiro e Sarah Parro
Diagramação:
Kelvin Brasil
Ilustrações:
VectorJuice - Freepik
01
Rotas de
eliminação de
gordura
Sim, o primeiro passo envolve um
pouco sobre fisiologia. Vamos retor-
nar um pouco e entender as diferen-
ças entre lipólise, necrose e apopto-
se.

E por que é importante


conhecer essas diferenças?
Porque basicamente todos os re-
cursos que usamos na estética para
o tratamento de gordura localizada
atuam por uma dessas três vias. E,
conhecendo as diferenças entre elas,
podemos saber qual tecnologia se
encaixa melhor na sua prática clínica
e quando escolher entre uma ou ou-
tra.

Vamos lá?

3
Lipólise
É a rota mais utilizada na área da
estética
e também a menos agressiva porque mantém
a integridade da célula. Ela ocorre toda vez que
o organismo precisa de energia extra – então
pode ser estimulada através de atividade física,
jejum, e alguns procedimentos estéticos como o
ultrassom de 3MHz.

Funciona assim:
o triglicerídeo de dentro do adipócito é quebra-
do novamente em ácido graxo livre e glicerol e
transferido para fora da célula de gordura – onde
fica disponível para ser utilizado pelo músculo
como ATP (energia).

Para que isso aconteça,


é preciso ativar os receptores dos hormônios
que vão ativar o processo de lipólise – como as
catecolaminas (Adrenalina e Noradrenalina).
Assim, com a lipólise você está esvaziando a cé-
lula de gordura (que continua íntegra) e liberan-
do energia para ser consumida no organismo.

4
Apoptose
A apoptose também é uma rota de
eliminação de gordura
só que natural. Isso quer dizer que a apoptose
é um processo fisiológico natural do organismo,
fundamental, inclusive, para o seu funcionamen-
to.

Ela acontece para que células defeituosas ou


supérfluas do organismo sejam eliminadas e –
para isso – elas morrem. Por isso, o conceito de
apoptose é a morte programada das células.

Funciona assim:
a célula (neste caso, a de gordura) se desintegra
no ambiente intracelular (de dentro para fora) e
perde organelas até a morte - sem causar danos
externos.

Alguns teóricos acreditam que,


por ser um processo natural do organismo, a
apoptose não pode ser provocada. Outras lite-
raturas já consideram que há como programar
a morte das células com intervenções (como a
criolipólise ou a criofrequência).

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Necrose
É a forma mais agressiva de eliminar a
gordura –
porque, ao contrário da apoptose, em que a cé-
lula vai morrendo de forma natural (provocada ou
não), aqui a célula é morta a partir de um rompi-
mento do seu conteúdo e sua consequente libe-
ração para o organismo.

Funciona assim:
a célula (de gordura, neste caso) sofre uma injú-
ria – geralmente um processo inflamatório agudo
– e se rompe. Nessa ruptura celular, os triglicerí-
deos são extravasados para fora da célula junto
com suas orgnelas e com o citoplasma.

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Por isso, quando se trabalha com
tecnologias que provocam a necrose
é preciso um cuidado muito grande com os mar-
cadores hepáticos do fígado (e o ideal é que você
peça exames ao paciente antes do procedimen-
to).

Porque, com esses triglicérides


liberados:
não pode haver um excesso já presente no or-
ganismo e nem a falta de uma betaoxidação de-
pois.

Mas vamos voltar a este assunto mais tarde.


Na estética, exemplos de recursos que provocam
a necrose são ultrassons micro e macrofocados.

Quer saber mais?


Aqui tem um vídeo do Prof. Ildo Teixeira que
pode complementar seu entendimento!
Clique na imagem ou acesse o link a baixo
youtu.be/FAaynE94SXM

7
02
TOP 5
tratamentos
estéticos para
gordura
Como vimos, cada tecnologia mo-
biliza os triglicerídeos para fora do
adipócito de uma maneira. E isso in-
fluencia diretamente no resultado e
nas possibilidades de seus tratamen-
tos.

Existem várias tecnologias


na estética atualmente que – ou tra-
tam a gordura localizada, ou auxiliam
no tratamento.
Hoje vamos falar sobre cinco dessas
tecnologias que têm comprovação
clínica e científica:

8
Ultrassom de Alta
Potência
O tratamento da gordura localizada é uma das
principais indicações do ultrassom de alta potên-
cia. Justamente porque as ondas sonoras emiti-
das por ele são capazes de provocar a quebra
da gordura localizada – ou seja: a lipólise.

Para que isso aconteça, alguns


parâmetros precisam ser definidos:
A frequência: que vai determinar o alcance des-
sas ondas. Quanto maior a frequência, mais su-
perficial será o tratamento. Dessa forma, para o
tratamento de gordura, o ideal é uma frequência
em torno dos 3MHZ.
A potência (ou, mais especificadamente, a dose
– que é quanto de potência será entregue para
cada cm²): sabemos que o máximo permitido pela
ANVISA são doses de 3W/cm².

Para o tratamento de gordura,


ela vai variar de acordo com o tipo e a quantida-
de a ser tratada mas, sugere-se que você para-
metrize, no mínimo, 1,5W/cm² neste tratamento.
O modo (contínuo ou pulsado): neste caso, em
que se busca por um processo inflamatório con-
trolado e a produção de lipólise, o efeito térmico
do US é desejado. Portanto, o modo contínuo é
ideal para o tratamento de gordura.

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Radiofrequência
Além do Ultrassom, outro recurso muito utilizado
na área da estética para o tratamento da gordu-
ra localizada é a radiofrequência. Neste caso, as
ondas de rádio vão gerar um aquecimento nos
tecidos (de dentro para a fora) e, parametriza-
dos corretamente, provocar a necrose dos adi-
pócitos.

Para isso, é preciso definir os


seguintes parâmetros (sugeridos):
Frequência: assim como no Ultrassom, quanto
maior a frequência, menor a profundidade dos
tecidos. Então, para o tratamento de gordura lo-
calizada, o ideal é uma frequência baixa.

Cada aparelho tem uma variação de


frequência própria,
e o indicado é que, para o tratamento de gor-
dura, seja igual ou abaixo de 0,6MHz. (na maior
parte dos aparelhos).

Ponteira:
Outra questão que também vai influenciar na pro-
fundidade é a polaridade das ponteiras. No caso
da gordura localizada, uma ponteira monopolar
(com a placa de retorno servindo para aumentar
a profundidade da onda) é o ideal para o trata-
mento.

Temperatura:
Como queremos gerar um processo inflamatório
que provoque a necrose nos tecidos, a tempe-
ratura deve ser em torno dos 40°C e 42°C (mais
uma vez, dependendo do caso clínico).

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Criofrequência
A Criofrequência trabalha em moldes
semelhantes aos da radiofrequência
(tem a mesma emissão de ondas de rádio, opera
em frequências semelhantes e tem excelentes
resultados em gordura localizada).

Mas, suas diferenças fazem com que


ao invés de necrose, ela faça a lipólise. Isso por-
que a criofrequência trabalha o misto de baixas
e altas temperaturas: criando um choque térmi-
co nas células, ocasionando a quebra dos trigli-
cerídeos e expulsando-as dos adipócitos.

Para o tratamento da gordura localizada com a


criofrequência, os parâmetros são bem seme-
lhantes aos da radiofrequência:

Frequência:
Para o tratamento de gordura localizada, o ideal
é uma frequência baixa. Cada aparelho tem uma
variação de frequência própria, e o indicado é
que, para o tratamento de gordura, seja igual ou
abaixo de 0,6MHz.

Ponteira:
Outra questão que também vai influenciar na pro-
fundidade é a polaridade das ponteiras. No caso
da criofrequência, tem aparelhos com ponteiras
monopolares (e se este for o caso do seu, opte
por ela), com ponteiras em que você pode usar
só a parte monopolar ou apenas com potências
multipolares. No caso de usar uma multipolar,
garanta que a frequência esteja parametrizada
corretamente (baixa).

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Criolipólise
Uma das tecnologias mais conhecidas
para o tratamento da gordura
localizada,
a Criolipólise também trabalha com baixas tem-
peraturas para a mobilização da gordura - atra-
vés da cristalização e lesão dos adipócitos.

Dessa forma, a literatura sugere que


ela não mobiliza apenas uma das rotas – mas as
três de uma só vez: lipólise, necrose e apoptose
(embora haja algumas divergências entre os au-
tores que acreditam que a maior evidência é a
da apoptose).

Em todo o caso, para que a gordura


seja mobilizada com o uso da criolipólise é im-
portante atentar-se a dois parâmetros de proce-
dimento:

A temperatura:
que deve ser entre -5°C e -11°C, de acordo com
protocolos científicos.
E o tempo de procedimento: entre 40 e 60 mi-
nutos por área
No caso da Criolipólise de contraste – onde as
temperaturas variam entre positivas e negativas,
estes parâmetros se alteram um pouco, e as má-
ximas devem chegar em torno dos 40ºC. (varian-
do entre aparelhos).

12
Carboxiterapia
Por último, mas não menos eficaz,
temos também o tratamento de gordura locali-
zada através da aplicação de gás carbônico no
tecido adiposo – a carboxiterapia. Neste caso,
a injeção do gás vai gerar um processo inflama-
tório controlado nos tecidos, fazendo com que
ocorra a necrose adipocitária.

Lembra do que estamos falando? Da


necrose.
Além disso, alguns teóricos também acreditam
que, junto à necrose, a carboxiterapia também
produza lipólise como um processo secundário
de mobilização dos triglicerídeos.

Sua parametrização deve ser feita com três prin-


cipais bases:

Volume (a quantidade de gás a ser


inserida no paciente):
nunca deve passar de 2000ml por sessão (o que
é muita coisa)

O fluxo:
sugere-se para o tratamento de gordura locali-
zada entre 100ml a 150ml por inserção
Angulação de agulhas: para o tratamento de gor-
dura localizada, deve ser de 90°.

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03 Oxidação
Isso quer dizer que o trata-
mento não é eficaz?
NÃO!
Só quer dizer que você precisa de
associações para que esta gordura
mobilizada seja efetivamente gasta
pelo organismo.

A gente já sabe que a


Após a mobilização da gordura por gordura não sai na urina,
uma das vias, ela fica disponível no
organismo como ATP (energia) para
ser consumida pelos músculos. E
aqui é importante observar que a li-
pólise, a necrose e a apoptpse são
e que ao invés disso, é filtrada pelo
fígado ou realocada nos músculos
para ser utilizada. Mas, quando você
mobiliza toda essa gordura, é preci-
so de mais uma ação complementar
rotas de mobilização de gordura – para que ela seja, de fato, eliminada:
e não de eliminação. a oxidação.

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Caso contrário,
quando o ácido graxo livre e o glicerol não são
oxidados, eles retornam para dentro dos adipó-
citos e seu tratamento não dá o resultado espe-
rado.
Como isso pode ser feito?
Uma forma é através do exercício físico. Você
pode orientar a sua paciente a praticar ativida-
des físicas para gastar essa energia disponível
nas próximas 48h após o tratamento estético.

Além disso,
associações de outros tratamentos estéticos
também podem contribuir para essa beta-oxida-
ção (além de ser um plus para o seu espaço, são
também uma forma de controlar efetivamente
essa oxidação).

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Corrente Russa e Aussie
São tipos de correntes excitomotoras
que têm como principal objetivo o fortalecimen-
to muscular (no caso da corrente Aussie, princi-
palmente quando parametrizada em uma frequ-
ência de 4kHz).
Para tanto, as correntes provocam a
contração muscular
e precisam de energia para esta ação. Logo, o
ATP mobilizado para fora do adipócito é uma óti-
ma fonte de energia para a contração estimulada
pela corrente – e a corrente, um ótimo comple-
mento para o tratamento de gordura localizada.

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Plataforma vibratória
É um recurso que tem o objetivo de
potencializar
a tonicidade,a força e a resistência do músculo.
Portanto, tem uma capacidade enorme para o
recrutamento de fibra muscular.

Assim como no caso das contrações


provocadas pelas correntes,
essas contrações também precisam de energia
e por isso tornam-se um excelente recurso para
a associação no tratamento de gordura localiza-
da.

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04
A lipogênese é conhecida
como o contrário da lipólise:
é o processo de transformação dos
alimentos em gordura no corpo (e
está diretamente ligada à alimenta-
ção - principalmente, de gordura e
carboidrato).

Ela ocorre quando


ingerimos mais alimentos
do que gastamos em energia.
Assim, ocorre a transformação des-
se excesso de energia em gordura
Inibir lipogênese – como uma reserva energética de
longo prazo.
Depois que você terminou todo o Agora: se lipólise e lipogênese são
atendimento na clínica – mobilizou opostos – elas não podem ocorrer
e eliminou a gordura localizada da ao mesmo tempo. Isso quer dizer
cliente – tem mais um importante que, para que o seu tratamento dê
passo que faz toda a diferença no resultado, sua cliente não pode re-
resultado: inibir a lipogênese. por a energia gasta por você.
Mas essa é a tendência do organismo.
Porque, no momento em que os adipócitos co-
meçarem a sofrer “danos”, no momento que a
reserva de energia do corpo diminui, baixam jun-
to os níveis de leptina (o hormônio responsável
por ter ou não vontade de comer).
Isso quer dizer que,
no momento em que seu tratamento dá resulta-
do, seu cliente tem mais apetite porque o orga-
nismo entende que ele precisa repor essa ener-
gia gasta.
Portanto, o quarto passo é:
inibir esse processo de lipogênese. Para que seu
resultado não seja sabotado pelo próprio orga-
nismo do paciente.
Para isso,
você pode indicar nutricosméticos que inibam a
lipogênese e trabalhar multidiciplinarmente. Ou
seja: indicar que sua cliente procure um nutricio-
nista para orientar uma alimentação adequada.

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