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9.610/1998.
Aniversario
KALI HART
DAISY HILLS B&B

LIVRO 1

por

Kali Hart
Parceria WAS & Bookaholic

Staff

Disponibilização e TM – WAS

Revisão Inicial – Cat e Ali B (WAS)

Revisão Final – Tiacinza (WAS)

Leitura Final – Bookaholic

Formatação – WAS

Janeiro 2022
Celia

Estou animada para voltar para minha cidade natal e abrir o B&B que
minhas irmãs e eu herdamos.
Tudo o que resta antes da grande inauguração é a remodelação da
cozinha.
Como sou o chef da família, é meu trabalho supervisioná-lo.
Pena que ninguém me disse que Malcom Maxwell era o homem
contratado para o trabalho.
Eu costumava ter uma queda embaraçosa por ele no ensino médio.
Mas ele nunca me notou.
Ele é a última pessoa em Daisy Hills com quem eu quero ficar sozinha, mas
ninguém mais consegue fazer o trabalho a tempo.

Malcom

Não me lembro da Celia do ensino médio.


Mas pela minha vida, não consigo entender o porquê.
Ela é uma beleza curvilínea com uma personalidade impetuosa e
responsável.
Eu sou atraído por ela no instante em que ela entra pela porta.
Pena que ela não quer nada comigo.
Mas quanto mais ela tenta me afastar, mais determinado estou a quebrar
suas barreiras.
Posso não ter notado ela no ensino médio, mas ela é tudo que vejo agora.
Eu não vou desistir dela sem lutar.
— Existe algo melhor do que panquecas de banana da DAISY ' S

DINER? — Eu pergunto a minha irmã com um suspiro melancólico depois

que nosso garçom anota nosso pedido. Meu estômago ronca com

antecipação. Não importa que eu seja uma chef. Minhas melhores

tentativas não podem rivalizar com a criação magistral de Daisy. Ao longo

dos anos, tentei e falhei muitas vezes, mas simplesmente não consigo

descobrir seu ingrediente secreto. Estou convencida de que é mágico.

— Agora que você está em casa para ficar, você poderá tê-los o

tempo todo. — diz Isabella, levantando sua caneca de café em um


brinde. Ela bebe café como alguns viciados em fitness bebem água. Ela já

está em sua segunda xícara e mal chegamos aqui há cinco minutos.

— Lamento não poder estar na cidade mais cedo. — Seis meses

atrás, minhas quatro irmãs e eu herdamos a antiga casa vitoriana de nossa

tia-avó. Depois de algum debate, decidimos transformá-la em uma

pousada. É a nossa maneira de apoiar o comércio turístico que nossa

cidade natal está tentando construir e uma maneira de colocar todas nós

de volta sob o mesmo teto.

Exceto que não tenho certeza de como me sinto, voltando para

Daisy Hills. É uma mistura estranha de excitação e desgraça, e minhas

emoções continuam oscilando entre as duas. Minhas irmãs são a única

família verdadeira que me resta. Por mais feliz que eu esteja por estar

perto delas novamente, nunca senti realmente como se me encaixasse em

Daisy Hills. Agora será minha casa. Permanentemente.


— Não se preocupe, de verdade. — tranquiliza Isabella. Tenho

que admitir, não há nem mesmo um traço de julgamento em seu

tom. Impressionante, já que tenho contribuído por meio de chats de vídeo

e e-mails o tempo todo. — Nossas outras irmãs estão dando

um merecido descanso. E você está aqui para o que importa,

a reforma da cozinha.

Como chef da família, minhas irmãs decidiram, por

unanimidade, deixar que eu supervisionasse pessoalmente este

projeto. Não sou uma pessoa exigente por natureza, exceto quando se

trata de minha cozinha. Não tolero imperfeições no meu espaço de

trabalho. — Bianca está no Alasca. Onde estão Miranda e Adriana?

— Adriana tinha um último evento para planejar e

supervisionar. Ela estará aqui na noite anterior à inauguração. — Isabella

esvazia sua caneca de café e a torna a encher. Elas aparentemente sabem

que não devem levar a cafeteira quando ela está aqui. — Miranda voou de
volta para empacotar suas coisas e ela está determinada a fazer uma

viagem de carro na volta.

— Então, só você e eu para este projeto de cozinha?

A caneca de café de Isabella para a meio caminho de seus

lábios. — Sobre isso.

— Você vai sair da cidade também? Acabei de chegar. —

Literalmente. Como há cerca de quinze minutos atrás. E a grande

inauguração é daqui há pouco mais de uma semana.

— Eu estarei por perto. — diz Isabella hesitante, como se ela

não quisesse me dizer algo. De todas as minhas irmãs, provavelmente sou

a mais conhecida por meu temperamento. Não gosto de surpresas. Nunca

tive uma boa.

— Fale logo. — eu exijo.


Os sinos acima da entrada da lanchonete tilintam, atraindo

meus olhos automaticamente. Daisy Diner é um marco em Daisy Hills, em

homenagem à proprietária que é uma das figuras mais proeminentes da

cidade - Daisy Maxwell. O tráfego flui para dentro e para fora o dia

todo. Mas esse pequeno fato não me prepara.

Minha respiração para em meus pulmões quando meu olhar cai

sobre Malcom Maxwell - o neto mais velho de Daisy e minha paixão no

colégio. Ok, paixão é para dizer o mínimo. Tenho uma caixa inteira de

cadernos com o Sr. Malcom Maxwell escrito em cada página.

— Hazel ainda está treinando para ser minha substituta na

DRESSES FOR DAYS. — Isabella explica, embora seja difícil de se

concentrar em suas palavras. — Eu prometi que iria ajudá-la durante toda

esta semana. Você não precisa de mim na cozinha de qualquer

maneira. Eu apenas estarei no caminho.


— Você ainda estará por perto se eu precisar de algo, certo? —

Eu pergunto, meu olhar caindo em Malcom, não importa o que eu

faça. Isso me irrita muito. Sim, eu estava super apaixonada por ele. Mas

Malcom nunca me notou. Eu poderia muito bem ter sido invisível durante

o ensino fundamental e médio. Com o passar dos anos, isso se

transformou em ressentimento. Faço uma anotação mental para queimar

aqueles cadernos quando minha mudança chegar.

— Basta uma mensagem de texto.

— Você tem certeza que a remodelação da cozinha será

concluída a tempo para a grande inauguração? — Rezo para que Isabella

não vire a cabeça por cima do ombro e o veja. Ela pegaria no meu pé com

certeza.

— Oh sim. Temos um empreiteiro trabalhando 24 horas por dia

para concluí-lo.
— Bom. Não posso preparar um spread1 para a grande

inauguração se tudo não estiver pronto a tempo, — advirto.

Apesar de meus melhores esforços para ignorar Malcom, noto

cada movimento seu. A maneira como ele acena e cumprimenta um casal

de idosos em uma cabine perto da porta. O sorriso brilhante em seu rosto

quando ele se aproxima do balcão do bar e cumprimenta sua avó. A

maneira como seus jeans acentuam sua bunda perfeita quando ele desliza

para um banquinho.

Sem surpresa, ele nem olha na minha direção. Acho que

algumas coisas nunca mudam.

— Ele nos promete que vai conseguir terminar com um dia de

folga.

— Quem é este empreiteiro?

1
Spread em inglês quer dizer espalhar alguma coisa. No universo gastronômico, spread é uma pasta
para passar sobre pães ou torradas.
Nossa garçonete chega com pratos de comida, e meu estômago

ronca alto. Felizmente, ver Malcom não diminuiu meu apetite em nada. —

Obrigada... — Eu olho para o crachá dela, — Aria. — Eu estudo seu rosto

por um momento, me perguntando se posso identificá-la. Ela é mais

jovem do que eu, mas não tenho certeza de quanto. Já se passaram seis

anos desde a última vez que pisei em Daisy Hills. Eu me pergunto quantos

rostos vão parecer estranhos para mim.

Aria é uma delas.

— Há mais alguma coisa que eu possa trazer para vocês,

senhoras? — Isabella entrega a ela o cardápio. — Mais café.

— É para já.

Meu olhar segue Aria, e minha irmã aproveita a oportunidade

de mudar de assunto. — Ela é uma Baxter, — Isabella diz baixinho

enquanto eu corto minha pilha de panquecas e coloco meu garfo. — Mas

ela não é como o resto. Nada como o pai dela, com certeza.
Soltei um suspiro pesado. — Esta cidade é igual, não é? Todos se

metendo na vida de todos os outros? Julgando pessoas que eles nem

conhecem. — Parece um grande contraste com o nome da cidade mais

animada.

— É mais do que isso, e você sabe. — desafia Isabella.

Antes que eu possa oferecer uma réplica, minha visão periférica

traidora pega Malcom escorregando de seu banquinho. Quaisquer

palavras que eu possa ter respondido se perdem quando ele vem em

nossa direção. Nosso olhar trava e meu coração bate forte. Eu me sinto

como uma adolescente de novo, tonta e nervosa.

Malcom oferece um sorriso, mas passa direto em direção aos

banheiros.

Vai entender.
— Malcom. — Isabella grita no segundo em que ele volta, me

fazendo querer chutá-la sob a cabine, embora eu me contenha. — Você se

lembra da Celia, não é?

Eu pego um cheiro dele - uma mistura de sândalo e serragem -

antes que ele pise na frente de nossa mesa. — Celia Turner? — Seu tom

trai surpresa. — Sinto muito, não reconheci você. — Ele estende a mão,

como se quisesse que eu a apertasse.

Eu fico olhando para ele, a língua ainda torcida para as palavras.

— Ele é nosso empreiteiro, — explica Isabella. — Você vai

trabalhar com ele esta semana no projeto da cozinha.


Minha mão está trêmula no volante enquanto sigo pela cidade

para o Daisy Hills B&B. — Que porra é essa? — Eu murmuro em

irritação. Eu não fico nervoso perto de mulheres. Elas ficam nervosas

perto de mim.

Exceto Celia Turner.

Poderia jurar que havia algo tão mortal quanto o fogo do dragão

em seus olhos estreitos quando sua irmã disse a ela que eu era o homem

contratado para o trabalho.


Eu só queria saber por que ela me odeia. Nunca fiz nada para

ela.

Mas quero fazer coisas com ela... coisas maravilhosas e safadas.

Não sou um mulherengo arrogante, mas também nunca tive que

perseguir uma mulher. Eu quero perseguir Celia? Não consigo tirar a

imagem dela da minha mente. A forma como seu vestido de verão azul

combina com seus olhos, acentuando suas curvas e

revelando longas, longas pernas.

Mesmo a memória de sua carranca faz meu pau se contorcer.

Parando em um local mais próximo da entrada da cozinha para

que eu possa descarregar minhas ferramentas, meu telefone vibra. Celia

estaciona ao meu lado, e eu quase atrapalho-me com o telefone tentando

ver quem é. — O que diabos há de errado comigo? — Eu murmuro.

Bryan: Tomar uma cerveja no Jax hoje à noite?


Provavelmente não é sensato concordar, já que prometi

trabalhar 24 horas por dia. Mas eu preciso da ajuda dele em alguns dias,

então eu digito uma resposta que encontrarei meu amigo às sete. Vou

precisar de algum espaço da insanamente desejável Celia Turner quando

este dia acabar. Para o nosso bem.

Descarregando minha caixa de ferramentas, dou outra olhada

para ela. Não consigo entender por que não a reconheço. Uma mulher

como ela... ela teria assombrado meus sonhos com certeza. — Precisa de

uma mão? — Eu pergunto, acenando com a cabeça em direção ao sua

mala cheia.

— Não.

— Eu não me importo.

— Encontro você na cozinha quando descarregar tudo. — diz ela

com desdém, jogando uma mochila no ombro. Ela rola uma mala atrás
dela, indo para a entrada da frente. E maldição se eu posso tirar meus

olhos do balanço de seus quadris naquele vestido.

Celia Turner. Eu continuo procurando minhas memórias por ela

enquanto desempacoto minhas ferramentas. Os armários chegaram

ontem e posso instalar todos os rebaixadores sem qualquer ajuda. Eu

dirijo minha própria operação e preciso cobrar favores quando preciso de

um par extra de mãos.

— Tem certeza de que esses são os armários certos? — A voz

angelical de Celia, apesar de seu tom cortante, acelera meu pulso. Como

pode uma mulher, tão obviamente irritada com a minha presença, me

excitar com tanta facilidade? A atração que sinto por ela é intensa e pouco

profissional. Isso não impede que meu olhar permaneça em seus lábios

vermelhos.
— Estes são os que você me disse para pedir. — eu respondo,

abrindo outra caixa para abafar suas objeções desdenhosas. Eu recebo um

rancor de seus olhos estreitos. Isso só a deixa mais quente.

— Estes não são os mesmos, — ela argumenta, examinando um

armário de canto solto. A maneira como ela passa os dedos sobre a

madeira me faz imaginar aquelas pontas dos dedos macios na minha

pele. — Eles são marfim. Eu pedi branco.

— Estes são brancos.

— Definitivamente não.

Eu tomo meu tempo, alinhando o armário com as marcas que fiz

na parede ontem. — Verifique o recibo de pedido.

Celia segue meu aceno para uma caixa fechada que estou

usando como mesa e arranca o recibo dela. — Isso tem que estar
errado. Estes são marfim. Não quero armários de marfim na minha

cozinha.

Eu levanto uma sobrancelha, lembrando do aviso que Isabella

me deu sobre as tendências perfeccionistas de sua irmã. Aquelas que

eram mais proeminentes na cozinha. Meu olhar varre seu corpo sem que

ela perceba, e me pergunto se ela cozinha da mesma maneira precisa. —

Você pode ligar para a empresa. — eu ofereço.

— Ótimo. — Ela sai furiosa da cozinha, dando-me um momento

muito necessário para recuperar o fôlego que não percebi que tinha

perdido. Isso é algo além de qualquer atração que já experimentei. Luxúria

do mais forte grau. Ela é a única que não está interessada em você. É o seu

ego. Supere isso, porra.

Sei com certeza que a empresa de armários não comercializa

marfim, mas isso não significa que estou prestes a desempacotar todas as
caixas lacradas até ter certeza de que ela está satisfeita. Pego meu

telefone e descubro uma mensagem de texto da minha irmã mais nova.

Haley: Jantar em família domingo na mamãe. Você vem?

Eu coloco o telefone de volta no bolso sem responder, pegando

minha fita métrica em vez disso.

Dizer que meu relacionamento com minha mãe está tenso seria

ser moderado. Mas minha irmã está determinada a consertar a

rachadura. Haley tem boas intenções, mas ela não pode consertar o que

está quebrado. Ela é mais misericordiosa do que eu. Isso é tudo que há

para fazer.

Reaparecendo na cozinha, Celia solta um gemido de

frustração. — Eles afirmam que não vendem armários de marfim.

— Eles não fazem isso.

— Estes são marfim.


Eu paro de medir e deixo a fita retrair. — O que você quer fazer

sobre isso?

— Envie-os de volta.

— E substituí-los com o quê?

Suas bochechas esquentam um tom enquanto suas mãos caem

em seus quadris. — Os corretos.

— Você terá que se contentar com armários de estoque,

então. Nada mais chegará a tempo.

Celia balança a cabeça com veemência. — Não, isso não vai

funcionar. — Ela se agacha para examinar um dos armários fora da caixa

de perto. Seu vestido levanta na brisa do ar e quase me dá uma olhada em

sua calcinha. — Podemos pintá-los?

Pinturas de armário neste estágio me deixariam um dia para

trás, não me deixando espaço para quaisquer outros atrasos


imprevistos. Se Celia fosse qualquer outro cliente, eu abandonaria o

trabalho. Eu não preciso do dinheiro. Estou fazendo um favor às irmãs

Turner. Minha avó Daisy e sua tia-avó Ethel eram amigas queridas.

Mas é algo sobre Celia que me torna impotente para privá-la de

algo que sou mais do que capaz de fornecer. — Sim, eu posso pintá-

los. Mas isso vai adicionar um dia.

— Sério? — Seu beicinho é adorável.

Eu fecho minha caixa de ferramentas. — Vou pegar tinta branca.

— Não. — Ela balança a cabeça, pegando sua bolsa do topo da

caixa. Quando ela se aproxima, um cheiro que me lembra de cupcakes de

baunilha vem na minha direção. — Vou correr até a loja de ferragens para

que eu mesma possa escolher. Continue trabalhando em outra coisa até

eu voltar.
Perto dela, vejo uma mancha suave em seu batom

vermelho. Isso me faz querer bagunçar o resto com meus lábios. Meu

pulso bate descontroladamente contra minha garganta. — Vou instalar a

geladeira. — Eu aceno em direção à esquina. — A menos que seja da cor

errada também?

Ela estreita os olhos para mim com força desta vez, mas vejo o

riso dançando em seus olhos. Ainda vou conquistar a Celia Turner.


O sono é impossível.

Eu poderia culpar a velha casa vitoriana e todos os rangidos e

solavancos que ela faz, especialmente quando o vento sopra lá fora. Eu

não sei como vamos passar este lugar como aconchegante, mas

Isabella me assegurou - por mensagem de texto, nada menos - que

os hóspedes irão se aglomerar e se apaixonar pelos aspectos históricos da

grande casa.

Eu me sento e jogo as cobertas.


Estou acordada porque um certo empreiteiro geral está

dormindo no final do corredor.

Quando Isabella mencionou que ele estava trabalhando sem

parar, ela não me disse que isso significava que ele estava dormindo aqui

também.

O simples pensamento de Malcom Maxwell em uma cama no

final do corredor, em nada além de um par de boxers, me deixa toda

quente e incomodada de maneiras que eu não quero estar. Não é justo

que o homem que não me notou por anos tenha esse tipo de poder.

Eu quero ficar com raiva dele.

Mas quanto mais eu tento, mais eu o quero. É um enigma e

tanto.

Não ajuda que Isabella - a única outra irmã Turner atualmente

em Daisy Hills - tenha decidido dormir em seu apartamento até nós


abrirmos oficialmente. Ela culpa o aluguel, mas acho que ela tem medo da

minha ira por me colocar a sós com Malcom.

Tirando um par de chinelos felpudos cor-de-rosa de uma mala,

desço as escadas para a cozinha. O cheiro de tinta fresca me cumprimenta

no topo da grande escadaria, ficando mais forte à medida que me

aproximo.

Sinto-me culpada por fazer Malcom repintar os armários. O

marfim não era terrível. Simplesmente não estava... certo.

Pelo menos ele ligou a geladeira antes que eu o bombardeasse

com uma tarefa adicional. Eu a abasteci com água mineral, refrigerante e

cupcakes da The Sweet Tooth. Eles não são tão bons quanto os da

confeitaria da minha melhor amiga Lainey, SPRINKLES ON TOP, mas ela

está a centenas de quilômetros de distância.

Vim aqui buscar uma garrafa de água, mas agora estou

precisando desesperadamente de um bolinho. Ou três.


— Há mais desses? — A voz profunda de Malcom me faz chiar

de surpresa. Quase atrapalho a caixa inteira de cupcakes, mas eles são

muito importantes para realmente cair. Eu a abraço contra meu peito.

— O quê você está fazendo aqui embaixo?

— Trabalhando. — A mancha de tinta branca em seu ombro me

alerta para seu status sem camisa, e eu quase perco os cupcakes pela

segunda vez.

Com as mãos trêmulas, fecho a geladeira e encontro uma

superfície plana para meus preciosos lanches. — É quase meia-noite. Você

deveria estar na cama.

— Eu tenho um prazo a cumprir, lembra?

A culpa me assalta inesperadamente. Sou a razão dele estar

aqui, ainda pintando o último dos armários. Se eu tivesse aceitado a cor

marfim, os armários inferiores estariam todos instalados, ele estaria


dentro do horário e dormindo. Eu sou uma pirralha às vezes. — Eu sinto

muito. Isso é tudo minha culpa...

— Não há necessidade de desculpas. — Malcom rouba um

cupcake para si mesmo. — Você terá o que quiser. — Não é justo o jeito

que ele devora aquele bolinho. Na verdade, estou com ciúme da

sobremesa. Eu costumava sonhar sem parar sobre beijá-lo. Esse cupcake

está vivendo minhas fantasias.

— Você deveria dormir um pouco. — Minhas palavras estão

trêmulas, assim como minhas mãos.

Ele acena para dois armários de marfim.

Cupcakes abandonados, pego um pincel. — Eu ajudarei.

— Celia, você não tem que fazer isso. Você está me pagando

para fazer isso. — Ele pega o pincel das minhas mãos, nossos dedos

roçando. Minha pele se inflama com seu toque. Não consigo pensar
direito até que ele se afaste, levando seus instrumentos consigo. — Eu saí

para jantar, então estou recuperando o tempo agora. Se você quiser me

fazer companhia, tudo bem.

Eu deveria recuar para o meu quarto e trancar a porta. Ficar no

andar de baixo com Malcom, em uma casa vazia, é perigoso. Eu culpo

minha intensa paixão colegial. Aquela que ressurgiu com força total desde

o momento em que coloquei os olhos nele no Daisy's Diner.

Limpo minha garganta, desejando que minhas palavras sejam

menos vacilantes enquanto pego um cupcake e me sento em um

banquinho. — Como está sua família?

Ele abre uma lata de tinta. — Você era amiga de Haley?

— Sua irmã? Não. — E assim, eu me lembro porque eu detesto

Malcom Maxwell. Ele não tem ideia de quem eu sou, ou por que eu

perguntaria sobre sua família. Eu saio correndo do banquinho. —

Esquece. Boa noite, Malcom.


— Espera. — diz ele, efetivamente me parando na porta.

Mão no batente da porta, eu me recuso a me virar. Mais uma

olhada para aquele homem sem sua maldita camisa, e eu certamente

cederei. E possivelmente fazer algo embaraçoso de que, sem dúvida, me

arrependerei. Como dar um selinho. Isabella enfatizou mais de uma vez

que ninguém mais está disponível para concluir essa reforma a

tempo. Isso significa que eu não apenas tenho que jogar bem e agir

profissionalmente, mas também preciso evitar fazer papel de boba.

— Me desculpe se fiz algo que te ofendeu,

Celia. Verdadeiramente. — Suas palavras sinceras quebram meu exterior

enfraquecido. — Você poderia apenas me dizer o que eu fiz?

Cautelosamente, eu me viro e encontro aqueles olhos azuis de

frente. — Você realmente não se lembra de mim?

— Me desculpe, eu não lembro. Fomos para o ensino médio

juntos?
Soltei uma risada lamentável. — Sim, você pode dizer isso.

Ainda sem camisa, Malcom atravessa a sala. — Não sei porque

não me lembro de você, Celia. — Ele estende a mão gentilmente, roçando

minha bochecha com dois dedos. — Não consigo me imaginar esquecendo

de você.

Meu coração traidor dispara, tornando mais difícil a cada

segundo considerá-lo meu inimigo. Seria muito mais fácil - muito mais

seguro odiá-lo. Minha respiração fica irregular quando os centímetros

entre nós desaparecem sem aviso. — Mas esqueceu.

— Não esquecerei novamente. — Ele se inclina lentamente,

nunca quebrando o contato visual. Como se procurasse permissão para

reivindicar meus lábios. Eu me inclino para o resto do caminho. Para

descobrir se minhas fantasias têm algum fundamento na realidade. Meu

corpo inteiro vibra quando nossos lábios roçam.


É um beijo carinhoso que desperta todas as terminações

nervosas. Um que tem gosto de cobertura de chocolate e desejo. Eu

derreto nele. Não é nada como eu imaginei - é melhor.

É exatamente por isso que tem que parar.

Eu me afasto, interrompendo o beijo. Meus lábios ainda

zumbem, desejando desesperadamente mais. Encontrei um novo vício e

não sei se conseguirei ficar sem mais. Mas tenho que tentar. — I-isso foi

um erro. Não pode... -de novo não. — Eu recuo, escorregando de seus

braços. Corro para o meu quarto e tranco a porta. Duvido que dormirei

muito esta noite.


A cozinha está vazia na manhã seguinte, nenhum sinal de

Celia. Eu não deveria sentir decepção, mas sinto. Seu beijo me manteve

acordado a noite toda. Ela chamou isso de erro, mas eu sei que ela só tem

medo do que está entre nós.

Seja o que for, é forte e insaciável. Um beijo me deixou

querendo dezenas de outros.

— Deveria ter trazido uma cafeteira. — murmuro. Penso em ir

até a lanchonete para pegar uma xícara para viagem que minha avó

forneceria com prazer. Mas estou um dia atrasado devido à tarefa de


pintura adicional. Eu me contento com água e começo a trabalhar

nivelando e protegendo os armários inferiores.

Qualquer esperança de que o trabalho manual preocupe minha

mente morre rapidamente.

Por que não me lembro de Celia Turner? Uma beleza como ela

teria capturado toda a minha atenção no ensino médio. Certamente

agora.

Meus sonhos lascivos eram com Celia. Minha mão deslizando

para cima naquele vestido de verão. Celia abriu o zíper do vestido e o

deixou cair no chão a seus pés. Mais daqueles beijos sensuais. Meu pau

está meio duro enquanto o sonho se repete, passando pela minha mente.

— Merda. — murmuro, percebendo que o último armário está

torto. Eu puxo os parafusos da parede e respiro antes de alcançar o nível

novamente.
— Por que você não instalaria os armários superiores primeiro?

— A voz de Celia já está armazenada na minha memória. Eu a

reconheceria em qualquer lugar agora.

Eu me estico de pé, atraído não apenas por ela, mas pelo aroma

de bacon. — É uma casa velha, — eu digo. — O piso não é totalmente

plano. É mais fácil começar aqui, para que haja um espaçamento uniforme

para as partes superiores mais tarde.

Celia solta uma risada silenciosa que se agita no meu

peito. Música para minha alma. Pelo menos ela não está com raiva de

mim agora. — Vou apenas acenar com a cabeça e fingir que sei do que

você está falando. — Ela pega um saco de papel da lanchonete, colocando

dois recipientes para viagem com comida em cima de uma caixa vazia. —

Espero que goste de bacon. Sua avó disse que sim.

— Eu amo bacon.
Mais uma vez, estou confuso por que não me lembro dela. Ela

obviamente se lembra de mim - conhece a mim e minha família. Eu estudo

seu rosto por tanto tempo que suas bochechas ficam rosadas com um leve

rubor.

— Tem algo no meu rosto? — ela pergunta, enxugando a

bochecha.

— Não. — Apenas aqueles fodidos lábios beijáveis que eu quero

provar de novo. — Obrigado pelo café da manhã.

— Eu me senti mal com a pintura da meia-noite.

Descansando a mão em seu ombro nu, digo: — Não faça isso. Às

vezes faz parte do trabalho. — Eu faço o meu melhor para ignorar as

faíscas que se acendem em cada ponto de contato. Há tantas coisas que

quero fazer com Celia. — Sobre a noite passada...


Ela afasta minha mão com um giro em direção à geladeira. —

Não falaremos sobre isso, ok? — Ela volta com suco de laranja e serve

uma xícara para cada um de nós. — Vamos falar sobre esta cozinha. Agora

que os armários têm a cor certa, o que mais eu preciso revisar?

Celia está fugindo do que aconteceu ontem à noite, e não posso

dizer que a culpo. O fogo entre nós é inegável e perigoso. Mais potente do

que qualquer coisa que já experimentei antes. Eu não a quero na minha

cama apenas uma vez - não, eu a quero lá para o resto da vida.

Espero que o choque me assuste, mas não vem.

— Há arestas de gabinete, piso, backsplash2, esse tipo de

coisa. Eu pedi tudo que você pediu. Mas se você estiver insatisfeita com

alguma coisa, você precisa me dizer hoje. — Embora tenhamos uma loja

de ferragens local que vende alguns suprimentos de reforma, qualquer

mudança agora provavelmente significará uma viagem para a cidade.

2
Backsplash, espaço entre a parede da pia (ou do fogão) e os armários suspensos que é geralmente
coberto de azulejos pequenos, é um clássico da decoração de cozinhas americanas.
Eu odeio a cidade.

Depois de comer, ela examina cuidadosamente os suprimentos

espalhados pela espaçosa cozinha em pilhas. — Eu amo esses puxadores

— diz ela, estendendo um para mim. — O níquel escovado só faz meu

coração feliz.

— Vou ter que me lembrar disso. — Eu me afasto no instante

em que percebo que falei essas palavras em voz alta. Palavras que teriam

ficado melhor guardadas na minha cabeça. Algo em Celia Turner parece...

permanente. Se eu pudesse descobrir como romper seu exterior duro.

— Estou cética em relação a este backsplash, agora que o vejo

pessoalmente.

— É a iluminação. — eu digo, gentilmente pegando uma tira em

minhas mãos para que ela pode ver como a luz atinge os diferentes

quadrados de azul.
Celia olha para os ladrilhos, passando a ponta do dedo sobre as

peças individuais. — Pode ser.

— Você pode confiar em mim desta vez? — Eu pergunto,

incapaz de parar de olhar para os lábios dela. — Deixe-me colocá-lo. Se

você odiar, vou refazer.

Lentamente, ela levanta o queixo e nossos olhares se

encontram. Seus olhos são tão azuis quanto o azulejo azul mais profundo

do backsplash. Como safiras. — Tudo bem. — Ela lambe os lábios e

caramba, se meu pau não sacudiu com a visão. — Mas você está se

arriscando. Sou exigente, caso ninguém tenha avisado você.

— Fui avisado.

Seu pulso roça o meu, fazendo minha pressão triplicar. Cada

pequeno contato com Celia me deixa louco. Nunca desejei uma mulher

tão desesperadamente quanto ansiava por ela. Mas mesmo que eu

eventualmente a tenha, acho que nunca será o suficiente.


— Bom. — ela finalmente diz, dando um passo para trás. —

Vamos terminar o café da manhã e começar a trabalhar.

É ridículo que meu coração voe com o conhecimento de que ela

estará ao meu lado o dia todo, mas eu não luto contra o sorriso. Acho que

vou me apaixonar profundamente pela Celia Turner antes do fim da

semana. Provavelmente antes.


Eu quero Malcom Maxwell.

Seria tolice negar a verdade. Eu queria acreditar que ele é um

idiota arrogante que é bom demais para se lembrar da tímida Celia Turner

do colégio. Mas ele não é um idiota. Nem mesmo perto. Ele é incrível.

É por isso que não posso passar mais um dia na cozinha com ele

sem um acompanhante. Tudo que eu queria fazer hoje é pular nele. Para

provar aqueles lábios novamente. Para me render completamente a ele e

confessar meu amor eterno.


— Ugh, eu preciso de ajuda. — eu murmuro, estacionando na

frente do Dresses for Days. Eu deveria ir buscar o jantar no Jax's para

Malcom e eu, mas eu preciso ter um bate-papo com minha irmã primeiro.

Talvez todo esse acordo com Malcom fosse mais fácil se não

tivéssemos nos beijado. Mas agora que realizei uma fantasia

de uma década, é muito difícil fingir que nunca aconteceu. É mais difícil

fingir que não há uma faísca insana entre nós. Claro, não direi isso a

Isabella.

— Tem certeza de que não pode tirar folga amanhã? — Eu

imploro uma vez dentro da boutique feminina. É completamente

diferente do que eu me lembro, e me pergunto se minha irmã teve

alguma coisa a ver com sua aparência nova. Os vestidos fofos ameaçam

esvaziar minha conta bancária, então tento não notar as prateleiras de

roupas disputando minha atenção.


— Eu te disse, — diz Isabella, — ficarei aqui o resto da

semana. Eu não quebro promessas.

Eu reviro meus olhos para ela para que ela veja. Isabella mostra

a língua para mim. Por um momento, parece que somos crianças de

novo. — Eu pensei que você estava treinando Hazel para assumir.

— Eu estou.

— Onde ela está?

— Levando o depósito ao banco.

Soltei um suspiro pesado para que ela soubesse exatamente o

quanto estou irritada com ela, caso o olhar exagerado não tenha deixado

isso claro. Eu deveria ter vindo armada com um suborno de café. — Você

vai pelo menos parar no intervalo do almoço ou algo assim? Eu poderia

usar um segundo par de olhos.

— É para isso que serve o Malcom.


— Não é a mesma coisa, e você sabe disso. — Os sinos clamam

quando um cliente entra minha deixa para seguir em frente. — Basta

passar por lá amanhã, quando você tiver uma pausa.

— Verei o que posso fazer.

Apesar de meus melhores esforços para ignorar a mercadoria,

acabo comprando um vestido de verão rosa claro de qualquer

maneira. Espero que chame a atenção de Malcom, embora eu saiba que é

melhor não entrar nesse jogo. Um que com certeza perderei. Não me

impede de imaginar sua reação quando me vê nele. Ou me tirar dele.

Volto para o B&B com o jantar e o coração disparado que não

consigo me acalmar. Para minha surpresa, todo o backsplash está

instalado. Malcom estava certo. Parece deslumbrante. Muito diferente

nas paredes do que na caixa. — Você tem estado ocupado. — eu digo com

aprovação.
Aproximando-se, ele limpa as mãos em um pano e acaba

ficando perto demais para que eu confie em mim mesma. Eu quero ele. Eu

o quero da pior maneira, mas não quero ser uma conquista. Se eu desistir,

isso pode ser exatamente o que é. Tenho que chamar este lugar de lar

agora, e Daisy Hills é pequena. As pessoas falam. Não quero ser o centro

das fofocas depois de um caso de uma noite. Lembro-me muito bem dos

meus tempos de colégio, a forma como as notícias suculentas viajam.

— Eu desistiria do último cupcake da geladeira para saber o que

está acontecendo nessa sua cabecinha bonita.

Eu entrego a ele um hambúrguer, intimidada pela forma como

ele me olha fixamente. Não é justo. Ele ainda pode me deixar tão nervosa

depois de tudos esses anos. Somos adultos agora. Eu deveria ter melhor

controle sobre mim mesma. — As bancadas. — minto. — Eu estava

imaginando como eles ficariam.

— Mentirosa.
Pego uma batata-doce frita da minha embalagem, brincando

com a ideia de ser honesta com ele. Talvez ele me beijasse

novamente. Provavelmente não, já que você chamou isso de erro,

gênia. — Eu amo um hambúrguer do Jax's tanto quanto qualquer pessoa,

mas estou pronta para cozinhar novamente. Para criar.

— Você estava pensando em comida. — Ele não parece

convencido. Seu olhar é intenso, fazendo meu interior formigar. Eu não

dou a mínima para comida agora. Eu só quero ele.

— Eu sou uma chef. Estou sempre pensando em comida.

— Certo. E eu estava pensando em azulejos.

Eu não consigo parar de olhar para seus lábios. Mais um beijo

seria realmente uma má ideia?

— Estou pensando naquele beijo. — diz Malcom, sua voz baixa e

sedutora. — E como eu quero outro. — Ele dá um passo à frente,


diminuindo a distância entre nós. Meus seios roçam seu peito duro, me

lembrando quão incrivelmente sexy ele parecia sem sua camisa na noite

passada. — E depois outro.

— Eu, uh-

— Se eu te beijar de novo, o que pretendo muito fazer, não sei

se algum dia serei capaz de parar.

A umidade aumenta entre minhas pernas. A última linha de

minha defesa está evaporando no ar. Com a última gota de bom senso

que meu cérebro nebuloso tem, eu digo, — Eu-eu não quero ser um

entalhe na cabeceira da cama.

— Você seria a porra da cabeceira da cama, Celia. — Seus dedos

quentes percorrem seu caminho do meu ombro ao meu pulso, caindo no

meu quadril. — Quero você.


Eu quero você, também. Mas as palavras não passam pelos

meus lábios. Estou com medo de... o quê? Eu nem sei. Meu instinto de voo

está em alerta máximo, pronto para repetir minha retirada apressada de

ontem à noite. Mesmo assim, meus pés continuam enraizados no chão.

Malcom puxa meu quadril em sua direção. Sua ereção roça

minha coxa, me fazendo ofegar. A menos que o homem esteja

escondendo uma furadeira nas calças, ele é enorme. — Tem uma

ferramenta elétrica aí? — Eu provoco tremulamente.

— Oh, é uma ferramenta elétrica, com certeza. — Ele inclina a

cabeça, separando nossos lábios por um momento. — Vou parar se você

quiser, Celia. Você só precisa dizer as palavras. — Ele se aproxima, nossos

lábios se roçando.

Eu afundo em seu beijo.

Eu coloco dois dedos em sua calça jeans, querendo-o mais

perto. Minha outra mão cobre seu pescoço enquanto nossas línguas
dançam. Eu pressiono meus seios com mais força contra ele enquanto sua

mão trabalha para reunir meu vestido no meu quadril até que ele

encontre a pele.

Um leve gemido enche minha garganta.

Malcom olha profundamente em meus olhos quando nossos

lábios se afastam, dedos acariciando minha coxa. — Por que não vamos

para cima?
Em uma sessão de amassos apaixonada que termina comigo

carregando Celia escada acima, finalmente chegamos ao meu

quarto. Abro a porta com o cotovelo, nossos lábios ávidos um pelo

outro. Nunca quis ninguém tanto quanto quero Celia.

Talvez eu não a tenha notado anos atrás, mas ela é tudo em que

penso agora.

Tudo está acontecendo na velocidade da luz. Porra, acabamos

de nos conhecer ontem. Mas parece que se passaram semanas ou meses


lutando contra nossos impulsos mais primitivos. Eu tenho que tê-la e não

vou compartilhá-la com mais ninguém.

Jogando-a na cama, pulo em cima dela. Prendendo-a embaixo

do meu corpo enquanto meus lábios devoram seu lindo pescoço. Uma

mão desliza sobre seu vestido, descobrindo sua calcinha de seda

encharcada. Ela geme enquanto eu arrasto meus dedos sobre ela,

pressionando apenas o suficiente para deixá-la louca.

— Você está tão molhada, Celia.

— Sua culpa. — diz ela com uma risada sensual.

— Vou levar todo o crédito e culpa. Com prazer. — Eu empurro

com mais força contra seu broto e ela balança os quadris em

resposta. Meu pau lateja no meu jeans, implorando para ser

livre. Desesperado para sentir seu calor escorregadio envolvendo-o. Mas

quero ter certeza de que Celia sabe que não estou simplesmente
planejando brincar apenas uma vez. Não importa o que ela pense, ela não

é uma conquista que vou largar amanhã de manhã.

Lentamente, tiro sua calcinha e afasto suas coxas. — Alguém já

te disse como você fica gostosa pra caramba com esses vestidos de verão?

— Acho que deveria ter usado no colégio. — ela diz com uma

risada, mas ouço um certo grau de mágoa em seu tom. — Talvez você

tivesse me notado então.

Suavemente eu acaricio suas dobras molhadas, travando meu

olhar com o dela para que ela possa ver a sinceridade em meus olhos. —

O ensino médio foi uma época difícil para mim. As coisas não estavam

bem em casa e, honestamente, não notei muito. — Eu continuo meus

golpes suaves enquanto os quadris de Celia balançam sutilmente com o

meu ritmo. Não pretendo descarregar a história da família sobre ela esta

noite, muito menos contar a ela sobre a tensão entre mim e minha mãe

que começou naquela época.


— Você notou Victoria Klein, — ela diz em desafio. — E Amy

Carter.

— Não foi um bom momento da minha vida. — Eu deslizo um

dedo em seu canal e ela geme mais alto. — Você não teria gostado de

mim naquela época. Confie em mim. — Provavelmente, eu a teria

arruinado quebrado seu coração como eu quebrei outros. Talvez o destino

tenha me impedido de notá-la para protegê-la. Para proteger a chance

que está nos dando agora.

— Eu não gostava de você naquela época. — Celia diz, sua

cabeça rolando contra o travesseiro e seus olhos fechando. — Eu estava

praticamente apaixonada por você. Por anos.

Com qualquer outra mulher com quem namorei, local ou não, a

palavra com A sempre me fez sair correndo. Não é que eu tenha medo de

compromisso, é que não encontrei a certa. Eu temia que talvez nunca o

fizesse. Cansado demais com o fracasso do casamento dos meus pais para
acreditar que os relacionamentos deveriam durar. Mas quando essa

palavra preciosa sai dos lábios de Celia agora, eu percebo o quanto quero

me apaixonar por ela.

Inferno, talvez eu já esteja no meu caminho.

Eu pairo sobre seu corpo perfeito e curvilíneo, minha mão ainda

trabalhando em sua boceta. Eu preciso de seus lábios nos meus. Sua

língua na minha boca para chupar. Eu a quero mais do que nunca quis a

ninguém, mas esta noite terá que ser tudo sobre ela. Vou me acariciar

com a memória da minha mão em sua boceta molhada para encontrar

alívio mais tarde.

Agora, eu mergulho no momento com Celia.

— Eu quero você dentro de mim. — ela ofega entre beijos.

— Em breve, — eu prometo. — Mas não esta noite.


Antes que ela comece a protestar, acelero meus

dedos. Simultaneamente acariciando suas dobras molhadas, provocando

seu clitóris e bombeando para dentro e para fora de seu canal. Porra, eu

poderia gozar dando prazer a ela assim. Seus gemidos e choramingos são

incrivelmente quentes. Ela empurra seus quadris com mais força, meu

nome escapando de seus lábios.

— Não importa o que está no passado, você é tudo que eu

quero no meu presente. — E meu futuro.

Suas paredes se contraem em torno do meu dedo enquanto ela

solta o mais sexy prolongado gemido que eu já ouvi. Ela goza forte na

minha mão e é quase demais para mim. Meu pau está desesperado por

sua boceta. Saber o quanto ela me quer dentro dela não torna mais fácil

resistir.

Mas não a quero apenas esta noite, ou mesmo durante a

semana, ou até que a reforma seja concluída.


Eu a quero por muito mais tempo. Para sempre.

Eu cubro seus lábios com os meus enquanto ela desce de sua

onda, com minha mão ainda pressionada contra sua boceta. Tudo neste

momento parece perfeito. Vou sonhar com isso está noite enquanto me

viro.

Por mais que eu queira transar com ela agora, estou esperando

até que ela entenda o quanto ela significa para mim. Não reivindicarei sua

boceta até que primeiro capture seu coração. Tenho planos

grandes planos para conquistá-la.

As próprias ideias se mexendo em minha mente causam um

sorriso malicioso. Celia Turner é meu futuro. Disso tenho certeza.


Um enorme sorriso se espalha pelos meus lábios quando eu

estaciono na minha vaga ao lado da caminhonete de Malcom. Quando eu

acordei esta manhã, eu achei o fogão instalado e a despensa terminada.

Descarregando a carga de mantimentos que peguei, eu mordo

meu lábio inferior com a memória do tour privado da despensa que

Malcom me deu esta manhã. Envolvia muitos beijos, apalpadas e

gemidos. Suas mãos apertando meus seios através do meu vestido. Como

se eu já não o quisesse desesperadamente dentro de mim.


Talvez eu deva prosseguir com cautela, mas não

quero. Eu quero ser um pouco imprudente.

— Uau, vocês dois fizeram muito enquanto eu estava fora. —

digo a Malcom e seu melhor amigo Bryan enquanto coloco a primeira

carga de mantimentos na bancada de mármore ao lado da pia da casa da

fazenda. É incrível como as coisas se juntaram rapidamente nas últimas

horas. Estou animada, mas também um pouco desapontada.

Assim que a reforma for concluída, Malcom não terá motivo

para ficar.

Eu não quero que ele vá embora.

Aprendi a gostar da ideia de que meu empreiteiro

pecaminosamente gostoso dorme no corredor perto de mim. Com alguma

sorte, esta noite o colocarei na minha cama.


— O que você acha da bancada? — A respiração de Malcom faz

cócegas na minha orelha enquanto ele se inclina para perto, nossos

ombros se roçando. Uma pequena emoção corre através de mim com seu

flerte flagrante na frente de seu amigo. Os dois eram próximos no ensino

médio, e eu aposto que eles ainda estão próximos agora.

— Está perfeito.

Suas pontas dos dedos provocam meu ombro nu enquanto ele

brinca com um cacho solto. — Nada para mudar?

— Hoje não.

— Eu te ajudarei com o resto das compras. — ele oferece.

Acostumada a fazer tudo sozinha, meu instinto é rejeitá-lo. Mas

o calor em seus olhos escurecidos me impede de protestar. Eu concordo.

— Bryan, demoraremos apenas um minuto. — diz Malcom.


— Vou terminar a medição. — Bryan não se preocupa em

esconder seu sorriso. Um que diz que sabe exatamente por que Malcom

quer me ajudar. Ouso esperar que tudo o que está acontecendo entre nós

possa se transformar em algo mais.

— Você limpou a loja? — Malcom pergunta com uma risada

enquanto olha para o meu banco traseiro lotado.

— Há mais no porta-malas.

Alcançando minha mão, ele enfia seus dedos grandes e fortes

nos meus. — Claro que há. — Ele me gira em seu peito, aquele cheiro

masculino de serragem me envolvendo. Suas mãos estão em meu cabelo e

as minhas ao redor de seu pescoço em segundos. Nossos lábios estão

famintos um pelo outro.

Embora o terreno de cascalho esteja escondido da rua, os

vizinhos podem nos ver. Eu não quero me importar, mas me


preocupo. Com pesar, eu desfaço o beijo. — Eu tenho coisas frias lá

dentro.

— Preocupada que vamos derretê-las? — ele provoca.

— Algo parecido.

Ele me beija mais uma vez, e quase me esqueço da carne moída

e dos peitos de frango que precisam de refrigeração. Eu o quero mais do

que jamais quis qualquer coisa. — Fique comigo essa noite. — eu ofego,

nossos lábios pairando na largura de uma pena enquanto nós dois

recuperamos nosso fôlego.

— Saia comigo primeiro.

Inclino minha cabeça para fixar melhor seu olhar. — Tipo em um

encontro?

— Sim. — ele ri, como se eu o divertisse. — Em um encontro.


Arrepios de excitação dançam por todo o meu

corpo. Esperei anos até que ele me chamasse para sair. Meu coração está

tão cheio que eu poderia cantar. Isso é exatamente o que eu quero.

Exceto, minhas irmãs não têm ideia de que estou gostando do

empreiteiro. Bem, eu suspeito que Isabella tenha alguma ideia. Mas as

pequenas cidades estão cheias com fofoca. Não tenho certeza se é sábio ir

a público com ele até depois da grande inauguração. — Não quero dar às

pessoas a ideia errada. — digo com relutância. — Que tal depois de

abrirmos?

Malcom franze a testa e deixa cair os braços. Eu sinto a ausência

de seu calor imediatamente. Droga. Ele começa a descarregar

mantimentos e marcha para dentro.

Tento e não consigo encontrar palavras para tornar isso melhor,

mas Malcom reaparece para pegar outro carregamento de mantimentos

antes da hora. Ele espreita ao meu redor, como um leão silenciosamente


reivindicando seu território, e quase continua. Mas ele para. Virando-se

para me encarar de frente, seus olhos intensamente sérios cimentam

meus pés no lugar. — Eu gosto de você, Celia.

— Eu também gosto de você. — Talvez até ame...

— Então por que esperar? — Ele dá um passo decidido em

minha direção, pressionando nossos corpos juntos. Eu sinto isso saindo

dele. Seu desejo de me reivindicar. Minha pulsação aumenta. — Você está

com vergonha de mim?

— Não. — A palavra escapa tão dificilmente quanto um

sussurro.

— Então, o que é?

Estou com medo. Mas as duas pequenas palavras não saem.

Malcom solta um suspiro pesado. — Ok. — diz ele em

rendição. — Eu não deveria ter pressionado. — Seus dedos provocam


minha mandíbula, inclinando meu queixo em direção a ele. — Mas se você

acha que vou desistir tão facilmente, você está errada.

Ele desce para um beijo que faz meus joelhos vacilarem. Quase

desmaio quando ele me solta. Eu fico para assistir sua bela bunda carregar

minhas últimas compras. Estou com raiva de mim mesma por ter

medo. Mas tudo isso parece bom demais para ser verdadeiro para mim. O

cara que nunca me notou no colégio nem mesmo se lembra de mim nesta

pequena cidade de repente não se cansa de mim?

Não importa o quanto eu queira afastar o medo, ele ainda

perdura.

Se eu pudesse apenas ter o homem nu e na minha cama, talvez

o medo fosse embora. Ok, eu decido. Se for preciso. Mesmo se eu tiver

que jogar sujo para que isso aconteça.


— Eu sabia que você estava se escondendo em algum lugar. —

diz Haley, sentando-se em um lugar vazio ao meu lado no Jax's Bar and

Grill. Minha irmã fez sua melhor cara de beicinho, a que costumava

conquistar papai em dois segundos. Mas isso não funciona comigo. —

Você tem ignorado minhas mensagens.

— Você não tem um abrigo de animais para

administrar? Filhotes ou cabras para resgatar?


— Todos os animais perdidos estão seguros esta noite. — Ela

persegue o barman. — E você está evitando a pergunta. Você vai jantar na

casa da mamãe no domingo ou não?

Eu tomo um gole lento da minha cerveja, apenas para irritá-

la. Eu não planejava parar, mas prometi a Bryan que compraria uma

cerveja para ele por me ajudar hoje. Além disso, para ser honesto, preciso

de espaço de Celia.

Ela é tudo em que penso.

Cada minuto acordado. E todos os adormecidos também.

— Não. — eu respondo minha irmã.

Minha atração por Celia fica mais forte com cada beijo, cada

carícia, cada momento bom. Eu a quero da pior maneira, e estou prestes a

colocar de lado meu maldito orgulho e tomá-la. Ela já me implorou várias


vezes. Talvez eu seja idiota por resistir. Tudo por algum encontro

cavalheiresco.

Haverá muito tempo para encontros.

Quanto mais eu penso no ensino médio, mais perto eu chego de

me lembrar dela. No momento, são apenas fragmentos de uma garota

tímida nos corredores. Nos meus jogos de futebol. Em geometria. Mas as

peças estão se encaixando, e eu estou me sentindo cada vez mais fodido

por nunca ter prestado atenção nela naquela época.

— Precisa de outro? — O barman pergunta quando ela entrega

a bebida de Haley.

Eu levanto dois dedos quando vejo Bryan e Declan se

aproximando da mesa.

— Não sabia que estava invadindo uma reunião de família. —

brinca Bryan, sentando-se ao lado da minha irmã. Haley enrubesce, seus


dedos dedilhando o vidro suado como uma harpa. Ela está nervosa. Eu

não sei se há algo acontecendo entre aqueles dois, mas esta noite eu não

me importo. Haley está fora do meu caso por enquanto. Vou levar minhas

vitórias de onde puder agora.

Leva alguns minutos para me sentir terrivelmente

deslocado. Haley administra o abrigo de animais local, e Declan, o cérebro

nerd entre nós três irmãos, cuida dos livros e encontra dinheiro para

manter o abrigo. Com Bryan, o veterinário de Daisy Hills, a conversa

rapidamente se transforma em histórias de animais.

Normalmente, gosto de ouvi-las. Minha vida agitada não

permite animais de estimação e gosto de viver indiretamente por meio

deles.

Mas esta noite, minha mente está em outro lugar.

Dou minha cerveja a Declan quando ela chega e pulo da

cadeira. — Preciso voltar à rotina. — Bryan deve sentir minha mentira,


porque ele me pisca um rápido fodido sorriso. É por causa dele que estou

de volta ao cronograma.

— Diga a Celia que eu disse oi, — diz Bryan.

— Celia? — Haley e Declan dizem em uníssono.

— Boa noite.

— Espere! — Haley chama enquanto eu me afasto. — Quem é

Celia? Ela vem jantar no domingo?

Não consigo dirigir de volta para o B&B rápido o suficiente. A

distância não fez nada para conter minha atração crescente -

e meus sentimentos emergentes - por Celia. Eu tenho que tê-la.

Essa noite.

Eu ouço a risada de Celia antes de entrar totalmente na

cozinha. Outra voz feminina se junta à dela. Droga. — Malcom, oi.


— Isabella. — Eu concordo. — No que vocês duas senhoras

estão se metendo?

— Problema. — diz Celia, com um brilho malicioso nos olhos. O

que quer ela esteja fazendo, inclui morangos. Nunca interrompendo o

contato visual, ela leva um até os lábios e lentamente dá uma mordida.

Foda-se, um homem não aguenta tanto.

— A cozinha parece incrível até agora. — Isabella levanta uma

taça de vinho quase vazia na torrada. Eu me encolho internamente, me

perguntando se ela vai passar a noite. Eu tinha grandes planos de fazer

Celia gritar meu nome. Acho que teremos que ficar mais quietos.

— Ele é muito talentoso, não é? — Celia diz, seus olhos cheios

de flerte. Ela estende uma fruta para mim. — Morango?

Balanço minha cabeça. Tudo que eu quero é ela.


— Oh, olhe, meu vinho acabou. — diz Isabella. — Acho que essa

é a minha deixa para fugir. — Ela me dá uma piscadela. — Não se

preocupe, só bebi um copo.

Espero apenas dois segundos inteiros depois que a porta dos

fundos se fecha para atacar. Eu envolvo Celia em meu abraço ganancioso

e devoro sua linda boca. Sua língua tem gosto de morango e chantilly. Se o

balcão não tivesse uma sobremesa preciosa, eu a foderia bem aqui.

— Senti sua falta. — digo sem pensar. Eu sei que parece piegas e

talvez um pouco desesperado, mas é honesto.

— Também senti sua falta. — Suas mãos deslizam pelo meu

peito, e uma pega meu pau através da minha calça jeans e aperta. — Quer

recuperar o tempo perdido?

Ela me distrai com mais apalpadas e beijos, mas finalmente

consigo colocar minha cabeça no lugar. — Quanto vinho você bebeu,

Celia?
Fixando-me com seu olhar, cheio de luxúria e desejo maior do

que eu já vi, ela sorri. — Você acha que estou bêbada?

— Eu não quero que você se arrependa de nada.

— Não bebi vinho. —admite ela.

Em um piscar de olhos, ela saiu do chão e se agarrou aos meus

braços. — Você tem certeza que quer isso?

— Tenho certeza.

— Celia. — digo, mais sério do que jamais estive com uma

mulher. — Se fizermos isso, você me pertence. Eu não vou te

compartilhar, e eu com certeza não vou desistir de você. Sou um cara do

tipo tudo ou nada.

Ela beija meu pescoço. — Então quero tudo.


Dizer a Malcom que quero tudo é imprudente. Algo que eu não

deveria estar prometendo quando estou desejando tanto por ele. Posso

me arrepender das palavras da manhã. Mas isso não nos impede de nos

beijarmos apaixonadamente e tatear nosso caminho escada acima.

— Minha cama esta noite. — eu digo, minhas palavras mais

ousadas do que estou realmente sentindo. Esta noite, meu desejo mais

profundo está prestes a se manifestar.

Ainda há um medo pequeno e completamente irracional de que

isso vá de alguma forma explodir na minha cara. Mas eu empurro as vozes


incômodas que sussurram dúvidas em meus ouvidos e me concentro no

aqui e agora. A sensação do peito musculoso de Malcom pressionado

contra o meu. O gosto de cerveja nos lábios. Como seu cabelo rebelde

parece contra meus dedos gananciosos.

Ele me coloca no chão e fecha a porta do meu quarto atrás de

nós. — Já te disse o quanto gosto de você neste vestido?

— Talvez uma ou duas vezes. — Eu mordo meu lábio inferior. —

Mas eu não me importaria de ouvir de novo.

— Você está muito sexy, Celia. — Ele segura meu rosto e devora

minha boca, nossas línguas colidindo. Por mais que eu ame explorar seus

músculos rígidos com minhas mãos, estou desesperada por algo mais esta

noite. Meus dedos trabalham no botão de sua calça jeans até que ele se

abre.

— Eu quero você, Malcom.


Ele olha no fundo dos meus olhos, enviando arrepios de desejo

por todo o meu corpo. — Eu quero você também. Mais do que eu sempre

quis alguém.

É difícil acreditar que fui tão fria e hostil com ele quando

descobri que ele era o empreiteiro geral contratado para terminar a

cozinha. Tenho muitas memórias difíceis do colégio e não foram fáceis de

esquecer.

Mas esta noite, eu faço exatamente isso: esquecer.

Malcom abre o zíper do meu vestido e eu sinto o ar frio correr

pela minha pele exposta. Meu vestido cai no chão em uma poça aos meus

pés.

— Gosto muito deste vestido, mas gosto mais dele no chão. —

Dedos quentes trabalham no fecho do meu sutiã enquanto eu consigo

livrar-me de seu jeans. Peça por peça, nós nos despimos. Até que estamos

completamente nus.
Pela primeira vez, sinto uma pontada de vulnerabilidade. Eu

nunca fui magra como as líderes de torcida que Malcom preferia anos

atrás. Tento não deixar isso me incomodar agora. Seus olhos estão

encharcados de desejo. Desejo que não existiria se ele se importasse com

minhas curvas.

— Você é tão linda, Celia.

Com os braços em volta um do outro, caímos na cama. Malcom

pousa em cima, prendendo minhas mãos acima da minha cabeça como fez

na noite passada. Em qualquer outra situação, eu me contorceria de

desconforto, sem vontade de abrir mão desse tipo de controle. Mas com

Malcom, estou excitada.

Ele toma um mamilo entre os dentes, um brilho perverso

brilhando em seus olhos enquanto ele me provoca impiedosamente. Eu

balanço meus quadris, tentando trazer meu centro para mais perto de seu

comprimento duro preso contra minha barriga.


— Ainda não, querida. — Ele se move para o outro mamilo

enquanto estende a mão entre nós em busca de minhas dobras

molhadas. Ele continua a explorar meu corpo com os lábios, beijando meu

estômago e provocando o interior das minhas coxas.

Quando sua boca paira sobre minha boceta, eu suspiro. O hálito

quente provoca os sentidos em mim. — Aposto que você tem um gosto

ainda mais doce do que a sobremesa que fez. — Ele não me dá a chance

de dizer nada antes de sua língua deslizar pelas minhas dobras.

— Oh meu Deus, Malcom. — Meus olhos se fecham, mas vou

abri-los. Porque não há nada mais sexy do que vê-lo entre minhas

pernas. Eu coloco uma mão em seu cabelo, empurrando-o suavemente

contra minha boceta.

Sua risada profunda vibra contra a minha boceta e caramba, se

isso não me faz quase gozar. — Tão exigente. — Ele me atormenta com a

língua da melhor maneira possível. Sensações que nunca experimentei


formigam em minhas veias. Eu sinto que estou flutuando alto em uma

nuvem. Então subindo.

— Goze para mim, Celia.

Ele não precisa me dizer duas vezes. Eu grito seu nome

enquanto ele me leva ao limite. Eu afundo meus dedos em seu cabelo,

segurando seu rosto contra mim através das ondas de prazer. Um após o

outro.

Quando eu finalmente acalmo do meu orgasmo, Malcom está

me lambendo de seus lábios. Estou exausta com aquela bomba de prazer

insana. Mas não terminei com ele. Nem mesmo perto. — Eu gosto quando

você é mandão. — eu digo, dando a ele um sorriso malicioso.

— Você gosta?

— Mas só no quarto. Não funcionaria tão bem na minha

cozinha. — Ele rasteja sobre mim, pairando seu rosto acima do meu.
— Eu não seria tolo o suficiente para mandar em você em sua

própria cozinha. A menos que você tenha perdido a calcinha, — ele

sussurra. — Então, posso estar disposto a arriscar sua ira.

A imagem de Malcom atrás de mim, levantando minha saia e

entrando em mim é demais. Eu envolvo meus braços ao redor de seu

pescoço e minha perna em volta de sua cintura. Então eu o rolo de costas

em um movimento forte.

— Eu gosto dessa visão. — ele diz, seu olhar pousando em meus

seios.

Eu esfrego contra seu pau enquanto ele massageia meus

seios. Porra, eu poderia gozar apenas me esfregando contra ele. Mas não

estou pronta para abrir mão do meu controle. Eu alcanço entre minhas

pernas, preparada para alinhá-lo com a minha entrada.

— Preservativo, — diz ele com uma calça, apontando para o

chão. — Bolsos do jeans.


Uma pontada aguda de decepção me assalta, que parece

rejeição. É completamente estúpido e constrangedor. Nunca fiz sexo com

um homem e não usei camisinha. Mas depois de todo esse tempo, eu

queria sentir Malcom dentro de mim. Sem nada entre nós. Mas minhas

tentativas de encontrar e falar as palavras falham.

Eu pulo da cama e pego o preservativo. — Você está bem? —

ele pergunta enquanto eu entrego.

— Sim.

Ele coloca o pacote de preservativo de lado, sentando-se. —

Você é uma péssima mentirosa, Celia.


— Celia, fale comigo.

— Não é nada. — Ela se estica no meu colo nu para pegar a

camisinha. — Onde nós estávamos?

Meu pau dói para estar dentro dela, mas não quero que seja

assim. — Eu sempre uso camisinha. — digo, certo de que o problema tem

a ver com aquele contraceptivo específico. — Você não gosta delas?

— Eu... eu só queria estar... mais perto.


A vulnerabilidade em sua voz desbloqueia todas as memórias

que eu não tinha percebido que tinha guardado. Não me lembro apenas

da Celia do colégio, eu gostava dela. Bastante. No entanto, eu fui um

idiota total com ela. Fingindo nunca notá-la e ignorando-a sempre que ela

tentava falar comigo.

— Sinto muito, Celia.

— Você usa muito preservativo então.

Eu odeio como esta noite apaixonada se tornou tão fria. Estou

determinado a consertar isso. — Me desculpe, eu fui um idiota com

você. No ensino médio. Eu não lembrava, mas me lembro agora.

— Não importa.

Eu seguro seu rosto e a viro para me encarar. — Claro que

importa. Você merecia coisa melhor de mim. — Não importa o que estava

acontecendo em casa naquela época. Não é desculpa para como eu agia


perto dela. Nada justifica quão frio eu fui com ela. Eu nunca a intimidei,

mas certamente a fiz sentir invisível para mim.

— Talvez devêssemos marcar esse encontro primeiro. — ela diz,

tão suave que é quase um sussurro. Eu reconheço quão ferozmente ela

está se afastando. A confiança que ela concedeu está diminuindo. Se eu

não fizer algo agora, posso perdê-la. E o pensamento disso... bem, porra,

simplesmente não vai funcionar.

— Se você quiser parar, nós iremos. — Eu beijo sua

bochecha. — Mas eu não acho que é isso que você realmente quer. Acho

que você está com medo.

— Eu não estou.

Minha risada leve alivia a tensão no quarto. — Você nunca vai

conseguir mentir pra mim, sabia Celia? Sempre posso dizer quando você

não está sendo honesta.


— Eu não quero me machucar. Novamente.

Eu a puxo em meus braços, colocando-a contra o meu peito. O

fato de ainda estarmos completamente nus não passa despercebido por

nenhum de nós. Ela fica olhando furtivamente para o meu pau duro e

lambendo os lábios. — Eu prometo, Celia. Eu nunca te machucarei. Eu

quero fazer você minha.

Ela vira o invólucro de papel alumínio repetidamente entre os

dedos, e eu entendo. Ela não quer nada entre nós. Ela quer saber se estou

totalmente envolvido. — Estou tomando pílula, — diz ela. — Se você está

preocupado comigo ficando...

Eu pego a borracha dela e jogo do outro lado do quarto. — Eu

não estou preocupado. — Nunca pensei muito em começar uma

família. Achei que ainda demoraria anos. Talvez nunca. Mas com Celia, é

tudo que eu quero. Nós juntos. Criando uma família.

Rolando-a de costas, eu abro suas coxas com um joelho.


Quando eu entro em sua doce boceta, meu mundo muda. Seu

calor escorregadio me cumprimenta como sempre foi feito para ser. Me

sinto um idiota por querer colocar um pedaço de borracha entre

nós. Eu preciso disso mais do que jamais pensei ser possível.

— Você é incrível pra caralho, Celia. — Quando nosso olhar

bloqueia, eu sei a verdade. Eu sei que estou apaixonado por ela. Eu sei

que faria qualquer coisa para protegê-la ou fazê-la feliz. Eu pintaria

aqueles malditos armários mais uma dúzia de vezes, se ela quisesse.

Eu mantenho meus golpes lentos, deliberados e

uniformes. Nossos corpos estão pressionados juntos, como se não

pudéssemos chegar perto o suficiente. A suavidade dela contra minha

dureza. Mãos emaranhadas no cabelo. Lábios procurando e

explorando. Ela está enrolada em mim como um pretzel.

— Isso é muito melhor do que eu jamais imaginei. — ela

ofega. — Oh, Malcom.


Nosso ritmo aumenta com o tempo. Seus quadris balançam com

os meus e ela choraminga cada vez que nossos corpos

colidem. Esfregando-se contra mim a cada estocada. É gostoso pra

caralho. — Mais rápido, — ela implora. — Por favor, mais rápido.

Ninguém para discutir, eu agradeço. A cabeceira da cama bate

na parede e as tábuas do assoalho rangem com cada impulso urgente.

— Goze dentro de mim, Malcom. Eu preciso de você.

— Você é minha, Celia. Só minha.

— Eu sempre fui sua.

Essas palavras doces são tudo o que precisamos para nós dois

explodirmos. Seus gemidos sensuais enquanto seu orgasmo a ataca é tudo

o que preciso para eu perdê-lo. Eu enterro meu pau tão fundo quanto

posso, liberando cordas quentes de esperma em suas

profundezas. Reclamando oficialmente minha mulher.


Celia tem um enorme sorriso de satisfação que é sexy como o

inferno. — Uau, Malcom. Isso foi alucinante.

Eu rolo e caio na cama ao lado dela. — Conte-me sobre isso.

Ficamos ali no doce silêncio, ambos recuperando o

fôlego. Nunca me senti tão completo depois de estar com uma mulher

antes. É assim que eu sei que Celia é a única. Eu vou me casar com

ela. Mais cedo ou mais tarde, se ela quiser.

Mas primeiro preciso pegar a aliança de casamento da minha

avó. Não minha avó Daisy, mas minha avó do lado da minha mãe. O que

significa que tenho que enfrentar minha mãe depois de anos evitando-

a. Mas um olhar para Célia, nua e sorrindo ao meu lado, e eu sei que

andaria no fogo para fazê-la feliz.

Ela se apoia em um cotovelo, as pontas dos dedos acariciando

meu peito. — Quer fazer de novo?


Sempre me perguntei como seria acordar ao lado de Malcom

Maxwell. Eu esperava que fosse mágico, mas está muito além disso. Seus

braços estão envolvidos de forma protetora ao meu redor, seu rosto

enterrado no meu pescoço, nossos corpos nus fundidos.

Aspereza desce pelas minhas pernas com seu pau cutucando

minhas costas.

Fizemos isso a noite toda.


Estou dolorida das melhores maneiras, e não tenho ideia se

minhas pernas vão me sustentar hoje ou não. Mas eu não me importo. Eu

deslizo minha bunda no pau de Malcom em alerta.

— Espero que você esteja cozinhando um farto café da manhã,

— ele brinca. — Você está prestes a esgotar o resto da minha energia.

Eu rolo em cima dele, montando em seus quadris enquanto

afundo em seu pau. — Vou preparar o melhor café da manhã que você já

comeu.

— Cuidado com essas promessas caprichosas. — diz ele, com

um sorriso nos lábios enquanto seus olhos azuis sensuais entram em

foco. Eu balanço contra ele, seu pau me enchendo completamente. —

Minha avó conhece bem um prato de café da manhã.

— Nunca vou dominar as panquecas de banana dela. —

admito. — Mas eu faço uma quiche média.


Malcom balança os quadris para cima, fazendo-me choramingar

de prazer. — Você terá que provar isso para mim. — Ele me rola, me

prendendo sob seu corpo duro e esculpido. — Mas primeiro, eu preciso

gozar dentro de você, meu amor.

Um arrepio de alegria me preenche. Estou sendo totalmente

ridícula. Não é como se ele dissesse que me amava ou qualquer

coisa. Mas, caramba, como eu quero acreditar que ele ama. Estou

certamente apaixonada por ele.

Malcom me leva a um lugar de êxtase, fazendo-me desejar que

tivéssemos mais alguns dias para terminar a reforma da cozinha. Quero

passar o dia todo na cama com ele. Mas hoje ele precisa instalar o piso -

uma das tarefas finais da lista.

Ele me beija profundamente depois de me encher novamente.

— Se você não tomar cuidado, vou pular em você de novo. —

advirto.
Com uma risada, ele pula para fora da cama, erguendo-se pelo

meu quarto em toda a sua glória nua. Esse homem tem uma bunda

melhor do que eu já vi. Eu gostaria que ele não tivesse que encobrir

isso. — Deixe a calcinha fora e eu posso mandar em você na sua cozinha

mais tarde.

***

Eu tomo meu tempo no chuveiro, secando e penteando meu

cabelo, aplicando maquiagem e escolhendo o vestido de verão

perfeito. Em parte, eu sei que a Malcom precisa de distrações mínimas de

mim para instalar o piso, já que este é o último dia para grandes tarefas.

Mas a outra metade de mim quer estar no meu melhor para

ele. Conforme solicitado, deixo a calcinha e corro para a cozinha.


Estou imaginando aonde ele me foderá primeiro - na ilha, na

despensa, curvada sobre a pia da cozinha? - quando ouço vozes.

— Onde ela está? — uma voz feminina pergunta com

curiosidade. — Eu quero conhecê-la.

— Haley, você nem deveria estar aqui. Elas não abrem até à

próxima semana. — Ah, Haley Maxwell. A irmã mais nova de Malcolm. —

Aconteceu alguma coisa? — A preocupação protetora na voz profunda de

Malcom faz meu interior formigar. A maciez aumenta entre minhas

pernas. Por mais que eu queira entrar na cozinha e entrar na conversa,

estou pronta para ficar sozinha com meu homem.

— Nada aconteceu. — diz Haley.

— Você e Bryan parecem... aconchegantes.

Esse detalhe desperta meu interesse. Talvez eu devesse

interrompê-los, evitar que Haley tivesse que responder à pergunta. Mas


caramba, agora estou curiosa. Acho que fui feita para esta vida de cidade

pequena, afinal.

— O que é que tem? — Haley pergunta.

— Eu não quero que ele se machuque por...

— Você vai levar Celia para jantar na casa da mamãe? — Haley

interrompe. Apesar da minha curiosidade sobre Haley e Bryan, meu

batimento dobra, animada como tudo está mudando. Emocionada com o

futuro que Malcom e eu temos pela frente. Jantares familiares

incluídos. Eu me pergunto se minhas irmãs e eu faremos algo

semelhante. Eu gostaria de pensar que, com o tempo, todas nós

encontraremos aquela pessoa especial e nos estabeleceremos.

— Claro que não.

O choque supera a dor. Suas palavras soam tão desdenhosas e

definitivas.
— Pensei que você estava falando sério sobre ela.

Eu também. Quanto mais tempo fico fora de vista, mas ao

alcance da voz, mais culpada me sinto. Mas talvez essa fosse a única

maneira de descobrir a verdade. Eu espero, apesar do meu bom senso,

esperando que Malcom tenha uma explicação perfeitamente razoável

para isso.

— Você, entre todas as pessoas, não pode falar sério, — diz

Malcom. — Eu não a levarei no domingo para mamãe ou em qualquer

outro dia, então tire essa ideia da sua cabeça agora.

Ferida por suas palavras dolorosamente honestas, eu fujo. Se eu

fosse uma pessoa mais forte, o enfrentaria. Mas não sou. Nunca fui. Serei

para sempre aquela garota tímida que preferiu permanecer invisível. É por

isso que escolhi seguir cozinhando. Ninguém vai aos restaurantes para

observar o chef - não na maioria dos casos.


Saio correndo pela porta da frente em direção ao meu carro e

vou embora antes que Malcom me descubra. Eu mando uma mensagem

para minha irmã e imploro que ela me encontre no Daisy's Diner,

prometendo a ela todo o café que ela puder beber.


Procurei por Celia em toda a casa, mas não há vestígios dela. Ela

não está atendendo minhas ligações ou respondendo minhas mensagens

de texto. Que porra é essa? Depois de uma noite tão incrível que

continuou até esta manhã, eu não tenho ideia de por que ela

simplesmente desapareceu.

Comecei a terminar o piso, tentando me convencer de que ela

voltará eventualmente. Talvez tenha havido uma emergência e ela não

teve tempo de explicar.

Ela estará de volta mais tarde.


Mas depois que o piso é instalado e tudo na cozinha está pronto

para sua inspeção final, estou muito chateado por ainda estar sozinho

nesta casa sem uma palavra dela. Não faz sentido nenhum.

Eu não gosto de ficar ocioso.

Se ela está tendo dúvidas, preciso aliviá-las agora. Minha

decisão de me casar com ela não mudou nem um pouco. Não importa

como estou irritado. Para provar isso, vou direto para o salão da minha

mãe. Seu último cliente está saindo quando entro pela porta.

— Malcom, que surpresa. — Sua voz é alegre o suficiente, mas

seus olhos mantêm um ceticismo cuidadoso. Não falamos muito nos

últimos anos. Desde que a encontrei traindo meu pai, quando eu estava

no colégio e meu pai estava em seu leito de morte. Haley e Declan a

perdoaram, mas eu não.

— Eu preciso do anel da vovó.


Ela coloca as mãos nos quadris. — Você me dá o tratamento

silencioso por quase uma década e agora aparece fazendo exigências

sobre a aliança de casamento da minha mãe. — Ela balança a cabeça em

descrença. — Não.

— Como assim, não? Vovó me prometeu quando encontrasse a

mulher com quem quero me casar. Eu a encontrei.

— Quero conhecê-la.

— Eu não quero que ela te conheça.

Com um suspiro pesado, mamãe cai em sua cadeira de salão. —

Sente-se, Malcom. Se você quiser o anel, pelo menos vai me ouvir.

Eu considero sair como um furacão. Poderia dirigir meia hora

até à próxima cidade. Eles têm uma pequena joalheria conhecida por suas

peças únicas. Talvez eu pudesse encontrar um anel lá. Mas é o anel da

vovó que eu quero. O diamante rodeado por minúsculas safiras.


Eu me inclino contra o balcão e cruzo os braços sobre o peito. —

Fale então. Não tenho o dia todo.

— Sinto muito pelo que aconteceu, Malcom. Lamento que tenha

sido você a descobrir isso.

A imagem desagradável da minha mãe na cama com outro

homem me deixará com uma cicatriz para o resto da vida. — Papai

estava morrendo.

— Não estou orgulhosa do que fiz. — O sorriso da mamãe

desapareceu completamente e, caramba, se um pedaço de mim não está

com vontade de confortá-la. Cruzo meus braços com mais força e fico

parado, esperando que ela continue para que possamos deixar essa

maldade para trás. — Seu pai não era ele mesmo nos últimos meses. Ele

mal me conhecia. Eu estava devastada.

— Você quebrou seus votos.


— Eu sei. Não posso voltar atrás, Malcom. Eu queria poder. É a

culpa que carregarei para sempre. — Ela se levanta, se aproximando de

mim com cautela. Minha mãe sempre foi uma mulher forte, mas ela

parece pequena e frágil diante de mim. — Você tem permissão para ficar

com raiva de mim.

— Bom, porque estou.

— Seu pai... — Lágrimas se formam em seus olhos e vejo dor

neles. Isso suaviza meu exterior rígido apenas uma fração. —

Ele me machucou, Malcom. Mais de uma vez. Eu não quis te dizer isso. A

qualquer um de vocês, crianças. E não disse até agora. Acho que queria

me vingar.

Estudo a expressão da minha mãe, procurando por qualquer

indício de que ela está mentindo. Nenhuma das mulheres importantes em

minha vida jamais foi capaz de passar por mim uma mentira. Ela está
dizendo a verdade. Pela primeira vez em dez anos, abro meus braços para

minha mãe.

Ela me abraça com tanta força que não consigo respirar, mas

não a solto.

Depois de vários minutos de lágrimas e fungadas, ela finalmente

afrouxa o aperto. — Conte-me sobre essa mulher que roubou seu

coração.

— Celia. Celia Turner. — Eu não posso evitar o sorriso que se

espalha no meu rosto. — Ela é... perfeita, mãe. — Não vou fingir que tudo

está consertado entre nós, mas sei que podemos finalmente começar a

cura. — Talvez eu a leve para jantar em família no domingo.

— Gostaria disso. Eu gostaria muito.


Mamãe estica o braço em volta do pescoço e solta uma corrente

de prata. O anel da vovó está pendurado no final dele. — Aqui. Dê isso

para minha futura nora.

Agora tudo o que tenho a fazer é encontrar Celia e convencê-la

a passar o resto de sua vida comigo.


— Você não pode se esconder aqui o dia todo. — diz Isabella,

sua sobrancelha levantada em julgamento enquanto eu como meu

segundo prato de panquecas de banana.

— Veremos.

— O que aconteceu? — ela pergunta, sua voz gentil.

Eu encontro seus olhos preocupados, debatendo o quanto

contar. De todas as minhas irmãs, sou mais próxima de Bianca. Mas ela

ainda está no Alasca ajudando sua melhor amiga a se reunir com o amor
de sua vida. Não me senti bem em incomodá-la com meus probleminhas

idiotas.

Isabella cobre minha mão com a dela. — Celia, fale comigo.

— Acho que estou apaixonada por ele. — digo finalmente,

sabendo que a palavra pensar não pertence a essa admissão. Eu o amo

completamente ou sua rejeição não doeria tanto. Não faz nenhum sentido

para mim como um homem que estava desesperado para me levar para

um encontro não quer me levar para um jantar em família.

— Como ele se sente sobre você?

— Eu gostaria de saber.

Os sinos badalam acima da porta, mas desta vez me sentei de

costas para ela. Não sinto vontade de ser sociável ou sorrir para ninguém

na cidade.
— Talvez você devesse perguntar a ele. — Isabella continua,

tomando seu café.

— Qual é mesmo o ponto?

— Celia? — A voz profunda de Malcom coloca todo o meu corpo

em alerta. Talvez se esconder na lanchonete da avó fosse uma ideia

idiota. — Estive procurando por você em todos os lugares.

— Eu devo ir. — Isabella sai correndo de sua cabine. — Hazel me

pediu para vê-la de perto esta noite.

— Fique. — eu imploro.

Isabella me dá um tapinha no ombro enquanto ela passa. —

Pergunte a ele.

Eu tremo de nervosismo e uma bola de emoções. — O que você

está fazendo aqui? — Eu olho para Malcom e, caramba, esses olhos azul

bebê me matam.
— Eu poderia te perguntar a mesma coisa.

— Ouvi você na cozinha mais cedo. Com Haley. — A admissão

torna a memória muito real novamente. A picada familiar em meu

coração retorna. — Se você não quisesse ficar sério, poderia

simplesmente ter me contado.

— É disso que se trata. — Malcom desliza para a mesa na minha

frente, empurrando os pratos para fora do caminho e agarrando minhas

mãos. Ele espera até que eu olhe nos olhos dele. — Minha mãe e eu

temos um passado complicado, Celia. Mas falei com ela hoje. Porque ela

tinha algo que eu queria muito dar a você.

— Mas o jantar...

— Estamos indo. É o primeiro jantar em família de que participo

em uma década.
Não tenho certeza de como digerir essas palavras, mas estou

tocada. — Mas quando Haley perguntou se você estava falando sério...

— Haley é quem não fala sério. Ela passa por namorados como

eu passo por lâminas de serra. Eu não quero que ela machuque meu

melhor amigo. Mas isso é outra história para outro dia. — Ele aperta

minhas mãos. — Tenho algo muito mais importante para discutir agora.

— Como o quê?

— Eu te amo, Celia. Eu sei que é rápido. Mas nunca tive tanta

certeza de nada em minha vida. Quanto mais tempo eu passo com você,

mais percebo coisa que fazem lembrar você de anos atrás. Lembro-me da

maneira fofa que você costumava cruzar as pernas na altura do tornozelo

na aula de biologia. Ou o gancho de arco rosa que você costumava usar

em um lado do cabelo.

— Você lembra?
— Eu gostava de você naquela época, Celia. Mas acho que meu

coração sabia que não era nossa hora. Me desculpe se alguma vez fiz você

se sentir mal por te ignorar da maneira que eu fiz. Posso prometer que

não será assim, pelo resto de nossas vidas.

Eu suspiro com essas últimas palavras. — O que você está

dizendo?

Ele desliza para fora da cabine e se ajoelha, remexendo no bolso

interno de uma camisa. — Eu disse a você ontem à noite, você é

minha. Só minha. Eu quero que isso seja verdade para sempre. — Ele abre

a palma da mão, revelando o anel de diamante e safira mais deslumbrante

que já vi. — Este era da minha avó - não Daisy - a vovó Betty. Ela queria

que eu desse isso para a mulher com quem planejei construir minha

vida. E essa mulher é você. — Ele lambe os lábios, instantaneamente me

excitando. Como se as palavras já não tivessem o poder de me fazer

desejá-lo tanto. — Você quer se casar comigo, Celia?


— Claro que sim! — Lágrimas de felicidade caem pelo meu rosto

enquanto eu mergulho em seus braços. Ele se levanta, levantando nós

dois enquanto nos beijamos. Eu envolvo minhas pernas em volta de sua

cintura, lembrando naquele momento que estou usando um vestido e

nada por baixo dele.

— Eu acho que é hora de levá-la de volta e mandar em você

em sua cozinha. — ele diz com um gemido no meu ouvido.

— Eu acho que você está certo.


Cerca de Seis Meses Depois…

— Você está pronta para fazer seu grande anúncio? — Minha

irmã Bianca pergunta em um sussurro. Ela é a única a quem confidenciei a

notícia e cobrei segredo. Não quero minhas outras irmãs com ciúmes.

— Tão pronta.

— Celia, estou tão feliz por você. — Bianca me aperta em um

abraço. — Você merece felicidade para toda a vida.


— Você também. Estou surpresa por você não ter trazido um de

volta do Alasca.

— Todos os bons estavam comprometidos.

— Alguém na cidade tem o seu olho?

Bianca rejeita minhas palavras. — Nah, todos os homens em

Daisy Hills são muito chatos para o meu gosto.

Rimos juntas porque é verdade. Bianca sempre teve uma queda

por um homem inteligente com um toque de bad boy. Não há muitos

desses em Daisy Hills. — Bem, é uma coisa boa termos uma pousada, —

provoco. — Talvez você encontre o amor com um hóspedes.

Bianca revira os olhos. — Diga isso um pouco mais alto. Isabella

não te ouviu. — Decidimos, por unanimidade, tornar Isabella a gerente do

B&B quando a ideia de abrir surgiu pela primeira vez. Ela é uma líder nata,
mas com certeza ama suas regras. Uma delas é não confraternizar com os

hóspedes.

— Ela só acha que teremos a reputação de bordel secreto. —

Rimos de novo, desta vez um pouco mais alto.

— O que é tão engraçado? — Miranda pergunta, estabelecendo-

se em um lugar entre nós. — Eu também quero saber o segredo.

— Aí está você. — A voz profunda de Malcom ainda faz meu

corpo inteiro ronronar de alegria. Essas três pequenas palavras me fazem

querer abandonar esta festa e levá-lo para cima. Exceto que meu antigo

quarto agora é um quarto de hóspedes e nossa casa fica do outro lado da

cidade. Talvez um armário então... — Eu adoraria saber o que está

acontecendo nessa sua cabecinha linda. — ele diz baixo contra meu

ouvido para que ninguém mais possa ouvir.

— Se eu te contar, não ficaremos.


Ele beija meu pescoço uma vez, me dando arrepios. — Então

vamos começar a festa. Quanto mais cedo o fizermos, mais cedo poderei

levá-la para casa e me divertir com você. — Ele me beija sensualmente

nos lábios, o beijo se aprofundando por conta própria.

— Vocês dois são enjoativamente doces. — Bianca murmura

com uma risada. Malcom pega minha mão, me levando para a antiga sala

de jantar que nós convertemos em um salão de festas. Todas as minhas

irmãs e cada membro da família próxima de Malcom - incluindo sua mãe -

e alguns de nossos amigos mais próximos estão esperando.

— Bem, minha esposa. Você quer fazer as honras?

Esposa. Essa palavra vindo dos lábios de Malcom sempre vai me

fazer feliz nas profundezas da minha alma. A multidão está quieta, todos

os olhos em nós. — Temos algumas novidades para compartilhar. —

Minha mão cai para a minha barriga. — Nossa família está crescendo.
Todos explodem em gritos e aplausos. Sorrisos se espalharam

pela sala como um incêndio.

— Eu sabia! — Isabella grita. — Você me deve vinte dólares. —

ela diz a Adriana.

As duas discutem sobre a aposta enquanto Miranda pergunta:

— Menino ou menina?

Eu prendo meu olhar com Malcom, meu sorriso se alongando

tanto que dói. — Uma menininha. — A multidão está perdida para mim

naquele momento. Malcom tem esse efeito em mim, fazendo o mundo ao

nosso redor desaparecer. Eu sei que só posso entreter isso por um minuto

antes de sermos bombardeados com os parabéns. Então, aproveito nosso

momento roubado. — Eu amo você, Malcom. Tanto.

— Eu te amo mais.
Série Daisy Hills B&B

CELIA (Celia e Malcom)

BIANCA (Bianca e Jeremy)

ISABELLA (Isabella e Jude)

MIRANDA (Miranda & Barrett)

ADRIANA (Adriana & Harrison)

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