Você está na página 1de 2

ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

-EMERJ-

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PARA A


CARREIRA DA MAGISTRATURA

TÉCNICA DE SENTENÇA – AULA INAUGURAL – CPI A, B e C

SESSÃO II: Dia 9.8.2021 – 15h às 17h

Prof. Dr. Eric Scapim Cunha Brandão

CASO CONCRETO:

MARIA DA SILVA ajuizou, em 15/07/2021 a presente ação


indenizatória cumulada com cominatória em face de LOJAS CANADENSES e
PINEAPPLE todos qualificados nos autos acima numerados, requerendo, em
síntese, o pagamento de verba reparatória a título de dano moral e material, bem
como o cumprimento de obrigação de fazer.
Como causa de pedir, ressalta a parte autora que adquiriu um
aparelho celular da marca PINEAPPLE, ora segunda ré, no valor de R$2.000,00,
dividido em 12 parcelas mensais na loja da primeira requerida. Ressalta ter
requerido ao réu que fosse entregue o produto na residência de sua genitora,
haja vista se tratar de um presente de aniversário. Informa a autora que a compra
foi realizada em 25/03/2021, cujo prazo de entrega era até o dia 24/04/2019.
Todavia, o produto adquirido foi entregue no endereço desejado tão somente 03
meses após a compra, em 13/06/2021.
Ressalta, ainda, que o celular foi entregue tão somente embalado em
um papel bolha, com a caixa amassada e com diversas rachaduras nos
acessórios (carregador e fones de ouvido). A despeito de ter procurado
estabelecimento físico da primeira ré bem como entrado em contato com o
Serviço de Atendimento ao Cliente da segunda requerida, não logrou a parte
autora conseguir a troca do produto ou a restituição do valor pago. Apresenta os
protocolos de nº 813618379841 e 299324801842 na inicial.
Dessa forma, requer a demandante a condenação da demandada ao
pagamento de verba reparatória a título de dano moral, no valor de R$10.000,00,
a restituição em dobro de todo o valor pago indevidamente, totalizando
R$4.000,00, bem como a troca do produto viciado. Solicitou, ainda, a concessão
de tutela de urgência para entrega do aparelho celular, em 24 horas, sob pena
de multa diária de R$1.000,00.
Às fls. 35 foi determinada a citação, bem como deferida a assistência
judiciária gratuita. Na oportunidade, foi postergada a análise do requerimento de
antecipação dos efeitos da tutela para após a apresentação de defesa pelas rés.
Regularmente citada, a primeira parte ré apresentou contestação às
fls. 42/56, onde suscita a sua ilegitimidade para figurar no polo passivo da
presente demanda, uma vez que não fabricou o produto, limitando-se a
comercializá-lo. Defende, ainda, ter entregue o produto no endereço solicitado
pela autora sem quaisquer avarias, bem como ser inaplicável a inversão do ônus
da prova.
A segunda ré apresentou contestação às fls. 58/65, onde defende,
inicialmente, a decadência do direito autoral, tendo em vista já ter ultrapassado
o prazo de 90 dias a contar da data da compra quando do ajuizamento da ação.
Defende, ainda, a ausência de interesse processual pela falta de tentativa de
resolução administrativa do litígio. No mérito, afirma que a responsabilidade
pelos danos causados recai sobre a primeira ré, responsável pela entrega do
produto avariado.
A autora apresentou réplica rechaçando as alegações das rés.
Instadas a se manifestarem em provas e invertido o ônus da prova em
favor da autora, as partes não se manifestaram.
Prezado aluno, na qualidade de Juiz de Direito Substituto, profira
sentença abordando todos os aspectos relativos ao direito material e processual.
Não invente dados.

Você também pode gostar