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Franz Liszt

–" Gênio por obrigação” – foi o lema escolhido pelo próprio Franz Liszt (1811-1886), músico
húngaro, considerado o maior pianista de sua época, aliou uma sólida cultura musical e um
gosto requintado e tornou-se um grande compositor orquestral. Certamente desfrutou de
toda a sua fama e glória como um dos pianistas mais importantes de sua época, como um
compositor ousado e inventivo, como regente e respeitado professor de música. Além de
ser conhecido como Don Juan e queridinho de Ludwig van Beethoven, Liszt revolucionou o
mundo da música, como o treino vigoroso e a melhoria nas técnicas de luteria do
movimento romântico foram o passo necessário para o surgimento de uma nova categoria
de instrumentistas que exploraram o que era conhecido em seus instrumentos até então ao
máximo. Isso em união à popularização da música deu origem aos grandes astros da época
– os virtuosos.

Esses eram instrumentistas que eram exímios em aptidões técnicas, com uma destreza e
agilidade que impressionavam todo o público. Embora contradizentes a alguns
contemporâneos, esses instrumentistas exploraram tudo que se conhecia como tom puro
dos instrumentos populares do período. Os virtuosos mais memoráveis são Liszt e
Paganini.

O Estudo Transcendental n.º 4 de Franz Liszt em Ré menor, Mazeppa, é o quarto Estudo


Transcendental, publicado em 1852. Este complexo e virtuosístico elemento básico do
repertório da Era Romântica foi inspirado no poema “Mazeppa” de Victor Hugo, no qual
Mazeppa é amarrado a um cavalo e o cavalo é solto para correr livremente, é perfeito para
entendermos dinâmica e métrica, que passam a ser subvertidas no período, com notações
originais de cada autor (como fff ou ppp), além de um uso de rubato, que distorce a métrica
sem uma necessidade de escrita formal na partitura, como o vigente até o romantismo.

O Estudo é iniciado por uma cadência progressiva. Após esta, seu tema é apresentado,
sendo a melodia baseada em oitavas e terças no centro do teclado. Após uma estrondosa
escala cromática em oitavas, após arpejos e intervalos subindo e descendo o teclado. Logo
após, vem uma parte cantada expressivamente com muita paixão, em que o tema principal
reaparece, dessa vez acompanhada por terças repetidas em ambas as mãos em adição a
uma escala cromática na mão esquerda.
O tema então retorna mais grandioso na sessão Animato, porém mais discreto e quieto,
representando o esforço do cavalo para retornar a galopar rapidamente após uma fadiga
contagiante. Inesperadamente, o cavalo passa a galopar muito mais rápido do que já
galopou antes; esta cena é representada na sessão Allegro Decisio, uma variação no tema
tocada em oitavas onde ambas as mãos estão constantemente saltando para a extremidade
do teclado e logo após isso, retornando ao centro do mesmo. Após esta sessão, a obra
termina de modo grandioso e com muito estilo, que representa a interpretação de Liszt do
último verso do poema: "ele cai e se levanta como rei". Liszt, como de costume, indica um
dedilhado muito estranho e difícil: as torrentes de terças na mão esquerda (muito rápidas)
no início do tema devem ser tocadas apenas com o segundo e quarto dedos, alternando as
mãos a cada dois intervalos. Ele é muito mais difícil do que o dedilhado óbvio, mas tem uma
finalidade: ele imita melhor o som dos galopes por prevenir o legato e aumenta a força
nesses dedos. Note que as versões mais primordiais marcam "Stacatíssimo".
Liszt, teve extrema importância no Romantismo (1810-1910), um movimento que trouxe
grandes mudanças, por meio de uma nova perspectiva do escritor e sua obra. O
romantismo na música assim como nas outras formas de arte buscava emoções intensas e
latentes, por isso os compositores do período buscavam uma composição mais crua, menos
exata do que o observado no período Clássico. Isso era motivado principalmente por uma
busca de personalidade nas peças. Isso fez com que as regras de tonalidade do período
clássico fossem substituídas por dissonâncias, cromatismo e novas modulações.

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