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Inicialmente por força do projeto lei n° 4.

827/98 1 de autoria da Deputada e


Advogada Dra. Zulaiê Cobra, que teve aprovação pelo CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania) em 19/06/2003, que assim dispõe o conceito de mediação em
seu Art. 1°:
Art. 1° Esta lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de
controvérsia entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos no
âmbito da administração pública.

Parágrafo Único. Considera – se mediação a atividade técnica exercida por


terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas
partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções
consensuais para a controvérsia.

Após diversas discussões, o projeto lei n° 4.827/81, foi modificado pelo


projeto de lei substitutivo (PLC 94/2002), visando a regulamentação deste instituto,
que tem por objetivo desafogar o Poder Judiciário e permitir uma solução mais célere,
rápida, eficiente sem a necessidade de um julgamento.
Estes projetos de lei (n° 4.827/98 e n° 94/2002) foram modificados, sendo que
após a Emenda Constitucional nº 45/2004 foi verificada a necessidade de se
encaminhar um Projeto de Lei autônomo para alterar o Código de Processo Civil (CPC),
o atual NCPC/15 o qual inseriu em seu texto o procedimento de mediação.
Assim, após várias discussões no Congresso Nacional foi promulgado o novo
Código de Processo Civil, Lei nº 13.105/2015, que introduziu o instituto da mediação
no capítulo que trata da conciliação, incluindo, ainda, o mediador no rol dos auxiliares
da Justiça.
Além disso, depois de passar pelas duas casas do Congresso Nacional, o
Projeto de Lei 517/2011 com seus substitutivos (PLS nº 405/2013, PLS nº 434/2013 e
SCD nº 9/2015), que disciplina o uso da mediação como instrumento para prevenção e
solução consensual de conflitos, foi sancionado pela Presidência da República,
instituindo-se, finalmente, a Lei 13.140/2015, que dispõe no § 3º, art. 165, Seção V do
Novo Código de Processo Civil o seguinte: 2
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de
conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de
conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a
auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.

[...]

§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver


vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender
as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções
consensuais que gerem benefícios mútuos.

1
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=21158
2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
A mediação é dos métodos alternativo de solução de conflitos, pelo qual uma
terceira pessoa, imparcial e treinada, instrui os usuários a despertarem seus recursos
pessoais para que consiga modificar o conflito, assim se criando novas oportunidades
de construção de outras alternativas, para o enfrentamento ou a prevenção de novos
conflitos.

As partes envolvidas em uma mediação têm mais qualidade na solução do


conflito, pois a solução é resultado de um consenso e não de uma decisão de terceira
pessoa. E através disso, as partem podem apresentar seu problemas e suas maiores
dificuldades, para resolução do conflito.

O mediador não tem o poder de decidir pelos mediados, já que a essência


dessa dinâmica é permitir que as partes litigantes resgatem a responsabilidade por
suas próprias escolhas.

Segundo entendimento do TARTUCE, 2016.p.176


A mediação consiste no meio consensual de abordagem de controvérsias
em que um terceiro imparcial atua para facilitar a comunicação entre os
envolvidos e propiciar que eles possam, a partir da percepção ampliada dos
meandros da situação controvertida, protagonizar saídas produtivas para os
impasses que os envolvem.

Portanto a base da mediação é o laço ou melhor o vínculo do relacionamento


no qual se busca incentivar, por meio de uma terceira pessoa, para ajudar na solução
do conflito para o final extrair os verdadeiros interesses que ocasionam a lide.

Assim, mediar é auxiliar na hora de resolver os conflitos, visando buscar a


melhor solução e apresentar para as partes de maneira clara e criativa de forma que
todos saem ganhando ao final e o relacionamento existente se preserve.
As seguintes vantagens da mediação são: 3
1. Evita a judicialização do conflito – na mediação privada não há
necessidade de se acionar o Poder Judiciário. O acordo formalizado na
mediação já possui força de título executivo extrajudicial. Apenas se houver
interesse ou tratando-se de direitos indisponíveis, o acordo será levado para
homologação judicial.

2. Soluções mais rápidas – um caso no Poder Judiciário pode levar


anos! Uma mediação privada, ao contrário, ocorre de acordo com a agenda
dos participantes e pode ser realizada muito mais rapidamente, podendo
durar poucos dias ou alguns meses. Caso não seja possível a formalização de
um acordo sobre todos os pontos do conflito, a mediação privada assegura
total privacidade e permite a resolução parcial da controvérsia.

3. Maior controle pelas partes - As partes têm efetivo controle tanto


sobre o procedimento de mediação como sobre o seu resultado. A
mediação privada permite afastar a imposição de uma decisão por um

3
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI269610,81042-As+vantagens+da+mediacao+privada
terceiro (árbitro ou juiz estatal), que pode não ser exatamente aquela
desejada pelas partes.

4. Custos reduzidos e controlados – Os custos de um processo


contencioso, além de altos, são imprevisíveis. Na mediação privada, em que
o foco é encontrar uma solução construtiva e não destruir o outro, as partes
utilizam o tempo e o dinheiro na busca efetiva de uma solução criativa para
o conflito. Os custos da mediação privada são previsíveis, controlados e mais
facilmente gerenciados pelas partes.

5. Privacidade – a mediação privada é um processo sigiloso, que não


ocorre perante um órgão público. Os clientes da mediação privada têm a
possibilidade de decidir o que desejam divulgar. Quando o Poder Judiciário é
acionado, as partes perdem o controle sobre a confidencialidade das
informações, uma vez que o processo judicial é, em regra, público.

6. Autonomia da vontade – cabe às partes a escolha do mediador, da


câmara de mediação e de como desejam organizar o procedimento. As
partes têm condições de assegurar que terão um mediador com a
qualificação, conhecimentos e experiência necessárias para mediar o seu
caso. Um conflito empresarial complexo e que envolve valores
consideráveis, por exemplo, necessita um mediador experiente para que o
tempo e o dinheiro das partes sejam valorizados. A mediação privada
garante que as partes não irão se sujeitar a um mediador sem experiência e
sem a qualificação desejada.

7. Acesso livre aos métodos contenciosos – o fato de escolher a


mediação privada não inviabiliza o acesso ao Judiciário ou à arbitragem,
caso se torne necessário. A escolha pela mediação e a permanência das
partes em mediação são sempre voluntárias.

8. Mediação privada não é conciliação – a mediação privada assegura


que o procedimento utilizado pelo mediador tenha a qualidade necessária e
não se confunda com a conciliação. Algumas pessoas já tiveram experiências
ruins com a conciliação, o que as leva a não acreditar também na mediação.
Porém, importante deixar claro: o mediador privado não é um conciliador; o
mediador privado não é um juiz; o mediador privado não impõe ou obriga as
partes a fazerem acordos.

9. Valorização do advogado – um bom mediador privado sabe a


importância da presença de um advogado capacitado para atuar em
procedimentos de mediação. O advogado na mediação privada é valorizado
e as partes são estimuladas e buscarem o seu apoio, na preparação do caso,
durante o andamento da mediação, na busca por opções criativas e
juridicamente viáveis, e na própria redação do acordo de mediação.

10. Nada a perder – a mediação está baseada na autonomia da vontade.


Ninguém irá forçar as partes a tomarem decisões indesejadas. O custo e o
tempo são reduzidos. A proposta é encontrar soluções criativas que gerem
ganhos mútuos. Portanto, as partes nada têm a perder.

Com relação a mediação envolvendo duas ou mais empresa, representados


por pessoas físicas, são oferecidos neste momento espaços de diálogo que evitam
desgastes e desperdício de tempo com discussões estéreis, onde muitos falam e quase
ninguém se escuta, durante horas e horas improdutivas.
Em alguns casos, o cansaço de alguns leva à apresentação de propostas
favoráveis para um lado em detrimento de outro. E, muitas vezes, não se procede a
uma análise mais detalhada das questões envolvidas, tomando-se por base
unicamente os aspectos econômicos e objetivos da controvérsia.
Isto resulta em acertos superficiais sem muita consistências, o que poderá ter
como consequência o descumprimento dos compromissos assumidos, acarretando o
agravamento da controvérsia ou o surgimento de outras até então latentes.
O mediador em seu papel, ao questionar a existência de relação entre os
empresários, sejam decorrentes de crédito/débito, transações comerciais, financeiras
ou imobiliárias, empreitadas, relações de franquia, operações com seguros, questões
societárias, fornecedor/cliente, prestador de serviço/usuário, quer contratuais, quer
informais sem a existência de um contrato que a regule.
É oferecido pelo mediador os elementos de reflexão baseados em fatos
daquela relação no passado e no presente, com vistas a construir um futuro seja com a
continuidade daquela relação, seja com o fim, que resultará em um modo mais
pacífico em sua resolução.
Assim se fazendo necessário a intervenção do mediador acaba por promover
o reenquadramento da questão controversa, pela integração de perspectivas
diferenciadas, permitindo a cooperação entre os empresários e a busca de opções que
culminarão com a melhor ou melhores e mais criativas soluções, resultando no
cumprimento espontâneo das obrigações assumidas ao longo da mediação e após seu
encerramento.
Na vida das empresas e dos empresários, a mediação pode ser revelar apta a
viabilizar a maximização de êxito, sobretudo no tange as finalidades da empresa:
satisfação dos consumidores, administração diante de um conflito nos negócios e
melhorias no funcionamento da instituição, aprimorando a comunicação entre
administradores, funcionários e clientes.
Outra importante razão pela qual a mediação pode ser essencial na vida das
empresas diz respeito à origem e formação das empresas, o que pode envolver
conflitos familiares e sucessórios.
Estima – se que a maioria das empresas no Brasil eram familiares, pois uma
empresa nos dias atuais é tida por familiar após diversas gerações.
Por tal motivo pode ocorrer por diversas razões, conflitos pessoais que
refletem nos aspectos empresariais. Assim o mediador diante de tal situação, é de
suma importância para que possa resgatar o real motivo da família com relação à
empresa, que é a expansão e ampliação de sua rentabilidade.
Portanto a mediação empresarial, é algo muito tenro no Brasil, pôs não temos
ainda uma cultura adequadamente dissimilada da mediação empresarial. O que temos
no Brasil é a mediação judicial nas relações de família. Assim a mediação empresarial é
uma coisa muito nova, a tendência é de crescimento a partir do momento em que o
empresário conseguir ver vantagens nesta forme de resolução de conflito irá pensar
duas vezes antes de levar o conflito ao poder judiciário.

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