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EM BELO HORIZONTE-MG
1
Mestrando em Geografia e Análise Ambiental – IGC/UFMG – felippegeo@yahoo.com.br.
2
Professor do Departamento de Geografia – IGC/UFMG – magalhaesufmg@yahoo.com.br
CONSEQUÊNCIAS DA OCUPAÇÃO URBANA NA DINÂMICA DAS NASCENTES
EM BELO HORIZONTE-MG
1. INTRODUÇÃO
MAPA 1: Ocupação do espaço de Belo Horizonte – 2007 (áreas em vermelho indicam alta densidade
de construção, enquanto as áreas em verde indicam existência de vegetação).
Fonte: INPE, Catálogo de imagens. Imagem CBERS-2 de 2007.
Hall (1984) apresenta uma série de impactos decorrentes da urbanização
em um sistema hídrico. De uma forma geral, esses podem ser resumidos em dois
processos: i) aumento da densidade demográfica, que tende a ampliar a
necessidade de recursos hídricos e, concomitantemente, comprometer a sua
qualidade; ii) aumento da densidade de construções, que tende a impermeabilizar o
solo e modificar o sistema de drenagem, alterando as características do balanço
hidrológico local.
Em sentido amplo, todas as áreas urbanas são afetadas por esses
processos, alterando as características dos seus sistemas hídricos. Porém, a
intensidade dos impactos em metrópoles, como no caso de Belo Horizonte, é
consideravelmente maior, promovendo conseqüências mais severas à população e
ao meio.
Em curto prazo, a mais visível conseqüência da urbanização para a
população é o aumento do número e intensidade das inundações (HALL, 1984). O
motivo para tal resposta do sistema hidrológico é a redução da capacidade de
infiltração, seja por retirada da cobertura vegetal, compactação do solo e,
principalmente, a sua impermeabilização. Porém, os impactos urbanos podem gerar
efeitos que somente serão percebidos pela população depois de décadas, com
efeitos, muitas vezes, irreversíveis.
Enumera-se, no QUADRO 1, uma série de impactos ambientais urbanos e
suas possíveis (e prováveis) conseqüências na dinâmica (qualitativa e quantitativa)
das nascentes. Ressalta-se que não há qualquer intenção de esgotar o assunto,
mas de fazer um levantamento baseado na realidade belo-horizontina, que possa
elucidar a discussão proposta.
Assim, acredita-se que as principais conseqüências das intervenções
urbanas na dinâmica das nascentes são as alterações de vazão. Em casos
extremos, a redução do fluxo pode significar o desaparecimento da nascente, sua
transformação em nascente temporária ou sua migração para jusante. Isso se
explica pelo fato dos sistemas hidrológicos envolverem uma cadeia de processos
interconectados, nos quais a ruptura dos fluxos de energia e matéria altera sua
dinâmica e as características das nascentes.
Em Belo Horizonte, sabe-se que a substituição de matas e capoeiras nas
margens das nascentes por loteamentos é um processo complexo, inerente à
metropolização, porém com conseqüências graves. Segundo Genrich (2002), em
1994 todas as nascentes da alta porção da bacia do córrego Vilarinho (região de
Venda Nova, no norte de Belo Horizonte) apresentavam cursos d’água em canais
naturais com margens vegetadas, porém, em 2001, verificou-se que várias
nascentes foram canalizadas ou mesmo extintas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. AGRADECIMENTOS
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS