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“O Fado da Cítara Portuguesa“

“Ecos do Passado”

-Fado do Marinheiro (a) Anónimo (c. 1800)


-Fado do Marinheiro (b) Anónimo (1836)
-Fofa da Rozinha Anónimo (séc. XIX)
-Modinha Anónimo (c. 1830)
-Fado Conde da Anadia José Maria dos Cavalinhos (fl.1850-70)
-Chula de Alfama Anónimo (séc. XIX)

“A Viagem da Cítara”

-Lundum João Francisco Leal (c. 1792-1829)


-Sarambeque de Vaião Anónimo (séc. XIX)
-Maxixe Poiarense Manuel Rodrigues Paredes (1875-1940)
-André de sapato novo André Vitor Correia (1888-1948)
-Naquele Tempo A. R. Viana Jr. (1897-1973)-B. Lacerda (1903-1958)

“A Cítara Actual”

-Variações em lá menor Armando Freire (1891-1946)


-Variações em mi menor Artur Paredes (1899-1980)
-Fantasia Verdes Anos C. Paredes (1925-2004)-P. C. Cabral (1950)
-Momentos Pedro Caldeira Cabral
-Astoriana Pedro Caldeira Cabral
-Baile dos Carêtos Pedro Caldeira Cabral

Trio de Pedro Caldeira Cabral

Pedro Caldeira Cabral-Cítara Portuguesa


Joaquim António Silva-Guitarra Clássica
Duncan Fox-Contrabaixo

“O Fado da Cítara Portuguesa“


Quis o destino que, nas minhas deambulações por bibliotecas, alfarrabistas e feiras de
velharias por todo o país, tivesse recolhido um razoável número de manuscritos musicais
contendo peças antigas do repertório da cítara portuguesa , muitas de autor desconhecido e
datáveis desde os últimos decénios do século XVIII até ao início do século XX.
A música que aí encontramos é uma mistura de géneros: o Fado de salão, as danças da Fofa, do
Fandango, do Sarambeque, da Valsa, da Mazurca, do Maxixe ou da Chula.

Na primeira secção deste espectáculo ouviremos “os ecos do passado” com as peças de raiz
popular e erudita que nos legaram as fontes escritas do século XIX.
Com as intensas trocas musicais urbanas resultantes das migrações portuguesas para o Brasil
formámos o repertório da segunda secção “a viagem da cítara”, dada a actualidade desta
memória do período de transição do século XIX para o século XX na Lisboa multicultural de
hoje.
Fechamos o concerto com um conjunto de peças de autores consagrados e algumas das
composições originais que escrevi para a cítara portuguesa actual.

A Cítara Portuguesa tem vindo a despertar um interesse crescente dos públicos atentos à fruição
de géneros musicais diferentes do uso mais tradicional deste instrumento e a sua apresentação no
contexto de festivais de música clássica e popular é cada vez mais frequente. Para tal temos
vindo a contribuir com a criação de um novo repertório solístico alargado, constituido por
composições originais e transcrições de peças de música do passado.
Na escolha deste programa, proponho-me assinalar um claro interesse na utilização plena dos
recursos expressivos característicos da Cítara Portuguesa com leituras interpretativas que
valorizem as diversas opções estéticas de acordo com uma perspectiva performativa
historicamente informada.

© Pedro Caldeira Cabral 2020


Pedro Caldeira Cabral

Nasceu em Lisboa em 1950. Inicia a aprendizagem musical na infância em ambiente familiar,


tocando flauta de bisel, guitarra clássica e cítara portuguesa.
Mais tarde, estuda teoria musical, composição, história da música e música antiga, com os prof.s
Artur Santos, Jorge Peixinho. Pilar Torres e Santiago Kastner, entre outros.
Desenvolve como compositor, um estilo original próprio para cítara portuguesa solista,
compondo também música de câmara para Teatro, Cinema e Bailado.
Fundou e dirige os grupos La Batalla (1984) e Concerto Atlântico (1991) especializados na
interpretação de Música Antiga em instrumentos históricos.
Em 1987, funda e dirige o Centro de Estudos e Difusão de Música Antiga, apresentando as
primeiras restituições modernas do Cancioneiro de D. Dinis, Cancioneiro de Estevão da Guarda
e Cancioneiro de D. João Peres d'Aboim, entre muitos outros programas.
Foi responsável pela direcção artística do Festival de Guitarra Portuguesa na Expo 98, em
Lisboa. No âmbito da sua actividade de investigação organológica, a Ediclube publicou em 1999
o livro “A Guitarra Portuguesa”, de que é autor.
Em 2002 comissariou a exposição “ À Descoberta da Guitarra” no Museu Abade de Pedrosa,
integrando o Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso.
Nos anos de 2000 a 2010 dirigiu o Festival de Música Medieval de Carrazeda de Ansiães. Entre
2007/2012 dirigiu o ciclo de concertos “O Som das Musas” , em Vila Flor.
Fez a curadoria da exposição “O Som da Saudade-A Cítara Portuguesa “ apresentada no Museu
do Fado, em Lisboa, em 2019.
Da sua vasta e variada discografia, salienta-se a concepção e publicação de dezasseis CDs como
solista de cítara portuguesa, para as editoras internacionais EMI, RCA, GHA, BMG, FENN-
Musik e para as nacionais Tecla, Orfeu, Radical Media, Foco Musical, Tradisom, Primetime, etc.
Prepara actualmente a publicação de um novo livro da sua autoria intitulado “Instrumentos
Musicais Populares em Portugal”. Tem-se apresentado na qualidade de solista em inúmeros
concertos nas principais salas e festivais da Europa, EUA, Hawaii, Turquia, Tunísia, Marrocos,
Colombia, Brasil e China.

© Pedro Caldeira Cabral 2020

Joaquim António Silva

Nasceu em Óbidos em 1956. Músico autodidacta, poli-instrumentista, tem exercido esta


actividade paralelamente à sua vida profissional como fotógrafo e professor. Frequentou cursos
de direcção coral com Mário Mateus e Fernando Lopes-Graça.
Desde 1979 que se interessou pela Música Antiga, dedicando-se ao estudo do alaúde e outros
instrumentos instrumentos em uso na idade-média e renascimento.
Integra desde 1986 o grupo La Batalla e desde 1991 o Concerto Atlântico, ambos dirigidos por
Pedro Caldeira Cabral, e com os quais se apresentou em inúmeros concertos em Portugal, e nos
festivais de Utrecht (Holanda) e Clerckenwell (Inglaterra), além de outras cidades estrangeiras.
Integra igualmente como acompanhador, o trio de Pedro Caldeira Cabral, tendo participado em
concertos em Portugal, Holanda, Irlanda, Noruega, Alemanha, França, Rússia, Brasil, Colombia
e China. Tem-se também dedicado ao estudo e práticas da música tradicional, nomeadamente ao
reportório de dança e instrumentos tradicionais da Estremadura e ao trabalho de direcção coral
de grupos amadores.
Duncan Fox

Nasceu em Inglaterra em 1970, tendo também a nacionalidade portuguesa.


Fez os seus estudos musicais entre 85 e 88 na Junior School-Royal Academy of Music,
frequentando a classe de Contrabaixo sob orientação do professor Emmanuel Shulmann.
Entre 88 e 92 efectuou estudos superiores no Royal Northern College of Music em Manchester,
trabalhando o Contrabaixo (Prof.Duncan Mc Tier), o Piano (David Lloyd) e a Viola da Gamba
(Richard Boothby).
Em 2013 concluiu o mestrado em Ensino da Música na Escola Superior de Música de Lisboa,
com uma tese sobre o Ensino da Criatividade.
Integrou a Manchester Camerata, Goldberg Ensemble e a Opera North Orchestra.
Desde 1993 vive e trabalha em Lisboa, integrando a Orquestra Sinfónica Portuguesa
(Coordenador de Naipe Adjunto), o Concerto Atlântico e o Trio de Pedro Caldeira Cabral.

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