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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT


DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA ESTATISTICA E
COMPUTAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO
COMP. CURRICULAR: FILOSOFIA

CIÊNCIAS E FILOSOFIA: COMO ESSAS DUAS VERTENTES


ENFRENTAM A CRISE DA MODERNIDADE

CAMPINA GRANDE – PB
2011
DISCENTE: FÁBIO DE QUEIROZ CAVALCANTE

CIÊNCIAS E FILOSOFIA: COMO ESSAS DUAS VERTENTES

ENFRENTAM A CRISE DA MODERNIDADE

Trabalho temático para obtenção da nota referente à unidade I.

DOCENTE: MARY DELANE GOMES DA COSTA

CAMPINA GRANDE – PB
2011
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 4
MODERNIDADE 5
A CRISE DA MODERNIDADE 6
A CIÊNCIA NA CRISE DA MODERNIDADE 7
A FILOSOFIA NA CRISE DA MODERNIDADE 8
CONCLUSÃO 9
REFERÊNCIAS 10
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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem o objetivo demonstrar de que forma a ciência e a filosofia tem
enfrentado as mudanças históricas que vem acontecendo desde a Revolução Industrial (1790)
até os dias atuais desencadeando na chamada Crise da Modernidade.
A modernidade que baseou seu desenvolvimento principalmente no conhecimento
científico em detrimento às ciências sem embasamento científico, tendo em vista a influência
do iluminismo e das revoluções industriais que se deram por todo esse período da
modernidade. Entretanto logo a pós as guerras mundiais houve um desencanto para com esses
métodos por causa dos fins utilizados pelo desenvolvimento da energia nuclear e do avião.
Atrelado a isso se relacionou a ciência com os opressores, visto que esses a utilizavam como
justificativa para ambição e alcance do poder nas mais variadas formas.
Esse uso da ciência levou ao que está sendo chamado de crise da modernidade, já que
as crises são caracterizadas pela ruptura com o paradigma da sociedade vigente, que no caso
da modernidade é o conhecimento científico.
Logicamente uma sociedade baseada na ciência e que não enxerga um horizonte
através de seu prisma, consequentemente a ciência entra em certo nível de crise.
É nesse panorama que a filosofia se sobressai como válvula de escape para os
problemas e ajuda a encaminhar para novos caminhos definindo novos conceitos ou
repensando conceitos antigos sob outra ótica.
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MODERNIDADE

A modernidade é definida como qualidade do moderno, do recente, portanto podemos


inferir que modernidade seria tudo que está relacionado com os dias atuais, ou que aconteceu
há pouco. No entanto, nesse trabalho consideraremos a modernidade como tudo que tenha
desencadeado no modo de viver atual, ou seja, todas as descobertas científicas (como a
hipótese do heliocentrismo levantada por Copérnico em 1543) todos os acontecimentos
históricos (incluindo a Revolução Industrial de 1790) até hoje serão considerados como
objetos da modernidade.
Esses pontos citados são considerados como marcos da sociedade moderna visto que a
partir desses desenrolaram-se centenas de revoluções nas sociedades ao redor do mundo como
é confirmado pelos livros de história.
Após Copérnico, houve uma ruptura entre a ciência e a religião, essa detentora do
saber até então considerado absoluto, aquela com sede de obter respostas plausíveis e
palpáveis para os fenômenos naturais e não mais corroborando as explicações religiosas para
esses fenômenos.
Com a ruptura, a ciência buscou com extremo afinco buscar respostas que fossem
verdades absolutas, não como as verdades da igreja, verdades mitológicas e metafísicas, e sim
através de demonstrações, experimentações e desenvolvimentos de fórmulas e leis que
descrevessem de forma fidedigna o que realmente acontecia nos fenômenos naturais.
Essa busca incessante pelo conhecimento tem sido a marca maior da modernidade.
Um número cada vez maior as pessoas buscam o conhecimento frio e calculista como verdade
absoluta, e desprezam a intuição, o sentimento nas avaliações, seja sobre o que for. O
conhecimento vulgar, como é chamado o conhecimento popular que não tem base científica e
baseia-se apenas em observações dos fenômenos perde terreno, (em certos casos ou é
corroborado em outros) para o conhecimento científico que é ditado pelo racionalismo e
empirismo. O objeto (ciência) tem orientado o sujeito (o homem) e não o contrário.
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A CRISE DA MODERNIDADE

Sempre que houve uma crise na história, essa era caracterizada por uma mudança no
modo de se ver a sociedade, isto é, questionavam-se os costumes, o modo de pensar, a direção
que a sociedade deveria seguir etc. Ou seja, sempre que houve uma crise houve um desejo de
separação com o paradigma social vigente, seja econômico, politico, social.
Na modernidade, o paradigma que está sendo questionado é o do Sujeito-Objeto e
seu paradoxo. O objeto (ciência) tem guiado o Sujeito (homem). A ciência tem se tornado a
única verdade absoluta em detrimento dos pensamentos dos homens. É cada vez mais
frequente a ligação da ciência com a elite e com os opressores, visto que essa serve de
embasamento teórico para as práticas impostas pelos opressores, e que nem sempre são
consonantes com as vontades dos oprimidos. Dito isso tem se tornado comum uma descrença
com relação às verdades citadas pelos cientistas e a relação dessas com as verdades de fato.
Após as guerras mundiais, principalmente a segunda, houve um desencanto com as
novidades tecnológicas disseminadas pela sociedade científica, entre elas a bomba atômica
que tanta destruição levou para Hiroshima e Nagasaki além de espalhar pelo mundo um certo
nível de paranoia com a possibilidade de haver uma guerra atômica que perdurou durante a
guerra fria entre estados Unidos e União Soviética e se sustenta até os dias atuais.
Esse desencanto tem levado a sociedade a repensar a ciência do modo como essa tem
se desenvolvido nos dias de hoje, e a levar em consideração o “re-pensamento” filosófico
dela, visto que ao fazê-lo provavelmente seria feito de modo diferente e, consequentemente
chegaríamos a outros resultados diferentes dos atuais.
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A CIÊNCIA NA CRISE DA MODERNIDADE

Na crise da modernidade, a ciência tem sido referenciada como “a gente da repressão


comprometida com o poder”, segundo Rouanet. Visto que são injetados recursos quase que
infindáveis no desenvolvimento de armamentos, que possam ser utilizados em guerras e que
essas sempre são desencadeadas pela vontade de dominar de um sobre o outro, essa
concepção não destoa muito da realidade. Quanto de recurso são gastos para desenvolvimento
de equipamentos e dispositivos cada vez mais caros e que por sua vez nem sempre são
utilizados em sua totalidade de recursos em relação ao desenvolvimento de medicamentos
realmente eficazes ou que possam ter seus custos reduzidos para utilização em países pobres?
Por esses e por outros motivos que já dissemos, a ciência tem sido vista com maus
olhos como auxiliadora dos opressores sobre os oprimidos, como expurgadora da
espontaneidade popular, como álibi para justificar as ambições de certos empresários pelo
poder. Em suma, castradora dos ideais humanos na sua essência.
Visto que a modernidade tem se baseado na ciência, e esta tem sido ligada, por
diversas interpretações, a formas de cerceamento da essência humana, e tem sido manipulada
para o uso do bem ou do mal, fica claro que a ciência entra em relativa crise, assim como a
modernidade.
A crise da ciência não tem a ver com seus fundamentos, leis, fórmulas ou coisas do
gênero, e sim com os conceitos e as finalidades as quais ela, ciência, tem sido desenvolvida,
isto é, para quem e para quê ciência.
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A FILOSOFIA NA CRISE DA MODERNIDADE

Em tempos de crise a filosofia se sobressai já que é ela que desenvolve a análise da


situação no momento da crise, compartilhando com a história dados e razões para o
compreendimento da situação como um todo.
A filosofia tem como papel principal prover liberdade de entendimento ao homem
sobre ele mesmo, fazendo-o descartar pseudos-absolutos que venham surgir com esse intuito
de desvendá-lo.
Posto isso, veremos que a filosofia é peça chave para encaminhar o homem para a
liberdade da situação. É pela filosofia que serão discutidos os novos fundamentos de ética,
senso comum e direções que deverão nortear os novos caminhos a serem seguidos.
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CONCLUSÃO

Concluímos nesse trabalho que a crise da modernidade afeta diretamente a ciência


visto que essa tem norteado o modo de viver, pensar e se desenvolver das sociedades até os
dias atuais, porém com certo desencanto desde que certos desenvolvimentos conquistados
pela ciência foram utilizados de forma mal vista pela sociedade. A partir dessa desconfiança
com relação à ciência instaura-se a crise da modernidade.
Em situações de crise a filosofia desponta como um dos seguimentos que podem
ajudar a definir novos conceitos ou redefinir os antigos sob nova ótica a fim de dar liberdade
ao homem para conhecer e definir a si mesmo como indivíduo ou como sociedade, e não
aceitar paradigmas impostos por pseudos-absolutistas que tentem fazê-lo.
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REFERÊNCIAS

- MATOS, Junot Cornélio; A FILOSOFIA NA CRISE DA MODERNIDADE


- PEPE, Benito; A modernidade e a crise da modernidade, em
http://www.benitopepe.com.br/2009/03/16/a-modernidade-e-a-crise-da-modernidade/

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