Maria da Silva moveu ação indenizatória contra Lojas Canadenses e Pineapple após receber um celular comprado com atraso e danificado. As rés alegam ilegitimidade e decadência do direito, mas o juiz inverteu o ônus da prova. Cabe ao substituto proferir sentença abordando todos os aspectos do caso.
Descrição original:
Título original
TÉCNICA DE SENTENÇA - AULA INAUGURAL - CPI - CÍVEL - DIA 9.8.21 (1)
Maria da Silva moveu ação indenizatória contra Lojas Canadenses e Pineapple após receber um celular comprado com atraso e danificado. As rés alegam ilegitimidade e decadência do direito, mas o juiz inverteu o ônus da prova. Cabe ao substituto proferir sentença abordando todos os aspectos do caso.
Maria da Silva moveu ação indenizatória contra Lojas Canadenses e Pineapple após receber um celular comprado com atraso e danificado. As rés alegam ilegitimidade e decadência do direito, mas o juiz inverteu o ônus da prova. Cabe ao substituto proferir sentença abordando todos os aspectos do caso.
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
-EMERJ-
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PARA A
CARREIRA DA MAGISTRATURA
TÉCNICA DE SENTENÇA – AULA INAUGURAL – CPI A, B e C
SESSÃO II: Dia 9.8.2021 – 15h às 17h
Prof. Dr. Eric Scapim Cunha Brandão
CASO CONCRETO:
MARIA DA SILVA ajuizou, em 15/07/2021 a presente ação
indenizatória cumulada com cominatória em face de LOJAS CANADENSES e PINEAPPLE todos qualificados nos autos acima numerados, requerendo, em síntese, o pagamento de verba reparatória a título de dano moral e material, bem como o cumprimento de obrigação de fazer. Como causa de pedir, ressalta a parte autora que adquiriu um aparelho celular da marca PINEAPPLE, ora segunda ré, no valor de R$2.000,00, dividido em 12 parcelas mensais na loja da primeira requerida. Ressalta ter requerido ao réu que fosse entregue o produto na residência de sua genitora, haja vista se tratar de um presente de aniversário. Informa a autora que a compra foi realizada em 25/03/2021, cujo prazo de entrega era até o dia 24/04/2019. Todavia, o produto adquirido foi entregue no endereço desejado tão somente 03 meses após a compra, em 13/06/2021. Ressalta, ainda, que o celular foi entregue tão somente embalado em um papel bolha, com a caixa amassada e com diversas rachaduras nos acessórios (carregador e fones de ouvido). A despeito de ter procurado estabelecimento físico da primeira ré bem como entrado em contato com o Serviço de Atendimento ao Cliente da segunda requerida, não logrou a parte autora conseguir a troca do produto ou a restituição do valor pago. Apresenta os protocolos de nº 813618379841 e 299324801842 na inicial. Dessa forma, requer a demandante a condenação da demandada ao pagamento de verba reparatória a título de dano moral, no valor de R$10.000,00, a restituição em dobro de todo o valor pago indevidamente, totalizando R$4.000,00, bem como a troca do produto viciado. Solicitou, ainda, a concessão de tutela de urgência para entrega do aparelho celular, em 24 horas, sob pena de multa diária de R$1.000,00. Às fls. 35 foi determinada a citação, bem como deferida a assistência judiciária gratuita. Na oportunidade, foi postergada a análise do requerimento de antecipação dos efeitos da tutela para após a apresentação de defesa pelas rés. Regularmente citada, a primeira parte ré apresentou contestação às fls. 42/56, onde suscita a sua ilegitimidade para figurar no polo passivo da presente demanda, uma vez que não fabricou o produto, limitando-se a comercializá-lo. Defende, ainda, ter entregue o produto no endereço solicitado pela autora sem quaisquer avarias, bem como ser inaplicável a inversão do ônus da prova. A segunda ré apresentou contestação às fls. 58/65, onde defende, inicialmente, a decadência do direito autoral, tendo em vista já ter ultrapassado o prazo de 90 dias a contar da data da compra quando do ajuizamento da ação. Defende, ainda, a ausência de interesse processual pela falta de tentativa de resolução administrativa do litígio. No mérito, afirma que a responsabilidade pelos danos causados recai sobre a primeira ré, responsável pela entrega do produto avariado. A autora apresentou réplica rechaçando as alegações das rés. Instadas a se manifestarem em provas e invertido o ônus da prova em favor da autora, as partes não se manifestaram. Prezado aluno, na qualidade de Juiz de Direito Substituto, profira sentença abordando todos os aspectos relativos ao direito material e processual. Não invente dados.